Doenças da pobreza matam 226 pessoas por dia no Brasil
por Tatiana Farah As doenças da pobreza e o abandono matam 226 brasileiros por dia. São pelo menos 82.500 mortes por ano causadas por males como diarréia, desnutrição, malária, tuberculose, dengue, febre amarela e falta de assistência médica. Este número, extraído pelo jornal "O Globo" do banco de dados do Ministério da Saúde, é maior que o total de homicídios e de mortes em acidentes de trânsito registradas em 2005 (cerca de 77.500).
"Toda morte que poderia ser evitada causa indignação. Não podemos classificar isso como aceitável. Assim como nos acidentes de trânsito, em que faltam fiscalização e melhores estradas, nas mortes evitáveis falta mais ação do Estado" - afirma o coordenador de Planejamento em Saúde do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Nicanor Rodrigues da Silva Pinto.
O jornal fez um levantamento junto à base de dados do Ministério da Saúde, considerando a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Foram somadas as mortes dos itens "algumas doenças infecciosas e parasitárias" (à exceção da Aids e da septicemia) e a desnutrição. Esse grupo de males infecciosos e a desnutrição são as chamadas doenças da pobreza, com média anual de 33,5 mil mortes. A este número, somou-se o item "morte sem assistência médica", com cerca de 49 mil óbitos registrados em 2005.
Só de diarréia e infecções intestinais morreram, em 2005, por exemplo, 10.599 pessoas. A desnutrição, sozinha, matou 6,9 mil brasileiros. A tuberculose, embora seja curável e tenha um custo de tratamento de R$ 70 (quando tratada no início e sem internação), causou mais de 4,7 mil mortes. Em 2005, até a poliomielite aguda reapareceu, matando 3 pessoas
Silva Pinto, no entanto, estima que a pobreza e a fome causem efeitos muito maiores na mortalidade nacional (1.006.827 mortes em 2005, último ano de dados registrados pelo DataSUS, do Ministério da Saúde). Além das doenças da pobreza, há a perversidade da pobreza, como nos casos de pneumonia, em que morreram 35.903 pessoas. Para ele, o estado de fragilidade do organismo das pessoas com fome ou mal nutridas expõe a maiores riscos, e a falta de acesso aos serviços de saúde limita as possibilidades de cura. A falta de saneamento, informação e escolaridade cria o ambiente perverso da proliferação das doenças.
"Toda morte que poderia ser evitada causa indignação. Não podemos classificar isso como aceitável. Assim como nos acidentes de trânsito, em que faltam fiscalização e melhores estradas, nas mortes evitáveis falta mais ação do Estado" - afirma o coordenador de Planejamento em Saúde do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Nicanor Rodrigues da Silva Pinto.
O jornal fez um levantamento junto à base de dados do Ministério da Saúde, considerando a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Foram somadas as mortes dos itens "algumas doenças infecciosas e parasitárias" (à exceção da Aids e da septicemia) e a desnutrição. Esse grupo de males infecciosos e a desnutrição são as chamadas doenças da pobreza, com média anual de 33,5 mil mortes. A este número, somou-se o item "morte sem assistência médica", com cerca de 49 mil óbitos registrados em 2005.
Só de diarréia e infecções intestinais morreram, em 2005, por exemplo, 10.599 pessoas. A desnutrição, sozinha, matou 6,9 mil brasileiros. A tuberculose, embora seja curável e tenha um custo de tratamento de R$ 70 (quando tratada no início e sem internação), causou mais de 4,7 mil mortes. Em 2005, até a poliomielite aguda reapareceu, matando 3 pessoas
Silva Pinto, no entanto, estima que a pobreza e a fome causem efeitos muito maiores na mortalidade nacional (1.006.827 mortes em 2005, último ano de dados registrados pelo DataSUS, do Ministério da Saúde). Além das doenças da pobreza, há a perversidade da pobreza, como nos casos de pneumonia, em que morreram 35.903 pessoas. Para ele, o estado de fragilidade do organismo das pessoas com fome ou mal nutridas expõe a maiores riscos, e a falta de acesso aos serviços de saúde limita as possibilidades de cura. A falta de saneamento, informação e escolaridade cria o ambiente perverso da proliferação das doenças.
"Toda morte que poderia ser evitada causa indignação!"
Publicado no jornal "O Globo".
Sábado, 09 de fevereiro de 2008, 18h21.
N.R. Por outro lado, apenas uma pequena parte dos bilhões de reais, desviados pela corrupção do presidente, seus familiares, seus aliados e pelo seu partido de ladrões, já seriam o suficiente para salvar todas essas vidas. Pensem nisto, e imaginem qual castigo seria o mais apropriado para essa corja de assassinos.
Um Governo Surrealista
por Luís Mauro
Sempre encontramos dificuldade para entender o que, verdadeiramente, se pretendia com o supra-realismo, principalmente, no que faz às incursões pelos domínios dos valores, em particular, os morais, os políticos, os científicos e os filosóficos.
Nas manifestações artísticas e literárias que inspiraram o movimento, não podemos negar que, certas vezes, conseguimos encontrar alguma beleza e certa coerência, até, apesar da inconsistência estética e lógica que propunham, por princípio.
Ainda assim, parece-nos que, tanto nas Artes quanto na Filosofia, jamais deveríamos ir além de pequenos retoques que realcem a beleza da realidade, sem alterar a essência das coisas nem comprometer a verdade, sob cujo primado, devemos, tanto quanto possível, pautar todas as nossas ações.
Somente privilegiando a razão, que nos distingue dos demais seres vivos que usam outras habilidades, particularmente, a força bruta, reuniremos melhores condições de sobrevivência nos mundos natural e social em que vivemos.
Obviamente, não defendemos a renúncia total ao uso da força. Há situações em que ela é a última linha defensiva contra quem a usa contra nós. Se renunciarmos definitivamente ao seu emprego, abdicaremos do direito à legítima defesa e nos condenaremos à morte pelas mãos do inimigo. Empregá-la, nesses casos, é um dever.
Posto isso, se dúvidas tínhamos sobre as reais possibilidades do Surrealismo, a simples observação do que acontece no Brasil dirimiu-as todas. Ele existe, sim, e vem sendo praticado intensamente em todas as instâncias do governo brasileiro.
Os exemplos usados para fundamentar a afirmação foram escolhidos entre fatos políticos recentes, que, por certo, serão lembrados pelos leitores, mas a coleção completa, constante dos outros artigos que vimos escrevendo, desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio da Silva, mostra que o fenômeno é verdadeiro e constante no tempo, em todo o período considerado.
O Globo, na primeira página da edição de 10 de fevereiro, noticia: “Doenças ligadas à pobreza, como diarréia, desnutrição, malária e tuberculose, matam 33,5 mil pessoas por ano no Brasil – mais que o total de vítimas de acidentes de trânsito”.
De início, vemos que os programas sociais, conhecidos como bolsas-esmola, podem comprar votos, mas não compram saneamento nem saúde.
Ainda assim, era de se esperar que o governo, diante dessas estatísticas que evidenciam o fracasso da gestão, adotasse medidas enérgicas para corrigir o problema. Mas não! Os governantes preferem deixar a Saúde Pública abandonada, para transferir a culpa da própria irresponsabilidade para a oposição, que, em boa hora, fulminou a PEC que prorrogava a CPMF.
Paradoxalmente, o que vimos foi a edição de Medida Provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais localizados em rodovias federais ou nas suas proximidades. Outra irracionalidade. Em vez de punir o motorista que dirige imprudentemente ou provoca acidente, castigam passageiros e comerciantes, como se proibir por proibir fosse a solução. A medida arbitrária, além de ineficaz, é inexeqüível, mas isso pouco importa. Ela rende dividendos demagógicos e mantém os cidadãos acuados, sob a dominação de um Estado feroz que os deixa sem condições para pensar nos problemas mais sérios que os afligem e no governo que os oprime. Além do mais, estimula, ainda, a corrupção policial.
Não há dinheiro para investir em saúde nem para a manutenção das nossas estradas, contudo o presidente da República doa um hospital para a Nigéria e “empresta”, sabidamente a fundo perdido, dois bilhões de dólares ao ditador Fidel Castro para, justamente, aplicar nas estradas cubanas.
Também falta dinheiro para o aumento dos funcionários públicos, enquanto ministros de Estado, funcionários públicos aliados e parentes do presidente fazem a maior farra com dinheiro público desviado, servindo-se, para tanto, dos cartões de crédito corporativos que, supostamente, foram introduzidos para impedi-lo.
Descobertas e denunciadas as irregularidades, enganou-se quem pensou que o governo iria apurar os fatos e punir os culpados. Doce ilusão! O que vimos foi a ministra-chefe da Casa Civil, com a agressividade que lhe é peculiar desde os tempos de guerrilheira, atropelar a verdade, alegando, para “provar” a lisura dos gastos, entre outras bobagens, que as despesas com suprimentos de fundos diminuíram no atual governo.
Outra solução engendrada para prevenir o desgaste decorrente de “acidentes” futuros é tirar os cartões dos ministros, passando-os a “aspones” dispensáveis, que assumiriam o ônus das utilizações irregulares. Mais uma tentativa ridícula de delegar a responsabilidade juntamente com a competência, como vem fazendo, com rara habilidade, o próprio presidente.
Mas o mais lamentável é que, na entrevista coletiva, a ministra e um jornalista, que também não vamos qualificar, pois as respectivas folhas-corridas são bastante conhecidas, estavam acompanhados do Chefe da Agência Brasileira de Inteligência, aparentemente, para coonestar, com o prestígio que as Forças Armadas brasileiras desfrutam junto ao povo, o embuste que se praticava.
Com espanto e decepção, vimos o General demonstrar exagerada preocupação com a segurança presidencial, que, nada indica, esteja ameaçada, mesmo porque os nossos terroristas são seus companheiros e estão, quase todos os ainda vivos, no seu governo ou em partidos da sua base de sustentação política.
Mas a afinidade com os terroristas não pára por aí. Ao mesmo tempo em que o governo prende e deporta atletas cubanos ameaçados pelo tirano local e se mostra “indiferente” aos cidadãos colombianos que conseguiram atravessar as nossas fronteiras, fugindo dos horrores das FARC, concede, ao arrepio da Lei, a proteção do instituto do asilo para um narcotraficante das mesmas FARC, que se diz padre e foi acusado de ser o portador de doação ilegal de cinco milhões de dólares do narcoterrorismo colombiano para a campanha de reeleição do presidente.
E o chefe da ABIN não hesitou em culpar e ameaçar quem liberou os dados do consumo com cartões ligados à presidência para o Portal da Transparência, afirmando, ainda, que os gastos com o presidente e com seus familiares não mais seriam divulgados, justificando-o com a afirmação de que “excesso de transparência gera insegurança”.
Se, como disse, pelo volume de tais desembolsos, elementos mal-intencionados poderiam saber quantas pessoas compõem a segurança presidencial, a disseminação talvez fosse desejável: quem quer que tivesse acesso ao montante usado desistiria das intenções hostis, desestimulado por imaginar um verdadeiro exército a defender tão poucas pessoas.
Não obstante, a futilidade dos dispêndios mostra que, verdadeiramente, ninguém está preocupado com segurança. O que querem, mesmo, é se servirem do dinheiro público, como se deles fosse.
Todas as nações têm verbas secretas, sim. Estas, porém, são, normalmente, as destinadas aos serviços de informações e ao reequipamento, ao preparo e ao emprego das Forças Armadas. No Brasil, as previsões orçamentárias insignificantes a elas destinadas são, sistemática e ostensivamente, divulgadas, expondo a vulnerabilidade criminosa que um governo hostil vem impondo ao País, mediante o esfacelamento de uma das pouquíssimas instituições ainda não corrompidas, e a única capaz de defendê-lo das ameaças externas e impedir a dissolução do Estado de direito, se, ou quando, isso vier a ser tentado.
Desse modo, melhor faria Sua Excelência, se estivesse mais preocupado com o enfraquecimento das Forças Armadas e com o que, verdadeiramente, ameaça o governo: a corrupção epidêmica que o acomete em todos os níveis e as investidas subversivas de seus integrantes, tudo com a conivência do presidente da República, que, como sempre, nada vê, nada ouve, nada sabe e nada faz.
Afinado, em coro com os outros atores já citados, o ministro da Justiça, sem nenhum pejo, dá uma inquestionável prova de que, como ministro, está mais a serviço do PT do que do Estado brasileiro, ao declarar que a apuração dos desvios apontados no uso dos cartões neste governo deveria retroagir à administração anterior e incluir, também, os gastos com suprimentos de fundos. Segundo ele, veríamos, então, quem gastou mais e cometeu mais irregularidades. Mais um que procura isentar de responsabilidade agentes governamentais acusados de uso indevido de dinheiro público, com o subterfúgio de que, em outros governos, também o faziam.
A titular do ministério do racismo do governo petista, uma das acusadas de uso inadequado do cartão, sentindo-se sem condição de permanecer, demitiu-se do cargo. Mas não o fez por vergonha ou para facilitar as investigações. Parece óbvio que saiu para poupar o presidente, que preferiu, “entregar os anéis para não perder os dedos”. Depois de livrar-se dela, como nas incontáveis vezes que a história já se repetiu, não poupou elogios à companheira descartada.
Esta, porém, procurou defender-se da irregularidade administrativa que lhe é imputada, pretextando ter sido vítima de racismo. Que racismo? Do presidente ou de si própria? Esqueceu-se a ministra de que, em nenhum momento, seus atributos físicos pessoais estiveram em jogo. Em questão, estavam, apenas, os seus gastos com o cartão corporativo. A única coisa que dela se esperava era mostrar a regularidade desses gastos, se isso fosse possível. Nesse caso, ela estaria ministra até hoje, fosse de que cor fosse.
Aliás, outra das loucuras perpetradas pelo atual governo é, precisamente, a reintrodução do racismo, com novas cores, no País. Para as nossas esquerdas, o preconceito de seus integrantes (como também a corrupção, a incompetência e a arbitrariedades) é louvável. Condenável, somente o dos outros.
Contaminadas que estão por uma lógica esdrúxula, não conseguem ver que são tão cruéis, perigosas e execráveis quanto o que houve de pior na humanidade, aí incluídos o nazismo e o fascismo, com os quais guardam forte semelhança. Que diferença haverá entre Hitler e Mussolini, de um lado, e, do outro, Stalin, Mao, Enver Hoxha, Ceausescu, Kim Jong-il, Pol Pot, Fidel Castro e muitos mais? A resposta é simples: o número muito maior de ditadores sanguinários e genocidas entre os comunistas. Em covardia e selvageria os dois grupos são equivalentes. Outra diferença é a tolerância e a leniência irracionais com que, no Brasil, estes últimos são tratados.
O governo e seu partido controlam, completamente, os institutos de pesquisa que – para não perderem as contas milionárias que, além das institucionais, incluem as das empresas estatais e de economia mista – continuam a fraudar, impunemente, os seus levantamentos, conforme as conveniências do momento, servindo-se, para tal, dos mais variados expedientes. Um dos mais simples acaba de ser usado. Como dissemos, as Forças Armadas têm grande prestigio e, geralmente, são indicadas como a instituição em que mais as pessoas confiam. Para, dolosamente, escamoteá-lo, pesquisa recentemente divulgada não as incluiu entre as opções apresentadas. Resultado: a Imprensa foi considerada a instituição mais confiável.
Quem diria, justamente a imprensa, que, também para não perder, as benesses oficiais, deixou de ser livre para tornar-se majoritariamente governista.
Assim é que os meios de comunicação até divulgam notícias negativas sobre o governo, mas o fazem, na maioria das vezes, apenas para fingir isenção, abstendo-se, porém, de levá-las às últimas conseqüências.
Isso faz com que negociatas políticas sejam amplamente divulgadas, mas somente o suficiente para vender jornais, enquanto os agentes envolvidos debocham da sociedade e colhem, vitoriosos, os frutos dos conchavos que fazem as clara, seguros da impunidade.
Como explicar que, depois de hesitar e demonstrar desagrado e constrangimento com a indicação do PMDB (ou fingi-los), o presidente tenha cedido à pressão e nomeado o Senador Edison Lobão, mais um que nada entende da pasta, para o Ministério das Minas e Energia. Se fosse para o ministério da Cultura, até entenderíamos, uma vez que o senador é pianista.
No entanto, como os fatos noticiados indicam, a nomeação, feita em troca de votos de congressistas cooptados, a qualquer preço, para a implantação do projeto de poder petista, desta vez, teve, além das motivações normais (geralmente muito pouco éticas), claramente um objetivo fundamental que justificava tanta insistência do partido, apesar de todo o desgaste que causaria: a necessidade de dar foro privilegiado ao suplente do senador, seu filho, acusado de sonegação fiscal mediante o uso de laranja, de ser sócio oculto de uma empresa e de praticar irregularidade na venda de uma emissora de televisão.
Durante a posse do novo ministro, o presidente tentou, em discurso demagógico, transferir a responsabilidade de suas reticências para oposição, como se fosse esta que tivesse interesse em impedir a nomeação.
Finalmente, por ingenuidade, alienação, desânimo, interesses escusos, covardia, ou quaisquer outras motivações, muitos dos que deveriam insurgir-se contra essa situação caótica assistem, passivamente, à destruição do nosso País ou, mesmo, colaboram com aqueles que a promovem.
Somente se formos capazes de enfrentá-los com a violência necessária, conseguiremos vencê-los outra vez. Viveremos, então, em paz e “felizes para sempre”, pelo menos, por algum tempo. Será, sempre, indispensável estarmos atentos e preparados para as novas e criativas investidas dos inimigos ideológicos, cujos pensadores, felizmente, costumam escrever e anunciar, com grande antecedência, as estratégias que usarão, conforme a evolução dos acontecimentos. Mas é preciso, antes, acreditarmos em que eles não brincam e farão o que dizem, a não ser que sejam impedidos.
Por tudo isso, precisamos dar fim, o quanto antes, ao surrealismo extemporâneo que se abateu sobre nós. Se assim não fizermos, continuaremos a viver em um mundo irreal e fantasioso, enquanto governantes fanáticos nos escravizam e destroem, com o nosso consentimento alienado, tudo aquilo que construímos.
Feito isso, implantarão a ditadura comunista, socialista, sindicalista, do proletariado, bolivariana, ou seja lá o que for, com que sempre sonharam.
Depois não adiantará chorar.
Nas manifestações artísticas e literárias que inspiraram o movimento, não podemos negar que, certas vezes, conseguimos encontrar alguma beleza e certa coerência, até, apesar da inconsistência estética e lógica que propunham, por princípio.
Ainda assim, parece-nos que, tanto nas Artes quanto na Filosofia, jamais deveríamos ir além de pequenos retoques que realcem a beleza da realidade, sem alterar a essência das coisas nem comprometer a verdade, sob cujo primado, devemos, tanto quanto possível, pautar todas as nossas ações.
Somente privilegiando a razão, que nos distingue dos demais seres vivos que usam outras habilidades, particularmente, a força bruta, reuniremos melhores condições de sobrevivência nos mundos natural e social em que vivemos.
Obviamente, não defendemos a renúncia total ao uso da força. Há situações em que ela é a última linha defensiva contra quem a usa contra nós. Se renunciarmos definitivamente ao seu emprego, abdicaremos do direito à legítima defesa e nos condenaremos à morte pelas mãos do inimigo. Empregá-la, nesses casos, é um dever.
Posto isso, se dúvidas tínhamos sobre as reais possibilidades do Surrealismo, a simples observação do que acontece no Brasil dirimiu-as todas. Ele existe, sim, e vem sendo praticado intensamente em todas as instâncias do governo brasileiro.
Os exemplos usados para fundamentar a afirmação foram escolhidos entre fatos políticos recentes, que, por certo, serão lembrados pelos leitores, mas a coleção completa, constante dos outros artigos que vimos escrevendo, desde o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio da Silva, mostra que o fenômeno é verdadeiro e constante no tempo, em todo o período considerado.
O Globo, na primeira página da edição de 10 de fevereiro, noticia: “Doenças ligadas à pobreza, como diarréia, desnutrição, malária e tuberculose, matam 33,5 mil pessoas por ano no Brasil – mais que o total de vítimas de acidentes de trânsito”.
De início, vemos que os programas sociais, conhecidos como bolsas-esmola, podem comprar votos, mas não compram saneamento nem saúde.
Ainda assim, era de se esperar que o governo, diante dessas estatísticas que evidenciam o fracasso da gestão, adotasse medidas enérgicas para corrigir o problema. Mas não! Os governantes preferem deixar a Saúde Pública abandonada, para transferir a culpa da própria irresponsabilidade para a oposição, que, em boa hora, fulminou a PEC que prorrogava a CPMF.
Paradoxalmente, o que vimos foi a edição de Medida Provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais localizados em rodovias federais ou nas suas proximidades. Outra irracionalidade. Em vez de punir o motorista que dirige imprudentemente ou provoca acidente, castigam passageiros e comerciantes, como se proibir por proibir fosse a solução. A medida arbitrária, além de ineficaz, é inexeqüível, mas isso pouco importa. Ela rende dividendos demagógicos e mantém os cidadãos acuados, sob a dominação de um Estado feroz que os deixa sem condições para pensar nos problemas mais sérios que os afligem e no governo que os oprime. Além do mais, estimula, ainda, a corrupção policial.
Não há dinheiro para investir em saúde nem para a manutenção das nossas estradas, contudo o presidente da República doa um hospital para a Nigéria e “empresta”, sabidamente a fundo perdido, dois bilhões de dólares ao ditador Fidel Castro para, justamente, aplicar nas estradas cubanas.
Também falta dinheiro para o aumento dos funcionários públicos, enquanto ministros de Estado, funcionários públicos aliados e parentes do presidente fazem a maior farra com dinheiro público desviado, servindo-se, para tanto, dos cartões de crédito corporativos que, supostamente, foram introduzidos para impedi-lo.
Descobertas e denunciadas as irregularidades, enganou-se quem pensou que o governo iria apurar os fatos e punir os culpados. Doce ilusão! O que vimos foi a ministra-chefe da Casa Civil, com a agressividade que lhe é peculiar desde os tempos de guerrilheira, atropelar a verdade, alegando, para “provar” a lisura dos gastos, entre outras bobagens, que as despesas com suprimentos de fundos diminuíram no atual governo.
Outra solução engendrada para prevenir o desgaste decorrente de “acidentes” futuros é tirar os cartões dos ministros, passando-os a “aspones” dispensáveis, que assumiriam o ônus das utilizações irregulares. Mais uma tentativa ridícula de delegar a responsabilidade juntamente com a competência, como vem fazendo, com rara habilidade, o próprio presidente.
Mas o mais lamentável é que, na entrevista coletiva, a ministra e um jornalista, que também não vamos qualificar, pois as respectivas folhas-corridas são bastante conhecidas, estavam acompanhados do Chefe da Agência Brasileira de Inteligência, aparentemente, para coonestar, com o prestígio que as Forças Armadas brasileiras desfrutam junto ao povo, o embuste que se praticava.
Com espanto e decepção, vimos o General demonstrar exagerada preocupação com a segurança presidencial, que, nada indica, esteja ameaçada, mesmo porque os nossos terroristas são seus companheiros e estão, quase todos os ainda vivos, no seu governo ou em partidos da sua base de sustentação política.
Mas a afinidade com os terroristas não pára por aí. Ao mesmo tempo em que o governo prende e deporta atletas cubanos ameaçados pelo tirano local e se mostra “indiferente” aos cidadãos colombianos que conseguiram atravessar as nossas fronteiras, fugindo dos horrores das FARC, concede, ao arrepio da Lei, a proteção do instituto do asilo para um narcotraficante das mesmas FARC, que se diz padre e foi acusado de ser o portador de doação ilegal de cinco milhões de dólares do narcoterrorismo colombiano para a campanha de reeleição do presidente.
E o chefe da ABIN não hesitou em culpar e ameaçar quem liberou os dados do consumo com cartões ligados à presidência para o Portal da Transparência, afirmando, ainda, que os gastos com o presidente e com seus familiares não mais seriam divulgados, justificando-o com a afirmação de que “excesso de transparência gera insegurança”.
Se, como disse, pelo volume de tais desembolsos, elementos mal-intencionados poderiam saber quantas pessoas compõem a segurança presidencial, a disseminação talvez fosse desejável: quem quer que tivesse acesso ao montante usado desistiria das intenções hostis, desestimulado por imaginar um verdadeiro exército a defender tão poucas pessoas.
Não obstante, a futilidade dos dispêndios mostra que, verdadeiramente, ninguém está preocupado com segurança. O que querem, mesmo, é se servirem do dinheiro público, como se deles fosse.
Todas as nações têm verbas secretas, sim. Estas, porém, são, normalmente, as destinadas aos serviços de informações e ao reequipamento, ao preparo e ao emprego das Forças Armadas. No Brasil, as previsões orçamentárias insignificantes a elas destinadas são, sistemática e ostensivamente, divulgadas, expondo a vulnerabilidade criminosa que um governo hostil vem impondo ao País, mediante o esfacelamento de uma das pouquíssimas instituições ainda não corrompidas, e a única capaz de defendê-lo das ameaças externas e impedir a dissolução do Estado de direito, se, ou quando, isso vier a ser tentado.
Desse modo, melhor faria Sua Excelência, se estivesse mais preocupado com o enfraquecimento das Forças Armadas e com o que, verdadeiramente, ameaça o governo: a corrupção epidêmica que o acomete em todos os níveis e as investidas subversivas de seus integrantes, tudo com a conivência do presidente da República, que, como sempre, nada vê, nada ouve, nada sabe e nada faz.
Afinado, em coro com os outros atores já citados, o ministro da Justiça, sem nenhum pejo, dá uma inquestionável prova de que, como ministro, está mais a serviço do PT do que do Estado brasileiro, ao declarar que a apuração dos desvios apontados no uso dos cartões neste governo deveria retroagir à administração anterior e incluir, também, os gastos com suprimentos de fundos. Segundo ele, veríamos, então, quem gastou mais e cometeu mais irregularidades. Mais um que procura isentar de responsabilidade agentes governamentais acusados de uso indevido de dinheiro público, com o subterfúgio de que, em outros governos, também o faziam.
A titular do ministério do racismo do governo petista, uma das acusadas de uso inadequado do cartão, sentindo-se sem condição de permanecer, demitiu-se do cargo. Mas não o fez por vergonha ou para facilitar as investigações. Parece óbvio que saiu para poupar o presidente, que preferiu, “entregar os anéis para não perder os dedos”. Depois de livrar-se dela, como nas incontáveis vezes que a história já se repetiu, não poupou elogios à companheira descartada.
Esta, porém, procurou defender-se da irregularidade administrativa que lhe é imputada, pretextando ter sido vítima de racismo. Que racismo? Do presidente ou de si própria? Esqueceu-se a ministra de que, em nenhum momento, seus atributos físicos pessoais estiveram em jogo. Em questão, estavam, apenas, os seus gastos com o cartão corporativo. A única coisa que dela se esperava era mostrar a regularidade desses gastos, se isso fosse possível. Nesse caso, ela estaria ministra até hoje, fosse de que cor fosse.
Aliás, outra das loucuras perpetradas pelo atual governo é, precisamente, a reintrodução do racismo, com novas cores, no País. Para as nossas esquerdas, o preconceito de seus integrantes (como também a corrupção, a incompetência e a arbitrariedades) é louvável. Condenável, somente o dos outros.
Contaminadas que estão por uma lógica esdrúxula, não conseguem ver que são tão cruéis, perigosas e execráveis quanto o que houve de pior na humanidade, aí incluídos o nazismo e o fascismo, com os quais guardam forte semelhança. Que diferença haverá entre Hitler e Mussolini, de um lado, e, do outro, Stalin, Mao, Enver Hoxha, Ceausescu, Kim Jong-il, Pol Pot, Fidel Castro e muitos mais? A resposta é simples: o número muito maior de ditadores sanguinários e genocidas entre os comunistas. Em covardia e selvageria os dois grupos são equivalentes. Outra diferença é a tolerância e a leniência irracionais com que, no Brasil, estes últimos são tratados.
O governo e seu partido controlam, completamente, os institutos de pesquisa que – para não perderem as contas milionárias que, além das institucionais, incluem as das empresas estatais e de economia mista – continuam a fraudar, impunemente, os seus levantamentos, conforme as conveniências do momento, servindo-se, para tal, dos mais variados expedientes. Um dos mais simples acaba de ser usado. Como dissemos, as Forças Armadas têm grande prestigio e, geralmente, são indicadas como a instituição em que mais as pessoas confiam. Para, dolosamente, escamoteá-lo, pesquisa recentemente divulgada não as incluiu entre as opções apresentadas. Resultado: a Imprensa foi considerada a instituição mais confiável.
Quem diria, justamente a imprensa, que, também para não perder, as benesses oficiais, deixou de ser livre para tornar-se majoritariamente governista.
Assim é que os meios de comunicação até divulgam notícias negativas sobre o governo, mas o fazem, na maioria das vezes, apenas para fingir isenção, abstendo-se, porém, de levá-las às últimas conseqüências.
Isso faz com que negociatas políticas sejam amplamente divulgadas, mas somente o suficiente para vender jornais, enquanto os agentes envolvidos debocham da sociedade e colhem, vitoriosos, os frutos dos conchavos que fazem as clara, seguros da impunidade.
Como explicar que, depois de hesitar e demonstrar desagrado e constrangimento com a indicação do PMDB (ou fingi-los), o presidente tenha cedido à pressão e nomeado o Senador Edison Lobão, mais um que nada entende da pasta, para o Ministério das Minas e Energia. Se fosse para o ministério da Cultura, até entenderíamos, uma vez que o senador é pianista.
No entanto, como os fatos noticiados indicam, a nomeação, feita em troca de votos de congressistas cooptados, a qualquer preço, para a implantação do projeto de poder petista, desta vez, teve, além das motivações normais (geralmente muito pouco éticas), claramente um objetivo fundamental que justificava tanta insistência do partido, apesar de todo o desgaste que causaria: a necessidade de dar foro privilegiado ao suplente do senador, seu filho, acusado de sonegação fiscal mediante o uso de laranja, de ser sócio oculto de uma empresa e de praticar irregularidade na venda de uma emissora de televisão.
Durante a posse do novo ministro, o presidente tentou, em discurso demagógico, transferir a responsabilidade de suas reticências para oposição, como se fosse esta que tivesse interesse em impedir a nomeação.
Finalmente, por ingenuidade, alienação, desânimo, interesses escusos, covardia, ou quaisquer outras motivações, muitos dos que deveriam insurgir-se contra essa situação caótica assistem, passivamente, à destruição do nosso País ou, mesmo, colaboram com aqueles que a promovem.
Somente se formos capazes de enfrentá-los com a violência necessária, conseguiremos vencê-los outra vez. Viveremos, então, em paz e “felizes para sempre”, pelo menos, por algum tempo. Será, sempre, indispensável estarmos atentos e preparados para as novas e criativas investidas dos inimigos ideológicos, cujos pensadores, felizmente, costumam escrever e anunciar, com grande antecedência, as estratégias que usarão, conforme a evolução dos acontecimentos. Mas é preciso, antes, acreditarmos em que eles não brincam e farão o que dizem, a não ser que sejam impedidos.
Por tudo isso, precisamos dar fim, o quanto antes, ao surrealismo extemporâneo que se abateu sobre nós. Se assim não fizermos, continuaremos a viver em um mundo irreal e fantasioso, enquanto governantes fanáticos nos escravizam e destroem, com o nosso consentimento alienado, tudo aquilo que construímos.
Feito isso, implantarão a ditadura comunista, socialista, sindicalista, do proletariado, bolivariana, ou seja lá o que for, com que sempre sonharam.
Depois não adiantará chorar.
Luís Mauro Ferreira Gomes é Coronel-Aviador da Força Aérea Brasileira.
Publicado no site "Ternuma – Terrorismo Nunca Mais.
Domingo, 17 de fevereiro de 2008.
http://bootlead.blogspot.com
Governo Surrealista – Cel Av Luís Mauro Ferreira Gomes
Reflexão II – Cel Aluisio Madruga
Reflexão I – Cel Aluisio Madruga
2 comments:
Encontrei este blog por acaso, entendi a proposta, mas não sei a que se presta. Não sou PT, não sou simpatizante do Lula, mas chama-lo de anticristo, besta do apocalipse é hilário.
O resto do blog poderia seguir a mesma linha do perfil, mas querer levar a sério estas "matérias" com jeito de denúncia...não dá, né ?- Nooossa descobriram que a fome mata no Brasil! - Culpa da Besta Barbuda. hahah ...Antes dele não existia nada disso, né mesmo Boot?
Encontrei este blog por acaso, entendi a proposta, mas não sei a que se presta. Não sou PT, não sou simpatizante do Lula, mas chama-lo de anticristo, besta do apocalipse é hilário.
O resto do blog poderia seguir a mesma linha do perfil, mas querer levar a sério estas "matérias" com jeito de denúncia...não dá, né ?- Nooossa descobriram que a fome mata no Brasil! - Culpa da Besta Barbuda. hahah ...Antes dele não existia nada disso, né Boot?
Post a Comment