VALORES INVERTIDOS
por José Nivaldo Cordeiro
Não posso deixar passar sem um comentário a bela crônica do João Pereira Coutinho, publicada hoje na Folha de S. Paulo (v. AQUI ). No texto, o autor relata a iniqüidade que se instalou em Portugal, qual seja, a institucionalização do ócio remunerado, que praticamente condena multidões a nada fazer como se isso fosse algo de bom. Em troca, os déficits da Previdência Social crescem de forma explosiva e o desemprego não dá sinais de que possa regredir.
Essa situação não é incomum, muito ao contrário. Em toda Europa é possível que alguém nasça e morra sem precisar trabalhar nunca, permanentemente dependente da mesada estatal. Foi instituído o "direito humano" à vagabundagem. Obviamente que a trajetória dos déficits públicos, somados ao impacto da grave crise mundial, aponta para um fim dramático dessa iniqüidade, que é contra a natureza e o senso de justiça.
No Brasil vivemos já o império das bolsas com várias denominações, e as aposentadorias descasadas das contribuições, especialmente as do setor público, prática já antiga de remuneração do ócio. Aqui, por vezes com valores estupendos, os famigerados marajás, que caçoam risonhamente dos pagadores de impostos. A eles se juntaram os recebedores da bolsa-ditadura. Como na Europa, a situação das finanças públicas agrava-se dia a dia, por força dessa situação anormal.
O que mais interessa ao observador é o que vai acontecer na esfera política. Os aposentados, portadores de bolsas e desempregados remunerados estão próximos de constituírem uma grande maioria. Que governante poderá ser eleito prometendo corrigir as finanças públicas pela raiz, ou seja, cortando o ócio remunerado das multidões viciadas em não trabalhar? Terá que ser feito, mas como combinar a correta medida administrativa com a manutenção das instituições democráticas?
Veja-se o caso dramático da Grécia, a manchete dos últimos dias. Aquele país passa por uma grave crise financeira e precisará cortar benefícios sociais e empregos públicos, e gastos de um modo geral, uma vez que a válvula da inflação e da desvalorização cambial, pelo acordo para integrar a União Européia, não pode ser usada. Portugal é a bola da vez em termos de volume proporcional de déficit. Como isso será feito no regime democrático? Eu não tenho a mínima idéia. É certo que essas sociedades passarão por processo de empobrecimento rápido.
O fracasso dessas experiências é o fracasso da social-democracia, ou seja, da promessa igualitarista, incompatível com a prosperidade econômica. Estamos chegando a um tempo em que a realidade econômica se imporá de forma inexorável sobre a alucinação política que assumiu a hipótese de que seria possível suprimir a lei da escassez e que parcela crescente da população poderia viver sem trabalhar. Políticos social-democratas e socialistas em geral chegaram ao poder e lá se mantiveram escorados nessa mentira. O tempo do ajuste chegou.
Na melhor das hipóteses aparecerão políticos da estirpe de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, que "peitarão" os sindicalistas e os políticos populistas e organizarão as finanças públicas. Na pior, teremos a multiplicação dos regimes de força. O certo é que o tempo das meias medidas acabou e a tolerância com os crescentes déficits públicos (bem como o endividamento do Estado) está chegando ao fim. Em última análise, a quebra técnica dos Estados determinará o realinhamento das forças políticas.
É provável que pactos políticos feitos a partir de algum tipo de lei de responsabilidade fiscal venham a ser exigidos para que partidos políticos possam ser constituídos, uma espécie de cláusula pétrea sobre a qual ninguém poderá questionar. Mas antes que isso ocorra veremos o sofrimento dessas gerações de ociosos remunerados, moradores de beira de praia, praticantes de turismo para preencher o seu vazio existencial. Como fazer alguém assim trabalhar, depois de décadas de ócio? É uma questão em aberto.
E essa gente que chegou aos cinqüenta anos sem constituir família, que fez do subsídio estatal seu único arrimo, como sobreviverá ao duro ajuste? Essa gente sem filhos e sem futuro? A disciplina do trabalho se adquire por longos anos de treinamento. Teremos um fenômeno novo e interessante, da reinserção dessas multidões ociosas na rotina humana, que vem desde que a civilização apontou no horizonte. "Homem, comerás o pão com o suor do teu rosto".
Essa situação não é incomum, muito ao contrário. Em toda Europa é possível que alguém nasça e morra sem precisar trabalhar nunca, permanentemente dependente da mesada estatal. Foi instituído o "direito humano" à vagabundagem. Obviamente que a trajetória dos déficits públicos, somados ao impacto da grave crise mundial, aponta para um fim dramático dessa iniqüidade, que é contra a natureza e o senso de justiça.
No Brasil vivemos já o império das bolsas com várias denominações, e as aposentadorias descasadas das contribuições, especialmente as do setor público, prática já antiga de remuneração do ócio. Aqui, por vezes com valores estupendos, os famigerados marajás, que caçoam risonhamente dos pagadores de impostos. A eles se juntaram os recebedores da bolsa-ditadura. Como na Europa, a situação das finanças públicas agrava-se dia a dia, por força dessa situação anormal.
O que mais interessa ao observador é o que vai acontecer na esfera política. Os aposentados, portadores de bolsas e desempregados remunerados estão próximos de constituírem uma grande maioria. Que governante poderá ser eleito prometendo corrigir as finanças públicas pela raiz, ou seja, cortando o ócio remunerado das multidões viciadas em não trabalhar? Terá que ser feito, mas como combinar a correta medida administrativa com a manutenção das instituições democráticas?
Veja-se o caso dramático da Grécia, a manchete dos últimos dias. Aquele país passa por uma grave crise financeira e precisará cortar benefícios sociais e empregos públicos, e gastos de um modo geral, uma vez que a válvula da inflação e da desvalorização cambial, pelo acordo para integrar a União Européia, não pode ser usada. Portugal é a bola da vez em termos de volume proporcional de déficit. Como isso será feito no regime democrático? Eu não tenho a mínima idéia. É certo que essas sociedades passarão por processo de empobrecimento rápido.
O fracasso dessas experiências é o fracasso da social-democracia, ou seja, da promessa igualitarista, incompatível com a prosperidade econômica. Estamos chegando a um tempo em que a realidade econômica se imporá de forma inexorável sobre a alucinação política que assumiu a hipótese de que seria possível suprimir a lei da escassez e que parcela crescente da população poderia viver sem trabalhar. Políticos social-democratas e socialistas em geral chegaram ao poder e lá se mantiveram escorados nessa mentira. O tempo do ajuste chegou.
Na melhor das hipóteses aparecerão políticos da estirpe de Margareth Thatcher e Ronald Reagan, que "peitarão" os sindicalistas e os políticos populistas e organizarão as finanças públicas. Na pior, teremos a multiplicação dos regimes de força. O certo é que o tempo das meias medidas acabou e a tolerância com os crescentes déficits públicos (bem como o endividamento do Estado) está chegando ao fim. Em última análise, a quebra técnica dos Estados determinará o realinhamento das forças políticas.
É provável que pactos políticos feitos a partir de algum tipo de lei de responsabilidade fiscal venham a ser exigidos para que partidos políticos possam ser constituídos, uma espécie de cláusula pétrea sobre a qual ninguém poderá questionar. Mas antes que isso ocorra veremos o sofrimento dessas gerações de ociosos remunerados, moradores de beira de praia, praticantes de turismo para preencher o seu vazio existencial. Como fazer alguém assim trabalhar, depois de décadas de ócio? É uma questão em aberto.
E essa gente que chegou aos cinqüenta anos sem constituir família, que fez do subsídio estatal seu único arrimo, como sobreviverá ao duro ajuste? Essa gente sem filhos e sem futuro? A disciplina do trabalho se adquire por longos anos de treinamento. Teremos um fenômeno novo e interessante, da reinserção dessas multidões ociosas na rotina humana, que vem desde que a civilização apontou no horizonte. "Homem, comerás o pão com o suor do teu rosto".
José Nivaldo Cordeiro: "Quem sou eu? Sou cristão, liberal e democrata. Abomino todas as formas de tiranias e de coletivismos. Acredito que a Verdade veio com a Revelação e que a vida é uma totalidade, não podendo ser cindida em departamentos estanques. Abomino qualquer intervenção do Estado na vida das pessoas e na economia, além do imprescindível para manter a ordem pública. Acredito que a liberdade é um bem que se conquista cotidianamente, pelo esforço individual, e que os seus inimigos estão sempre a postos para destruí-la. Preservá-la é manter-se vigilante e sempre disposto a lutar, a combater o bom combate. Acredito que riqueza e prosperidade só podem vir mediante o esforço individual de trabalhar. Fora disso, é sair do bom caminho, é mergulhar na escuridão da mentira e das falsas promessas".
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP e editor do site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado". E-mail: nivaldocordeiro@yahoo.com.br
Publicado no site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado".
Terça-feira, 09 de fevereiro de 2010.
"TERÁS DINHEIRO EM TROCA DA TUA ALMA"
Vender a alma
por João Pereira Coutinho
Tiveram um bom fim de semana? O meu foi perfeito. Só exercício físico. No sábado de manhã, aspirei a casa. Depois, limpei o pó. Lavei a louça, passei a ferro - e entretanto era domingo à noite. Existem trabalhos duros, eu sei. Mas alguém tem de os fazer.
Pena que seja eu. Há várias semanas que procuro empregada, depois das três últimas que passaram por aqui. Elas vêm, ficam alguns meses e depois partem. Não por culpa minha. Sou patrão generoso no salário, no horário, até nas exigências laborais. A culpa é da natureza humana: entre trabalhar em minha casa ou não trabalhar em nenhuma casa, qualquer ser pensante não hesita.
Claro que, por essa altura, o leitor inteligente já formulou uma questão cruel: mas, se as donzelas preferem não trabalhar, como podem viver?
O leitor inteligente, apesar da inteligência, desconhece um pormenor básico: na Europa do século 21, existe um generoso "modelo social" que, apesar de estar a caminho da falência, ainda proporciona algum espetáculo terminal. Esse modelo permite que um adulto possa viver grande parte da existência sem mexer um dedo para trabalhar. Em teoria, o subsídio de desemprego implica um compromisso do trabalhador para encontrar o dito cujo. As agências do Estado, aliás, costumam sugerir ocupações, de acordo com as competências do trabalhador potencial. Mas, na prática, tudo depende da inclinação de cada um. E a inclinação é conhecida.
As três últimas empregadas trabalharam afincadamente enquanto aguardavam pelos "papéis". Os "papéis" são os documentos de naturalização, que concedem ao novo cidadão da República vários direitos (mas, curiosamente, poucos deveres). Um dos direitos é apoio no desemprego, na doença e na velhice. Como a doença e a velhice só costumam aparecer na fase última da vida, melhor aproveitar o desemprego na idade jovem. E elas aproveitam.
Roteiro conhecido: avisam que deixarão o serviço. Eu pergunto por quê. Ingenuamente, imagino que encontraram trabalho melhor. Ou mais bem pago. Razões válidas e meritórias. Com esperança escolástica, antecipo o dia em que uma delas dirá: "Estudar sempre foi um sonho adiado!".
Nenhuma resposta. Quando as reencontro no bairro, tempos depois, a confissão: estão no desemprego. Melhor: com o subsídio de desemprego. E qual o valor do subsídio? Um pouco melhor do que os meus salários, dizem elas, com leve reprovação. Engulo em seco. Elementar, meu caro Watson: eu não posso competir com o Estado. Concorrência desleal.
Escuto tudo com uma mistura de indignação e divertimento. E depois ainda sugiro uma ilegalidade conhecida: é possível acumular o subsídio de desemprego com o salário do emprego. Elas riem. A questão não é o dinheiro. É o trabalho. Para que trabalhar quando é possível não o fazer, ganhando na mesma?
Regresso a casa e sinto-me o último otário do mundo. Serei caso único? Não sou. Mark Steyn, na última "The New Criterion", fornece alguns números que amaciam minha solidão. Conta Steyn, em texto sobre o assustador crescimento do Estado nas sociedades ocidentais, que só no Reino Unido, desde o momento em que o New Labour conquistou o poder (1997), 5 milhões de pessoas não voltaram mais a trabalhar.
Por outras palavras: um décimo da população vive há 12 anos do cheque estatal. Um quinto das crianças britânicas cresce em casas onde nenhum adulto trabalha -um belo exemplo que se perpetuará pela descendência. No Estado de bem-estar social, é possível que um ser humano nasça, cresça, envelheça e morra sem saber o que significa trabalhar e ganhar um salário. Leio essa última frase e sinto uma vibração de simpatia e inveja na minha costela ociosa. Mas ócio com dinheiro dos outros tem um nome feio.
Diz Mark Steyn que o modelo social europeu é um caso de despesa brutal que a economia do continente não poderá suportar pelos próximos anos. Fato. Salvífico* fato.
Mas o modelo não é apenas economicamente inviável; é também moralmente trágico ao condenar milhões de criaturas a vidas desérticas e bovinas, sem nenhum objetivo que possamos reconhecer como humano. Sem querer abusar de metáforas mefistofélicas, o modelo social europeu é uma tentação capital.
Uma forma de o Estado dizer: "Terás dinheiro em troca da tua alma". Terás dinheiro sem o mereceres; e, por isso, terás também uma vida de tédio e repetição. Uma sucessão de dias habitados por nada até o dia em que serás nada também.
Pena que seja eu. Há várias semanas que procuro empregada, depois das três últimas que passaram por aqui. Elas vêm, ficam alguns meses e depois partem. Não por culpa minha. Sou patrão generoso no salário, no horário, até nas exigências laborais. A culpa é da natureza humana: entre trabalhar em minha casa ou não trabalhar em nenhuma casa, qualquer ser pensante não hesita.
Claro que, por essa altura, o leitor inteligente já formulou uma questão cruel: mas, se as donzelas preferem não trabalhar, como podem viver?
O leitor inteligente, apesar da inteligência, desconhece um pormenor básico: na Europa do século 21, existe um generoso "modelo social" que, apesar de estar a caminho da falência, ainda proporciona algum espetáculo terminal. Esse modelo permite que um adulto possa viver grande parte da existência sem mexer um dedo para trabalhar. Em teoria, o subsídio de desemprego implica um compromisso do trabalhador para encontrar o dito cujo. As agências do Estado, aliás, costumam sugerir ocupações, de acordo com as competências do trabalhador potencial. Mas, na prática, tudo depende da inclinação de cada um. E a inclinação é conhecida.
As três últimas empregadas trabalharam afincadamente enquanto aguardavam pelos "papéis". Os "papéis" são os documentos de naturalização, que concedem ao novo cidadão da República vários direitos (mas, curiosamente, poucos deveres). Um dos direitos é apoio no desemprego, na doença e na velhice. Como a doença e a velhice só costumam aparecer na fase última da vida, melhor aproveitar o desemprego na idade jovem. E elas aproveitam.
Roteiro conhecido: avisam que deixarão o serviço. Eu pergunto por quê. Ingenuamente, imagino que encontraram trabalho melhor. Ou mais bem pago. Razões válidas e meritórias. Com esperança escolástica, antecipo o dia em que uma delas dirá: "Estudar sempre foi um sonho adiado!".
Nenhuma resposta. Quando as reencontro no bairro, tempos depois, a confissão: estão no desemprego. Melhor: com o subsídio de desemprego. E qual o valor do subsídio? Um pouco melhor do que os meus salários, dizem elas, com leve reprovação. Engulo em seco. Elementar, meu caro Watson: eu não posso competir com o Estado. Concorrência desleal.
Escuto tudo com uma mistura de indignação e divertimento. E depois ainda sugiro uma ilegalidade conhecida: é possível acumular o subsídio de desemprego com o salário do emprego. Elas riem. A questão não é o dinheiro. É o trabalho. Para que trabalhar quando é possível não o fazer, ganhando na mesma?
Regresso a casa e sinto-me o último otário do mundo. Serei caso único? Não sou. Mark Steyn, na última "The New Criterion", fornece alguns números que amaciam minha solidão. Conta Steyn, em texto sobre o assustador crescimento do Estado nas sociedades ocidentais, que só no Reino Unido, desde o momento em que o New Labour conquistou o poder (1997), 5 milhões de pessoas não voltaram mais a trabalhar.
Por outras palavras: um décimo da população vive há 12 anos do cheque estatal. Um quinto das crianças britânicas cresce em casas onde nenhum adulto trabalha -um belo exemplo que se perpetuará pela descendência. No Estado de bem-estar social, é possível que um ser humano nasça, cresça, envelheça e morra sem saber o que significa trabalhar e ganhar um salário. Leio essa última frase e sinto uma vibração de simpatia e inveja na minha costela ociosa. Mas ócio com dinheiro dos outros tem um nome feio.
Diz Mark Steyn que o modelo social europeu é um caso de despesa brutal que a economia do continente não poderá suportar pelos próximos anos. Fato. Salvífico* fato.
Mas o modelo não é apenas economicamente inviável; é também moralmente trágico ao condenar milhões de criaturas a vidas desérticas e bovinas, sem nenhum objetivo que possamos reconhecer como humano. Sem querer abusar de metáforas mefistofélicas, o modelo social europeu é uma tentação capital.
Uma forma de o Estado dizer: "Terás dinheiro em troca da tua alma". Terás dinheiro sem o mereceres; e, por isso, terás também uma vida de tédio e repetição. Uma sucessão de dias habitados por nada até o dia em que serás nada também.
(*) adj (lat salvificu) Que salva: O sacrifício salvífico de Cristo.
João Pereira Coutinho nasceu (1974) e vive em Portugal, estudou História na Faculdade de Letras da Universidade da cidade do Porto (Portugal) e fez pós-graduação em Ciência Política na Universidade Católica. Foi cronista do "Jornal Independente" e atualmente assina a coluna "Estado Crítico" no jornal "Expresso" de Portugal. No Brasil, João Pereira Coutinho é colunista da "Folha de S.Paulo", onde escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha Online. Seus artigos encontram-se reunidos no livro "Avenida Paulista", publicado em Portugal. Conheça também, o site mantido por J. P. Coutinho: "O Sítio".
E-mail: jpcoutinho.br@jpcoutinho.com
E-mail: jpcoutinho.br@jpcoutinho.com
Publicado no jornal "Folha de S. Paulo" (Ilustrada).
Terça-feira,09 de fevereiro de 2010
Os militares e a memória nacional – Olavo de Carvalho
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VALORES INVERTIDOS – José Nivaldo Cordeiro
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