Wednesday, October 08, 2008

VALORIZAÇÃO DO DÓLAR = INFLAÇÃO






































Mantega defende ''uso criativo'' das reservas internacionais.
Celia Froufe

Ministro diz que o objetivo é dar mais liquidez ao mercado e cita as operações de venda de dólar do BC.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo poderá fazer uso criativo das reservas internacionais do País, atualmente em US$ 207 bilhões, para dar mais liquidez ao mercado financeiro. Mas não detalhou as medidas. "No momento oportuno, vocês terão conhecimento", disse ele aos jornalistas. Mantega lembrou que os leilões de venda de dólar conjugada com compra futura que o Banco Central (BC) promoveu recentemente não alteraram as reservas.

No encontro com empresários da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo, o ministro afirmou que o "momento é traumático". "Tomaremos todas as medidas necessárias, pois o governo tem um arsenal grande, é só identificar os problemas."Segundo ele, o governo já vem tomando medidas para evitar a restrição de liquidez causada pela crise mundial. Mantega procurou acalmar os empresários, afirmando que a situação é passageira. "A crise não vai acabar logo, mas o stress é passageiro."

Para Mantega, "felizmente", o dólar está sendo corrigido para cima. "Esse câmbio (perto de R$ 2) é muito melhor tanto para baixar as importações quanto para estimular a exportações." Ele criticou os prognósticos negativos de alguns economistas a respeito dos impactos da crise sobre o Brasil.

"Se fôssemos dar ouvido aos analistas açodados, deveríamos levar um tombo." Disse também que os analistas parecem estar simplesmente transferindo o ânimo dos Estados Unidos e da Europa para o Brasil. E negou que o País vá crescer menos de 3% em 2009. "Chegam a falar em crescimento de apenas 1% ou 2% em 2009; isso é uma grande besteira."

Ele ainda criticou as expectativas de executivos de alguns bancos com problemas financeiros. "Vamos lembrar que o Citibank é aquele banco que vem precisando de capital", disse. Para ele, apenas com a inércia do crescimento do PIB já há garantia de expansão da atividade entre 2% e 2,5%. "Isso, com o governo de braços cruzados. Mas não é isso o que vamos fazer."

O ministro relatou a empresários que, desde que começou a crise, no ano passado, tem se divertido nas reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Chego lá e digo: os países avançados têm de fazer o dever de casa e seguir os emergentes", citando medidas como ajustes nas contas públicas, nas contas externas e acúmulo de reservas internacionais. "É a vingança dos colonizados", brincou.


Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", Caderno de Economia & Negócios.
Sábado, 04 de outubro de 2008.



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