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Rambo está com a macaca
Declarações de Stallone sobre Brasil indignam mídia. Olavo de Carvalho fecha com Rambo.
Stallone está certo
por Olavo de Carvalho
A mídia inteira está brabíssima com o ator Sylvester Stallone porque ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos – evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.
Da minha parte, garanto que Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco? Exploda o País e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores.
Exploda o País como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras.
Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação – não do seqüestrado, mas do seqüestrador (passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele).
Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz; sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira.
Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal.
Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional.
Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você "conteve a sanha dos radicais".
Mande abortar milhões de bebês, e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você. Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais.
Destrua a carreira de um presidente "direitista" e alguns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata comunista no interior de Alagoas.
Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz, quando você bate nele para valer.
Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração do ator de "Rambo" é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.
O clássico estudo de Paulo Mercadante, A Consciência Conservadora no Brasil, já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.
Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele.
Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.
Da minha parte, garanto que Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco? Exploda o País e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores.
Exploda o País como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras.
Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação – não do seqüestrado, mas do seqüestrador (passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele).
Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz; sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira.
Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal.
Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional.
Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você "conteve a sanha dos radicais".
Mande abortar milhões de bebês, e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você. Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais.
Destrua a carreira de um presidente "direitista" e alguns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata comunista no interior de Alagoas.
Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz, quando você bate nele para valer.
Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração do ator de "Rambo" é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.
O clássico estudo de Paulo Mercadante, A Consciência Conservadora no Brasil, já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.
Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele.
Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.
Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA onde mantém o site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org
Publicado no jornal "Diário do Comércio" – Opinião.
Terça-feira, 27 de julho de 2010, 19h54.
Vídeo: Trailer do filme "THE EXPENDABLES".*
Dirigido por Sylvester Stallone e rodado no Brasil.
(*) Expendable = Termo usado por militares para "dispensáveis" (pessoal, equipamentos ou materiais,
que podem ser sacrificados a fim de que se realize um objetivo militar).
que podem ser sacrificados a fim de que se realize um objetivo militar).
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e então pulse PLAY novamente.
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ESTA GENTINHA MERECE A VELHOTA COMUNISTA – Janer Cristaldo
4 comments:
Boot, old friend. Faz um tempão que vc não dá sinal de vida em meu singelo blog. Sinto falta de seus comentários ponderados e sinceros. Tenho visitado vc regularmente e só não comento porque os artigos postados são completos só merecendo parabéns como os de hoje p.e. Considerando que lutamos a mesma guerra como irmãos de armas deixo-lhe meu fraterno abraço!
Meu caro Boot , o articulista tem mil por cento de razão .A covardia do povo brasileiro me assusta .Não consigo entender porque este povo tem um complexo de inferioridade tão grande , e um "respeito" tão grande por estrangeiros e por poderosos da terra.Na terra de meu avô (Galícia ) politicos morreram por muito menos do que fazem esses nosso deputados e senadores .
É duro ver as coisas acontecendo e ninguém fazer nada ,e quando falo alguma coisa me chamam de chato , louco e coisa pior .
Abraços
O MST receberá este ano a metade da dotação do Exercito Brasileiro!
O MST já recebeu R$ 160 milhões do Governo.
Isso é a metade da verba que o Exército vai receber em 2010.
MST logo vai superar o Exército brasileiro em contingente e em dotação Orçamentária ( VERBA de CUSTEIO )
Não é o máximo do patriotísmo e pundonor dos generais melancias?
colunistas do JB...
http://www.jb.com.br/colunistas/
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