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Monday, June 24, 2013

DIAGNÓSTICO DE PSICOPATIA – Parte 1





Tomando como ponto de partida o fato de que "o movimento" teve como seus criadores e mentores o Foro de São Paulo e a elite globalista condensada simbolicamente na pessoa do sr. George Soros, o seu objetivo geral já foi declarado muito antes de que o movimento eclodisse.

Caos e estratégia (I)
por Olavo de Carvalho

Nossos liberais e conservadores lêem Ludwig von Mises e Friedrich von Hayek e, vendo que eles tratam o marxismo como uma pseudo-ciência econômica, concluem alegremente que ele não vale nada, não merece maior atenção. Acontece que o marxismo enquanto ciência e técnica da ação revolucionária não depende em nada da "base econômica" que nominalmente o sustenta. Essa ciência e essa técnica são de uma exatidão assustadora e não podem ser compreendidas só com a leitura dos "pais fundadores" do movimento ou com a da sua crítica liberal: requer o acompanhamento de toda uma evolução do pensamento estratégico marxista, que começa com Marx e se prolonga até Saul Alinsky e Ernesto Laclau. Este último, invertendo a fórmula clássica das relações entre "infra-estrutura" e "super-estrutura", propõe abertamente a tese de que a propaganda revolucionária cria livremente a classe da qual em seguida se denominará representante. Maior independência de toda "base econômica" não se poderia conceber. Aqueles que imaginam ter dado cabo do marxismo tão logo refutaram seus princípios econômicos se acreditam muito realistas, porque eles próprios são crentes devotos da "base econômica" do acontecer político, a qual os próprios marxistas já superaram há muito tempo. O marxismo deve ser estudado, em primeiro lugar, como uma "cultura", no sentido antropológico do termo. Remeto os interessados a três artigos em que resumo o que penso a respeito (v. A natureza do marxismo, Marxismo esotérico e Diferenças específicas). Em segundo lugar, deve ser estudado como ciência e técnica da ação revolucionária, da intervenção ativa da elite revolucionária na sociedade e na história. Essa ciência é tão veraz, e a técnica que nela se arraiga é tão eficiente, que delas resulta este fato, tão fundamental entre todos e tão solenemente ignorado pelos críticos do marxismo: há pelo menos um século e meio o comunismo é o único – repito: o único – movimento político organizado unitariamente em escala mundial e dotado de uma consciência clara da sua continuidade, bem como das suas metamorfoses estratégicas. Todos os seus pretensos adversários e concorrentes são fenômenos locais, inconexos e passageiros, espalhados no tempo e no espaço como grãos de poeira soltos no vento, incapazes não só de fazer face ao rolo compressor do movimento comunista, mas até de enxergá-lo como um todo.

Sem nenhuma presunção de expor aqui o fenômeno no seu conjunto, mas raciocinando antes em função exclusiva dos últimos acontecimentos no Brasil, destaco adiante alguns pontos que, se não forem levados em conta, tornarão inviável qualquer tentativa de compreender os lances mais recentes da história continental e nacional.

O primeiro desses pontos é o seguinte: nenhuma ação comunista tem jamais – repito: jamais – um objetivo único e linear. Todas as decisões do comando estratégico comunista são sempre de natureza dialética e experimental. De um lado, jogam sempre com uma multiplicidade de forças em conflito, não interferindo jamais no quadro antes de ter uma visão bem clara das contradições em jogo e dos múltiplos sentidos em que elas podem ser trabalhadas. Sob esse aspecto, o pensamento marxista não mudou muito desde o começo. Apenas aprimorou formidavelmente a sua visão das contradições, integrando no seu retrato mental da sociedade inúmeros tipos de conflitos novos que ou não existiam no tempo de Marx ou ele não julgou relevantes; por exemplo, o conflito entre os impulsos sexuais e a ordem social, ou entre pais e filhos. De outro lado, a essa visão dialética cada vez mais sutil e aprimorada o marxismo acrescenta o caráter experimental e não dogmático de todas as suas decisões e ações estratégicas. A articulação de dialética e experimentalismo permite que as ações do movimento comunista se beneficiem, por um lado, de uma multiplicidade de direções simultâneas que desnorteiam o adversário, e, por outro, de uma capacidade de agir por avanços e recuos mediante contínuas e não raro velocíssimas mudanças de rumo.

Quem quer que, ao analisar a recente explosão de protestos, concentre sua atenção nas reivindicações nominais – redução das tarifas de transporte público, "mais educação", "mais saúde" etc. – para discutir sua justiça e viabilidade já prova, só nisso, sua total incompetência para lidar com o assunto. Mas quem quer que, furando essa primeira barreira de aparências, procure encontrar por trás delas um objetivo determinado e único que explique o conjunto, se engana talvez ainda mais desastrosamente.

Se os protestos têm um objetivo político determinado, este só é definido, na mente dos seus planejadores estratégicos maiores, em termos muito gerais e vagos. Gerais e vagos o bastante para admitir, a cada momento, novas e – para o adversário – imprevistas mudanças de rumo.

Tomando como ponto de partida o fato de que "o movimento" teve como seus criadores e mentores o Foro de São Paulo e a elite globalista condensada simbolicamente na pessoa do sr. George Soros, o seu objetivo geral já foi declarado muito antes de que o movimento eclodisse e não requer nenhum esforço especial de interpretação. Trata-se, em resumo, de encerrar a fase "de transição" e partir para a "ruptura" ou destruição ativa de um "sistema" já cambaleante e debilitado pela onipresente "ocupação de espaços". Os slogans escolhidos para instigar a massa não têm, em si, a mais mínima importância. Podem ser trocados a qualquer momento, conforme o rumo que as coisas vão tomando. A técnica da mutação também não é rígida, mas adapta-se velozmente a uma conjuntura em constante transformação; transformação que o próprio movimento acelera por sua vez. Não se trata, portanto, de alcançar este ou aquele objetivo concreto em particular, mas de operar com um leque de possibilidades em aberto e conservar, na medida do possível, algum controle do conjunto.

Essas possibilidades são exploradas simultaneamente e, conforme uma ou outra se revele mais viável ou mais problemática, será intensificada ou refreada pelo comando do processo. As mais importantes, a meu ver, são as seguintes:

(a) Trocar a própria liderança visível da esquerda, substituindo os agentes da "transição" pelos agentes da "ruptura", decididos a ações mais drásticas.

(b) Espalhar o caos para justificar medidas de força, aproveitando para, no mesmo ato, testar os "agentes de transição": se conseguirem controlar repressivamente a situação e aumentar o poder do grupo dominante, sobreviverão; caso contrário, serão trocados.

(c) Incitar à ação pública as forças antagônicas (cristãos, patriotas, conservadores etc.), para mapeá-las e averiguar as possibilidades de controlá-las ou extingui-las.

(d) Caso a evolução do movimento se mostre majoritariamente favorável aos objetivos dos planejadores, fomentá-lo ainda mais para que a própria ação da militância enragée adquira autonomia e conquiste autoridade por si própria, transmutando-se em nova estrutura de governo.

Esta possibilidade, a mais ostensivamente "revolucionária", parece já ter sido excluída, na medida em que as forças antagônicas, malgrado sua total desorganização e ausência de comando, se mesclaram ao movimento, ocuparam as praças públicas e acabaram, em certos casos, por acuar e sobrepujar a militância esquerdista.

O próprio comando da esquerda militante ordenou que as manifestações cessassem, o que imediatamente deixa o campo livre para as massas antagônicas e favorece, ipso facto, a adoção da via repressiva para estrangular a ameaça de um "golpe teocrático e fascista". Se esse estrangulamento tomará a forma de uma repressão policial violenta ou de um simples incremento do aparato de investigação e controle social, é cedo para dizer.

O detalhe mais importante, aí, é que as forças antagônicas se constituem exclusivamente de massas amorfas e desorganizadas, sem o mais mínimo comando estratégico e até sem aquelas figuras de heróis improvisados que um erro terminológico denomina "líderes", quando o certo seria chamá-los apenas de "símbolos aglutinadores". Essa massa é numericamente superior, seja à militância organizada do Foro de São Paulo, seja às tropas de arruaceiros subsidiadas pelo sr. George Soros. Sua presença nas ruas, bem como a vaia multitudinária que despejou sobre a presidenta Dilma Rousseff, são, no sentido mais estrito do termo, explosões espontâneas e anárquicas no mais alto grau, contrastando, nisso, com a ação bem planejada dos militantes do outro lado, que ocupam o espaço público armadas de instruções precisas, de slogans bem ensaiados (em Brasília, viu-se até o texto de uma convocatória inteira recitado em côro pela multidão). Desse modo, o que se viu nas ruas não foi uma competição entre forças de um mesmo gênero – duas militâncias, duas ideologias, duas forças políticas –, mas entre dois tipos de multidão radicalmente heterogêneos: a massa e a militância, a revolta confusa e a ação premeditada.

Quem não levar em conta esses fatores não entenderá absolutamente nada do que está acontecendo e estará privado até da mera possibilidade teórica de uma ação conseqüente.


O que acabo de dizer pode levar o leitor surpreso a concluir que no meu entender, ou mesmo na realidade das coisas, os mentores do movimento comunista são gênios fora do comum, capazes de pensar em todas as alternativas ao mesmo tempo e de manejar todas as peças do tabuleiro.

Decerto não é bem assim. Comparado com a vastidão do seu alcance, o movimento comunista teve um número relativamente pequeno de gênios estratégicos, a começar por Lênin e Stálin, e um número um pouco maior mas nada notável de talentos estratégicos secundários, como Saul Alinsky, Ernesto Laclau ou a dupla Cloward & Piven. Mas algumas regras explícitas e tácitas que esses e outros seguiram acabaram por se incorporar à "cultura" comunista, isto é, a um conjunto de hábitos reflexos de pensamento compartilhados por toda a militância, que os assimila sem grande exame crítico, às vezes até num nível semiconsciente e pré-verbal. Isso quer dizer que essas regras transparecerão nebulosamente na conduta de líderes e militantes como as regras da gramática transparecem, deformadas mas não abolidas, na fala de quem nunca estudou gramática.

Não é preciso dizer que, na passagem dos princípios estratégicos explícitos e criticamente elaborados às regras semiconscientes automatizadas, o que era tirocínio estratégico se rebaixa ao estatuto de cacoetes mentais e de uma espécie de estupidez astuta; a complexidade do raciocínio dialético aparece agora como pensamento dúplice e escorregadio, uma espécie de incompreensão maliciosa que tudo deforma, mas deforma num sentido coerente com os propósitos gerais do movimento comunista e benéfico aos interesses do Partido.

Quem estudou o livro do psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski, Political Ponerology, reconhecerá aí a queda de nível desde uma liderança original psicopática a uma classe de epígonos histéricos. A psicopatia é compatível com elevado grau de inteligência e aguda consciência da situação real. O epigonato histérico copia a conduta psicopática sem compreendê-la muito bem e, por isso, não diferencia claramente o diagnóstico objetivo da situação e o discurso de auto-identidade partidária. Dito de outro modo: não percebe muito bem quando está descrevendo uma situação objetiva e quando a está deformando para reforçar o sentimento de unidade da militância, fomentar o ódio ao inimigo ou persuadir a militância a seguir determinada linha de ação. O psicopata, quando mente, sabe que mente. No histérico, a mentira conveniente já se interiorizou ao ponto de não poder ser discernida como tal. O resultado é que uma visão totalmente falsa da situação pode, paradoxalmente, produzir uma ação relativamente eficiente, na medida em que reflete ainda, de longe e obscuramente, a visão estratégica originária. É como se disséssemos que o epígono ou militante histérico é louco, mas não rasga dinheiro: tem uma visão deformada da realidade, mas deformada num sentido que, por força dos automatismos acumulados na cultura comunista e da sua raiz longínqua numa visão estratégica consciente, ainda favorece a ação partidária.

Um exemplo claríssimo desse fenômeno é o recente pronunciamento do sr. Valter Pomar, reproduzido abaixo como Apêndice 2.

Ele começa assim: "Quem militou ou estudou os acontecimentos anteriores ao golpe de 1964 sabe muito bem que a direita é capaz de combinar todas as formas de luta."

Historicamente isso é falso. A direita brasileira nunca teve, por exemplo, um partido de massas ou uma militância adestrada e organizada. Muito menos teve uma rede mundial de partidos aliados, uma "internacional". Nem teve uma rede organizada de editoras de livros como o Partido Comunista sempre teve. E, durante todo o tempo de ocupação esquerdista do governo, nunca teve à sua disposição centenas de jornais "nanicos" como a esquerda teve durante o regime militar. Muito menos uma militância estudantil significativa. Muitas são as "formas de luta" que lhe faltaram e faltam.

Pomar não parece ter a mínima consciência disso. No entanto, tomar a falsidade como um fato ajuda a fortalecer a unidade da militância esquerdista pelo temor a um inimigo comum evocado de um passado quase mítico.

Pomar não está mentindo intencionalmente. Está mesclando e confundindo os dois níveis de discurso – a descrição da realidade e o apelo à unidade do grupo ouvinte –, como é próprio dos epígonos histéricos e da "estupidez astuta" a que me referi, quase que uma "deficiência eficiente", expressão paradoxal que corresponde à natureza paradoxal do fenômeno mesmo.

[Continua]


Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA onde mantém o site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org


Publicado no site "MÍDIA SEM MÁSCARA" – Artigos-Movimento Revolucionário.
Segunda-feira, 24 de junho de 2013.




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Friday, August 12, 2011

Um "megaloblasto" no MD (Ministério da Derrota). A fardinha de
"bostivariano" já está pronta e a continência é com a "sinistra".





E POR QUE NÃO UM GENERAL NO CONCÍLIO DO VATICANO?
por Vania L. Cintra

No convite para as solenidades militares em comemoração ao dia 25 de agosto, aniversário de Caxias, a realizarem-se nas dependências de um certo Quartel do Exército, as palavras "dia" e "soldado" foram impressas com letra minúscula. O Oficial que comigo comentou isso não se demonstrava exatamente surpreso. Talvez eu também já não devesse me espantar. Porque estou acompanhando, e, isso sim me deixa estupefata, a "importante" discussão que se abriu entre os Oficiais militares das três Armas nobres, discussão orquestrada, como sempre pelos "grandes" jornalistas especialistas em fofocas e em tudo mais e mais um pouco, a respeito de qual político seria pior ou melhor que o já escolhido pela Presidência para ocupar o Ministério da Defesa.

Trocou-se um seis por uma meia-dúzia. E daí? Com a ("auto" ou não) defenestração de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, para que, exatamente, deveriam os militares estar discutindo o nome do civil que o poderia substituir? Moreira Franco, Aldo, Amorim, Genoíno... uma mulher... (e por que não uma mulher? Juro que cheguei a imaginar que Dona Rousseff aproveitaria a oportunidade e indicaria mais uma dona-de-casa que bem administrasse um orçamento doméstico...) discutir esses e outros tantos nomes a troco de quê? Por quê? Porque quanto pior for melhor será? Para quem? Era só o que nos faltava!

Alguns ainda exclamam, ao saber da indicação de Amorim: é o fim! Não, isso não é o fim simplesmente porque o fim já ocorreu bem antes, faz tempo, um bocado de tempo já. Tudo se quebrou ao ser considerado "obsoleto" e foi jogado em um depósito de ferro velho, onde cada peça foi sendo carcomida pela oxidação em um longo período de mau tempo que ainda estamos atravessando. Só que ninguém percebeu, nem viu, nem ouviu. E todo mundo foi empurrando os cacos que sobraram aqui e ali para debaixo do tapete para que ninguém, mesmo, percebesse. Tudo o que agora ocorre é apenas decorrência do fim de tudo. E para, dessa cacaria toda, tentar montar alguma coisa que preste ou que nos seja útil seria preciso usar, mais que muita graxa, muita "solda", se aqui me permitem um trocadilho absolutamente sem graça.

Se aquela discussão a respeito do nome do civil melhor ou pior aos interesses militares (e quais são os interesses militares?) ficasse borbulhando apenas no caldeirão em que se cozinha a "carreira" já dada nos militares por jornalistas e políticos "de carreira", ainda dava para entender. Isso tudo agita os ânimos, parece até que está acontecendo alguma coisa que deva ser noticiada e discutida com estardalhaço. Mas essa discussão boboca contagiou muitos militares, inclusive os mais sérios, capacitados e conseqüentes. E vem apenas mais oferecendo argumentos e mais solidificando o discurso dos civis que vêem os militares como se vissem vampiros ao meio-dia – os que querem caracterizá-los como incivilizados e imbecis – mas também serve a alguns militares cretinos e incompetentes – que existem, sim, não duvidem! – que bem sabem, apesar de serem cretinos, que são incompetentes, e, por isso mesmo, não se respeitam, não respeitam suas carreiras e sua missão, não respeitam a sua própria inteligência porque não a encontram, nem reconhecem ou respeitam a inteligência de militar algum, e só querem mesmo é faturar seus proventos ao fim do mês ou talvez uma viagenzinha aqui ou ali a pretexto de "aperfeiçoarem-se" (razão por que a Reunião do Alto Comando dedicou recentemente espaço a esse importante item em sua pauta). Estão nas FFAA por "expediente", arrumaram uma "boquinha" durante um tempo, até sua merecida "aposentadoria".

A idéia da criação do Ministério da Defesa, dadas as circunstâncias sob as quais vicejou em nosso País, é, por si mesma, o triunfo dos "políticos" – quando não somente a submissão irrefletida aos ditames supranacionais – e impôs-se em processo que, por si mesmo, desmoralizou as FFAA, desmoralizando e, por fim, extinguindo o EMFA em suas funções, e liquidando a idéia de uma Política do Estado ao implodir os Ministérios militares. Temos agora Políticas de Governo, e nada mais. Mesmo assim, por ser um cargo definido como superior ao dos Comandantes das Armas, não poderá haver qualquer civil melhor ou pior que qualquer outro civil que possa assumir o cargo de Ministro da Defesa. Porque não há argumento capaz de explicar por que cargas d'água deva um civil – e somente um civil – ocupar esse cargo.

Muito menos terá cabimento o argumento de que teria havido um "acordo" tácito entre civis e militares no sentido de que a Defesa não deveria ser entregue a um Ministro militar porque este "privilegiaria o uso da força", nem a um diplomata porque este privilegiaria "a recusa, por princípio, do mesmo uso da força". Só quem não tenha a mais mínima noção do que seja e de a que serve a Diplomacia, nem tenha noção da história diplomática, não só a nossa como a de todos os Estados, no mundo inteiro, poderia supor existir, sugerir ou fazer tal acordo em qualquer tempo e lugar. Tal "acordo" não vale sequer como hipótese. Além de que, por esse raciocínio, qualquer civil, tivesse a formação que tivesse, desde que não a de um diplomata, estaria em condições de "resolver" os problemas de Defesa. E a discussão de seu nome seria inútil, uma vez que dependeria apenas da preferência pessoal do Governante (que alguns afirmam ser "soberano"), nada mais, entre os que pudessem ser "mais cuidadosos com as palavras".

Armas e Diplomacia não são instrumentos de Mercado, em que só valem a barganha e a capacidade de barganhar – Armas e Diplomacia são instrumentos de Estado. Ou andam juntas, lado a lado, harmoniosamente, buscando os mesmos objetivos – os de Estado – pelos mesmos meios, ou seus Ministérios, o das Relações Exteriores e, hoje, o chamado da Defesa, serão não mais que possibilidades a que títulos honoríficos e pequenos poderes sejam conferidos a indivíduos quaisquer em um Estado que não tenha qualquer expectativa de impor-se e impor seus interesses entre os demais Estados Nacionais. Em um Estado de faz-de-conta. Porque um Estado não é exatamente uma barraca instalada em feira-livre.

Essa discussão a respeito dos nomes dos melhores ou piores fulanos a ocupar o Ministério da Defesa não será importante, pois, nem mesmo inócua será – vem-nos sendo, desde que foi permitida, sempre muito nociva. Porque esses nomes se nos oferecem a partir de um crisol que apenas contém materiais inadequados a produzir qualquer liga forte. A fumaça poluída que dessa discussão se levanta mais avilta os militares, mais os desarticula, mais alimenta o processo de transformá-los em "entulho autoritário", portanto, em algo que nos é, de fato, desnecessário, e não nos leva a lugar algum. Se quisermos ter uma idéia do que vem a ser essa brincadeira de Ministério da Defesa nas mãos de juristas, filósofos, pacifistas, versejadores ou o que os valha e não quisermos usar a expressão "raposa cuidando do galinheiro" por considerarmos chula, bastará imaginar, raciocinando com um modelo ao revés, a confusão que se faria caso um General fosse designado pelo Papa a ocupar uma cadeira no Concílio do Vaticano e a decidir, entre Bispos e Cardeais, quais providências deveriam ser tomadas no sentido de promover a paz definitiva entre cristãos e não-cristãos. Nem se fantasiando de São Pedro esse General convenceria os fiéis à Santa Madre ou o resto do mundo de que ele era um iluminado e, ali, estava no lugar adequado. Muito menos os convenceria de que o Vaticano não estivesse pensando em desferir uma nova "cruzada contra os infiéis". E procurando se armar. No entanto, que tremendo sucesso fez Jobim na passarela desfilando com seu modelito camuflado...! Como? Por quê?

Imagino que não esteja exatamente falando sozinha no deserto, porque não me é possível imaginar que não mais haja nas FFAA um único General, um único Almirante, um único Brigadeiro capacitado a assumir o nosso Ministério da Defesa, que não haja um único sujeito minimamente lúcido e probo na Ativa, no pico da hierarquia, que saiba o que é contornar os obstáculos da pequena política, comandar batalhas diárias enfrentando todo tipo de adversidades, e ter que dar a cara a tapa frente à tropa quando porventura erre em suas táticas e lhe cause danos ou baixas desnecessárias; nem me é possível conceber que não haja pelo menos meia-tropa que não consiga compreender que o cargo de Comando desse Ministério é um cargo vital ao Estado, que deve escapar das futricas dos salões dos Governos, portanto, não pode ser entregue a um qualquer civil "de carreira". Não nos basta resumir idéias afirmando que "ideologia, não!" Ideologia sim! Pois negando-se à população nacional o direito e o dever de pensar em valores nacionais, de projetar o que deve o Brasil fazer estando em confronto com seus pares, este nosso País só encolhe, manifestando já sérias tendências a desaparecer ao ser devorado por si mesmo. E que é isso senão ideologia? Se acaso uma ideologia for motivo de vergonha para alguém, esse alguém que assuma uma outra, pois, a qualquer mortal, é impossível reconhecer-se e reconhecer o ambiente que o cerca sem recurso a qualquer ideologia. Aliás, creio mesmo que nem um anjo ou um super-homem conseguiria fazer isso. E os Oficiais Superiores estudaram tanto, afinal, para quê? Para concorrer a prebendas, assumir cargos, em empresas públicas ou em órgãos-chave de quaisquer Ministérios, tal como é o DNIT, que civis não estivessem à altura de assumir, e para agradecer à Presidência a oportunidade de arriscar-se a se queimar ou a mais queimar a Corporação e mesmo a Instituição, uma vez que, nesses cargos, deverão submeter-se aos interesses e aos caprichos governamentais? Ou para oferecer seus serviços à empresa privada?

A população nacional tem muito o que exigir de um Oficial militar, sempre teve, e pode e deve exigir – afinal é ela quem paga por seu preparo profissional – mas não pode exigir o que hoje lhe vem sendo exigido: que se submeta aos "políticos". Exige-o porque é ignorante, porque crê no que lhe dizem os "líderes" de curta e torta ambição. E enquanto a discussão de qual o melhor ou o pior nome civil para o Ministério da Defesa continuar a ser levantada a cada queda de um Ministro que se impõe sobre os militares, com toda a descontinuidade de planos, projetos e prazos que a sua substituição acarreta, visto que nenhum desses Ministros é oriundo do Corpo diretamente neles interessado, ela apenas visa a sufocar, a matar asfixiada e a soterrar uma outra discussão que, essa, sim, é fundamental – a que deveria estar rolando acaloradamente a respeito da capacitação específica para a pasta.

Por outro lado, enquanto a discussão sobre essa capacitação específica para o cargo de responsável pela Defesa e Segurança do Estado não se fizer, enquanto os Oficiais militares não exigirem que "seu" Ministério se volte apenas às Armas e ao que as Armas devem e podem fazer, que é cuidar realmente da Defesa do Estado e de sua Segurança (mas alguém mais lá ainda sabe que vem a ser isso?), sem se preocupar com alegorias, sambas-enredos ou com demonstrar jogo de cintura aos turistas, enquanto permitirmos, todos nós, que esse Ministério seja apenas mais um entre as dezenas e dezenas de Ministérios civis criados de acordo com o movimento das marés e sirva apenas para que quem for indicado Ministro adicione títulos indevidos ao seu currículo pessoal e intransferível, para absorver burocratas de outros Ministérios, que estejam sem função e sejam colocados à disposição, ou para que estudantezinhos deslumbrados e desinformados usem suas bolsas de estudo e componham suas tesezinhas de Mestrado ou Doutorado conforme as "novas regras do novo mundo globalizado" determinam, ninguém respeitará o Dia do Soldado. Simplesmente porque, embora no mundo inteiro os Soldados estejam fazendo o que Soldados devem fazer, contando com o respeito e o apoio da população consciente de quem é, em nosso País não se vêem mais Soldados a respeitar, e os que se fantasiam de Soldados e se colocam à porta das Catedrais da Esplanada dos Ministérios em Brasília mendigando alguma atenção continuarão sendo vistos por todos, aqui e no mundo inteiro, inclusive por eles próprios, como, literalmente, um zero à esquerda.

E o Brasil continuará marchando unido, em acelerado, para trás. Mesmo que ninguém perceba.


Vania Leal Cintra é socióloga, Bacharelada e Licenciada Plena pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP, especializada em Docência no Ensino Superior pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP, possui Mestrado em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo – USP e Doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Vania também é editora do site "MINHA TRINCHEIRA". E-mail: minhatrincheira@uol.com.br





Publicado no site "MINHA TRINCHEIRA".
Sábado, 06 de agosto de 2011.





MERGULHADOS NO VÍCIO – Gen Valmir Fonseca Azevedo Pereira












Friday, July 29, 2011

Se Amy Winehouse fosse um país, ela se chamaria Brasil.




MERGULHADOS NO VÍCIO
por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

A recente prematura e dramática morte da cantora Amy foi um estridente grito de alerta para o nosso nojento vício, e mostrou como o consumo desvairado de entorpecentes pode inebriar, e proporcionar instantes de incontido prazer e deleites orgásticos pontuais, mas levar à ruina, à degradação, à morte moral e à putrefação ainda em vida.

Diante do infausto, impõe-se redobrados cuidados. Se não pararmos, ainda sucumbiremos disso. E nossas futuras gerações, também.

Nós e milhões de brasileiros estamos nos últimos degraus da decadência humana. Fomos escravizados por prazeres passageiros e palavras enganosas.

Os traficantes sabem como somos dependentes, acostumados a injetar nas veias doses letais dos mais variados estupefacientes, e nem ligamos.

Acorda, incauto Brasil!

Há décadas, embriagados pelos alucinógenos e entorpecidos pela mágica dos populistas, passamos a ingerir pequenas doses que se tornaram cavalares e a viver em outras galáxias, e ficamos viciados em qualquer droga que nos ofereçam.

Por falta de opções, fomos degradando, aviltando, e hoje temos que aguentar a droga da metamorfose ambulante, a droga da guerrilheira, a droga do congresso, as arrepiantes decisões do judiciário e os abusos dos estupradores da moral. Tudo, sem um ai.

Assim, não há veia que aguente. Em suma, somos viciados em porcarias.

Por quanto tempo será possível sobreviver a tanta intoxicação? Percebem-se os efeitos colaterais do entorpecimento, a perda do bom-senso, a falta de honestidade, de dignidade, a falência da indignação e o descaso com todo o tipo de devassidão.

Sim, somos viciados e, sem nenhuma ou pouca possibilidade de recuperação. É triste, mas é a pura verdade. Enlouquecidos pelo vício, nada mais importa, nem que a mula manque, o que eles querem é nos rosetar.

Reviramos os olhinhos à simples menção “de nunca na história desse País...”, deliramos com as propagandas, nos apegamos às mentiras, pois se o governo anunciou na mídia, passou a ser verdade. Diariamente, somos brindados com novas conquistas, repetitivas inaugurações, com novos feitos. O céu é o limite.

Mas quem se preocupa se forem falsos, superestimados, e que bradem que este é o Brasil de todos? O da propaganda sim, o real não.

E não nos perguntem o que o desgoverno fará por nós, mas o que faremos por ele. E nós, em uníssono e, totalmente chapados, responderemos felizes, “pagaremos os mais altos impostos do planeta, aplaudiremos promessas e viveremos na doce ilusão, de que afinal de contas, como Deus é petista, tudo vai dar certo”.

Vivemos na ilusão dos discursos (até as pregações de Jesus Cristo sofreram recentes reparos), dos foguetórios, engolimos o PAC com sofreguidão, entramos na orgia dos estádios, preferimos templos do esporte bretão às escolas, às universidades, nos alucinamos com corrupções, sonhamos com uma viagem alucinante no trem-bala, estamos, desde já, gastando as riquezas do pré-sal, e a cada manhã, como dose de psicotrópico matinal, aguardamos o escândalo nosso de cada dia.

Inapelavelmente drogados, numa alucinação de dar medo, vemos o ex adentrar na ESG para mais um espasmo de populismo. É terrível, é tétrico, pois o gajo, no nosso delírio, é aplaudido de pé, como o Stédile.

Sim, é melhor acordar antes que o pesadelo se torne realidade (já é).


Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General-de-Brigada do "Exército de Caxias".










Publicado no site "TERNUMA – Grupo Terrorismo Nunca Mais" – (Artigos).
Sexta-feira, 29 de julho de 2011.










Falência moral da democracia brasileira – Ricardo Vélez Rodriguez





Tuesday, July 19, 2011

O paradoxo da democracia são as pessoas que votam em loucos, em populistas,
em corruptos e, para piorar ainda mais, por meio de urnas eletrônicas adulteradas.





Falência moral da democracia brasileira
por Ricardo Vélez Rodriguez

A sociedade brasileira está em crise. Não sabemos, como povo organizado, qual é o nosso padrão de comportamento. Nas últimas décadas estivemos preocupados com outras coisas, que encheram a nossa agenda, ao ensejo da saída do último ciclo autoritário para a construção da Nova República. Não foi resolvida, no entanto, a questão da moral social, que daria embasamento às instituições. Acontece que sem equacionar essa questão tudo o mais fica no ar: Constituição, Códigos de Direito Civil e Penal, funcionamento adequado dos poderes públicos, pacto federativo, respeito às leis, organização e funcionamento dos partidos políticos, fundamento das práticas econômicas em rotinas de transparência que dariam ensejo ao que Alain Peyrefitte denominava "sociedade de confiança", governabilidade, etc.

Definamos o que se entende por moral: como frisa mestre Antônio Paim no seu Tratado de Ética, ela consiste num "conjunto de normas de conduta adotado como absolutamente válido por uma comunidade humana numa época determinada". A moral tem uma dupla dimensão, individual e social. A primeira se identifica com o que Immanuel Kant denominava "imperativo categórico da consciência". A segunda consiste na definição do mínimo comportamental que uma sociedade exige dos seus indivíduos para que se torne possível a vida em comunidade. A moral social pode ser de dois tipos: Vertical, quando um grupo de indivíduos impõe ao restante o padrão de comportamento; social, quando o padrão de comportamento é adotado por consenso da comunidade. A moral social consensual constitui, no mundo contemporâneo, o fundamento axiológico da vida democrática.

No plano da moral social, no entanto, herdamos modelos verticais que não se ajustam aos ideais democráticos. Os arquétipos de moral social sedimentados na História quadrissecular da Nação brasileira ressentem-se do vício do estatismo e da verticalidade que ele implica. É evidentemente vertical o modelo de moral social herdado da Contrarreforma; nele os indivíduos deveriam agir, em sociedade, seguindo à risca os ditames provenientes da Igreja mancomunada com o trono, no esquema de absolutismo católico ensejado pelos Áustrias na Península Ibérica, ao longo dos séculos 16 e 17. De outro lado, o modelo imposto pelo despotismo iluminista de Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, no século 18, não mudou radicalmente as coisas, pois pecava por manter a verticalidade da formulação do código de moral social, ao ensejo da "aritmética política" que passou a vigorar, ao redor dos seguintes princípios: Compete ao Estado empresário, alicerçado na ciência aplicada, garantir a riqueza da Nação. É da alçada do Estado fixar a normas que consolidam a moralidade pública e privada.

O cidadão, em razão de tais princípios, ficava desonerado das incumbências de produzir a riqueza e de se comprometer com a definição da moral social, que nas democracias modernas terminou sendo configurada de forma consensual pelas respectivas sociedades. Tudo se resolveria mediante a tutela do Estado modernizador sobre os cidadãos, considerados como simples peças da engrenagem a ser gerida pelo governo. O ciclo imperial, com a preocupação da elite em prol da constituição e do aperfeiçoamento da representação, mantendo a unidade nacional contra os separatismos caudilhescos, num contexto presidido pelos ideais liberais, foi abruptamente rompido pelo advento da República positivista. Frustraram-se assim, talvez de forma definitiva, a aparição e o amadurecimento de um modelo ético de moral social consensual.

Ora, a partir do arquétipo pombalino firmaram-se os modelos de moral social vertical que têm presidido a nossa caminhada ao longo dos dois últimos séculos, de mãos dadas com a cultura patrimonialista, que sempre entendeu o Estado como bem a ser privatizado por clãs e patotas, desde a República iluminista apregoada por frei Caneca, no início do século 19, à luz da denominada "geometria política", passando pela "ditadura científica" positivista, que se tornou forte ao ensejo do Castilhismo, no Rio Grande do Sul, nas três primeiras décadas do século passado, passando pelo modelo getuliano de "equacionamento técnico dos problemas" (elaborado pela segunda geração castilhista, com Getúlio Vargas e Lindolfo Collor como cérebros dessa empreitada, e cooptando, como estamento privilegiado, as Forças Armadas). A última etapa dessa caminhada estatizante foi o modelo tecnocrático efetivado pelo ciclo militar, à sombra da "engenharia" política do general Golbery do Couto e Silva.

Com o advento da Nova República tentou-se retomar a questão da representação política como meio para configurar, no País, a formulação de uma moral social consensual. No entanto, o fracasso da reforma política que levaria ao amadurecimento da representação terminou dando ensejo, no ciclo lulista e na atual quadra do pós-lulismo, à consolidação de modelo vertical de moral social formulado no contexto do que se denomina "ética totalitária", segundo a qual os fins justificam os meios. A cooptação de aliados pelo Executivo hipertrofiado, no seio de uma consciência despida de freios morais, terminou dando ensejo à atual quadra desconfortável de corrupção generalizada, que ameaça gravemente a estabilidade econômica, duramente conquistada nas gestões social-democratas de Fernando Henrique Cardoso.

O Brasil perde o seu rumo, num mundo agressivo e cada vez mais interdependente, assombrado pela ética totalitária petista, aliada, na síndrome lulista do "herói sem nenhum caráter", a desprezíveis formas de populismo irresponsável, que elevou como ideal o princípio macunaímico de levar vantagem em tudo, num sórdido cenário de desfaçatez e incultura. Tudo presidido pela maré estatizante que se apropria da riqueza da Nação para favorecer a nova casta sindical e burocrática que emerge ameaçadora, excludente e voraz.


Ricardo Vélez Rodriguez nasceu em Bogotá (Colômbia) em 15 de novembro de 1943, naturalizado brasileiro em 1997 é Doutor em Filosofia, Professor Associado e Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas "Paulino Soares de Sousa", da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). E-mail: rive2001@gmail.com











Publicado no jornal " O Estado de S. Paulo " – (Opinião).
Terça-feira, 19 de julho de 2011.





AH, SE FOSSEMOS DO PT – Gen Valmir Fonseca Azevedo Pereira






Tuesday, July 12, 2011

O MORFÉTICO ENEADÁCTILO É O GENE ESTRUTURAL DO PT!





AH, SE FOSSEMOS DO PT
por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Estaríamos inebriados com tantos sucessos.

É o emprego garantido. Se sindicalista, é juntar a fome com a vontade de comer. Se perder a eleição, não se preocupe, temos uma vaguinha para você. É a gloria, o sucesso, sem qualquer mérito, mas quem está preocupado com isso?

Os idiotas abrem as portas para nós atravancarmos e atravancamos. Pequenos percalços, alguns até incentivados por nós, tonteiam a fajuta oposição e obnubilam a visão dos mais críticos.

O MST prossegue impune como entidade sem registro, mas aquinhoada com recursos governamentais, mais adestrado, mais agressivo, conforme os planos.

Reforçamos as dicotomias sociais e recrudescemos as diferenças. Negros, índios, quilombolas, pervertidos sexuais, estudantes, beneficiados com bolsas, maconheiros e bandidos presos ou ainda livres nos adoram.

Pagamos auxilio - reclusão para quem vai preso, mas não para as vítimas. Os defensores dos direitos humanos entram em orgasmo com esta e outras medidas, que consideram compensadoras de seus esforços do tudo pelo social.

Inventamos as cotas, alimentamos raivas, adubamos ódios e fortalecemos as nossas posições. Sem esforço, acuamos a milicada.

Desarmamos todos os homens honestos. Só falta proibir a cusparada em nós, que breve será enquadrada em crime hediondo.

Somos batutas em criar Seminários, Debates e Referendos, que inundamos de cumpanheiros que sufocam os contrários.

Metemos a mão em tudo, como nada fazem, vamos em frente.

Apadrinhamos o trem – bala contra tudo e contra todos. Soltamos o Battisti, entregamos os exilados cubanos, expulsamos os plantadores de Roraima e abençoamos como família a juntada de dois homens, de duas mulheres, meras amostras de como e de quanto podemos. Decretamos que é proibido beber um copo de cerveja se for dirigir, apesar de já existirem rígidas regras de controle através dos bafômetros, nunca dantes aplicadas. Para os trouxas um tremendo sinal de que o governo está preocupado com a moral e os bons costumes.

Sublimamos o politicamente correto. Mas, matreiramente, decidimos o que é politicamente correto, logo... chamamos de afro - descendentes negros retintos, de incompreendidos sexuais as mais asquerosas bichonas e, carinhosamente, de aloprados a um bando de malfeitores.

Estamos de olho na comunidade maconheira, por isso acenamos a nossa simpatia para a descriminação do produto, é o voto certo da galera.

Na educação o lema é deseducando que se vai ao longe. Nas Escolas, nas Universidades estamos formando novos quadros, jovens cheios de ideias, combativos, dispostos a tudo, inclusive, colher cana em Cuba.


Nos livros, um patrulhamento infame, até Monteiro Lobato foi escrachado. Incentivamos a incerteza sexual das criancinhas. Os desnorteados serão uma presa fácil para cooptação.

Nas artes, viva a sodomia, pois quanto mais promiscuidade melhor.

Nossa gestão de tirar dinheiro de muitos, segurar uma parte para nós e repartir o resto para a comunidade pobre é elogiada mundo a fora. Incentivamos a poupança sabendo que ela rende menos do que a inflação. Patrocinamos com polpudos aportes as ONGs co - irmãs.

O PAC 1 vai de mal a pior, e até criamos o PAC 2, mas o que importa é inaugurar o teleférico das comunidades no Rio de Janeiro. Isto dá IBOPE.

Banalizamos a pratica da negociação malandra, quando nós e os nossos comparsas ganhamos, só a viúva é quem perde, e ninguém reclama.

Aprovamos o Regime Diferenciado de Contratações (viva a Copa), que muito breve deverá ser extensivo às obras do PAC, metemos a mão na Vale do Rio Doce, o BNDES é o nosso caixa dois, elegemos a poste de alta tensão, a Petrobras é do PT e os sindicatos não prestam contas a ninguém.

Enfim, culpamos a sociedade por todas as mazelas, diferenças sociais, atrasos e demais óbices da Nação, por isso, por sua incúria, ela deve pagar com pesados impostos. Daí é só cobrar que a sociedade culpada, paga sem chiar.

Assim, em menos de uma década subvertemos as mente e as consciências. Não há do que reclamar, melhor estraga.

Em cada rincão, temos massas de manobra para com violência sublinhar nossas posições. A Idelli de leão de chácara foi travestida em Miss Simpatia. Mas é disso que povo gosta.

Por tudo, e fácil entender porque nos ufanamos de ser petistas.

Querem mais?


Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General-de-Brigada do "Exército de Caxias".









Publicado no site "TERNUMA – Grupo Terrorismo Nunca Mais" – (Artigos).
Segunda-feira, 11 de julho de 2011.





Desonestidade é cultura – João Ubaldo Ribeiro






Sunday, June 26, 2011

BRASILEIROS: DEFORMADOS MORAIS CRÔNICOS !





Desonestidade é cultura
por João Ubaldo Ribeiro

Sempre se tem cuidado com generalizações, para não atingir os que não se enquadram nelas. Às vezes o sujeito odeia indiscriminadamente toda uma categoria, mas, ao falar nela e, principalmente, ao escrever, abre lugar para as exceções, os "não-são-todos" e ressalvas hipócritas sortidas. Outros recorrem a gracinhas, como na frase do antigamente famoso escritor Pitigrilli, segundo a qual "as únicas mulheres sérias são minha mãe e a mãe do leitor". No caso presente, decidi que as generalizações feitas hoje excluem todos os leitores, a não ser, evidentemente, os que desejem incluir-se - longe de mim contribuir para aumentar nossa tão falada legião de excluídos.

Antigamente, era muito comum ler ensaios e artigos escritos por brasileiros em que nós éramos tratados na terceira pessoa: o brasileiro é assim ou assado, gosta disso e não gosta daquilo. Em relação a maus hábitos então, a terceira pessoa era a única empregada. O autor do artigo escrevia como se ele mesmo não fizesse parte do povo cuja conduta lamentava. Até mesmo nas conversas de botequim, durante as habituais análises da conjuntura nacional, o comum era (ainda é um pouco, acho que o boteco é mais conservador que a academia) o brasileiro ser descrito como uma espécie de ser à parte, um fenômeno do qual éramos apenas espectadores ou vítimas. Eu não. Talvez, há muito tempo, eu tenha escrito dessa forma, mas devo ter logo compreendido sua falsidade e passei a me ver como parte da realidade criticada. Individualmente, posso não fazer muitas coisas que outros fazem, mas não serei arrogante ou pretensioso, vendo os brasileiros como "eles". Não são "eles", somos nós.

Creio que, feita a exceção dos leitores e esclarecido que estou falando em nós e não em inexistentes "eles", posso expor a opinião de que fica cada vez mais difícil não reconhecer, vamos e venhamos, que somos um povo desonesto. Não conheço as estatísticas de países comparáveis ao nosso e, além disso, nossas estatísticas são muito pouco dignas de confiança. Mas não estou preparando uma tese de mestrado sobre o problema e não tenho obrigação metodológica nenhuma, a não ser a de não falsear intencionalmente os fatos a que aludo e que vem das informações e impressões a que praticamente todos nós estamos expostos.

Claro, choverão explicações para a desonestidade que vemos, principalmente nos tempos que atravessamos, em que a impressão que se tem é de que ninguém é mais culpado ou responsável por nada. Há sempre fatores exógenos que determinaram uma ação desonesta ou delituosa. E, de fato, se é assim, não se pode fazer nada quanto à má conduta, a não ser dedicar todo o tempo a combater suas "causas". Essas causas são todas discutíveis e mais ainda o determinismo de quem as invoca, que praticamente exclui a responsabilidade individual. E, causa ou não causa, não se pode deixar de observar como, além de desonestos, ficamos cínicos e apáticos. Contanto que algo não nos atinja diretamente, pior para quem foi atingido.

Ninguém se espanta ou discute, quando se fala que determinado político é ladrão. Já nos acostumamos, faz parte de nossa realidade, não tem jeito. Alguns desses ladrões são até simpáticos e tratados de uma forma que não vemos como cúmplice, mas como, talvez, brasileiramente afetuosa. Votamos nele e perdoamos alegremente seus pecados, pois, afinal, ele rouba, mas tem suas qualidades. E quem não rouba? Por que todo mundo já se acostumou a que, depois de uma carreira política de uns dez anos, todos estão mais gordinhos e com o patrimônio às vezes consideravelmente ampliado? Como é que isso acontece rotineiramente com prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores, ministros e quem mais ocupe cargo público?

Os políticos, já dissemos eu e outros, não são marcianos, não vieram de outra galáxia. São como nós, têm a mesma história comum, vieram, enfim, do mesmo lugar que os outros brasileiros. Por conseguinte, somos nós. Assim como o policial safado que toma dinheiro para não multar - safado ele que toma, safados nós, que damos. Assim como o parlamentar que, ao empossar-se, cobre-se de privilégios nababescos, sem comparação a país algum.

Em todos os órgãos públicos, ao que parece aos olhos já entorpecidos dos que leem ou assistem às notícias, se desencavam, todo dia, escândalos de corrupção, prevaricação, desvio de verbas, estelionato, tráfico de influência, negligência criminosa e o que mais se possa imaginar de trambique ou falcatrua. E em seguida assistimos à ridícula, com perdão da má palavra, microprisão até de "suspeitos" confessos ou flagrados. A esse ritual da microprisão (ou nanoprisão, talvez, considerando a duração de algumas delas) segue-se o ritual de soltura, até mesmo de "suspeitos" confessos ou flagrados. E que fim levam esses inquéritos e processos ninguém sabe, até porque tanto abundam que sufocam a memória e desafiam a enumeração.

Manda a experiência achar que não levam fim nenhum, fica tudo por isso mesmo, porque faz parte do padrão com que nos domesticaram (taí, povo domesticado, gostei, somos também um povo muito bem domesticado) saber que poderoso nenhum vai em cana. E é claro que, por mais que negue isso com lindas manifestações de intenção e garantias de sigilo (como se aqui, de contas bancárias de caseiros a declarações de imposto de renda, algo do interesse de quem pode ficasse mesmo sigiloso), essa ideia de esconder os preços das obras da Copa tem toda a pinta de que é mais uma armação para meter a mão em mais dinheiro, com mais tranquilidade. Ou seja, é para roubar mesmo e não há o que fazer, tanto assim que não fazemos. Acho que é uma questão cultural, nós somos desse jeito mesmo, ladravazes por formação e tradição.


João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu na Ilha de Itaparica, Bahia, em 23 de janeiro de 1941. Iniciou no jornalismo trabalhando como repórter no Jornal da Bahia e, tempos depois, tornou-se editor-chefe do Jornal A Tribuna da Bahia. Com seu livro, Sargento Getúlio, de 1971, ganhou o Prêmio Jabuti. Morou nos EUA, em Portugal e na Alemanha. Participou de adaptações de textos seus e de terceiros para televisão e cinema e foi premiado e homenageado em várias partes do mundo. Atualmente assina textos semanais nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. É um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, autor de clássicos como Viva o Povo Brasileiro, que já superou a marca dos 120 mil exemplares vendidos e é membro da Academia Brasileira de Letras. Escreveu mais de 15 livros, traduzidos em 16 países.



Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" – (Cultura).
Domingo, 23 de junho de 2011.





CAPISCI MALEDETTO ? – Bootlead







Tuesday, May 10, 2011

ÀS VEZES O USO DA VIOLÊNCIA POR NÓS MESMOS É A ÚNICA
RESPOSTA IMEDIATA E EFICAZ.

As pessoas não devem dormir tranquilamente em suas camas durante  a  noite,  só por
acreditarem que aqueles designados para combater a violência em seu nome, estejam
disponíveis a todo momento e em todos os lugares. Isso é impossível!





ENTREGUE SUA ARMA!
por Lenilton Morato

Entregar nossas armas e votar pelo desarmamento é fundamental para que possamos estar em segurança. Com pistolas e revólveres nas mãos de bandidos e da polícia, teremos a certeza de que somente pessoas capacitadas estarão de posse delas. Quanto a este negócio de que são as armas ilegais as responsáveis pela quase totalidade dos crimes cometidos no país, não se engane. Isso "non ecxiste". É coisa da direita golpista, teoria da conspiração e da CIA.

Em nome de nossa própria segurança os cidadãos de bem são incentivados a entregar suas armas de fogo, o que é muito salutar. Afinal, este tipo de aparato é extremamente perigoso. Sério. Ontem mesmo, vi um grupo de espingardas, revólveres e pistolas dentro de um banco e, após renderem o segurança, limparam os cofres. Assim, sozinhas, sem ninguém segurando-as, sem ninguém manejando-as. Saio do local e o que vejo? Uma arma solitária atravessar a rua e assaltar um pedestre. Coisa séria estas armas! Como podem ficar andando impunes por aí? Fiquei amedrontado: será que as armas são como os "transformers" que ganham vida e saem a fazer todo tipo de crime? Talvez. Ainda bem que meu amigo do peito e grande irmão Estado, sempre pronto pra me salvar, já está fazendo campanha para que todos entreguemos nossas armas. Ufa! Me sinto aliviado.

Acho mesmo que as armas devam ficar na mão de quem sabe utilizá-las: os bandidos e o Estado. Somente assim estaremos protegidos e, de quebra, estaremos garantindo emprego para milhares de meliantes que poderão nos roubar de maneira sossegada e sem medo. Chega desta desumanidade de atirar em um assaltante, sequestrador ou estuprador, mesmo dentro de casa. Eles também têm direito ao dinheiro e a aliviarem suas tensões sexuais. Não podemos simplesmente pegar uma arma e atirar na cabeça de alguém que violente nossos filhos, que assalte nossas casas ou que tente arrombar a casa do vizinho. Não. Isso é trabalho da polícia. A nós resta somente o direito a um telefonema para chamá-la. Quem nós pensamos que somos para achar que podemos defender nossa vida e nossa família? Aqueles que pensam uma coisa dessas só podem ser malucos.

Sem armas, estamos mais seguros. Afinal, vai que se compre uma arma amaldiçoada por um ritual de magia negra e, do nada, ela simplesmente resolva atirar por si só e matar toda família? Ou que o cidadão esteja dormindo em casa, ouça um barulho, acorde, e veja que está sendo roubado? Já imaginou se ele dispara contra o marginal e acerta? Será julgado por homicídio, posse de armas, etc. E o ladrão será a vítima coitado! Afinal só estava querendo pegar aquilo que a sociedade malvada e a burguesia lhe tiraram. Como bônus, garante o descanso do cidadão de bem:

"– Amor ouvi um barulho, vai lá ver..."

"– Não precisa, deve ser alguém nos assaltando... Ainda bem que estou sem minha arma senão teria que me levantar a essa hora. Sem arma, posso dormir e levantar cedo amanhã. Tomara que o ladrão tenha deixado a cafeteira..."


Fora os 300 reais por cada uma devolvida!


Lenilton Morato é militar, natural de Santa Maria-RS, tradicionalista e conservador. Um amante do Rio Grande, da história e da verdade e, principalmente, da liberdade de opinião e do pensamento individual. Morato também é editor do blog "Lenilton Morato".
E-mail: LeniltonMorato@gmail.com






Publicado no blog "Lenilton Morato".
Sábado, 07 de maio de 2011.




AOS CATÓLICOS : OUÇAIS A "VOZ" DA SUA VERDADEIRA IGREJA!

(Excluídos aqueles que se orientam pela seita demoníaca denominada CNBB (Comunistas, Niilistas e Baitolos do Brasil)
e dos excomungados sectários da "Teologia (Marxista) da Libertação".






Finalmente divulgado vídeo do "funeral muçulmano" de Bin Laden no mar.







Wednesday, March 09, 2011

Carnaval: A apoteose dos coprófagos.




A NOSSA FANTASIA
por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Hoje, retiramos do armário a nossa fantasia de palhaço, de fato uma mistura de palhaço com pierrô, traje que alguns poderão, pejorativamente, nominar como de tolo empedernido, outros de trouxa assumidos.

É antiga. Temos usada a mesma e batida caricatura (?) de palhaço nos últimos oito anos, embora, a cada ano acrescentemos mais um adereço aqui, outro acolá. Assim, para os desconhecidos, ela poderá parecer nova.

Infelizmente, nós os palhaços não caímos nas graças do petismo, que dirá do lulismo, e muito menos do continuísmo.

Por pura vaidade ou vergonha, nos falta coragem para adentrarmos nas passarelas da folia com as indumentárias que o sindical – petismo - lulista adora.

A de "bichonas" ficou ridícula, conforme a nossa veneranda mãe, a de "crioulos", vergonhosa, segundo a nossa tia lésbica, a de "secundaristas da UNE", uma blasfêmia, na opinião dos sobrinhos, a de "universitários graças aos questionáveis exames do Enem", um nojo, foi a sentença de um velho amigo.

E assim, por tentativa e erro, fomos procurando uma fantasia mais de acordo com o nosso atual estado de espírito, tudo em vão.

Tanto a de "PAC 1" como a de "PAC 2", cheias de fogos de artifícios, de pompas e circunstâncias foram sumariamente desclassificadas.

A de "lavrador do MST", ignóbil, a de "sindicalista raivoso", sórdida, a de "assessor sem concurso", um vexame, a de "escamoteador de dinheiro na cueca", repugnante, a de "filiado ao PT", infame, a de "amedalhado pelas autoridades militares" (peito cheio de medalhas), indigna, a de "terrorista convicto" (portando granada e o escambau), repulsiva, a de "político corrupto", redundante, a de "juiz venal", desprezível, todas, foram espinafradas com desusado vigor por um grupo, que receamos nem podemos chamar de amigos, pois se negam a endossar nossas simpatias pelo atual (?) e muito menos pelo desgoverno passado (?).

Desarvorados, por sermos incapazes de escolher uma miserável fantasia para gozar dos folguedos de momo, tentamos, como último recurso, a de METAMORFOSE AMBULANTE, visto que, o dito goza da preferência nacional.

Não cortamos o dedo mindinho da mão esquerda (poderíamos até ser aposentados), isto tirou a veracidade de nossa indumentária, mas carregávamos uma garrafa de pinga, volta – e - meia trocávamos os passos, riamos às bandeiras despregadas, mentíamos à larga, mas esta derradeira tentativa foi a pior, a vaia correu solta. Quase apanhamos. Inclusive, rasgaram a nossa camiseta de "VIVA O MULLA".

Por tudo, compungidos, voltamos a tirar do armário a velha e rota fantasia.

O nariz, aquela bolinha vermelha que alegra a petizada está cada vez maior, as orelhas de burro, também. A novidade é a dentuça postiça uma singela homenagem à nova majestade.

Hoje, mais do nunca é preciso cair na gandaia, pois os ventos que sopram anunciam que este poderá ser, na atual quadratura, o último baile da Ilha Fiscal.

Depois, é pagar a pesada conta, que ele nos legou por nossa total e inconseqüente falta de caráter.

Nóis merece a fantasia de "tolinhos na terra dos vivaldinos".


Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General-de-Brigada do "Exército de Caxias".










Publicado no site "A verdade sufocada"
Domingo, 06 de março 2011.



Click na capa do livro para comprar.






A "Casa do Caralho" é a grande campeã do carnaval brasileiro em 2011.
CONFIRA O SAMBA-ENREDO!





Mentiras carnavalescas
por Leonardo Bruno

Estamos na época de carnaval. É moda a mídia e a televisão venderem a idéia de que somos um povo festeiro e farrista. Bem, até nesta sexta-feira, eu seguia uma ética rotineira, porém fora do comum dessas fases pagodeiras: estava trabalhando e analisando meios de ganhar dinheiro com advocacia. Tenho que pagar minhas contas. Presenciei com indiferença a semana de carnaval. O tempora, O mores!

Interessante a experiência que tive quando fui ao Rio de Janeiro, no carnaval de 2005. Visitava um amigo, quando percebi que a cidade estava vazia. E sentia que a grande maioria desprezava ou ignorava o carnaval. De fato, a maioria do povo não dava à mínima. O grosso da população carioca fugia da cidade. Sobravam apenas alguns favelados, traficantes de drogas, bicheiros e artistas da Rede Globo. Além do que, claro, os turistas estrangeiros, visíveis deslumbrados e bobalhões (claro que não faço parte deles). Na última vez que passei pelo Rio de avião, indo de viagem a São Paulo, via um desses turistas toscos falando da caipirinha, com aquele sotaque meio ridículo. Estava com um grupo de gringos de sua espécie. Reconheci o passaporte: era da África do Sul. Com certeza vai levar uma imagem caricatural da nossa gente, ou seja, a de um país de praias, futebol, mulatas exóticas e foguentas e povo alegórico e fantasista. Quem diz que o Rio de Janeiro é o cartão postal desta nação realmente não sabe do que está falando.

Não consigo me identificar em nada com o Rio. Na verdade, eu não tenho a menor identidade com qualquer coisa tropical. O clima e a vegetação do norte me parecem monótonos e sem graça, além da temperatura ser alta, calorenta e por vezes insuportável. Sem querer depreciar meus amigos nordestinos, não me empolgo com praias ou paisagens solares. Tal como o Rio, as capitais nordestinas me fazem lembrar turistas gringos idiotas, prostitutas, trios elétricos e micaretas. Costumo apreciar climas temperados e cinzentos e roupas pesadas. Embora nunca tenha ido a Europa, aquela paisagem cinzenta, sombria que vejo em fotos e vídeos me causa uma séria impressão. Sem contar as quatro estações, que dão graça ao tempo. No Brasil, por mais que seja um gaúcho radicado no Pará, o máximo que me identifico é com São Paulo, terra da prosperidade e modernidade (ainda que o povo paulista vote no canastrão analfabeto e insípido Tiririca ou no charlatão pseudo-filósofo Gabriel Chalita para deputado federal). Ou as paisagens do sul, com suas colinas enormes e costumes europeus arraigados dos colonizadores. Se bem que os sulistas tenham fama de rudes, mal humorados, criaturas estranhas. Para quem está acostumado com a polidez e simpatia do povo paraense, a rudeza peculiar dos sulistas parece coisa de homens das cavernas, de verdadeiros ogros.

O carnaval passaria indiferente para mim, como para milhões de brasileiros, se não fosse um detalhe que virou notícia na internet. Uma escola de samba de Florianópolis chamada "Unidos da Ilha da Magia" vai desfilar com um tema de Cuba, em particular, homenageando a ditadura de mais de meio século do todo-poderoso ditadorzinho de republiqueta do Caribe, Fidel Castro. Se as escolas de samba se restringissem a mostrar mulheres nuas, cachaça à vontade e muita promiscuidade sexual, vá lá, eu não me importaria. O problema é a falsificação histórica digna dos piores dias do famigerado "realismo socialista" stalinista. Com o título "Cuba sim! Em nome da verdade", a escola de samba está propagando sórdidas mentiras. Com direito ainda a participação especial de Aleida Guevara, filha do guerrilheiro, terrorista, psicopata e assassino Che Guevara.

Algo me incomodou profundamente. Nada mais me atinge na alma do que a destruição da verdade. E, no entanto, o espectro de Stálin e do "Realismo Socialista" paira no carnaval, contaminando milhões de consciências com as falsidades abjetas e cínicas do regime socialista. Quando sambistas começam a falar sobre história, parecem papagaios analfabetos. Se bem que o problema não é somente de sambistas. O que não falta no curso de história são papagaios analfabetos, seja do marxismo, seja de apologia à tirania cubana, seja de qualquer governo liberticida. As escolas de samba, como subprodutos do velho fascismo varguista, agora servem a outro totalitarismo, só que comunista. O que mudou? O pensamento do governo e da intelligentsia. Continuam cada vez mais idiotas.

Falei de "realismo socialista"? As letras da música são pura paródia de mau gosto, de pura distorção da realidade. O besteirol começa desse jeito: "Uma forte emoção / No meu coração /Liberdade /Eu sou União/ A voz de um povo pela igualdade". Resta-nos saber onde está a liberdade numa ditadura que reprime as liberdades elementares do povo cubano. E que igualdade existe numa sociedade onde uma diminuta nomenclatura burocrática controla um país inteiro e trata seus concidadãos como verdadeiros servos? Deve ser a igualdade na miséria, todo mundo nivelado por baixo. Ou quem sabe o tipo peculiar de "igualdade socialista", onde uns são mais iguais que outros. A vigarice não termina por aí: "Guerreiros unidos na revolução/Pelo bem de uma nação/Um preço a pagar, não vou negar/Mas a comunidade em primeiro lugar". Grotesco é escutar que uma nação deva pagar a destruição de sua liberdade pela revolução. Em outras palavras, prisões arbitrárias, censura à liberdade de pensamento, de consciência e de imprensa, tortura, execuções sumárias, fuga em massa do país. Napoleão, no alto do seu sarcasmo, dizia que a revolução é a opinião que adquiriu algumas baionetas. No caso cubano, a revolução é a opinião que adquiriu o fuzil no paredão do quartel de La Cabaña.

O trecho da modinha esconde o lado perverso da história, típico da mentalidade socialista: a comunidade, em primeiro lugar, representada pelo Estado, tem pleno direito de esmagar o indivíduo. Hitler pregava os "direitos" da comunidade sobre indivíduo. Stálin pregava os "direitos" da comunidade sobre o indivíduo. Enfim, qualquer tirano prega a tirania da comunidade sobre o indivíduo. Porque não há maior representação de conformismos social do que a coletividade, do que está preestabelecido, do que é imposto pelo conjunto, em detrimento dos direitos do indivíduo. Isto porque nem mesmo a sociedade decide nada: é o Estado, ou uma camarilha bem diminuta chamada "Partido", que dita, tanto para a coletividade, como para o indivíduo, esmagando ambos.

E para finalizar, o sambinha vulgar nos vende a propaganda mentirosa do regime cubano, nestes termos: "Os sonhos se tornam verdade/ Trazendo pra muitos a felicidade/ Com saúde, educação/ A base pra um cidadão". Um sambista da vida não seria tão inteligente o bastante para escrever essas asneiras (embora seja bastante equiparada a estupidez e tagarelice comum do comunista). Não será suspeito que uma escola de samba fale "em nome da verdade", o que é a mais grotesca mentira?

Qualquer pessoa sensata e bem informada sabe que os serviços de saúde e educação cubanos não prestam. E desde quando um serviço de saúde e educação controlado pelo Estado vale a liberdade humana? Desde quando o suposto bem-estar social vale o mal estar espiritual de ser eternamente prisioneiro de um regime político tirano? Benjamin Franklin, na sua imensa sabedoria, afirmava que quem abdica da liberdade pela segurança, não merece a liberdade, nem a segurança. Cuba, em nome da segurança, perdeu a liberdade. E também a segurança.

Tal propaganda descarada cheira a uso indevido de dinheiro público, propina, peita, para promover ideologias e regimes genocidas. Ou quem sabe a dinheirada da própria ditadura cubana. Numa época em que um ex-presidente da república usou de sua influência no Ministério da Cultura para fazer um filminho ruim sobre sua vida, não me espantaria que a ideologização da cultura no Estado brasileiro esteja mais forte do que nunca, com a ascensão do PT no poder. Bem que o Ministério da Cultura deveria ser modificado, em homenagem a George Orwell e sua novela "1984": O Ministério da Verdade, que seria entendido como Ministério da Mentira!

"Cuba, em nome da mentira" é o espetáculo que a escola de samba de Florianópolis nos brinda. Não se pode exigir de sambistas carnavalescos ignorantes algum conhecimento de história. Mas por que dão palpites irresponsáveis? Provavelmente não tiraram asnices do nada. Extraíram de alguém, de alguma pretensa autoridade no assunto. Notoriamente da vulgata marxista dos nossos professores de história, entusiastas de qualquer mandatário de plantão, viuvinhas de Stálin e nostálgicos do Muro de Berlim que são. Ou então a tal "Associação Cultural José Martí", que deu apoio e orientação aos sambistas, já que a delegação da escola de samba foi a Cuba, deslumbrada, tal como um turista idiota nas praias do Rio de Janeiro. Voltaram apaixonados pela barbicha do Che Guevara, tal como um dia outros foram gamados pelos longos bigodes do sanguinário serial killer da Geórgia, o Sr. Diugashivili, guia genial dos povos.

Vigarices à parte, os carnavalescos ignorantes não parecem agradecidos pelo sistema de liberdades que usufruem. Envolvidos pela sua "ilha da magia", ignoram completamente que Cuba é uma ilha sim, mas de magia negra. Os idiotas úteis brincam no carnaval como macacos de uma grande farsa. Só que a farsa não é mera fantasia de carnaval. É uma burla destrutiva que oculta, oprime e esconde a aflição de milhões de cubanos. E no reino de todas as prisões, campos de concentração, paredões e águas que separam Cuba do exterior, a pior muralha que isola a vida dos cubanos do mundo real democrático é a mentira. Mentira que é alimentada por intelectuais, historiadores, universidades, "associações culturais", imprensa, enfim, todos colaborando para a eterna prisão do povo cubano. A mentira repetida pela escola de samba é mais uma chave nos grilhões daquela pobre nação. E a ignorância, alimentada pela mentira sistemática, aliena cada vez mais as nações democráticas na sua obrigação de defender da liberdade contra os males do totalitarismo.


Leonardo Bruno, "Conde Loppeux de la Villanueva", um reacionário hidrófobo, blogueiro da mídia golpista.








Publicado no blog "Conde Loppeux de la Villanueva"
Sábado, 05 de março 2011,04h28.




A alegria é um produto de mercado – Arnaldo Jabor







Tuesday, February 22, 2011

"Ser ou não ser, eis a questão"




A alegria é um produto de mercado
por Arnaldo Jabor

Está chegando o carnaval. Antigamente o carnaval vinha aos poucos, com as cigarras e o imenso verão, com as marchinhas de rádio que aprendíamos a cantar. Hoje, o carnaval se anuncia como um prenúncio de calamidade pública, uma "selva de epiléticos", com massas se esmagando para provar nossa felicidade. A alegria natural do brasileiro foi transformada em produto.

Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de "funcionar", temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter "qualidade total", como os produtos. Para isso, há o Prozac, o Viagra, os "uppers", os "downers", senão nos encostam como mercadorias depreciadas.

O bode pós-moderno vem da insatisfação de estar aquém da felicidade prometida pela propaganda. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Ninguém quer ser "sujeito", com limites, angústias; homens e mulheres querem ser mercadorias sedutoras, como BMWs, Ninjas Kawasaki. E aí, toma choque, toma pílula, toma tarja preta. Só nos resta essa felicidade vagabunda fetichizada em êxtases volúveis, famas de 15 minutos, "fast fucks", "raves" sem rumo.

A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória. "A depressão não é comercial", lamentou um costureiro gay à beira do suicídio, mas que tinha de sorrir sempre, para não perder a freguesia.

O mercado nos satisfaz com rapidez sinistra: a voracidade, a tesão, o amor. E pensamos: Eu posso escolher o filme ou música que quiser, mas, nessa aparente liberdade, "quem" me pergunta o que eu quero? A interatividade é uma falsificação da liberdade, pois ignora meu direito de nada querer. Eu não quero nada. Não quero comprar nada, não quero saber nada, quero ficar deprimido em paz.

Acho que a depressão tem grande importância para a sabedoria; sem algum desencanto com a vida, sem um ceticismo crítico, ninguém chega a uma reflexão decente. O bobo alegre não filosofa pois, mesmo para louvar a alegria, é preciso incluir o gosto da tragédia. No pós-guerra, tivemos o existencialismo, a literatura com gênios como Beckett e Camus ou o teatro do absurdo, o homem entre o sim e o não, entre a vida e o nada.

Estava neste ponto do artigo, quando me chegou às mãos um artigo chamado Elogio da Melancolia, de Eric G. Wilson, da Universidade de Wake Forest. Veio a calhar. Com destreza acadêmica, ele aprofunda meus conceitos. Ele escreve:

"Estamos aniquilando a melancolia. Inventaram a ciência da felicidade. Livros de autoajuda, pílulas da alegria, tudo cria um "admirável mundo novo" sem bodes, felicidade sem penas. Isto é perigoso, pois anula uma parte essencial da vida: a tristeza."

Ele continua:

"Não sou contra a alegria em geral, claro... Nem romantizo a depressão clínica, que exige tratamento. Mas, sinto que somos inebriados pela moda americana de felicidade. Podemos crer que estamos levando ótimas vidas livres, quando nos comportamos artificialmente como robôs, caindo no conto dos desgastados comportamentos "felizes", nas convenções do contentamento. Enganados, perdemos o espantoso mistério do cosmo, sua treva luminosa, sua terrível beleza. O sonho americano de felicidade pode ser um pesadelo. O poeta John Keats morreu tuberculoso, em meio a brutais tragédias, mas nunca denunciou a vida. Transformou a desgraça em uma fonte vital de beleza. As coisas são belas, porque morrem – ele clamava. A rosa de porcelana não é tão bela como aquela que desmaia e fenece."

Li também num texto de Adauto Novaes uma citação de Paul Valéry: "O que seria de nós sem o socorro do que não existe? Se uma sociedade elimina tudo que é vago ou irracional para entregar-se ao mensurável e ao verificável, ela poderia sobreviver? (...) tudo o que sabemos e tudo que podemos hoje acabou por opor-se ao que somos. A ordem exige a ação de presença de coisas ausentes".

Ou seja – digo eu –, o que seria de nós sem as coisas vagas com que podemos sonhar?

A resposta a isso eu encontrei num texto de Vargas Llosa publicado no El País: "Palavras como "espírito, ideais, prazer, amor, solidariedade, arte, criação, alma, transcendência" significam ainda alguma coisa? (...) Antes, a razão de ser da cultura era dar resposta a esse tipo de perguntas, porém o que hoje entendemos por cultura está esvaziada por completo de semelhante responsabilidade. Hoje o que chamamos de cultura é um mecanismo que nos permite ignorar assuntos problemáticos; é uma forma de diversão ligeira para o grande público esquecer-se do que é sério, como uma fileira de cocaína ou férias de irrealidade."

Aliás, este é o grande sonho do mercado: a satisfação completa do freguês. No entanto, a melancolia, a consciência do tempo finito é o lugar de onde se contempla a beleza. Há uma conexão entre tristeza, beleza e morte. Só o melancólico cria a arte e pode celebrar a experiência do transitório resplendor da vida. A melancolia, longe de ser uma doença, é quase um convite milagroso para transcender a banalidade cotidiana e imaginar inéditas possibilidades de existência. Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo. Mas se permitimos que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente. Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades. Mas, por que não aceitamos isso? Por que continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?

Por medo. Escondemo-nos atrás de sorrisos tensos porque temos medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas. Usamos uma máscara falsa, um disfarce para nos proteger deste abismo da existência. Mas, este abismo é nossa salvação. A aceitação do incompleto é um chamado à vida. A fragmentação é liberdade. É isso aí, bichos – como se dizia em tempos analógicos.


Arnaldo Jabor, carioca nascido em 1940, é cineasta e jornalista, também já foi técnico de som, crítico de teatro, roteirista e diretor de curtas e longas metragens. Na década de 90, por força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional, Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou no jornalismo o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde levou para a TV Globo, no Jornal Nacional, no Bom Dia Brasil e na Rádio CBN. O estilo irônico e mordaz com que comenta os fatos da atualidade brasileira foi decisivo para o seu grande sucesso junto ao público. Arnaldo Jabor também é colunista do jornal “O Estado de S. Paulo”, além de escrever regularmente para diversos outros jornais do Brasil.
E-mail: a.j.producao@uol.com.br


Publicado no jornal "O Estado de S.Paulo" – (Cultura).
Terça-Feira, 22 de fevereiro de 2011.





A esquerda e o Islã de mãos dadas – Partes I e II – Leonardo Bruno







 
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