Monday, April 23, 2007

BEM-VINDOS AO BRASIL ! SINTAM-SE NO CU DO MUNDO !





O império do mal
por Ipojuca Pontes
"A mentira revolucionaria não é mentira"
Vladimir Ilie Ulianov (dito Lênin)

O Brasil, mais rápido do que se imagina, está se transformando no Império do Mal. Em muitos aspectos já é, embora, o mais das vezes, o Maligno se apresente como a própria manifestação do bem, da virtude, da probidade e da honra. Sim, é sabido: uma das características do mal é justamente a de se encobrir com o manto da virtude - e o próprio demônio, antes de arrojar-se nas profundas dos infernos, passava por anjo rebelde. Mas, no caso brasileiro, o predomínio da maldade pouco falta para atingir o plano do Absoluto.

Tome-se como parâmetro, por exemplo, a nossa vida pública (“extensão da privada”, como queria o Barão de Itararé). Nela são hoje cultuados, com obstinação selvagem, os sete pecados capitais da maldade política, a saber: a mentira, o nepotismo, o estelionato (também eleitoral), a felonia, a pusilanimidade, a desfaçatez e a demagogia. Sim, amigos, eis o fato inquestionável: não se dá mais um passo na vida pública nacional, nos palácios, gabinetes, ministérios e repartições, nos púlpitos, sindicatos e parlamentos, nas cátedras, palcos e telas, sem que não se dê de cara com a dissolução dos assim chamados “homens públicos” – em geral, tidos por eles mesmos como agentes da “justiça social”.

O florentino Maquiavel deixou a entender que a política real é uma atividade alheia a moralidade comum. Por extensão, os parâmetros que guiam a ética entre os políticos só estariam comprometidos com o utilitarismo, o pragmatismo, a conquista e a manutenção do poder. Parafraseando Dostoiévisky, pode se dizer que se o existe o político profissional, tudo é permitido. Já no seu “Diário de um escritor” o gigante russo não deixou por menos: “O político mais esperto tem sempre um pacto com a maldade que o leva, mais cedo ou mais tarde, à tirania”.

De todos os sete pecados que norteiam a vida política cabocla o que se apresenta como o mais nocivo, desde logo, é a mentira. Ela é quase uma religião, fonte de fé, esperança e felicidade. Se o amigo não tem vocação nem sabe mentir com esmero, por favor, não ingresse na política, pois, para o êxito de um político a mentira deve ser um estado natural como o ato de dormir ou respirar. De fato, para ser bem-sucedido, ele deve mentir a respeito de tudo e de todos até quando diz a verdade. E, o que é mais doentio: deve acreditar piamente na mentira que constrói, fingindo, por sua vez, aceitar como verdade a mentira dos pares. De ordinário, quanto mais próximo do poder absoluto, mais mentiroso torna-se o político profissional, invariavelmente um fanático cultor da grande mentira – a Mentira Utópica.

Sim, pode-se dizer que mentir é próprio da condição humana e raros são os que conseguem escapar de sua prática ou uso, ainda que episódico. Há, sem dúvida, a vigência da mentira necessária, socialmente útil, que diverte e afaga, em suma, o exercício da mentira como convenção (“Muito prazer em conhecê-lo”, por vezes, é uma delas). Mas o fato é que a força da mentira na vida pública brasileira atingiu, nos últimos tempos, proporções avassaladoras. Convém aqui salientar que não se trata apenas de entender a mentira como um vício capital, quem sabe ingrediente necessário ao eterno banquete da arena política. De modo algum. Na verdade, a mentira é própria essência da vida pública nacional, de uso consciente e premeditado, uma espécie de tara que contamina toda a nação e que está a transformá-la num vasto e tenebroso império – o Império do Mal.

Veja-se, por exemplo, o caso da crise do apagão aéreo. Tudo começou em setembro de 2006 com a colisão do Boeing da Gol com o jato Legacy, que ceifou 154 vidas. Uma vez recusada a presença dos familiares das vítimas no Planalto, tratou-se de prender, por imperícia, os dois pilotos americanos que escaparam do desastre.

Trinta dias depois da colisão, sempre se sonegando a verdade, começou a onda interminável de atrasos e cancelamentos de vôos, sob a alegação de que o sistema do tráfego aéreo estava obsoleto. Milhares e milhares de passageiros foram para o buraco, sem nenhuma indenização. O bode expiatório apontado desta feita foi a ganância das companhias aéreas, acusadas de fomentarem o “overbooking” legalizado – sem que a crise, no entanto, fosse debelada.

Então, instalou-se o caos. O inepto Waldir Pires, ministro da Defesa do corporativismo sindical, saudoso da revolta dos sargentos nos tempos de Jango (de quem foi Consultor Geral), sob pressão e passando por cima da hierarquia militar, admitiu em reunião privada com os sargentos controladores a possibilidade de desmilitarizar o controle do tráfico aéreo, uma “resolução” previamente maquinada pelos mentores do motim.

Enquanto uma comissão criada pelo governo tratava de “amarrar o acordo”, a crise nos aeroportos atingia cerca de 350 mil passageiros que não conseguiam embarcar, todos indignados ou dormindo pelos cantos. Sempre atrasada, a comissão da Anac tornou público relatório que apontava a desmilitarização do controle do tráfego como solução para o apagão aéreo. Lula, em pronunciamento demagógico, exigiu “dia e hora” para a crise ser resolvida.

Três dias depois, como resposta, os controladores militares rebelados pararam o país, ocasionando o maior caos aéreo da história tupiniquim. O sargento Edileuzo, um dos mentores do amotinamento, simplesmente pôs em execução o recurso da sabotagem, prática apontada por Lênin como fundamental para se “atingir os fins propostos”.

O que se esconde por trás disso tudo? O seguinte: os sargentos amotinados, instrumentalizados pelo trotskismo em marcha, querem a estatização civil do controle aéreo e da aviação comercial no Brasil, sob o pretexto de que o capitalismo é selvagem e precisa ser detido. O começo de tudo é a desmilitarização do controle do tráfico, uma espécie de “Potemkim” aéreo, para desmontar em definitivo o que resta de poder nas Forças Armadas.


Ipojuca Pontes é jornalista, cineasta e escritor, nasceu em Campina Grande, na Paraíba, e ao longo de sua carreira conquistou mais de trinta prêmios nacionais e internacionais. Foi também Secretário Nacional da Cultura no governo Fernando Collor de Mello.







Publicado no site "MídiaSemMáscara".
Segunda-Feira, 23 de abril de 2007.






1 comment:

Anonymous said...

Ipojuca, mas o blog é ótimo. A foto e´a expressão da zorra e zona que a petezada tem feito do Brasil! Que ótimo este espaço organizado por você, mais um presente à resistencia que insiste em divulgar as mentiras e embustes dos canalhas da Internacional Socialista reedita na versão mais hipócrita, pelo lulo-petismo à serviço das gangues brasileiras e internacional

 
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