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"ÉTICA": Afinal o que é isto?
"A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”."Em outras palavras, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade..."
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;
2. Ética é permanente, moral é temporal;
3. Ética é universal, moral é cultural;
4. Ética é regra, moral é conduta da regra;
5. Ética é teoria, moral é prática.
Ética é sempre uma boa batalha
por Ana Maria Tahan
Ministro das Relações Institucionais, o gaúcho Tarso Genro transformou-se em pitbull do governo Lula e em demolidor de pontes para futuras negociações políticas. Pior, assumiu-se como coveiro de um dos alicerces que sustentam a convivência democrática. ''O eleitorado está exaurido do debate ético'', sentenciou, domingo passado, numa desastrada tentativa de socorrer o chefe-candidato de críticas da oposição.
No Aurélio, sempre ele, o verbete ética leva a apenas uma tradução: estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. Em resumo, o que é ético é bom. Tudo que é do mal é antiético.
Aos fatos. Se o que o ministro diz reproduz o pensamento do presidente, é de Lula a tese de que o povo está cansado do bem e só quer saber do mal? Impossível acreditar na premissa. É o que o ministro acha? Contradiz a sua história pessoal e pública. Então, ao formular a teoria audaciosa, quem Tarso traduzia? Quem decidiu que o brasileiro não quer mais ouvir ou debater ética? É bom nominar sempre, em vez de recorrer a generalidades para encobrir autorias inconvenientes.
O país não está cansado do tema, nem da discussão, nem da defesa da saudável conduta ética, na política ou na vida. O povo quer - mais que isso, exige - soluções para os casos político-policiais, sim. O enfado, se existe, decorre da impunidade que acoberta quem viola a lei, atropela a ordem, corrompe, rouba, usurpa bens públicos.
Waldomiro Diniz vive livre e lépido pelas ruas. Vampiros vêem o sol nascer em horizontes sem grades. Mensaleiros e sanguessugas circulam por aí sem rugas na testa, e alguns até se reelegeram. Processados por má administração (para dizer o mínimo), como o reeleito deputado paraense Jader Barbalho, podem até sonhar com a presidência da Câmara num eventual (e quase certo) segundo mandato do presidente Lula.
Há casos de polícia em excesso a resolver, inquéritos demais em gestação, inúmeras investigações a completar. O dinheiro do dossiê forjado pela máfia dos sanguessugas contra os tucanos ainda espera pela revelação do proprietário daquela montanha que soma R$ 1,75 milhão. De onde vieram as cédulas? Quem do PT deu a ordem para a operação de compra?
O povo quer, exige, cobra respostas. Anda desiludido pela falta delas. Não tem nada a ver com o debate ético. É bom repetir: está enfadado de casos político-policiais. Especialmente aqueles executados por integrantes (pelo menos é o que apontam as apurações) do Executivo ou do Legislativo. Está transbordando de queixas pela falta de rapidez do Judiciário. Irrita-se com a impunidade epidêmica.
O brasileiro não merece ser chamado de cúmplice ou conivente com a bandalheira, mesmo que tenha reconduzido chupadores de sangue e adeptos da mesada planaltina ao Congresso. A maioria, comprovam as pesquisas eleitorais, aposta as fichas no segundo mandato do presidente Lula por acreditar que ele dará fim à bandalheira, será um fiscal da ética nos próximos quatro anos, mais rigoroso e cruel com os criminosos do que foi no atual mandato. O mesmo raciocínio vale para os quase 40% que declaram a intenção de votar no tucano Geraldo Alckmin. Eles também estão sedentos de Justiça, famintos por um governo em que a defesa do bem esteja acima de tudo e os infratores não serão nunca perdoados. Serão punidos com o rigor das leis.
O Brasil jamais estará exaurido do debate ético porque o brasileiro é um cidadão do bem.
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”."Em outras palavras, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade..."
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:
1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;
2. Ética é permanente, moral é temporal;
3. Ética é universal, moral é cultural;
4. Ética é regra, moral é conduta da regra;
5. Ética é teoria, moral é prática.
Ética é sempre uma boa batalha
por Ana Maria Tahan
Ministro das Relações Institucionais, o gaúcho Tarso Genro transformou-se em pitbull do governo Lula e em demolidor de pontes para futuras negociações políticas. Pior, assumiu-se como coveiro de um dos alicerces que sustentam a convivência democrática. ''O eleitorado está exaurido do debate ético'', sentenciou, domingo passado, numa desastrada tentativa de socorrer o chefe-candidato de críticas da oposição.
No Aurélio, sempre ele, o verbete ética leva a apenas uma tradução: estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. Em resumo, o que é ético é bom. Tudo que é do mal é antiético.
Aos fatos. Se o que o ministro diz reproduz o pensamento do presidente, é de Lula a tese de que o povo está cansado do bem e só quer saber do mal? Impossível acreditar na premissa. É o que o ministro acha? Contradiz a sua história pessoal e pública. Então, ao formular a teoria audaciosa, quem Tarso traduzia? Quem decidiu que o brasileiro não quer mais ouvir ou debater ética? É bom nominar sempre, em vez de recorrer a generalidades para encobrir autorias inconvenientes.
O país não está cansado do tema, nem da discussão, nem da defesa da saudável conduta ética, na política ou na vida. O povo quer - mais que isso, exige - soluções para os casos político-policiais, sim. O enfado, se existe, decorre da impunidade que acoberta quem viola a lei, atropela a ordem, corrompe, rouba, usurpa bens públicos.
Waldomiro Diniz vive livre e lépido pelas ruas. Vampiros vêem o sol nascer em horizontes sem grades. Mensaleiros e sanguessugas circulam por aí sem rugas na testa, e alguns até se reelegeram. Processados por má administração (para dizer o mínimo), como o reeleito deputado paraense Jader Barbalho, podem até sonhar com a presidência da Câmara num eventual (e quase certo) segundo mandato do presidente Lula.
Há casos de polícia em excesso a resolver, inquéritos demais em gestação, inúmeras investigações a completar. O dinheiro do dossiê forjado pela máfia dos sanguessugas contra os tucanos ainda espera pela revelação do proprietário daquela montanha que soma R$ 1,75 milhão. De onde vieram as cédulas? Quem do PT deu a ordem para a operação de compra?
O povo quer, exige, cobra respostas. Anda desiludido pela falta delas. Não tem nada a ver com o debate ético. É bom repetir: está enfadado de casos político-policiais. Especialmente aqueles executados por integrantes (pelo menos é o que apontam as apurações) do Executivo ou do Legislativo. Está transbordando de queixas pela falta de rapidez do Judiciário. Irrita-se com a impunidade epidêmica.
O brasileiro não merece ser chamado de cúmplice ou conivente com a bandalheira, mesmo que tenha reconduzido chupadores de sangue e adeptos da mesada planaltina ao Congresso. A maioria, comprovam as pesquisas eleitorais, aposta as fichas no segundo mandato do presidente Lula por acreditar que ele dará fim à bandalheira, será um fiscal da ética nos próximos quatro anos, mais rigoroso e cruel com os criminosos do que foi no atual mandato. O mesmo raciocínio vale para os quase 40% que declaram a intenção de votar no tucano Geraldo Alckmin. Eles também estão sedentos de Justiça, famintos por um governo em que a defesa do bem esteja acima de tudo e os infratores não serão nunca perdoados. Serão punidos com o rigor das leis.
O Brasil jamais estará exaurido do debate ético porque o brasileiro é um cidadão do bem.
Ana Maria Tahan, paulista, formada em comunicação pela USP, conta com passagens pelo jornal
"O Estado de São Paulo", Revista "Época", bem como diversos trabalhos na área jornalística das redes de TVs: Cultura, Record, Gazeta e CNT, atualmente é editora-chefe do "Jornal do Brasil".
Publicado no "Jornal do Brasil".
Sábado, 21 de outubro de 2006.
http://bootlead.blogspot.com
Ética
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