REBELIÃO DAS MASSAS
por José Nivaldo Cordeiro
"De todos os males do autoritarismo, nenhum é superior à destruição do conceito de legalidade"
Paulo Brossard
Em ato público realizado ontem, em apoio ao juiz Fausto Martin De Sanctis e contra o presidente do STF, Gilmar Mendes, declarou o também juiz Helio Egídio Mattos Nogueira: "Hoje ele não é só o juiz Fausto, hoje ele é a magistratura." Obvio que a magistratura não é o juiz Fausto (que não se perca pelo nome), mas todo o Poder Judiciário e sobretudo sua hierarquia superior. O juiz Fausto é um mero juiz de primeira instância e nada mais. Essa retórica rebelde revela aspectos da tragédia nacional que está em curso.
O que é essa rebelião dos juízes de primeira instância que não uma demonstração cabal do que Ortega y Gasset chamou de rebelião das massas? Visto o fato com frieza, o que temos é o anseio da quebra total da hierarquia judiciária, da lei ela mesma; a anulação de qualquer freio para que os juízes de primeira instância – exemplares acabados do "Senhorito Satisfeito" – pratiquem sua caricatura de justiça sem ter que apresentar quaisquer justificativas e se submeter a nenhuma instância superior. É rasgar o espírito da lei e da Constituição em vigor.
Veja você, caro leitor, a que ponto chegou a degradação social no Brasil: supostamente juízes são homens bem formados, compõem uma casta separada e vivem de estudar para julgar. Espera-se de juízes uma vida privada compatível com a função e nessa vida privada está pressuposta a aquisição continuada de cultura geral capaz de torná-los, ao longo da vida, homens distintos, uma elite. O que vemos é o emergir do oposto de tudo isso. Os integrantes da carreira judiciária vêem-se como justiceiros das massas desembestadas, querem proferir suas sentenças ao sabor da opinião pública, esquecendo-se completamente do marco legal e até mesmo legislando ocasionalmente. Se o paciente julgado for um empresário, a sanha vingativa aumenta exponencialmente. Os juízes rebelados viraram agentes da luta de classe marxista.
Esse movimento acintoso tem desdobramentos ainda mais graves. Falou-se em impeachment de Gilmar Mendes, presidente do STF. Isso seria um ensaio para um golpe de Estado, seria a remoção preliminar de um dos entraves para que o partido governante possa exercer, na plenitude, poderes discricionários. Não é, portanto, uma banalidade. É muito grave. Digo que não creio no sucesso imediato da empreitada, mas o simples fato de ter sido posta é indicativo da trajetória que estamos a percorrer.
Escrevi em artigos anteriores que a Polícia Federal adquiriu um pendor persecutório contra empresários indefectível, sempre trabalhando, os seus agentes, como atores em um palco: diante de câmaras de TV, praticando rituais de imolação de suas vítimas cujo desfecho e ponto alto é a indefectível colocação das algemas, seguida do desfile de camburões pelas ruas. A humilhação completa de suas vítimas, mais das vezes nunca consideradas culpadas em decisão final da Justiça. Esses gestos têm por objetivo a demonstração cabal de poder absoluto. Temos aqui todos os ingredientes de uma ditadura policial.
Até agora as instâncias superiores da Justiça têm sido um freio contra o arbítrio policial e judicial e o próprio presidente do STF tem dado reiteradas declarações condenando essa espetacularização do processo investigatório, que grande prejuízo traz, de forma irreparável, aos investigados. Talvez venha daí a ira dos juízes de primeira instância, mais das vezes jovens simpatizantes das causas igualitaristas, contra as instâncias superiores. O fato é que Gilmar Mendes tem tido uma postura irrepreensível à frente do STF, com decisões sóbrias e elegantes e sempre em favor da Justiça, em honra da tradição do Direito brasileiro. Mas as massas em rebelião rebelam-se justamente contra isso: contra o certo, o elegante, o justo. Querem o seu oposto: o anárquico, o feio, o injusto. A lei de Lynch.
Vivemos tempos de grandes perigos.
O que é essa rebelião dos juízes de primeira instância que não uma demonstração cabal do que Ortega y Gasset chamou de rebelião das massas? Visto o fato com frieza, o que temos é o anseio da quebra total da hierarquia judiciária, da lei ela mesma; a anulação de qualquer freio para que os juízes de primeira instância – exemplares acabados do "Senhorito Satisfeito" – pratiquem sua caricatura de justiça sem ter que apresentar quaisquer justificativas e se submeter a nenhuma instância superior. É rasgar o espírito da lei e da Constituição em vigor.
Veja você, caro leitor, a que ponto chegou a degradação social no Brasil: supostamente juízes são homens bem formados, compõem uma casta separada e vivem de estudar para julgar. Espera-se de juízes uma vida privada compatível com a função e nessa vida privada está pressuposta a aquisição continuada de cultura geral capaz de torná-los, ao longo da vida, homens distintos, uma elite. O que vemos é o emergir do oposto de tudo isso. Os integrantes da carreira judiciária vêem-se como justiceiros das massas desembestadas, querem proferir suas sentenças ao sabor da opinião pública, esquecendo-se completamente do marco legal e até mesmo legislando ocasionalmente. Se o paciente julgado for um empresário, a sanha vingativa aumenta exponencialmente. Os juízes rebelados viraram agentes da luta de classe marxista.
Esse movimento acintoso tem desdobramentos ainda mais graves. Falou-se em impeachment de Gilmar Mendes, presidente do STF. Isso seria um ensaio para um golpe de Estado, seria a remoção preliminar de um dos entraves para que o partido governante possa exercer, na plenitude, poderes discricionários. Não é, portanto, uma banalidade. É muito grave. Digo que não creio no sucesso imediato da empreitada, mas o simples fato de ter sido posta é indicativo da trajetória que estamos a percorrer.
Escrevi em artigos anteriores que a Polícia Federal adquiriu um pendor persecutório contra empresários indefectível, sempre trabalhando, os seus agentes, como atores em um palco: diante de câmaras de TV, praticando rituais de imolação de suas vítimas cujo desfecho e ponto alto é a indefectível colocação das algemas, seguida do desfile de camburões pelas ruas. A humilhação completa de suas vítimas, mais das vezes nunca consideradas culpadas em decisão final da Justiça. Esses gestos têm por objetivo a demonstração cabal de poder absoluto. Temos aqui todos os ingredientes de uma ditadura policial.
Até agora as instâncias superiores da Justiça têm sido um freio contra o arbítrio policial e judicial e o próprio presidente do STF tem dado reiteradas declarações condenando essa espetacularização do processo investigatório, que grande prejuízo traz, de forma irreparável, aos investigados. Talvez venha daí a ira dos juízes de primeira instância, mais das vezes jovens simpatizantes das causas igualitaristas, contra as instâncias superiores. O fato é que Gilmar Mendes tem tido uma postura irrepreensível à frente do STF, com decisões sóbrias e elegantes e sempre em favor da Justiça, em honra da tradição do Direito brasileiro. Mas as massas em rebelião rebelam-se justamente contra isso: contra o certo, o elegante, o justo. Querem o seu oposto: o anárquico, o feio, o injusto. A lei de Lynch.
Vivemos tempos de grandes perigos.
José Nivaldo Cordeiro: "Quem sou eu? Sou cristão, liberal e democrata. Abomino todas as formas de tiranias e de coletivismos. Acredito que a Verdade veio com a Revelação e que a vida é uma totalidade, não podendo ser cindida em departamentos estanques. Abomino qualquer intervenção do Estado na vida das pessoas e na economia, além do imprescindível para manter a ordem pública. Acredito que a liberdade é um bem que se conquista cotidianamente, pelo esforço individual, e que os seus inimigos estão sempre a postos para destruí-la. Preservá-la é manter-se vigilante e sempre disposto a lutar, a combater o bom combate. Acredito que riqueza e prosperidade só podem vir mediante o esforço individual de trabalhar. Fora disso, é sair do bom caminho, é mergulhar na escuridão da mentira e das falsas promessas".
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP e editor do site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado". E-mail: nivaldocordeiro@yahoo.com.br
Publicado no site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado".
Terça-feira, 15 de julho de 2008.
A LIBERDADE DE FUMAR, SEGUNDO O DIREITO DE PROPRIEDADE – Klauber Pires
http://bootlead.blogspot.com
REBELIÃO DAS MASSAS – José Nivaldo Cordeiro
5 comments:
Paes anuncia construção de hospital para mulheres
Eu acho que estou em outro planeta ou então estou maluco, vejo que políticos no Brasil andam viajando aérea mente em pensamentos desconforme com a realidade, como um político quer construir um hospital só para mulheres se nem os que já existe funcionam plenamente os nossos representantes políticos na sua maioria estão passando pela uma crise mental aguda socorro.... philippe pinel.
Bootlead
Leia a Nota pública
http://www.ajufer.org.br/p240.aspx?IdNoticia=972&idme=676
Vejam como não existe Constancia entre os juizes, o superior tribunal que deveria ditar a ultima sentença isto não esta mais acontecendo, há distorções entre valores morais e civil entre a justiça, Juizes brasileiros em sua maioria se unem e vão ao protesto, o porque será ? as LEIS não mais funcionam, indicados são para o superior tribunal federal não mais emplacam com autoridade.........mudança já na estrutura do judiciário, juizes para a ultima estância tem que ser eleitos pela nação !
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2007/11/401428.shtml
E enquanto a caravana do totalitarismo segue livre, leve e solta, a mídia se dobra calada; estranhamente calada.
Até quando a mídia acha que a época dos recursos fartos, via publicidade, continuarão jorrando?
Ainda Há brasil no reino da podridão?
GrandAbraço
Não há mais Brasil
Mas sim, a latrina fétida da petralhada!
Segura essa povão boçal!!!!!!!!!!!
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