Chorem mais pelo Brasil e menos pelo Corinthians
por Leandro Saez
Assim como os cerca de 30 milhões de corintianos, acompanhei neste domingo o desfecho da pífia campanha que o time realizou durante o campeonato, ocasionada por uma série de fatores tanto dentro das quatro linhas quanto extra campo. Enfim, apesar de ser um grande amante do futebol e torcedor do alvinegro do parque São Jorge, em momento algum fiquei chateado com o resultado. Primeiro, por saber que não poderia ter havido um final diferente, haja vista a qualidade dos jogadores que tínhamos em campo (apenas uma das conseqüências da má administração por parte dos gestores do clube); e segundo por encarar o futebol apenas como mais uma diversão. Seja qual for o resultado não acarretará qualquer influência em minha vida, a não ser é claro pela chuva de e-mails com gozações, com os quais, na maioria das vezes, até me divirto bastante.
Tenho que confessar, porém, que algo que aconteceu neste domingo realmente me deixou extremamente triste, aborrecido, chateado, me tirando até o sono; me fazendo inclusive ligar o computador às 23h, mesmo sabendo que teria de estar em pé às 6h da manhã de segunda-feira. O ocorrido que tanto me perturbou foi a cena de homenzarrões e mulheres de todas as idades, raças e classes chorando por aquilo, pois é, por aquilo que eu disse há pouco se tratar apenas de um momento de lazer. Não quero aqui questionar a real importância que o Corinthians ou o futebol representam para um ou para outro, quero sim me perguntar se estas pessoas, sim, as "choronas", se elas vertem alguma lágrima ao assistirem aos noticiários diários, que demonstram diariamente as mazelas sociais pelas quais elas mesmas passam diariamente. Se elas ficam com um nó na garganta ao verem provas de avaliação de nosso ensino público, que demonstram como as crianças que ali estão concluem o ginásio e o ensino médio sem saberem ao menos ler e escrever, nos mostrando a cada dia que nosso Ministério da Educação não passa da administração de uma fábrica de incapacitados, estes que por muitas vezes só encontram a opção da marginalidade como forma de sobrevivência.
Será que as lágrimas também vêm aos olhos destas pessoas quando percebem que o mundo está vivendo um de seus melhores momentos econômicos e, apesar disso, mesmo com uma arrecadação recorde de impostos nossos governantes não remetem um centavo em favor da sociedade. Nossa saúde continua precária, a violência só aumenta, nossas estradas cada dia matam mais pessoas, nossos aeroportos cada vez mais estão sucateados e saturados, nossas fontes de energia são as mesmas da década passada, a não ser pela gigantesca bacia de petróleo recém-descoberta, que o Brasil não terá tecnologia para explorar pelo menos nos próximos 10 anos; pelo gás que por uma desleal queda de braço travada contra a "poderosa" Bolívia está cada vez mais escasso e caro, e claro, pelo nosso glorioso etanol, cujo preço não pára de subir, apesar de sermos o maior produtor mundial do produto.
É, meus amigos, talvez os poucos que lerem o início deste desabafo, digo poucos pois tenho ciência da pequena parcela da população que ainda lê jornais, ficarão um pouco irritados com o fato de eu ter me referido à pouca importância que a mim representou a derrota do Timão, e não estou me referindo apenas aos corintianos, e sim também aos torcedores de outros times que já se mobilizaram alguma vez na vida em prol de seus times do coração, ou mesmo já se viram no fim do mundo quando o resultado foi uma derrota. E é justamente para estes que se irritaram que resolvi escrever, para que estes que se acham no direito de torcer, chorar, e até brigar por causa do futebol, revejam um pouco aquilo que realmente devemos dar valor em nossas vidas, e um dia lutem, chorem, briguem, saiam às ruas, escrevam nos jornais, leiam os jornais, analisem friamente os fatos, e, pelo amor de Deus, façam alguma coisa para que o Brasil não tenha o mesmo fim que o Corinthians teve neste domingo.
Há muito tempo, assim como o Corinthians, nosso país vem sofrendo uma séria crise em sua administração, na qual aqueles que lá estão agem apenas em interesse próprio. E nosso povo em nada difere dos medíocres jogadores que disputaram esta última partida contra o Grêmio e nada puderam fazer. Nós, assim como este time e medíocres como tais, somos apenas a conseqüência dessa má administração. Entretanto, mesmo no time do Corinthians conseguimos destacar dois ou três indivíduos que lutaram até o fim, apesar da deficiência técnica própria ou de seus companheiros. Tomemos como exemplo estes dois ou três, e tentemos através da luta, mesmo em meio a um povo tão alienado e benevolente com a situação do país, nos destacar e servir de inspiração para que muitos outros nos acompanhem e transformem nosso país em uma nação onde o único motivo para chorarmos será a derrota de nosso time do coração.
Tenho que confessar, porém, que algo que aconteceu neste domingo realmente me deixou extremamente triste, aborrecido, chateado, me tirando até o sono; me fazendo inclusive ligar o computador às 23h, mesmo sabendo que teria de estar em pé às 6h da manhã de segunda-feira. O ocorrido que tanto me perturbou foi a cena de homenzarrões e mulheres de todas as idades, raças e classes chorando por aquilo, pois é, por aquilo que eu disse há pouco se tratar apenas de um momento de lazer. Não quero aqui questionar a real importância que o Corinthians ou o futebol representam para um ou para outro, quero sim me perguntar se estas pessoas, sim, as "choronas", se elas vertem alguma lágrima ao assistirem aos noticiários diários, que demonstram diariamente as mazelas sociais pelas quais elas mesmas passam diariamente. Se elas ficam com um nó na garganta ao verem provas de avaliação de nosso ensino público, que demonstram como as crianças que ali estão concluem o ginásio e o ensino médio sem saberem ao menos ler e escrever, nos mostrando a cada dia que nosso Ministério da Educação não passa da administração de uma fábrica de incapacitados, estes que por muitas vezes só encontram a opção da marginalidade como forma de sobrevivência.
Será que as lágrimas também vêm aos olhos destas pessoas quando percebem que o mundo está vivendo um de seus melhores momentos econômicos e, apesar disso, mesmo com uma arrecadação recorde de impostos nossos governantes não remetem um centavo em favor da sociedade. Nossa saúde continua precária, a violência só aumenta, nossas estradas cada dia matam mais pessoas, nossos aeroportos cada vez mais estão sucateados e saturados, nossas fontes de energia são as mesmas da década passada, a não ser pela gigantesca bacia de petróleo recém-descoberta, que o Brasil não terá tecnologia para explorar pelo menos nos próximos 10 anos; pelo gás que por uma desleal queda de braço travada contra a "poderosa" Bolívia está cada vez mais escasso e caro, e claro, pelo nosso glorioso etanol, cujo preço não pára de subir, apesar de sermos o maior produtor mundial do produto.
É, meus amigos, talvez os poucos que lerem o início deste desabafo, digo poucos pois tenho ciência da pequena parcela da população que ainda lê jornais, ficarão um pouco irritados com o fato de eu ter me referido à pouca importância que a mim representou a derrota do Timão, e não estou me referindo apenas aos corintianos, e sim também aos torcedores de outros times que já se mobilizaram alguma vez na vida em prol de seus times do coração, ou mesmo já se viram no fim do mundo quando o resultado foi uma derrota. E é justamente para estes que se irritaram que resolvi escrever, para que estes que se acham no direito de torcer, chorar, e até brigar por causa do futebol, revejam um pouco aquilo que realmente devemos dar valor em nossas vidas, e um dia lutem, chorem, briguem, saiam às ruas, escrevam nos jornais, leiam os jornais, analisem friamente os fatos, e, pelo amor de Deus, façam alguma coisa para que o Brasil não tenha o mesmo fim que o Corinthians teve neste domingo.
Há muito tempo, assim como o Corinthians, nosso país vem sofrendo uma séria crise em sua administração, na qual aqueles que lá estão agem apenas em interesse próprio. E nosso povo em nada difere dos medíocres jogadores que disputaram esta última partida contra o Grêmio e nada puderam fazer. Nós, assim como este time e medíocres como tais, somos apenas a conseqüência dessa má administração. Entretanto, mesmo no time do Corinthians conseguimos destacar dois ou três indivíduos que lutaram até o fim, apesar da deficiência técnica própria ou de seus companheiros. Tomemos como exemplo estes dois ou três, e tentemos através da luta, mesmo em meio a um povo tão alienado e benevolente com a situação do país, nos destacar e servir de inspiração para que muitos outros nos acompanhem e transformem nosso país em uma nação onde o único motivo para chorarmos será a derrota de nosso time do coração.
Leandro Saez é Cidadão Brasileiro.
Publicado na Seção Opinião do jornal "O Globo Online".
Segunda-feira, 03 de dezembro de 2007, 16h03.
http://bootlead.blogspot.com
Ainda há Brasileiros em Berlim! - Leandro Saez
2 comments:
É certo que cada pessoa possue uma opnião própria, mas não é por isso que lhe tiro a razão do fato "Chorem mais pelo Brasil e menos pelo Corinthians". Isto é algo ocorrido(ignorância do brasileiro) pela falta de estrutura de educação do país, ou seja, as pessoas não são diretamentes culpadas dessa "ignorância", apenas fazer parte de um país que não adequa os ensinamentos e pregações de culturas corretas para qual o estado que o país se encontra.
O amor por futebol e demais esportes é algo que traz dinheiro, brigas, empregos e desempregos, e poraí à fora. Mas, principalmente num país como o Brasil, o futebol é nada mais do que algo cotidiano, algo que faz parte das pessoas que o admiram. Mas todos tem que lembrar-se que não passa simplesmente de um jogo no qual um dos times irá ganhar, enquanto o outro conseqüentemente vai perder, em que o "povo" brasileiro já está condicionado a torcer à um determinado time.
O que nos esquecemos é que enquanto nós, povo brasileiro, assistimos e investimos em jogos esportivos como futebol, há gente, tanto no Brasil quanto em outros países, que está morrendo de fome, por que não há interesse econômico em ajudá-las. As pessoas deveriam é criar vergonha na cara, entrar na realidade e perceber que algo precisa ser feito no país e no mundo. Equanto muita gente está torcedo, chorando, "dando a alma" à um time, temos geleiras derretendo nos polos da terra, temos pessoas que morrem porque não tem o que comer, temos políticos corrúptos, os quais são reempregados em seus cargos em condição à desonestidade encontrada em governos, como o do Brasil. Isso simplesmente pode não afetar nem 50% da população brasileira, apenas porque o brasileiro é LEIGO no assunto e não está sofrendo diretamente as concequências destes fatos.
Meu nome é Lucas Tadeu, e viso tentar à fazer um mundo melhor para cada um.
Caso alguem queira contato, por favor, utilize o seguinte e-mail: nick_bele@hotmail.com
Atenciosamente,
Lucas T. A.
Odeio todos os esportes
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