Friday, April 13, 2007

O demônio sempre é vermelho.








































English Version


A ESTRATÉGIA MILITAR DA CHINA
por J. R. Nyquist

Em outubro de 1991, o líder supremo da China, Deng Xiaoping, foi assistir ao teste de vôo do caça Jian-9, em Sichuan. Depois de assistir à decolagem, Deng disse que as então recentes mudanças no Leste Europeu eram devidas a problemas econômicos. "O fundamental era que a economia (Soviética) estava em más condições há muito tempo...". Já a China, disse Deng, tinha resolvido seu problema econômico. A República Popular estava crescendo e também sua capacidade de construir armamentos avançados. Em pouco tempo a China teria capacidade de construir uma poderosa força aérea.

Durante os anos 80, os líderes chineses não raramente revelavam a estratégia por trás da abertura econômica de seu país ao Ocidente. Em repetidas declarações, os comunistas chineses afirmaram estar removendo uma página do receituário de Lênin. No início dos anos 20, Lênin deu início à Nova Política Econômica (NEP) da União Soviética, abrindo a Rússia a investimentos capitalistas. Como se poderia esperar, a economia soviética prosperou durante o período da NEP e a Rússia conseguiu lançar as bases de sua indústria militar. Devido a essa experiência já aprovada, algo semelhante à NEP de Lênin foi adotado pela China. Os líderes chineses garantiram à elite do Partido Comunista que essa política era ideologicamente "correta". Aprender com o capitalismo e atrair capital estrangeiro à China seriam a base da futura superioridade militar do país.

Demorou muito para as idéias de Deng ganharem aceitação na China. Houve um momento em que ele foi rebaixado de sua posição de liderança. Durante muitos anos, o Presidente Mao Zedong, fundador da República Popular, tentou erguer a indústria chinesa com slogans e esquemas impraticáveis. A 28 de junho de 1958, ele disse a seus generais: "Devemos construir grandes embarcações e estar preparados para desembarcar no Japão, nas Filipinas e São Francisco". Ele tinha a esperança de que sua nova China socialista conseguiria produzir uma enorme frota. "O Oceano Pacífico não é pacífico", afirmou. "Só pode ser pacífico quando nós o dominarmos". Mao até pediu ajuda aos russos. O líder soviético Nikita Khrushchev tentou dissuadi-lo. "Construa submarinos e embarcações leves equipadas com mísseis", disse Khrushchev. "Um navio de guerra grande é um túmulo de aço". Os russos tentaram explicar os custos e as dificuldades técnicas da construção de navios de guerra. Mao ficou irritado com suas entediantes explicações e se sentiu humilhado com a insinuação de Moscou de que a China deveria evitar grandes navios de guerra. "Não preciso de uma frota, então", exclamou acidamente durante uma reunião com Khrushchev. "Eu conheço luta armada. A China tem sempre a opção de afastar-se do litoral e travar uma guerra de guerrilhas".

Mao estava possuído por um sonho grandioso. "Devemos controlar toda a Terra" disse a seus asseclas. Mas a China estava fraca economicamente. O Exército de Liberação Popular estava munido de armas obsoletas. O grande Salto para a Frente, de Mao, e sua Revolução Cultural produziram um caos econômico. Não era possível tirar o atraso em relação aos EUA através de slogans ideológicos e entusiasmo político. E assim, Mao finalmente percebeu que Deng Xiaopoing estava certo. Como o Diário do Povo explicou mais tarde: "Se um país socialista deveria ou não fazer uso do capitalismo é uma questão que já foi resolvida há tempos, tanto em teoria como na prática. É de importância ainda maior para um país socialista atrasado economicamente resolver a questão de forma correta".

Mao estava com pressa e não chegou a lugar nenhum. Deng Xiaoping era paciente. Ele era a tartaruga para a lebre de Mao. Em algumas situações, um atalho mal-sucedido pode ser o caminho da própria derrota. A liderança chinesa enxergou a sabedoria da estratégia de Deng. "Por um período relativamente longo", disse o General Mi Zhenyu, "será absolutamente necessário que acalentemos silenciosmente nosso sentimento de vingança... Devemos ocultar nossas capacidades e esperar pela melhor oportunidade". E é isso que os comunistas chineses têm feito. O sonho de Mao de controlar o Oceano Pacífico e desembarcar em São Francisco não é tão implausível como era em 1958. A China preparou uma grande frota mercante. Foi o líder soviético Nikita Krushchev quem primeiro aconselhou Mao quanto a essa questão. "Acreditamos que se deveria construir uma frota mercante com vistas a usá-la com objetivos militares".

E por que a China deveria construir uma frota desse tipo?

"Para resolver a questão dos EUA, temos de conseguir ir além das convenções e restrições", disse o general chinês Chi Haotian em um discurso secreto à elite do Partido. "De acordo com a História, quando um país vencia ou ocupava o território de outro, não lhe era possível matar todas as pessoas na terra conquistada, pois então não se conseguia matar pessoas eficazmente com sabres ou lanças longas, ou mesmo com rifles ou metralhadoras". De acordo com o General Chi, "Somente usando armamentos não-destrutivos com a capacidade de matar muitas pessoas conseguiremos manter os EUA para nós. Houve um rápido desenvolvimento na tecnologia biológica moderna, e novas armas biológicas foram inventadas uma atrás da outra. É claro que não ficamos ociosos; nos últimos anos, aproveitamos essa oportunidade para nos tornarmos peritos em armas desse tipo. Temos a capacidade de atingir nosso objetivo de 'limpar' os EUA de uma hora para a outra".

Como todos os iminentes assassinos em massa, os comunistas chineses se vêem como humanitários. Sendo assim, é realmente natural que eles tenham escrúpulos. Segundo a descrição de Chi Haotian, o inevitável embate entre os EUA e a China é uma necessidade trágica. Falou do horror e crueldade do trabalho que têm pela frente. "Não há precedentes para a crueldade das armas biológicas", ele reconheceu, "mas se os americanos não morrerem, os chineses é que têm de morrer, e esse número seria superior a 800 milhões de pessoas!" O território chinês não pode manter 1,3 bilhões de habitantes indefinidamente. Seu ecossistema já está entrando em colapso. Portanto a China não tem escolha. "De uma perspectiva humanitária", disse Chi, "deveríamos emitir um sinal de advertência ao povo americano e persuadi-lo a deixar o país... para o povo chinês". É claro que uma advertência assim dificilmente seria eficiente. A China, portanto, só tem uma escolha. "Ou seja", disse Chi, "utilizar-se de meios decisivos para 'limpar' os EUA, e deixar os EUA para nosso uso... Nossa experiência histórica provou que, desde que façamos com que isso aconteça, ninguém no mundo pode fazer nada conosco. Além disso, se os Estados Unidos desaparecerem como líderes, então outros inimigos têm de se render a nós".

Esse plano de batalha é evidentemente muito perigoso. Por isso, os estrategistas chineses estão preparados para dois cenários: (1) Um bem-sucedido ataque surpresa aos EUA, com poucas perdas para a China; (2) retaliação nuclear total pelos Estados Unidos, que mataria 650 milhões de chineses. Diante desse quadro, explicou o General Chi, os líderes chineses têm de ser destemidos. "Na história da China, na troca de dinastias, o cruel sempre ganhou e o benevolente sempre fracassou". Não se deve deixar-se deter pelos custos humanos. A guerra moderna é guerra de destruição em massa. Envolve o assassinato em massa de seres humanos. "Talvez possamos colocar da seguinte forma", explicou o General Chi: "Morte é o motor que faz a história se mover. Durante o período dos Três Reinos, quantas pessoas morreram? Quando Genghis Kahn conquistou a Eurásia, quantas pessoas morreram? Quando Manchu invadiu o interior da China, quantas pessoas morreram?" Chi então admitiu: "É realmente uma brutalidade matar uma ou duas centenas de milhões de americanos. Mas esse é o único caminho que garantirá o século chinês, um século em que o Partido Comunista Chinês (PCC) dominará o mundo. Nós, os humanitários revolucionários, não queremos mortes. Mas se a história nos confrontar com uma escolha entre a morte de chineses e de americanos, teremos de escolhar a segunda... Isso, afinal, porque somos chineses e membros do PCC..."

O esboço da estratégia militar chinesa é claro. Eles estão construindo uma grande força naval, com muitos navios mercantes, porque pretendem controlar o Oceano Pacífico e transportar milhões de colonizadores para a costa de um América do Norte despopulada. As armas biológicas para "limpar" os EUA já foram construídas. A destruição do sistema de advertência antecipada dos EUA e a decapitação do governo americano podem ser atingidas por meio de ataques "terroristas" (ou seja, utilizando-se de forças especiais militares). Há também uma dimensão econômica para o plano de ataque. Primeiro, fazer tudo o que for possível para acelerar a ruína financeira dos EUA (para essa finalidade, os americanos deram sua própria contribuição especial). Segundo, a insolvência do governo americano naturalmente gera o desarmamento estratégico espontâneo das forças armadas americanas; terceiro, a utilização da ameaça do terrorismo árabe como diversionismo para que os americanos reajam contra os países errados quando forem atacados com armas biológicas; e, quarto, dar cabo dos americanos quando eles estiverem indefesos e desorientados.

Uma vez que a China tenha vacinado seus próprios soldados, o ataque biológico pode ter início. O plano apresenta muitos riscos e o americano médio iria imediatamente negar a existência de um plano como esses por considerá-lo uma insanidade. Mas, deveríamos todos nos lembrar da insanidade de Hitler que tentou exterminar os judeus da Europa. É dificil acreditar que alguém exterminaria pessoas tão inofensivas. Todavia, foi isso exatamente o que aconteceu. Os nazistas construíram seu edifício sobre o mito da maldade dos judeus. Isso serviu como justificativa. Os nazistas meramente projetaram sua própria maldade nas suas pretendidas vítimas. Hoje em dia, os agentes do comunismo construíram sua própria justificativa para o extermínio dos EUA. Os russos e chineses, em conjunto com seus aliados no Terceiro Mundo, apresentaram cuidadosamente sua posição. Todos já ouvimos a propaganda anti-americana. Está por todo lado. De acordo com ela, os americanos são agressores imperialistas. Os americanos estão matando milhões de pessoas. Os americanos estão roubando os recursos do mundo. Os americanos são a causa do aquecimento global. O próprio planeta está condenado, a não ser que os americanos sejam erradicados.

Aí encontramos uma variação do tema de Hitler. Ao invés de culpar os judeus, ela culpa os americanos (e seus aliados sionistas). Ao invés de câmaras de gás e fornos, os perpetradores usarão armas nucleares e biológicas. Ao invés de saquear uma comunidade minoritária no meio da Europa, um continente inteiro será saqueado. O plano de guerra visa a pilhagem na forma de prédios vazios, infra-estrutura, máquinas e propriedades de terra. Com essa pilhagem vem a dominação global.

Termino esta coluna com um último pensamento, fornecido pelo Wall Street Journal de 7 de março. Em uma coluna intitulada "A Mística Militar da China", lemos sobre o "orçamento de defesa aumentando rapidamente" na China. A administração Bush quer uma explicação. Por que a China está construindo tantos navios, armas e aviões? Todos presumem que a China está se aparelhando para atacar Taiwan. "Mas os avanços militares da China não se referem somente a um ataque a Taiwan", diz o Journal. Tendo nos atormentado com uma breve intrigante notícia sobre álgebra geopolítica, o Journal ficou mudo quanto às armas anti-satélite da China. A mente dos americanos tem ainda de se convencer quanto a um ataque genocida com armas de destruição em massa. Assistimos enquanto os chineses se preparam para nos massacrar. Piscamos e desviamos o olhar.



J.R. Nyquist, é colunista, editor e um renomado expert em geopolítica e relações internacionais. Jeffery Nyquist é formado em sociologia política pela Universidade da Califórnia, é também o autor do livro “Origins of the Fourth World War”. Tem também vários artigos de sua autoria publicados em web sites tais como: sierratimes.com, worldnetdaily.com, financialsense.com, e newsmax.com. Nyquist defende o ponto de vista que a queda da União Soviética foi uma ação premeditada para incentivar o ocidente a se desarmar, e que os comunistas estão no controle até hoje. Este ponto de vista foi primeiramente exposto pelo desertor soviético, Anatoly Golitsyn, em seu livro “New Lies For Old: The Communist Strategy of Deception and Disinformation”. J.R. Nyquist mantém também o site JRNyquist.com



Publicado no site “FINANCIAL SENSE”.
Sexta-feira, 09 de março de 2007.


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2 comments:

Anonymous said...

Só escapa a Marinha
'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''Eliane Catanhêde

BRASÍLIA - A Aeronáutica já estava no olho do furacão com a revolta dos sargentos controladores de vôo e os fortes ventos do Planalto sobre a hierarquia. Agora é a vez do Exército entrar num terremoto, com o governador Sérgio Cabral pedindo tropas para o policiamento do Rio. Só falta a Marinha mergulhar num maremoto.

Desde a redemocratização, lá se vão mais de 20 anos, poucas vezes as Forças Armadas ficaram tanto tempo no ar nas manchetes e poucas vezes, ou talvez nenhuma, o presidente foi obrigado a convocar os três comandantes militares em questão de dias, como agora.

Apesar das declarações contidas e respeitosas à autoridade civil, como só pode acontecer, o fato é que o tom e o jeito de oficiais se referirem ao governo Lula está mudando. É até possível dizer que já mudou.

Oficiais da Aeronáutica insistem em dizer que o episódio da negociação de Lula com os controladores já está superado, mas há seqüelas.

Oficiais do Exército também insistem em dizer que qualquer coisa que Lula e Sérgio Cabral acertarem dentro do previsto na Constituição será acatado para o Rio, mas há desconforto.

E o pior é que a crise na Aeronáutica está longe de encerrada, e o envolvimento do Exército no combate à violência no Rio está apenas começando. Muitas emoções e muitas manchetes ainda virão pela frente.

Por enquanto, os controladores estão cumprindo horário e estão com suas tarefas em dia, mas a guerra entre eles e a FAB continua séria. Bastou o comandante Saito afiançar no Congresso que o sistema de controle aéreo é um dos melhores do mundo para que uma chuva de "denúncias" e registros de incidentes começasse a cair sobre as redações. A guerra sai dos aeroportos para as páginas. E a guerra do Rio pode chegar aos quartéis e esquentar as ruas.

Mas, se o comandante-em-chefe está "tranquilis", então reina a paz.

Anonymous said...

Transformemos a adversidade em aliada. Se ao deflagrar uma greve os controlodores foram egoístas, pensando só neles, aproveitemos este momento e o transformemos em benefício para todos. Não apenas eles, os controladores, vivem penalizados com este baixo soldo, mas todos os militares.

Manifestem-se! Participem! Retomemos a luta! A maioria está na reserva... somem-se as guerreiras da UNEMFA!

GRANDE MARCHA EM DEFESA DA INSTALAÇÃO DA CPI DO APAGÃO AÉREO E VALORIZAÇÃO DOS MILITARES DAS FFAA BRAS

Objetivo: Entregar aos Presidentes da Câmara e Senado nossas reivindicações.
RESERVAER
Data: 18 de abril de 2007
Horário da concentração: A partir das 14:00 horas em frente a Catedral da Esplanada dos Ministérios.
16:00 horas - Marcha em direção ao Congresso Nacional .

 
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