TOTALITARISMO IMPERFEITO
por José Nivaldo Cordeiro
Resolvi voltar ao tema do artigo anterior (v. AQUI ) depois de ler os comentários da jornalista Barbara Gancia na Folha de São Paulo (v. AQUI ), em sua edição de hoje (10/04/09). Rememoremos. O governador José Serra apresentou projeto de lei praticamente vedando o uso de tabaco em locais públicos no Estado de São Paulo. A Assembléia Legislativa o aprovou por ampla maioria e o monstrengo legal deverá ser sancionado proximamente. Mais um entulho legal totalitário a infernizar a vida das pessoas. Devo lembrar ao caro leitor que não advogo em causa própria, pois não faço uso do cigarro. Peguei o tema como exemplo do movimento geral que percebo das esquerdas revolucionárias ora governantes. Suas inovações jurídico-legais formam um movimento em pinça que objetiva duas metas importantes: impor a qualquer custo a homogeneização da distribuição de renda, roubando os contribuintes que trabalham e cevando vastas multidões de desocupados com remunerações ilegítimas pagas por impostos; e a regulação da vida pessoal ao ponto de se suprimir a espontaneidade da existência cotidiana.
Em artigo mais antigo (v. AQUI ) demonstrei que o filósofo Ortega y Gasset percebeu o mesmo fenômeno na Europa do seu tempo, fato que registrou no livro monumental A REBELIÃO DAS MASSAS, publicado em 1930. Nas suas palavras: "O estatismo é a forma superior que tomam a violência e a ação direta constituídas em normas. Através e por meio do Estado, máquina anônima, as massas atuam por si mesmas". Estamos em plena rebelião das massas novamente.
Essa lei do governador José Serra é nada mais nada menos que isso, uma forma superior de violência direta contra os homens e mulheres livres. A burocratização da vida cotidiana ao ponto da asfixia está em grau avançado e outro nome não existe para esse processo que não ditadura. Caberia ao governante lúcido avocar para si a proteção das liberdades e das minorias; José Serra faz o seu contrário, no anseio de se credenciar junto às multidões cretinas para receber seus votos.
Mas voltemos ao texto de Barbara Gancia. Lamenta a autora que a lei não tenha sido mais abrangente: "Aos termocéfalos que ainda insistem em se matar a baforadas, ficou reservado o olho da rua e a intimidade (por quanto tempo, ninguém sabe) do próprio lar". A articulista propõe implicitamente que tal lei deveria impedir o cigarro até mesmo no ambiente do.lar, na inviolabilidade da intimidade da pessoa. A estúpida senhora completa: "Nenhum ser provido de massa encefálica pode ser contrário a uma lei que visa proteger os fumantes passivos, evita doenças graves e promove uma melhora generalizada na saúde da população".
Foto: Por quanto tempo?
"Aos termocéfalos que ainda insistem em se matar a baforadas, ficou reservado o olho da rua
e a intimidade (por quanto tempo, ninguém sabe) do próprio lar." (Barbara Gancia)
Eu nunca me esqueço de que Hitler subiu ao poder usando da sua obsessão com o tema da saúde como plataforma, como faz agora José Serra. Ficaram famosas suas "guerras" contra o câncer e outras doenças. Ninguém podia fumar perto dele, que também não consumia carne por supostamente fazer mal à saúde. Veja, caro leitor, que só seres moralmente deformados como Hitler avocam a si as condições de aperfeiçoar a humanidade por meio do Estado e onde isso aconteceu a ditadura virou instituição. Mesmo nos EUA vive-se a ditadura do politicamente correto e a indústria mais próspera de lá, que não sofreu com a atual crise econômica, é a ampliação da oferta de novas vagas no sistema prisional. Tudo para a sua segurança e sua saúde.
Tentando ser espirituosa, Barbara Gancia concluiu assim o seu artigo: "Na quarta-feira, jantei na companhia de amigos em um restaurante fantástico dos Jardins. Éramos 16 à mesa, a maioria advogados. Perguntei sobre a lei antifumo e ouvi que ela pode fracassar por conta da enxurrada de contestações que chegarão aos tribunais. Olhei ao meu redor e percebi uma penca de fumantes exercitando o seu vício como se não houvesse amanhã". Veja, caro leitor, que ela deixa no ar que exercitar o direito constitucional de entrar com mandatos de segurança é nocivo (como contestar uma lei supostamente tão boa e preocupada com a saúde de todos?). E observa seus amigos fumantes exercitando um suposto vício, algo contestável, esquecendo-se que a humanidade fuma desde que descobriu-se o tabaco. Ela não enxerga o óbvio: que seus amigos apenas exerciam a sua liberdade, que pessoas adultas, capazes e bem formadas, juristas ou não, são donas de suas próprias vidas. Mas liberdade é algo que essas almas deformadas pelo totalitarismo não suportam.
Nos próximos dias veremos muitos artigos de formadores de opinião assalariados ao poder fazerem a defesa dessa lei estúpida. Atente, caro leitor: são todos eles mentirosos e mal intencionados. São cabos eleitorais de ditadores por vocação. São companheiros de viagem da revolução em marcha. São lacaios dos coletivistas totalitários. Querem destruir o bem mais precioso: a liberdade individual. Precisamos resistir. Existir é resistir. Nenhuma Bárbara Gancia escreverá essas alucinações mentirosas sem ser objeto de minhas contestações. Pode me aguardar.
Aproveito para desejar a você, caro leitor, uma Feliz Páscoa, na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em artigo mais antigo (v. AQUI ) demonstrei que o filósofo Ortega y Gasset percebeu o mesmo fenômeno na Europa do seu tempo, fato que registrou no livro monumental A REBELIÃO DAS MASSAS, publicado em 1930. Nas suas palavras: "O estatismo é a forma superior que tomam a violência e a ação direta constituídas em normas. Através e por meio do Estado, máquina anônima, as massas atuam por si mesmas". Estamos em plena rebelião das massas novamente.
Essa lei do governador José Serra é nada mais nada menos que isso, uma forma superior de violência direta contra os homens e mulheres livres. A burocratização da vida cotidiana ao ponto da asfixia está em grau avançado e outro nome não existe para esse processo que não ditadura. Caberia ao governante lúcido avocar para si a proteção das liberdades e das minorias; José Serra faz o seu contrário, no anseio de se credenciar junto às multidões cretinas para receber seus votos.
Mas voltemos ao texto de Barbara Gancia. Lamenta a autora que a lei não tenha sido mais abrangente: "Aos termocéfalos que ainda insistem em se matar a baforadas, ficou reservado o olho da rua e a intimidade (por quanto tempo, ninguém sabe) do próprio lar". A articulista propõe implicitamente que tal lei deveria impedir o cigarro até mesmo no ambiente do.lar, na inviolabilidade da intimidade da pessoa. A estúpida senhora completa: "Nenhum ser provido de massa encefálica pode ser contrário a uma lei que visa proteger os fumantes passivos, evita doenças graves e promove uma melhora generalizada na saúde da população".
Foto: Por quanto tempo?
"Aos termocéfalos que ainda insistem em se matar a baforadas, ficou reservado o olho da rua
e a intimidade (por quanto tempo, ninguém sabe) do próprio lar." (Barbara Gancia)
Eu nunca me esqueço de que Hitler subiu ao poder usando da sua obsessão com o tema da saúde como plataforma, como faz agora José Serra. Ficaram famosas suas "guerras" contra o câncer e outras doenças. Ninguém podia fumar perto dele, que também não consumia carne por supostamente fazer mal à saúde. Veja, caro leitor, que só seres moralmente deformados como Hitler avocam a si as condições de aperfeiçoar a humanidade por meio do Estado e onde isso aconteceu a ditadura virou instituição. Mesmo nos EUA vive-se a ditadura do politicamente correto e a indústria mais próspera de lá, que não sofreu com a atual crise econômica, é a ampliação da oferta de novas vagas no sistema prisional. Tudo para a sua segurança e sua saúde.
Tentando ser espirituosa, Barbara Gancia concluiu assim o seu artigo: "Na quarta-feira, jantei na companhia de amigos em um restaurante fantástico dos Jardins. Éramos 16 à mesa, a maioria advogados. Perguntei sobre a lei antifumo e ouvi que ela pode fracassar por conta da enxurrada de contestações que chegarão aos tribunais. Olhei ao meu redor e percebi uma penca de fumantes exercitando o seu vício como se não houvesse amanhã". Veja, caro leitor, que ela deixa no ar que exercitar o direito constitucional de entrar com mandatos de segurança é nocivo (como contestar uma lei supostamente tão boa e preocupada com a saúde de todos?). E observa seus amigos fumantes exercitando um suposto vício, algo contestável, esquecendo-se que a humanidade fuma desde que descobriu-se o tabaco. Ela não enxerga o óbvio: que seus amigos apenas exerciam a sua liberdade, que pessoas adultas, capazes e bem formadas, juristas ou não, são donas de suas próprias vidas. Mas liberdade é algo que essas almas deformadas pelo totalitarismo não suportam.
Nos próximos dias veremos muitos artigos de formadores de opinião assalariados ao poder fazerem a defesa dessa lei estúpida. Atente, caro leitor: são todos eles mentirosos e mal intencionados. São cabos eleitorais de ditadores por vocação. São companheiros de viagem da revolução em marcha. São lacaios dos coletivistas totalitários. Querem destruir o bem mais precioso: a liberdade individual. Precisamos resistir. Existir é resistir. Nenhuma Bárbara Gancia escreverá essas alucinações mentirosas sem ser objeto de minhas contestações. Pode me aguardar.
Aproveito para desejar a você, caro leitor, uma Feliz Páscoa, na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
José Nivaldo Cordeiro: "Quem sou eu? Sou cristão, liberal e democrata. Abomino todas as formas de tiranias e de coletivismos. Acredito que a Verdade veio com a Revelação e que a vida é uma totalidade, não podendo ser cindida em departamentos estanques. Abomino qualquer intervenção do Estado na vida das pessoas e na economia, além do imprescindível para manter a ordem pública. Acredito que a liberdade é um bem que se conquista cotidianamente, pelo esforço individual, e que os seus inimigos estão sempre a postos para destruí-la. Preservá-la é manter-se vigilante e sempre disposto a lutar, a combater o bom combate. Acredito que riqueza e prosperidade só podem vir mediante o esforço individual de trabalhar. Fora disso, é sair do bom caminho, é mergulhar na escuridão da mentira e das falsas promessas".
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP e editor do site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado". E-mail: nivaldocordeiro@yahoo.com.br
Publicado no site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado".
Sexta-feira, 10 de abril de 2009.
TOTALITARISMO EM MARCHA – José Nivaldo Cordeiro
http://bootlead.blogspot.com
SOMENTE SERES MORALMENTE DEFORMADOS COMO HITLER, AVOCAM A SI AS CONDIÇÕES DE APERFEIÇOAR A HUMANIDADE POR MEIO DO ESTADO.
2 comments:
Meus amigos
Está ficando difícil escolher um candidato para votarmos nas próximas eleições.
Na última campanha para presidente, falou-se muito naquela história de um almoço em Nova York envolvendo líderes do PT e do PSDB no qual se decidia o futuro deste país: estabeleceu-se, na ocasião, que Lula ganharia em 2006 e Aécio ganharia em 2010.
Eu, como estava envolvida na campanha de Geraldo Alckmin, gritei e esperneei que era mentira.
No fim da campanha já estava com uma pulga sem vergonha atrás da orelha perguntando: E se for verdade? A vitória de Lula nunca me convenceu, nem o desprezo do PSDB pela candidatura de Geraldo, nem sua passividade durante a campanha.
Agora Serra desponta como candidato em lugar de Aécio que não deslancha nas pesquisas. Menos mal. Aécio me parece muito amiguinho de Lula para que eu possa aceitar.
Viva Serra, então.
Aí ele cria uma lei anti-fumo que deixa saudade daquilo que eles mesmos chamam de ditadura.
Como é que é mesmo? É proibido fumar. As empresas não podem mais ter um espaço reservado para os fumantes. Cria-se, oficialmente a figura do “dedo-duro”. Qualquer pessoa, identificando-se, pode denunciar uma empresa qualquer que permitiu um funcionário ou usuário fumar em suas dependências. Aí o fiscal vai lá e aplica pesada multa no infrator.
E viva a democratura de Serra!!!!!
Pelo menos os militares só perseguiam terroristas, seqüestradores e assassinos. Fumante não era bandido, não era criminoso. Os direitos humanos não saiam a apoiar os bandidos na cadeia.
E os “representantes do povo” não se sentiam donos do dinheiro público para fazer dele o que quisessem.
Na nossa democratura, Zé Dirceu não é criminoso, nem o são Renan Calheiros, nem Dilma Russeff, nem Delúbio Soares, nem Palloci nem mesmo Lula. Mas seu Zezinho que vende picolé na praça, se acender um cigarro, é um elemento perigoso, inimigo público número um. Cadeia nele.
Me poupem!
Viva a ditabranda dos militares.
Fora a democratura de Serra.
84%? Quem paga mensalão também compra opinião.
Membro do Clube dos 16%
Reserva Indígena é gueto - Vamos combatê-la!
Eu vaio Lula!"!
Ester J. Azoubel
E o pior é que existe muito Zé das Medalhas achando bonitinho preservar a saúde da população
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