em sua última “viagem”.
A CHAVE(Z) INTERPRETATIVA
por Augusto de Franco
A Venezuela e seus satélites Bolívia, Equador e Nicarágua são um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas.
Repito o que venho dizendo. Na América Latina estão em curso no momento dois projetos autoritários. As “protoditaduras” de Chávez e seus aliados ou pupilos Evo, Correa e Ortega e as “manipuladoras” de Lula e Kirchner. Em essência, o projeto é o mesmo: parasitar a democracia por meio de um populismo (ou de um neopopulismo) autocratizante. A diferença entre os dois projetos fica por conta das diferenças de complexidade das sociedades em que se aplicam: na Venezuela, na Bolívia, no Equador ou na Nicarágua, estão sendo feitas algumas coisas que não são possíveis no Brasil e na Argentina. Por isso que, nesses dois últimos países, não há propriamente “protoditadura” e sim “manipuladura”: a manipulação é a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil e da Argentina. Mas as iniciativas são semelhantes: controle da imprensa (sob o eufemismo da ‘democratização dos meios de comunicação’), degeneração das instituições, aparelhamento do governo e das empresas estatais, banditismo (e corrupção) de Estado et cetera.
A chave interpretativa é a seguinte. Aplicar um termo de conversão calculado mais ou menos assim: complexidade da sociedade brasileira (ou Argentina) / complexidade da sociedade venezuelana (ou boliviana, ou equatoriana ou nicaragüense).
Foi aplicando esse redutor que descobrimos que Lula é o Chávez possível nas condições do Brasil (e que Chávez é o Lula possível nas condições da Venezuela).
Adotado tal critério, não tem erro: tudo (ou quase tudo) o que observamos na Venezuela é o que Lula, o PT e a CUT gostariam de fazer no Brasil (mas, em grande parte, não podem - ou ainda não podem).
Por isso que acompanhar o noticiário sobre a Venezuela (e também sobre a Bolívia, o Equador e a Nicarágua) é tão instrutivo.
No entanto, no Brasil, quanto mais os neopopulistas vão pervertendo a política e degenerando as instituições - e quanto mais os líderes oposicionistas vão aderindo ao governo (com medo de prejudicar suas carreiras se contrariarem o homem dos 60 milhões de votos) - mais possível se torna a concretização das pulsões autoritárias do chefe Lula e de seus seguidores.
Olhaí a TV Estatal do Comissário Franklin, que será igualzinha - aplicado o redutor - às TVs Estatais do Comandante Chávez.
O que Chávez tem de ditador, Lula tem de manipulador: são, ambas, tendências autoritárias; mas, como observei acima, a manipulação é a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil.
Aqui está a chave para desvendar o Brasil da 'Era Lula'!
Vamos experimentar o método de interpretação usando apenas notícias divulgadas pela imprensa nos últimos dez dias.
DEGENERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES
Vamos lá. O código é o seguinte: a Venezuela (e a Bolívia e o Equador e a Nicarágua) é um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas. Aplique-se o "redutor" ou o "fator de conversão" calculado pela razão entre a complexidade da sociedade brasileira e a complexidade daquelas outras sociedades, conforme o caso. Já no caso da Argentina, não há necessidade de aplicar o fator de conversão: trata-se do mesmo fenômeno brasileiro em que o chefe não é exatamente um ditador e sim (como Lula) um grande manipulador.
Vamos começar com uma denúncia importante: o poder judiciário boliviano acusando Morales de tentativa de intimidação. “A Corte Suprema de Justiça, o Conselho da Magistratura e o Tribunal Agrário da Bolívia emitiram um comunicado público ontem em que denunciam o governo do presidente Evo Morales de “tentar amedrontar e defenestrar” o Poder Judiciário local. Essa foi a resposta ao anúncio pelo governo de que denunciará os membros do Tribunal Constitucional à ONU e à Organização dos Estados Americanos” (Folha de São Paulo: 18/05/07).
Ora, é a mesma coisa do que fizeram Chávez e, depois, Correa, não? Lula e Kirchner não podem fazer isso no Brasil e na Argentina.
“DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO”
Vejamos agora uma outra notícia (que se confirmou). Usando o mesmo método, podemos inaugurar um infalível “Observatório da Democracia”: basta verificar o que acontece nos demais populismos autoritários da América Latina e do Caribe, para adivinhar o que pensam Lula e os petistas, mas (ainda) não podem fazer aqui no Brasil. Temos um "fator de conversão" para comparar as duas tendências autoritárias: a protoditadura de Chávez (e Evo, e Correia, e Ortega) e a "manipuladura" de Lula (e Kirchner).
“A criação de uma emissora financiada pelo Estado para substituir a Rádio Caracas Televisão (RCTV), particular, na Venezuela faz parte de um projeto para “socializar o espectro de radiodifusão” e construir “novos valores” na sociedade, anunciaram ontem o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e o ministro das Telecomunicações, Jesse Chacón. Durante a entrevista, Chacón explicou que a recusa em renovar a concessão está relacionada com um projeto do governo para reformar os serviços de informação e entretenimento, do qual faz parte a criação da Televisão Venezuelana Social (Teves). “Foi uma decisão técnica: o espectro ocupado hoje pela RCTV é o que tem melhor sinal e precisávamos dele para seguir com nossos planos nessa área”, disse o ministro. O governo diz que a Teves será uma emissora de “serviço público” independente, mas, ao menos num primeiro momento, 100% dos seus aportes financeiros - cerca de US$ 4 milhões - virão do Estado. Cinco dos sete membros da direção da rede, que em 2007 cobrirá 60% do território nacional, também serão apontados pelo Executivo” (O Estado de São Paulo: 19/05/07).
APARELHAMENTO DO GOVERNO E DAS EMPRESAS ESTATAIS
Eles aparelham lá, mais do que aparelhamos aqui. Mas a essência é a mesma. E aplicado o conversor "CHÁVEZ É A CHAVE", trata-se, rigorosamente, da mesma coisa.
“Uso político fragiliza e sucateia PDVSA: 'Não é mistério que a base da popularidade do presidente Hugo Chávez são os projetos sociais patrocinados com o lucro do setor petrolífero', disse ao Estado Maxim Ross, consultor econômico em Caracas. 'Muito mais difícil de explicar é por que o governo tem cometido tantos erros elementares na gestão desse segmento da economia e administrado a PDVSA como se fosse um clube para parentes e amigos.' De acordo com o governo venezuelano, os aportes sociais da PDVSA cresceram cerca de 90% em 2006, chegando a US$ 13,3 bilhões. Isso é mais do que a empresa investiu no mesmo ano na produção de petróleo. Por causa desse aumento, o lucro da estatal caiu 26% em 2006, passando de US$ 6,5 bilhões para US$ 4,8 bilhões - isso num período no qual o preço do petróleo foi recorde. Executivos com larga experiência foram dispensados da PDVSA por serem considerados inimigos do país e os funcionários que os substituíram não têm know how suficiente para permitir à empresa assumir todas as atividades que passarão para sua responsabilidade com a assinatura dos contratos de nacionalização” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
COMPRA DE APOIO EMPRESARIAL EM TROCA DE FAVORECIMENTOS E CORRUPÇÃO DE ESTADO
Lula também andou fazendo por aqui uma organização de empresários lulistas. Não sei bem se era através do Instituto Cidadania ou - salvo engano - de uma entidade chamada Civis, ou das duas coisas. Parece que o tal Oded esteve envolvido nisso. Sei que o Ethos é dirigido por um petista (ou ex-petista). Lá, Chávez teve a cara de pau de criar uma "Confederação dos Empresários Socialistas da Venezuela". De qualquer modo, aplicado aquele "redutor", trata-se, em essência, do mesmo tipo de iniciativa. convençam-se: 'Chávez é a chave': a Venezuela é um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas.
“'Empresários socialistas' instituem confederação. [Os empresários estão sendo recrutados por meio da Conseven] – Confederação dos Empresários Socialistas da Venezuela –, organização que diz reunir 400 mil pequenos e grandes empresários e é a grande arma do governo no meio empresarial. [Segundo] o analista político Victor Maldonado, diretor da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Caracas, “trata-se de um grupo de oportunistas interessado em ficar próximo ao governo para ter preferência nas concessões e negócios do Estado e recebe apoio porque a nova aposta de Chávez é fomentar organizações para que se contraponham ao poder dos grupos tradicionais de empresários, resistentes à concentração de poderes por parte do presidente. Diretor da Conseven e um dos seus fundadores, o empresário Alejandro Uzcátegui nega as acusações, mas não esconde a estreita relação com o governo. “Há confiança. Eu ligo para os ministros quando preciso e nos reunimos no dia seguinte”, disse Uzcátegui ao Estado. Ele garante que hoje os empresários socialistas formam “um exército” espalhado por todo o país, pronto para reagir a eventuais ofensivas da oposição, como a greve geral com a qual se tentou desestabilizar o governo Chávez em 2002. “Todos temos nosso uniforme verde-oliva no armário e pegaríamos em armas para defender a revolução e o presidente”, diz. A Conseven foi formada a partir de todas as organizações que se proclamavam “bolivarianas” antes de Chávez abandonar sua doutrina original e anunciar sua intenção de instalar na Venezuela o que chama de “socialismo do século 21”, além de empresários recém-convertidos. Por enquanto, ser um empresário socialista, na definição da Conseven, consiste teoricamente em apoiar projetos sociais, cumprir com todos os compromissos legais em relação a seus trabalhadores, ser “generoso” na concessão de benefícios sociais e dar algum poder (não estipulado) para os empregados tomarem decisões na empresa. Para a oposição, basicamente é ser chavista e ajudar o governo a bater de frente com organizações como a poderosa Fedecâmaras, reduto do antichavismo, em troca de contratos de licitações. Se for preciso acrescentar no nome da sua empresa o adjetivo socialista para assinar um contrato de milhões de dólares de prestação de serviços com a estatal petrolífera PDVSA, dizem tais críticos, há milhares de capitalistas dispostos a ler Marx” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
FALSIFICAÇÃO DA ROTATIVIDADE DEMOCRÁTICA PARA SE DELONGAR NO PODER
Como disse na introdução deste artigo, existem dois projetos autoritários em curso na América Latina: a 'protoditadura' de Chávez, Evo, Correa e Ortega e a 'manipuladura' de Lula e Kirchner. Lula e Kirchner não conseguem fazer, no Brasil e na Argentina, o que Chávez e seus pupilos fazem nos países deles. Bem que gostariam! A "culpa" é do grau muito maior de complexidade das sociedades governadas pelos primeiros. As 'manipuladuras' de Lula e Kirchner representam a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil e da Argentina. Chávez já anunciou que ficará no poder, no mínimo, até 2025. Agora é o “casal Kirchner” que pretende ficar no poder até 2015.
“'Um casal ambicioso que sabe o que quer.' A definição é de Olga Wornat, autora da biografia não-autorizada 'Reina Cristina' (Rainha Cristina), sobre a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner. Segundo ela, Cristina e Néstor Kirchner agem em conjunto na tentativa de ficar no poder o máximo de tempo possível. Desta forma, há dois anos surgiu o plano, entre o grupo mais íntimo de assessores da Casa Rosada, de alterná-los no poder ao longo dos dez anos seguintes. A idéia ganhou força ao longo de 2005. Em outubro daquele ano, Cristina, nascida na Província de Buenos Aires, mas com carreira política em Santa Cruz, mudou de cenário e eleitores. O casal concluiu que era hora de tomar de assalto a província natal de Cristina, que desde 1991 era o feudo do casal Eduardo e Hilda de Duhalde. Nas eleições parlamentares, Cristina bateu Hilda e foi eleita senadora. Em meados de 2006, Kirchner disse: 'O próximo presidente será um pingüim ou uma pingüim-fêmea.' Ele fazia alusão a seu apelido, 'Pingüim'. No início deste mês, o respeitado colunista político Joaquín Morales Solá, de 'La Nación', afirmou - citando como fontes dois ministros - que o presidente já decidiu que sua mulher será a candidata, já que ele enfrenta várias crises (como conflitos sindicais e escândalos de corrupção). A idéia, dizem analistas, é que Cristina seja eleita em outubro e fique no poder até 2011. Nesse ano, Kirchner seria novamente candidato. Desta forma, a intenção do casal é governar até 2015” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
HIPERPRESIDENCIALISMO AUTORITÁRIO E MANIPULADOR
O método aqui revela as semelhanças entre as “manipuladuras” de Lula e Kirchner. Vejam só.
“O presidente argentino, Néstor Kirchner, completa esta semana quatro anos no poder consolidando um estilo de governo insólito, contraditório e, acima de tudo, bem-sucedido. 'Se precisasse definir em uma palavra sua gestão, esta seria a de 'hiperpresidencialismo', já que na área política foi o presidente constitucional que, desde 1983, acumulou mais poder para o Executivo em detrimento do Judiciário e do Legislativo', disse ao Estado o analista político Rosendo Fraga, presidente do centro de estudos Nova Maioria. 'Além disso, os governadores estão totalmente subordinados.' Desde a posse, Kirchner cultivou a imagem de progressista: defendeu os direitos humanos, a condenação dos militares da ditadura (1976-83) e a aprovação do aborto, além de impor limites à Igreja Católica. Mas, ao mesmo tempo, pressionou a mídia como nenhum outro presidente civil e interferiu no Judiciário. Com o passar do tempo, ficou claro o modus operandi de Kirchner, o denominado 'Estilo K': bater primeiro para depois conversar. Ele se desfez rapidamente de Duhalde, encolhendo o poder de seu poderoso padrinho. Além disso, arrasou o poder residual de seu rival, Menem, e desarticulou a oposição, cooptando diversas lideranças. No plano econômico, Kirchner adotou um peculiar coquetel de políticas que misturam neokeynesianismo e assistencialismo populista com medidas neoliberais, um superávit fiscal nunca antes visto na Argentina e um acúmulo recorde de reservas no BC... José Ignacio García Hamilton, um dos mais respeitados historiadores da Argentina, afirma que Néstor Kirchner mantém a tradição peronista de clientelismo e concentração de poder. Depois de Perón, Kirchner é o presidente civil mais autoritário: intrometeu-se na Justiça, ameaçou jornalistas e estimulou a força de choque simpatizante - os piqueteiros - a manifestar-se contra empresas como a Shell e líderes sociais. Ele diz que é de esquerda. Mas o nacionalismo e as manifestações de massa são expressões da direita, praticadas pelo fascismo e o nazismo. Kirchner é um pragmático com tendência ao poder hegemônico e ao 'capitalismo de amigos', no qual a proximidade com o governante gera mais lucros que a competência empresarial. É um aliado circunstancial de Hugo Chávez, já que (o venezuelano) está comprando títulos da dívida argentina, ou seja, financia o governo Kirchner. Kirchner é muito individualista ou narcisista para ser chavista. Mas estar perto de Chávez agrada ao eleitorado que aprecia o populismo nacionalista” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
DE NOVO A “DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO”
Vejam como o método deste “Observatório da Democracia” não falha! Agora é o Equador de Correa que quer democratizar os meios de comunicação (eufemismo para controle estatal-partidário da imprensa). "Durante a Constituinte - que será eleita em setembro - o governo vai promover debates sobre o monopólio dos meios de comunicação e mecanismos para regular a imprensa", dizem as agências de notícias AP, AFP e EFE. Você já viu esse filme? Você já ouviu essa conversa? Diga, aonde? Correa, seguidor de Chávez, é o lulinha do Equador. Lá ele pode fazer o que o lulão não pode fazer aqui. É só aplicar o 'fator de conversão' ou a 'chave Chávez' para desvendar tudo.
“O governo do Equador anunciou ontem que vai submeter à Assembléia Constituinte a discussão sobre limites da liberdade de expressão e os termos da Declaração de Chapultepec. O documento, assinado no México em 1994, contém dez princípios considerados fundamentais para a imprensa livre cumprir seu papel numa democracia. Segundo a secretária de Comunicação do país, Mónica Chuji, o presidente Rafael Correa está hesitando em assinar a declaração. 'O presidente ainda precisa analisar o conteúdo do documento', disse Mónica. 'Esse é um tema interessante para ser discutido na Assembléia Constituinte.' Mónica também afirmou que durante a Constituinte - que será eleita em setembro - o governo vai promover debates sobre o monopólio dos meios de comunicação e mecanismos para regular a imprensa. 'Não é certo que apenas uma pessoa seja proprietária de 20 emissoras de rádio e 3 canais de TV quando muitos setores têm interesse no acesso a esses espaços. Isso deve ser regulamentado', disse Mónica, que aproveitou para anunciar que o governo socialista de Correa também pretende acabar com a 'exploração trabalhista' dos comunicadores, que 'ganham pouco e são maltratados'. Nas últimas semanas, as relações entre o governo equatoriano e a imprensa do país estão estremecidas. No sábado, o presidente ordenou a retirada do editorialista do jornal El Universo, Emilio Palacio, do palácio do governo por ter interrompido Correa em meio a um debate sobre liberdade de expressão. Há duas semanas, Correa processou o diretor-presidente do jornal La Hora, Francisco Vivanco, por um editorial que dizia que o presidente governa com 'tumultos, pedras e paus'. Correa disse que retiraria o processo se Vivanco se retratasse, mas ele se recusou a pedir desculpas pelo que foi publicado. Se for condenado, Vivanco pode ficar de 6 meses a 2 anos na prisão” (O Estado de São Paulo: 22/05/07).
AINDA SOBRE O CONTROLE DA IMPRENSA
É batata. O método não falha mesmo. A Portaria lulista é o equivalente – aplicada a 'Chave Chávez' – da Lei Resorte bolivariana. Sobre isso, no seu Podcast da semana passada, Digo Mainardi disse o seguinte:
"Falta uma semana. No dia 28 de maio, a emissora venezuelana RCTV será retirada do ar. Hugo Chávez mandou cassar sua concessão. Sabe como isso aconteceu? Sabe qual foi o expediente legal usado pelo general Alcazar venezuelano? Eu explico. De acordo com os chavistas, a RCTV violou 652 vezes a Lei Resorte. A Lei Resorte é aquela que estabelece a classificação por faixas etárias dos programas de TV. Sim: exatamente igual à classificação indicativa lulista. Você não é obrigado a acreditar em mim. Você pode achar que meu antilulismo está ofuscando minha mente. Então deixe de ser vagabundo e procure na internet o texto integral da Lei Resorte. Depois, compare-a ao Manual da Nova Classificação Indicativa preparado pelo ministério da Justiça lulista. Um é cópia do outro. Quem copiou quem? O lulismo copiou o chavismo. Os termos usados pelos dois são os mesmos: “a TV deve promover a justiça social, contribuir para a formação da cidadania, da paz, dos direitos humanos, da cultura, da democracia, da igualdade entre os sexos, da amizade entre os povos, da tolerância entre os grupos étnicos...” A classificação chavista regulamenta o uso da linguagem, do sexo e da violência na TV, fixando os horários em que os programas poderão ser exibidos, segundo os “princípios constitucionais para a proteção das crianças e dos adolescentes”. A classificação lulista se fundamenta nas arbitrariedades do Estatuto da Criança e do Adolescente. A RCTV é acusada pelo chavismo de ter veiculado publicidade pornográfica em horário impróprio para as crianças. O lulismo acaba de abrir uma brecha legal para recorrer ao mesmo instrumento de censura".
INAUGURAÇÃO DE TVS ESTATAIS
O "redutor" (ou fator de conversão 'Chávez é a Chave') às vezes se traduz matematicamente: no caso, basta dividir por dois.
"No ar - TV da ALBA operará a partir de 2 de junho. O governo venezuelano divulgou ontem o início das operações de mais um veículo de comunicação estatal, em meio à expectativa gerada no país em torno do fim da emissora oposicionista RCTV, que deixará de transmitir a partir do próximo domingo. A Televisora Comunitária Internacional Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América) iniciará suas primeiras transmissões em 2 de junho e envolverá os países que participam do bloco - Venezuela, Bolívia e Nicarágua. No domingo, entrará em vigor a estatal Teves, no lugar da RCTV" (Folha de São Paulo: 22/05/07).
CORRUPÇÃO COMO MEIO DE PERVERTER A POLÍTICA E DEGENERAR AS INSTITUIÇÕES
Segundo notícia do Estadão (23/05/07), "Ministro de Correa nega acusação de suborno. O ministro da Economia do Equador, Ricardo Patiño, negou ter recebido suborno para fazer acordo relativo à dívida externa do país. Em vídeo divulgado na segunda-feira, Patiño aparecia reunido com empresários e o ex-ministro da Economia Armando Rodas. O presidente Rafael Correa disse que as acusações são tentativas de 'desestabilizar o governo'". O mais interessante é a justificativa, muito semelhante àquela que foi usada aqui pelo PT no governo.
PERSEGUIÇÃO À IMPRENSA LIVRE
A "cria" de Chávez, aquele índio de araque que governa a Bolívia, está afinadíssima com o criador. Ele agora ataca os empresários de comunicação e propõe a criação de um tribunal para 'punir' (sic) jornalistas independentes. É a versão hard do Conselho Federal de Jornalismo proposto aqui pelos seguidores de Lula. O CFJ era o "tribunal bolivariano possível" nas condições do Brasil. Felizmente a sociedade brasileira conseguiu barrar o arreganho autoritário. Mas eles não desistem: vão continuar tentando "democratizar os meios de comunicação". Lá, pelo visto, podem andar mais rapidamente. A diferença de velocidade dos projetos de autocratização de democracia patrocinados por Chávez e Evo em relação ao projeto lulopetista fica por conta da menor complexidade das sociedades boliviana e venezuelana em relação à brasileira. Mas os projetos são semelhantes.
“O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou ontem os proprietários de “alguns meios de comunicação” de serem seus principais inimigos políticos. A denúncia foi feita durante o V Encontro de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, em Cochabamba, que propôs medidas para “julgar” jornalistas e denunciar organismos da imprensa internacional, como a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e a ONG Repórteres Sem Fronteiras, por defenderem “interesses imperialistas”. Os ataques de Evo aos meios de comunicação foram até brandos diante das resoluções propostas pelo evento de Cochabamba, que contou com a presença dos ministros da Cultura de Cuba, Abel Prieto; e da Venezuela, Francisco Sesto Novás. Os participantes decidiram criar uma comissão que vai observar a atuação dos meios de comunicação e um tribunal para “punir moralmente jornalistas que desinformem o povo”. Também sobraram críticas a organismos de imprensa internacionais, como a SIP e o Repórteres Sem Fronteiras, que denunciaram no passado riscos para a liberdade de imprensa no país. “Em nome de um conceito distorcido de liberdade de expressão, esses órgãos servem a interesses imperialistas”, diz a declaração final do encontro. (O Estado de São Paulo: 25/05/07).
RETÓRICA MANIPULADORA
"Dificilmente há no mundo um país com tanta liberdade de expressão". De quem é a frase acima? Não lhe parece alguma coisa saída diretamente da boca de Lula? De certo modo, foi. Mas do Lula possível nas condições da Venezuela. É o "Chalula". Ou o "Lulavez". Foi dita no momento em que aquele coronel bolivariano maluco de Caracas - um protegido do nosso presidente - colocou os tanques na rua para reprimir os protestos populares contra a supressão, pela força, do maior canal de televisão da Venezuela. Aos poucos, os meios de comunicação livres vão sendo substituídos pelas emissoras estatais. E assim Chávez vai realizando, antecipatoriamente, os sonhos de Lula e dos petistas.
MAIS UMA VEZ SOBRE O CONTROLE DA IMPRENSA
Pois não é que a 'Chave Chávez' funciona mesmo! Os venezuelanos de Chávez dão "assessoria para melhorar a programação da TV estatal boliviana". E Rafael Correa no Equador, vai processar por injúria o jornal "La Hora". Aguardem a replicação, aqui no Brasil, de alguma outra medida lulopetista contra a mídia independente. Será algo mais suave, aplicado o redutor.
“Bolívia e Equador seguem modelo. Substituir a RCTV por uma emissora financiada pelo Estado faz parte de um projeto para 'socializar' os sistemas de rádio e televisão que o presidente Hugo Chávez já está tratando de exportar para os países aliados na América Latina. Além de criar a Televisão Venezuelana Social (Teves) para tomar o lugar da emissora privada no canal 2, o governo anunciou há dez dias que pretende financiar só este ano a criação de 30 rádios e 5 televisões comunitárias em todo o país. Um projeto semelhante está sendo apoiado na Bolívia, do colega Evo Morales, onde recentemente foi criada uma rede de 25 rádios e em 2008 o governo pretende inaugurar uma TV comunitária. Segundo a organização Grupos de Diários da América, que reúne 11 jornais latino-americanos, os venezuelanos também dão assessoria para melhorar a programação da TV estatal boliviana e adquiriram recentemente o semanário gratuito 'La Época', com o objetivo de influir na imprensa da Bolívia. No que diz respeito ao conflito direto com os meios de comunicação privados, quem parece seguir os passos do venezuelano é o presidente do Equador, o esquerdista Rafael Correa. Há cerca de 15 dias ele anunciou que iria processar por injúria o jornal 'La Hora', que publicou um editorial criticando o modo como foi convocado o referendo sobre a Assembléia Constituinte - sua promessa de campanha - e na segunda-feira passada disse ver 'miséria humana' no jornalismo. Os três presidentes se dizem perseguidos pela imprensa” (Folha de São Paulo: 27/05/07).
AINDA O APARELHAMENTO
Enquanto a “protoditadura” Chávez vai se revelando, a “manipuladura” Lula também. Vejam que o aparelhamento - tantas vezes negado por gente como Dirceu e Genoino (e pelo próprio Lula) - continua. Procurem saber como eles ocuparam o Programa Luz para Todos, transformando-o em feudo do PT e da CUT. Boa parte dos órgãos do governo e das instituições do Estado estão infestadas de petistas e cutistas. Aparelhar os órgãos públicos é o mesmo que privatizar. Trata-se de privatização partidária da esfera pública, uma das estratégias de autocratização da democracia possíveis nas condições do Brasil.
“Governo transforma Luz para Todos em feudo do PT. No centro de escândalo, programa é tocado por políticos derrotados e egressos da CUT. Só 9 dos 26 coordenadores regionais do projeto, que procura levar energia elétrica a toda a população, têm claro perfil técnico. No centro do escândalo da Operação Navalha, que derrubou o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), o Programa Luz para Todos entrou no loteamento político do governo federal como um feudo de petistas e da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Muitos dos caciques regionais do Luz para Todos aliam trabalho na área energética com perfil político. Há casos de candidatos pelo PT que perderam eleições no passado, como os coordenadores no Rio Grande do Sul, Acre e Amapá. Outros são egressos da máquina da CUT, em geral ex-diretores de sindicatos de trabalhadores em energia ou serviços urbanos. Exemplos são os coordenadores no Rio de Janeiro, Rondônia, Espírito Santo e Pará. Há ainda simpatizantes que fizeram campanha aberta para Lula e o PT no ano passado, alguns com doações, como os coordenadores na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Os responsáveis com perfil eminentemente técnico são minoria nas coordenações regionais -estão em 9 dos 26 Estados atingidos. As nomeações para as coordenações são feitas pelo Ministério de Minas e Energia. Muitos dos gerentes estaduais são petistas e cutistas que integram os quadros da Eletrobrás” (Folha de São Paulo: 27/05/07).
AINDA O FAVORECIMENTO
A “protoditadura” Chávez vai se revelando. E a “manipuladura” Kirchner também vai. Entretanto, dada a maior complexidade de suas sociedades, Kirchner e Lula não podem fazer o que fazem Chávez, Evo, Correa e Ortega. O caráter autoritário dos primeiros revela-se por meio da manipulação. Vejam agora o que o chamado "Pingüim" anda fazendo com as verbas públicas para assegurar o controle político da província de Santa Cruz: as oito províncias que seguem no ranking das verbas para obras viárias, juntas, não chegam ao total destinado ao feudo de Kirchner.
“Santa Cruz, berço político de Kirchner, concentra verbas. A província de Santa Cruz recebeu desde janeiro 30% das verbas destinadas para obras rodoviárias em toda a Argentina, o equivalente a US$ 148 milhões. A notícia está causando polêmica, já que Santa Cruz não é somente o feudo político do presidente Kirchner - que controla a província desde 1991, quando foi eleito governador - mas também porque tem apenas 200 mil habitantes, uma das menos povoadas do país” (O Estado de São Paulo: 28/05/07).
E aí, caro(a) leitor(a)? Está convencido(a)?
por Augusto de Franco
A Venezuela e seus satélites Bolívia, Equador e Nicarágua são um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas.
Repito o que venho dizendo. Na América Latina estão em curso no momento dois projetos autoritários. As “protoditaduras” de Chávez e seus aliados ou pupilos Evo, Correa e Ortega e as “manipuladoras” de Lula e Kirchner. Em essência, o projeto é o mesmo: parasitar a democracia por meio de um populismo (ou de um neopopulismo) autocratizante. A diferença entre os dois projetos fica por conta das diferenças de complexidade das sociedades em que se aplicam: na Venezuela, na Bolívia, no Equador ou na Nicarágua, estão sendo feitas algumas coisas que não são possíveis no Brasil e na Argentina. Por isso que, nesses dois últimos países, não há propriamente “protoditadura” e sim “manipuladura”: a manipulação é a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil e da Argentina. Mas as iniciativas são semelhantes: controle da imprensa (sob o eufemismo da ‘democratização dos meios de comunicação’), degeneração das instituições, aparelhamento do governo e das empresas estatais, banditismo (e corrupção) de Estado et cetera.
A chave interpretativa é a seguinte. Aplicar um termo de conversão calculado mais ou menos assim: complexidade da sociedade brasileira (ou Argentina) / complexidade da sociedade venezuelana (ou boliviana, ou equatoriana ou nicaragüense).
Foi aplicando esse redutor que descobrimos que Lula é o Chávez possível nas condições do Brasil (e que Chávez é o Lula possível nas condições da Venezuela).
Adotado tal critério, não tem erro: tudo (ou quase tudo) o que observamos na Venezuela é o que Lula, o PT e a CUT gostariam de fazer no Brasil (mas, em grande parte, não podem - ou ainda não podem).
Por isso que acompanhar o noticiário sobre a Venezuela (e também sobre a Bolívia, o Equador e a Nicarágua) é tão instrutivo.
No entanto, no Brasil, quanto mais os neopopulistas vão pervertendo a política e degenerando as instituições - e quanto mais os líderes oposicionistas vão aderindo ao governo (com medo de prejudicar suas carreiras se contrariarem o homem dos 60 milhões de votos) - mais possível se torna a concretização das pulsões autoritárias do chefe Lula e de seus seguidores.
Olhaí a TV Estatal do Comissário Franklin, que será igualzinha - aplicado o redutor - às TVs Estatais do Comandante Chávez.
O que Chávez tem de ditador, Lula tem de manipulador: são, ambas, tendências autoritárias; mas, como observei acima, a manipulação é a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil.
Aqui está a chave para desvendar o Brasil da 'Era Lula'!
Vamos experimentar o método de interpretação usando apenas notícias divulgadas pela imprensa nos últimos dez dias.
DEGENERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES
Vamos lá. O código é o seguinte: a Venezuela (e a Bolívia e o Equador e a Nicarágua) é um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas. Aplique-se o "redutor" ou o "fator de conversão" calculado pela razão entre a complexidade da sociedade brasileira e a complexidade daquelas outras sociedades, conforme o caso. Já no caso da Argentina, não há necessidade de aplicar o fator de conversão: trata-se do mesmo fenômeno brasileiro em que o chefe não é exatamente um ditador e sim (como Lula) um grande manipulador.
Vamos começar com uma denúncia importante: o poder judiciário boliviano acusando Morales de tentativa de intimidação. “A Corte Suprema de Justiça, o Conselho da Magistratura e o Tribunal Agrário da Bolívia emitiram um comunicado público ontem em que denunciam o governo do presidente Evo Morales de “tentar amedrontar e defenestrar” o Poder Judiciário local. Essa foi a resposta ao anúncio pelo governo de que denunciará os membros do Tribunal Constitucional à ONU e à Organização dos Estados Americanos” (Folha de São Paulo: 18/05/07).
Ora, é a mesma coisa do que fizeram Chávez e, depois, Correa, não? Lula e Kirchner não podem fazer isso no Brasil e na Argentina.
“DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO”
Vejamos agora uma outra notícia (que se confirmou). Usando o mesmo método, podemos inaugurar um infalível “Observatório da Democracia”: basta verificar o que acontece nos demais populismos autoritários da América Latina e do Caribe, para adivinhar o que pensam Lula e os petistas, mas (ainda) não podem fazer aqui no Brasil. Temos um "fator de conversão" para comparar as duas tendências autoritárias: a protoditadura de Chávez (e Evo, e Correia, e Ortega) e a "manipuladura" de Lula (e Kirchner).
“A criação de uma emissora financiada pelo Estado para substituir a Rádio Caracas Televisão (RCTV), particular, na Venezuela faz parte de um projeto para “socializar o espectro de radiodifusão” e construir “novos valores” na sociedade, anunciaram ontem o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e o ministro das Telecomunicações, Jesse Chacón. Durante a entrevista, Chacón explicou que a recusa em renovar a concessão está relacionada com um projeto do governo para reformar os serviços de informação e entretenimento, do qual faz parte a criação da Televisão Venezuelana Social (Teves). “Foi uma decisão técnica: o espectro ocupado hoje pela RCTV é o que tem melhor sinal e precisávamos dele para seguir com nossos planos nessa área”, disse o ministro. O governo diz que a Teves será uma emissora de “serviço público” independente, mas, ao menos num primeiro momento, 100% dos seus aportes financeiros - cerca de US$ 4 milhões - virão do Estado. Cinco dos sete membros da direção da rede, que em 2007 cobrirá 60% do território nacional, também serão apontados pelo Executivo” (O Estado de São Paulo: 19/05/07).
APARELHAMENTO DO GOVERNO E DAS EMPRESAS ESTATAIS
Eles aparelham lá, mais do que aparelhamos aqui. Mas a essência é a mesma. E aplicado o conversor "CHÁVEZ É A CHAVE", trata-se, rigorosamente, da mesma coisa.
“Uso político fragiliza e sucateia PDVSA: 'Não é mistério que a base da popularidade do presidente Hugo Chávez são os projetos sociais patrocinados com o lucro do setor petrolífero', disse ao Estado Maxim Ross, consultor econômico em Caracas. 'Muito mais difícil de explicar é por que o governo tem cometido tantos erros elementares na gestão desse segmento da economia e administrado a PDVSA como se fosse um clube para parentes e amigos.' De acordo com o governo venezuelano, os aportes sociais da PDVSA cresceram cerca de 90% em 2006, chegando a US$ 13,3 bilhões. Isso é mais do que a empresa investiu no mesmo ano na produção de petróleo. Por causa desse aumento, o lucro da estatal caiu 26% em 2006, passando de US$ 6,5 bilhões para US$ 4,8 bilhões - isso num período no qual o preço do petróleo foi recorde. Executivos com larga experiência foram dispensados da PDVSA por serem considerados inimigos do país e os funcionários que os substituíram não têm know how suficiente para permitir à empresa assumir todas as atividades que passarão para sua responsabilidade com a assinatura dos contratos de nacionalização” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
COMPRA DE APOIO EMPRESARIAL EM TROCA DE FAVORECIMENTOS E CORRUPÇÃO DE ESTADO
Lula também andou fazendo por aqui uma organização de empresários lulistas. Não sei bem se era através do Instituto Cidadania ou - salvo engano - de uma entidade chamada Civis, ou das duas coisas. Parece que o tal Oded esteve envolvido nisso. Sei que o Ethos é dirigido por um petista (ou ex-petista). Lá, Chávez teve a cara de pau de criar uma "Confederação dos Empresários Socialistas da Venezuela". De qualquer modo, aplicado aquele "redutor", trata-se, em essência, do mesmo tipo de iniciativa. convençam-se: 'Chávez é a chave': a Venezuela é um observatório do Brasil de amanhã que está na cabeça de Lula e dos petistas.
“'Empresários socialistas' instituem confederação. [Os empresários estão sendo recrutados por meio da Conseven] – Confederação dos Empresários Socialistas da Venezuela –, organização que diz reunir 400 mil pequenos e grandes empresários e é a grande arma do governo no meio empresarial. [Segundo] o analista político Victor Maldonado, diretor da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Caracas, “trata-se de um grupo de oportunistas interessado em ficar próximo ao governo para ter preferência nas concessões e negócios do Estado e recebe apoio porque a nova aposta de Chávez é fomentar organizações para que se contraponham ao poder dos grupos tradicionais de empresários, resistentes à concentração de poderes por parte do presidente. Diretor da Conseven e um dos seus fundadores, o empresário Alejandro Uzcátegui nega as acusações, mas não esconde a estreita relação com o governo. “Há confiança. Eu ligo para os ministros quando preciso e nos reunimos no dia seguinte”, disse Uzcátegui ao Estado. Ele garante que hoje os empresários socialistas formam “um exército” espalhado por todo o país, pronto para reagir a eventuais ofensivas da oposição, como a greve geral com a qual se tentou desestabilizar o governo Chávez em 2002. “Todos temos nosso uniforme verde-oliva no armário e pegaríamos em armas para defender a revolução e o presidente”, diz. A Conseven foi formada a partir de todas as organizações que se proclamavam “bolivarianas” antes de Chávez abandonar sua doutrina original e anunciar sua intenção de instalar na Venezuela o que chama de “socialismo do século 21”, além de empresários recém-convertidos. Por enquanto, ser um empresário socialista, na definição da Conseven, consiste teoricamente em apoiar projetos sociais, cumprir com todos os compromissos legais em relação a seus trabalhadores, ser “generoso” na concessão de benefícios sociais e dar algum poder (não estipulado) para os empregados tomarem decisões na empresa. Para a oposição, basicamente é ser chavista e ajudar o governo a bater de frente com organizações como a poderosa Fedecâmaras, reduto do antichavismo, em troca de contratos de licitações. Se for preciso acrescentar no nome da sua empresa o adjetivo socialista para assinar um contrato de milhões de dólares de prestação de serviços com a estatal petrolífera PDVSA, dizem tais críticos, há milhares de capitalistas dispostos a ler Marx” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
FALSIFICAÇÃO DA ROTATIVIDADE DEMOCRÁTICA PARA SE DELONGAR NO PODER
Como disse na introdução deste artigo, existem dois projetos autoritários em curso na América Latina: a 'protoditadura' de Chávez, Evo, Correa e Ortega e a 'manipuladura' de Lula e Kirchner. Lula e Kirchner não conseguem fazer, no Brasil e na Argentina, o que Chávez e seus pupilos fazem nos países deles. Bem que gostariam! A "culpa" é do grau muito maior de complexidade das sociedades governadas pelos primeiros. As 'manipuladuras' de Lula e Kirchner representam a autocratização possível da democracia nas condições do Brasil e da Argentina. Chávez já anunciou que ficará no poder, no mínimo, até 2025. Agora é o “casal Kirchner” que pretende ficar no poder até 2015.
“'Um casal ambicioso que sabe o que quer.' A definição é de Olga Wornat, autora da biografia não-autorizada 'Reina Cristina' (Rainha Cristina), sobre a primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner. Segundo ela, Cristina e Néstor Kirchner agem em conjunto na tentativa de ficar no poder o máximo de tempo possível. Desta forma, há dois anos surgiu o plano, entre o grupo mais íntimo de assessores da Casa Rosada, de alterná-los no poder ao longo dos dez anos seguintes. A idéia ganhou força ao longo de 2005. Em outubro daquele ano, Cristina, nascida na Província de Buenos Aires, mas com carreira política em Santa Cruz, mudou de cenário e eleitores. O casal concluiu que era hora de tomar de assalto a província natal de Cristina, que desde 1991 era o feudo do casal Eduardo e Hilda de Duhalde. Nas eleições parlamentares, Cristina bateu Hilda e foi eleita senadora. Em meados de 2006, Kirchner disse: 'O próximo presidente será um pingüim ou uma pingüim-fêmea.' Ele fazia alusão a seu apelido, 'Pingüim'. No início deste mês, o respeitado colunista político Joaquín Morales Solá, de 'La Nación', afirmou - citando como fontes dois ministros - que o presidente já decidiu que sua mulher será a candidata, já que ele enfrenta várias crises (como conflitos sindicais e escândalos de corrupção). A idéia, dizem analistas, é que Cristina seja eleita em outubro e fique no poder até 2011. Nesse ano, Kirchner seria novamente candidato. Desta forma, a intenção do casal é governar até 2015” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
HIPERPRESIDENCIALISMO AUTORITÁRIO E MANIPULADOR
O método aqui revela as semelhanças entre as “manipuladuras” de Lula e Kirchner. Vejam só.
“O presidente argentino, Néstor Kirchner, completa esta semana quatro anos no poder consolidando um estilo de governo insólito, contraditório e, acima de tudo, bem-sucedido. 'Se precisasse definir em uma palavra sua gestão, esta seria a de 'hiperpresidencialismo', já que na área política foi o presidente constitucional que, desde 1983, acumulou mais poder para o Executivo em detrimento do Judiciário e do Legislativo', disse ao Estado o analista político Rosendo Fraga, presidente do centro de estudos Nova Maioria. 'Além disso, os governadores estão totalmente subordinados.' Desde a posse, Kirchner cultivou a imagem de progressista: defendeu os direitos humanos, a condenação dos militares da ditadura (1976-83) e a aprovação do aborto, além de impor limites à Igreja Católica. Mas, ao mesmo tempo, pressionou a mídia como nenhum outro presidente civil e interferiu no Judiciário. Com o passar do tempo, ficou claro o modus operandi de Kirchner, o denominado 'Estilo K': bater primeiro para depois conversar. Ele se desfez rapidamente de Duhalde, encolhendo o poder de seu poderoso padrinho. Além disso, arrasou o poder residual de seu rival, Menem, e desarticulou a oposição, cooptando diversas lideranças. No plano econômico, Kirchner adotou um peculiar coquetel de políticas que misturam neokeynesianismo e assistencialismo populista com medidas neoliberais, um superávit fiscal nunca antes visto na Argentina e um acúmulo recorde de reservas no BC... José Ignacio García Hamilton, um dos mais respeitados historiadores da Argentina, afirma que Néstor Kirchner mantém a tradição peronista de clientelismo e concentração de poder. Depois de Perón, Kirchner é o presidente civil mais autoritário: intrometeu-se na Justiça, ameaçou jornalistas e estimulou a força de choque simpatizante - os piqueteiros - a manifestar-se contra empresas como a Shell e líderes sociais. Ele diz que é de esquerda. Mas o nacionalismo e as manifestações de massa são expressões da direita, praticadas pelo fascismo e o nazismo. Kirchner é um pragmático com tendência ao poder hegemônico e ao 'capitalismo de amigos', no qual a proximidade com o governante gera mais lucros que a competência empresarial. É um aliado circunstancial de Hugo Chávez, já que (o venezuelano) está comprando títulos da dívida argentina, ou seja, financia o governo Kirchner. Kirchner é muito individualista ou narcisista para ser chavista. Mas estar perto de Chávez agrada ao eleitorado que aprecia o populismo nacionalista” (O Estado de São Paulo: 20/05/07).
DE NOVO A “DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO”
Vejam como o método deste “Observatório da Democracia” não falha! Agora é o Equador de Correa que quer democratizar os meios de comunicação (eufemismo para controle estatal-partidário da imprensa). "Durante a Constituinte - que será eleita em setembro - o governo vai promover debates sobre o monopólio dos meios de comunicação e mecanismos para regular a imprensa", dizem as agências de notícias AP, AFP e EFE. Você já viu esse filme? Você já ouviu essa conversa? Diga, aonde? Correa, seguidor de Chávez, é o lulinha do Equador. Lá ele pode fazer o que o lulão não pode fazer aqui. É só aplicar o 'fator de conversão' ou a 'chave Chávez' para desvendar tudo.
“O governo do Equador anunciou ontem que vai submeter à Assembléia Constituinte a discussão sobre limites da liberdade de expressão e os termos da Declaração de Chapultepec. O documento, assinado no México em 1994, contém dez princípios considerados fundamentais para a imprensa livre cumprir seu papel numa democracia. Segundo a secretária de Comunicação do país, Mónica Chuji, o presidente Rafael Correa está hesitando em assinar a declaração. 'O presidente ainda precisa analisar o conteúdo do documento', disse Mónica. 'Esse é um tema interessante para ser discutido na Assembléia Constituinte.' Mónica também afirmou que durante a Constituinte - que será eleita em setembro - o governo vai promover debates sobre o monopólio dos meios de comunicação e mecanismos para regular a imprensa. 'Não é certo que apenas uma pessoa seja proprietária de 20 emissoras de rádio e 3 canais de TV quando muitos setores têm interesse no acesso a esses espaços. Isso deve ser regulamentado', disse Mónica, que aproveitou para anunciar que o governo socialista de Correa também pretende acabar com a 'exploração trabalhista' dos comunicadores, que 'ganham pouco e são maltratados'. Nas últimas semanas, as relações entre o governo equatoriano e a imprensa do país estão estremecidas. No sábado, o presidente ordenou a retirada do editorialista do jornal El Universo, Emilio Palacio, do palácio do governo por ter interrompido Correa em meio a um debate sobre liberdade de expressão. Há duas semanas, Correa processou o diretor-presidente do jornal La Hora, Francisco Vivanco, por um editorial que dizia que o presidente governa com 'tumultos, pedras e paus'. Correa disse que retiraria o processo se Vivanco se retratasse, mas ele se recusou a pedir desculpas pelo que foi publicado. Se for condenado, Vivanco pode ficar de 6 meses a 2 anos na prisão” (O Estado de São Paulo: 22/05/07).
AINDA SOBRE O CONTROLE DA IMPRENSA
É batata. O método não falha mesmo. A Portaria lulista é o equivalente – aplicada a 'Chave Chávez' – da Lei Resorte bolivariana. Sobre isso, no seu Podcast da semana passada, Digo Mainardi disse o seguinte:
"Falta uma semana. No dia 28 de maio, a emissora venezuelana RCTV será retirada do ar. Hugo Chávez mandou cassar sua concessão. Sabe como isso aconteceu? Sabe qual foi o expediente legal usado pelo general Alcazar venezuelano? Eu explico. De acordo com os chavistas, a RCTV violou 652 vezes a Lei Resorte. A Lei Resorte é aquela que estabelece a classificação por faixas etárias dos programas de TV. Sim: exatamente igual à classificação indicativa lulista. Você não é obrigado a acreditar em mim. Você pode achar que meu antilulismo está ofuscando minha mente. Então deixe de ser vagabundo e procure na internet o texto integral da Lei Resorte. Depois, compare-a ao Manual da Nova Classificação Indicativa preparado pelo ministério da Justiça lulista. Um é cópia do outro. Quem copiou quem? O lulismo copiou o chavismo. Os termos usados pelos dois são os mesmos: “a TV deve promover a justiça social, contribuir para a formação da cidadania, da paz, dos direitos humanos, da cultura, da democracia, da igualdade entre os sexos, da amizade entre os povos, da tolerância entre os grupos étnicos...” A classificação chavista regulamenta o uso da linguagem, do sexo e da violência na TV, fixando os horários em que os programas poderão ser exibidos, segundo os “princípios constitucionais para a proteção das crianças e dos adolescentes”. A classificação lulista se fundamenta nas arbitrariedades do Estatuto da Criança e do Adolescente. A RCTV é acusada pelo chavismo de ter veiculado publicidade pornográfica em horário impróprio para as crianças. O lulismo acaba de abrir uma brecha legal para recorrer ao mesmo instrumento de censura".
INAUGURAÇÃO DE TVS ESTATAIS
O "redutor" (ou fator de conversão 'Chávez é a Chave') às vezes se traduz matematicamente: no caso, basta dividir por dois.
"No ar - TV da ALBA operará a partir de 2 de junho. O governo venezuelano divulgou ontem o início das operações de mais um veículo de comunicação estatal, em meio à expectativa gerada no país em torno do fim da emissora oposicionista RCTV, que deixará de transmitir a partir do próximo domingo. A Televisora Comunitária Internacional Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América) iniciará suas primeiras transmissões em 2 de junho e envolverá os países que participam do bloco - Venezuela, Bolívia e Nicarágua. No domingo, entrará em vigor a estatal Teves, no lugar da RCTV" (Folha de São Paulo: 22/05/07).
CORRUPÇÃO COMO MEIO DE PERVERTER A POLÍTICA E DEGENERAR AS INSTITUIÇÕES
Segundo notícia do Estadão (23/05/07), "Ministro de Correa nega acusação de suborno. O ministro da Economia do Equador, Ricardo Patiño, negou ter recebido suborno para fazer acordo relativo à dívida externa do país. Em vídeo divulgado na segunda-feira, Patiño aparecia reunido com empresários e o ex-ministro da Economia Armando Rodas. O presidente Rafael Correa disse que as acusações são tentativas de 'desestabilizar o governo'". O mais interessante é a justificativa, muito semelhante àquela que foi usada aqui pelo PT no governo.
PERSEGUIÇÃO À IMPRENSA LIVRE
A "cria" de Chávez, aquele índio de araque que governa a Bolívia, está afinadíssima com o criador. Ele agora ataca os empresários de comunicação e propõe a criação de um tribunal para 'punir' (sic) jornalistas independentes. É a versão hard do Conselho Federal de Jornalismo proposto aqui pelos seguidores de Lula. O CFJ era o "tribunal bolivariano possível" nas condições do Brasil. Felizmente a sociedade brasileira conseguiu barrar o arreganho autoritário. Mas eles não desistem: vão continuar tentando "democratizar os meios de comunicação". Lá, pelo visto, podem andar mais rapidamente. A diferença de velocidade dos projetos de autocratização de democracia patrocinados por Chávez e Evo em relação ao projeto lulopetista fica por conta da menor complexidade das sociedades boliviana e venezuelana em relação à brasileira. Mas os projetos são semelhantes.
“O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou ontem os proprietários de “alguns meios de comunicação” de serem seus principais inimigos políticos. A denúncia foi feita durante o V Encontro de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, em Cochabamba, que propôs medidas para “julgar” jornalistas e denunciar organismos da imprensa internacional, como a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e a ONG Repórteres Sem Fronteiras, por defenderem “interesses imperialistas”. Os ataques de Evo aos meios de comunicação foram até brandos diante das resoluções propostas pelo evento de Cochabamba, que contou com a presença dos ministros da Cultura de Cuba, Abel Prieto; e da Venezuela, Francisco Sesto Novás. Os participantes decidiram criar uma comissão que vai observar a atuação dos meios de comunicação e um tribunal para “punir moralmente jornalistas que desinformem o povo”. Também sobraram críticas a organismos de imprensa internacionais, como a SIP e o Repórteres Sem Fronteiras, que denunciaram no passado riscos para a liberdade de imprensa no país. “Em nome de um conceito distorcido de liberdade de expressão, esses órgãos servem a interesses imperialistas”, diz a declaração final do encontro. (O Estado de São Paulo: 25/05/07).
RETÓRICA MANIPULADORA
"Dificilmente há no mundo um país com tanta liberdade de expressão". De quem é a frase acima? Não lhe parece alguma coisa saída diretamente da boca de Lula? De certo modo, foi. Mas do Lula possível nas condições da Venezuela. É o "Chalula". Ou o "Lulavez". Foi dita no momento em que aquele coronel bolivariano maluco de Caracas - um protegido do nosso presidente - colocou os tanques na rua para reprimir os protestos populares contra a supressão, pela força, do maior canal de televisão da Venezuela. Aos poucos, os meios de comunicação livres vão sendo substituídos pelas emissoras estatais. E assim Chávez vai realizando, antecipatoriamente, os sonhos de Lula e dos petistas.
MAIS UMA VEZ SOBRE O CONTROLE DA IMPRENSA
Pois não é que a 'Chave Chávez' funciona mesmo! Os venezuelanos de Chávez dão "assessoria para melhorar a programação da TV estatal boliviana". E Rafael Correa no Equador, vai processar por injúria o jornal "La Hora". Aguardem a replicação, aqui no Brasil, de alguma outra medida lulopetista contra a mídia independente. Será algo mais suave, aplicado o redutor.
“Bolívia e Equador seguem modelo. Substituir a RCTV por uma emissora financiada pelo Estado faz parte de um projeto para 'socializar' os sistemas de rádio e televisão que o presidente Hugo Chávez já está tratando de exportar para os países aliados na América Latina. Além de criar a Televisão Venezuelana Social (Teves) para tomar o lugar da emissora privada no canal 2, o governo anunciou há dez dias que pretende financiar só este ano a criação de 30 rádios e 5 televisões comunitárias em todo o país. Um projeto semelhante está sendo apoiado na Bolívia, do colega Evo Morales, onde recentemente foi criada uma rede de 25 rádios e em 2008 o governo pretende inaugurar uma TV comunitária. Segundo a organização Grupos de Diários da América, que reúne 11 jornais latino-americanos, os venezuelanos também dão assessoria para melhorar a programação da TV estatal boliviana e adquiriram recentemente o semanário gratuito 'La Época', com o objetivo de influir na imprensa da Bolívia. No que diz respeito ao conflito direto com os meios de comunicação privados, quem parece seguir os passos do venezuelano é o presidente do Equador, o esquerdista Rafael Correa. Há cerca de 15 dias ele anunciou que iria processar por injúria o jornal 'La Hora', que publicou um editorial criticando o modo como foi convocado o referendo sobre a Assembléia Constituinte - sua promessa de campanha - e na segunda-feira passada disse ver 'miséria humana' no jornalismo. Os três presidentes se dizem perseguidos pela imprensa” (Folha de São Paulo: 27/05/07).
AINDA O APARELHAMENTO
Enquanto a “protoditadura” Chávez vai se revelando, a “manipuladura” Lula também. Vejam que o aparelhamento - tantas vezes negado por gente como Dirceu e Genoino (e pelo próprio Lula) - continua. Procurem saber como eles ocuparam o Programa Luz para Todos, transformando-o em feudo do PT e da CUT. Boa parte dos órgãos do governo e das instituições do Estado estão infestadas de petistas e cutistas. Aparelhar os órgãos públicos é o mesmo que privatizar. Trata-se de privatização partidária da esfera pública, uma das estratégias de autocratização da democracia possíveis nas condições do Brasil.
“Governo transforma Luz para Todos em feudo do PT. No centro de escândalo, programa é tocado por políticos derrotados e egressos da CUT. Só 9 dos 26 coordenadores regionais do projeto, que procura levar energia elétrica a toda a população, têm claro perfil técnico. No centro do escândalo da Operação Navalha, que derrubou o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), o Programa Luz para Todos entrou no loteamento político do governo federal como um feudo de petistas e da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Muitos dos caciques regionais do Luz para Todos aliam trabalho na área energética com perfil político. Há casos de candidatos pelo PT que perderam eleições no passado, como os coordenadores no Rio Grande do Sul, Acre e Amapá. Outros são egressos da máquina da CUT, em geral ex-diretores de sindicatos de trabalhadores em energia ou serviços urbanos. Exemplos são os coordenadores no Rio de Janeiro, Rondônia, Espírito Santo e Pará. Há ainda simpatizantes que fizeram campanha aberta para Lula e o PT no ano passado, alguns com doações, como os coordenadores na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Os responsáveis com perfil eminentemente técnico são minoria nas coordenações regionais -estão em 9 dos 26 Estados atingidos. As nomeações para as coordenações são feitas pelo Ministério de Minas e Energia. Muitos dos gerentes estaduais são petistas e cutistas que integram os quadros da Eletrobrás” (Folha de São Paulo: 27/05/07).
AINDA O FAVORECIMENTO
A “protoditadura” Chávez vai se revelando. E a “manipuladura” Kirchner também vai. Entretanto, dada a maior complexidade de suas sociedades, Kirchner e Lula não podem fazer o que fazem Chávez, Evo, Correa e Ortega. O caráter autoritário dos primeiros revela-se por meio da manipulação. Vejam agora o que o chamado "Pingüim" anda fazendo com as verbas públicas para assegurar o controle político da província de Santa Cruz: as oito províncias que seguem no ranking das verbas para obras viárias, juntas, não chegam ao total destinado ao feudo de Kirchner.
“Santa Cruz, berço político de Kirchner, concentra verbas. A província de Santa Cruz recebeu desde janeiro 30% das verbas destinadas para obras rodoviárias em toda a Argentina, o equivalente a US$ 148 milhões. A notícia está causando polêmica, já que Santa Cruz não é somente o feudo político do presidente Kirchner - que controla a província desde 1991, quando foi eleito governador - mas também porque tem apenas 200 mil habitantes, uma das menos povoadas do país” (O Estado de São Paulo: 28/05/07).
E aí, caro(a) leitor(a)? Está convencido(a)?
Augusto de Franco é Coordenador-Geral da AED – Agência de Educação para o Desenvolvimento, é autor de mais de 12 livros. Além de Coordenador Geral da AED é também Diretor Presidente da ARCA – Sociedade do Conhecimento. Augusto de Franco é professor convidado da Fundação Dom Cabral na área de responsabilidade corporativa, sustentabilidade empresarial e gestão de stakeholders, articulista do jornal Folha de São Paulo, conferencista, consultor senior de governos estaduais e municipais, empresas e organizações internacionais e professor de vários MBA nas áreas de terceiro setor e desenvolvimento local.
Site do autor: democracia.org.br.
Site do autor: democracia.org.br.
Publicado no site " DIEGOCASAGRANDE.COM.BR.".
Segunda-feira, 28 de maio de 2007.
http://bootlead.blogspot.com
Lula, PT e aliados pendurados na forca.
1 comment:
Ao amigo Wagner Marins
Posição Ricardo Antonio filgueiras.
Os argumentos que na verdade tem que ser refletido são : 1) reformar as leis da carta magna e no código penal com o código civil e assim corrigindo os erros que lá sem encontram no meios de muitas leis que são benéfica ao pais, eu digo, será que a OAB esta instituição de imenso valor dispõem-se de ajudar a fazer um movimento nacional pelas reformas jurídica e necessária e assim formar novos juristas e junto com pessoas da sociedade melhorar os códigos judiciais no desenvolvimento nacional, acho muito difícil de haver uma grande mobilização neste sentido, veja que ainda existe magistrado sério no superior tribunal e também em outras estâncias jurídica é claro, mais veja alguns desses homens sérios são a favor das mudanças de algumas leis que dão ao corrupto no caso do jurista julgado a condição de aposenta-lo, pois ele cometeu desonestidade eu digo cadê a justiça para estes criminosos onde ainda não há, ao político também na mesma condição que é a imunidade parlamentar quando são pego na mesma forma e julgado e condenado na própria instituição dão a ele somente o afastamento político, cadê a justiça para o criminoso, ta muito difícil meu amigo só com uma grande mobilização nacional, para isto a sociedade precisa de instituições que se interessarem em ajudar e amparar a sociedade para as mudanças que são necessárias, veja a policia em todo o pais, eles combatem os crimes e os magistrados poucos fazem e alguns nem se interessam em combater os erros nas leis e assim dão a liberdade para os criminosos, outros que já cumpriram suas penas permanecem ainda presos nos presídios pois os mesmos não tem recursos e não podem pagar um advogado para soltá-los eu digo cadê a justiça, veja também como muitas vezes são tratadas as falência de empresas nos processos que se arrastam na justiça trabalhista e assim ficam anos para ser resolvido e muitas vezes esta mesma justiça mantém os patrimônios das empresas falidas e os exploram financeiramente exercendo a função de inventariante no processo e assim vão se passando os anos e mais anos e poucos são os que falam sobre isto, alguns patrimônios muitas vezes vão se deteriorando e os verdadeiros prejudicados são os empregados das empresas falidas pois os mesmos não receberam os seus salários e os seus fundos financeiros trabalhistas que são devidos pois a mesma justiça alega o estado em primeiro lugar eu digo cadê a justiça que não se manifesta a favor da própria justiça, outros processos que ainda pairam também a anos nos baús judiciários e assim são estes homens publico que nada fazem e não se interessam em mudar nada, só se interessam no fim do mês quando levantam os seus estratos bancários e olham os seus rendimentos, os militares nem se pronunciam sobre apolítica que os cercam que definha a sociedade, como melhorar o que esta errado neste Brasil.
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