Tuesday, May 01, 2007

O "espectro" que domina o povo brasileiro.


































O HEGEMONISMO DA BESTA TRIUNFANTE
por Augusto de Franco

Formou-se a mais poderosa coalizão de forças de nossa história recente em apoio ao governo corrupto de Lula da Silva. O arco de alianças vai desde uma organização política clandestina disfarçada de movimento social (o MST), passando pelas centrais sindicais (agora anexadas como aparelhos do Estado e financiadas com dinheiro público), por organizações totalmente degeneradas que remanesceram da época da luta revolucionária contra o regime militar, até chegar à grande maioria dos partidos (inclusive o PV de Gabeira – vejam só! – faz parte da base do governo...).

Existem evidências importantes de que parte desse tenebroso ajuntamento tem raízes no crime organizado. E começam a surgir sinais preocupantes da existência de ramificações do submundo do crime no judiciário, no legislativo e em vários governos.

E tudo isso conta com o apoio de parte significativa do empresariado, em todos os setores da atividade produtiva, mas, em especial, nos bancos.

Também não são desprezíveis os contingentes de articuladores e analistas políticos que estão passando para o lado do governo. Alguns de forma explícita: o caso inaugural foi o de Ciro, mas – como a caçamba seguindo a corda – veio também o vira-casaca Mangabeira; até o Padilha – campeão das articulações congressuais no governo FHC – passou-se de armas e bagagens para o lado do vencedor. Outros, de modo tácito, trabalham para sustentar o governo "do lado de lá", como é o caso do Aécio (e, agora, ao que tudo indica, do próprio Tasso). Gente de mídia também anda doida para sentar no colo de Lula a partir dos empregos e outras prebendas que serão fornecidos pela TV estatal do "comissário" Franklin Martins.

Sobrou pouca coisa fora dessa formidável articulação de forças regressivas: uma parte da imprensa, uma parte dos partidos ditos de oposição e um contingente considerável, porém difuso, de cidadãos indignados com o processo de perversão da política e de degeneração das instituições em curso no país a partir de 2003.

Ora, ninguém monta uma estrutura desse porte – pagando o preço que tiveram que pagar quando vieram à tona os escândalos Waldomiro-Dirceu, Mensalão-Valerioduto, Palocci-Casa dos Prazeres, Falso Dossiê– Entourage de Lula – para abandonar o poder. Sim, eles não pretendem sair do poder em 2010. E não vão mesmo, a menos que façamos alguma coisa. Nós, quem?

Não é incrível que pessoas tão inteligentes, que dedicaram uma vida inteira à função pública ou à prática da política, não estejam vendo isso? Como se explica essa miopia pandêmica?

As explicações podem ser várias, mas do ponto de vista político existe uma que é central: a traição da oposição aos votos recebidos nas urnas de 2002 e 2006. Sem quem trave o combate político quotidiano, sem quem interprete e decodifique os atos do governo e do demagogo neopopulista que o chefia, sem quem defenda a democracia brasileira e as instituições republicanas da sanha lulopetista pelo controle do Estado e da sociedade, não há como fazer frente, nem no curto nem no médio prazo, ao hegemonismo da besta triunfante.



Augusto de Franco é Coordenador-Geral da AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento, é autor de mais de 12 livros. Além de Coordenador Geral da AED é também Diretor Presidente da ARCA – Sociedade do Conhecimento. Augusto de Franco é professor convidado da Fundação Dom Cabral na área de responsabilidade corporativa, sustentabilidade empresarial e gestão de stakeholders, articulista do jornal Folha de São Paulo, conferencista, consultor senior de governos estaduais e municipais, empresas e organizações internacionais e professor de vários MBA nas áreas de terceiro setor e desenvolvimento local.
Site do autor: democracia.org.br.



Publicado no site DIEGOCASAGRANDE.COM.BR.
Terça-feira, 01 de maio de 2007.


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