Sunday, December 09, 2007

Estes, logo, logo, terão um reencontro muito mais "caliente".







































A LIÇÃO QUE VEIO DA VENEZUELA
por Maria Lucia Victor Barbosa

Já mencionei em artigo que a leitura de jornais velhos é bem interessante. Especialmente as matérias relativas à política mostram claramente algumas coisas, dessas corriqueiras, tais como: traição, mentira, não cumprimento de promessas, negativa na prática dos discursos, sobretudo os de cunho ideológico e uma cultura do cinismo que chega a ser espantosa. Se essas atitudes são comuns aos seres humanos, acentuam-se de forma mais evidente no palco do poder. Assim, as metamorfoses ambulantes dos nossos governantes, que nos surgem em jornais passados, ajudam a refrescar a memória. Aliás, é costume dizer que a memória do povo é curta, verdade incontestável, sendo que uma curiosa e recente experiência científica demonstrou que os chipanzés ganham dos humanos quando se trata da capacidade de memorizar.

No Brasil parece que realmente perdemos para nossos simpáticos primos macacos. Para começar, sabemos pouquíssimo sobre nossa história e muito menos sobre história mundial. E como somos parcos em heróis e tradições, nossos valores estão ligados àquilo que nos parece ser mais importante em termos de destaque coletivo, ou seja, o futebol. Já nossos ídolos não são mártires, estadistas ou vencedores do mundo empresarial. Diga-se de passagem, que odiamos a riqueza alheia, sempre vista com grandes desconfianças, apesar de desejarmos ardentemente sermos ricos.Na verdade, o que nos empolga são artistas ou cantores populares em seus fugazes momentos de glória. Faz também imenso sucesso programas televisivos como Big Brother Brasil que, ao espelhar através de seus participantes, mazelas sociais como mau-caratismo, vulgaridade, mediocridade, total ignorância dos mais básicos conhecimentos e abundância de anti-valores provocam aquela profunda e deliciosa sensação de identificação com os vencedores do glamouroso mundo da fama. Então, bem lá no seu íntimo, o homem comum, frustrado com sua vidinha desenxabida, conclui exultante: sou igualzinho a eles.

Mas, não apenas o desconhecimento da história é nossa marca registrada. Fatos recentes também nos escapam. E para piorar, ficou demonstrado que a Educação brasileira vai tão mal que nossos estudantes não entendem o que lêem e amargam a rabeira em matemática numa vasta lista de países. Conclui-se que passamos da civilização baseada na escrita e na racionalidade para a civilização auditiva, visual e emocional.

Desse modo, somos presas fáceis dos demagogos, dos populistas, dos tiranetes que satisfazem sua desmesurada ânsia de poder simulando ajudar os pobres, enquanto os mantém na pobreza através de caridades oficiais.

Na América Latina isso tem sido uma constante com momentos históricos em que a emergência de caudilhos é acentuada. Eles dão esmolas aos pobres, lucros aos ricos e carregam a classe média com impostos, fonte do sustento de suas cortes nababescas e perdulárias. Mas seu suporte político vem mesmo da classe mais baixa, sequiosa de um pai que lhe prodigalize facilidades e sedenta de revanche perante as classes médias e altas, que nem sempre, mas muitas vezes, não tratam bem os "de baixo", além de estabelecer o contraste que, na sociedade de apelo desenfreado ao consumo, chega a ser doloroso.

É nesse caldo cultural que vicejam com êxito os Fidel Castro, os Hugo Chávez, os Evo Morales, os Rafael Correia, e, porque não, os Lula da Silva e tanto outros que já passaram em nossas plagas latino americanas e que ainda surgirão, pois a mentalidade do atraso, que rejeita a riqueza e a democracia dos países capitalistas, apóia em nossos países a esquerda que, explorando o recalque, o complexo de inferioridade e a inveja, promove subliminarmente aquilo que tem como base esses ingredientes, ou seja: a luta de classes.
Quanto aos que governam em nome da esquerda, ao invés de promover o verdadeiro desenvolvimento de suas nações, através do tripé: Saúde, Educação e Trabalho, apelam para o discurso fácil e emocional das promessas ilusórias, aproveitam da pouca instrução do povo para anestesiá-lo com falsa propaganda e pretendem viverem felizes para sempre nas suas cortes de luxo e corrupção, visto que na América Latina não se valoriza a verdadeira democracia porque não se tem noção do que isto significa.

Há, porém, por conta de origens coloniais e históricas uma diferença marcante entre nós e nossos vizinhos: eles sabem se opor a governos indesejáveis e radicalizam suas atitudes políticas, inclusive, sendo capazes de morrer por seus ideais.

A Venezuela mostrou isso no recente referendo quando Chávez levou um "por que não te calas", não de um rei, mas do povo. Como bom democrata, segundo os petistas, e democrata elegante, conforme nosso chanceler de direito, Celso Amorim (o chanceler de fato é Marco Aurélio Garcia, aquele dos gestos obscenos), Chávez disse que a vitória de seus oponentes era de m... Só esqueceu de que o povo o mandou a isso mesmo. Aprendamos a lição dos venezuelanos.



Maria Lucia Victor Barbosa é formada em sociologia e administração pública e tem especialização em ciência política pela Universidade de Brasília. Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Começou a escrever em jornais aos 18 anos. Tem artigos publicados no Jornal da Tarde, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Gazeta do Povo, O Estado do Paraná e Valor Econômico, entre outros. É autora de cinco livros, incluindo “O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – A Ética da Malandragem” e “América Latina – Em busca do Paraíso Perdido”.
E-mail: mlucia@sercomtel.com.br




Sexta-feira, 07 de dezembro de 2007.




3 comments:

Anonymous said...

Aperfeiçoando a democracia na conscientizaçaõ !
A democracia livre e responsável para o desenvolvimento da riqueza e do intelecto torna constante o equilíbrio da humanidade.

Capital livre mais responsável = capital social democrático

Tribuna estadual e seus parlamentares em cada estado o governador e seus prefeitos em harmonia em suas necessidades de desenvolvimento levado a tribuna.

Presidente da republica e seus governadores na homogeneidade das necessidades de cada estado no seu desenvolvimento podendo ser levado ao senado.

Senado e os seus senadores fiscalizando e criando leis federais e suas homogeneidade ou na divergência da presidência da republica podendo também interagir no seu estado.

Justiça e sua reformulação dada a ser mais justa no estado, juizes a serem eleitos pelo voto do povo sem sigla partidária e assim poderem ter representatividade no tribunal superior do seu pais, fazendo jus ha cadeira do poder Maximo sendo assim mais justo o cargo para a ultima estância.

E assim os poderes constituídos fazendo jus a sua nação que ela representa aprimorando cada vez mais a democracia o capital e o social interagindo três em um para o bem estar de toda a família brasileira.
Somente os simples de coração herdarão a terra e sua longitude de vida.
http://ricardoricofil.blogspot.com/

http://fotolog.terra.com.br/ricardorico_fil

Anonymous said...

Bootlead


muito bom seu comentário de hoje, no GG



passo por lá, sempre que posso


alguém já levou pra verdadesufocada também



abração

Anonymous said...

Maquinas de jogos de azar( legal ou ilegal) só há demagogia no Brasil se prende maquinas, pessoas, policiais se corrompem e uma das desgraça social e as autoridades nada fazem para terminar definitivamente o problema.EU DIGO
FAÇAM UMA LEI EM QUE TODO COMERCIANTE QUE DEIXAR COLOCAR AS MAQUINAS DE AZAR EM SEU ESTABELECIMENTO, O ESTABELECIMENTO IRA SER FEIXADO POR TEMPO ESTABELICIDO E SEU DONO ENGUADRADO NO CHADRES PAGANDO A PENA NA ALTURA DA LEI....PRONTO ESTA SULUCIONADO O JOGO DE AZAR NO BRASIL....como estas corjas de políticos em sua maioria nada fazem para melhorar a vida do cidadão não é verdade quanta demagogia quanta hipocrisia em que vivemos todos NÓS BRASILEIROS.
ricardo antonio filgueiras

 
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