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Os desacertos da polícia paulista
editorial do Jornal do Brasil
Uma dose de irresponsabilidade, somada a uma fatal pitada de trapalhada. Estes foram os ingredientes que resultaram no desfecho trágico do seqüestro mais longo da história do Estado de São Paulo, no qual a adolescente com 15 anos foi mantida refém durante 100 horas pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, de 22, no apartamento da vítima, em Santo André, Grande São Paulo. Perplexa e indignada, a população assistiu às imagens do seqüestrador saindo ileso da operação, que ao que desejávamos, teria sido meticulosamente planejada pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, para resgatar com toda segurança a adolescente e sua amiga das garras de um criminoso desequilibrado.
Mas parece que a polícia de São Paulo insiste em esquecer que zelar pela segurança de vítimas inocentes é, segundo informa a Constituição, obrigação do Estado, por meio de suas corporações. Neste caso, as duas meninas, após tantas horas de desespero, tensão e dúvidas sobre o futuro, acabaram premiadas com graves ferimentos à bala.
O primeiro sinal de que as negociações policiais estavam fragilizadas veio com o retorno ao cativeiro da amiga da adolescente, que já havia sido libertada pelo seqüestrador. É fato comprovado por especialistas que, em casos como este, quando o criminoso demonstra ser uma pessoa perturbada, é vetado o uso de um interlocutor que não seja especialmente capacitado para uma ação com tamanha periculosidade e cercada de incertezas.
A amiga da seqüestrada – outra adolescente – jamais poderia retornar ao cativeiro, quer fosse para ajudar a negociar ou mesmo para cumprir exigência do criminoso. É sabido que, neste caso, havia um alto risco de falência em todas as promessas chanceladas pelo retorno da menina ao cárcere, e o seqüestrador, ao contrário do esperado, radicalizar a negociação. A atitude, além de colocar mais uma pessoa em risco, não constituía nenhuma garantia de sucesso e de fim do tormento, como de fato aconteceu, o que a tornou inócua.
Trapalhadas, aliás, nos últimos dias, acabaram se tornando uma prática rotineira da Polícia Militar de São Paulo. O recente confronto entre a Polícia Civil, em greve há 30 dias, e a Militar nas ruas paulistanas, mediante a ameaça de invasão dos grevistas ao Palácio Bandeirantes, onde estava o governador José Serra (PSDB), gerou inconcebíveis cenas em um espetáculo de mau gosto que, infelizmente, reavivou na memória de muitos as violentas ações de repressão aos que se manifestavam contra as ordens dos governos militares.
O bizarro episódio abre espaço para uma dúvida: como estabelecer uma relação de confiança com as autoridades de segurança quando as duas corporações responsáveis por manter a ordem se digladiam em praça pública, quiçá sob a batuta de uma turva disputa política?
É estranho – para dizer o mínimo – que, diante de tal barbaridade em território paulista, que resultou em 30 feridos, o ministro da Justiça, Tarso Genro, tenha se preocupado exclusivamente com a elucidação do assassinato de José Roberto do Amaral Lourenço, diretor de Bangu 3, presídio localizado na Zona Oeste do Rio. Genro sugeriu a atuação da Polícia Federal no caso carioca, quando mais interessante seria reverter os esforços da instituição na investigação sobre a veracidade das denúncias do governador José Serra de que o movimento da corporação paulista foi articulado por segmentos sindicais ligados ao Partido dos Trabalhadores. A simples desconfiança de que o mesmo partido que ocupa o poder federal também organiza manifestações contra o governo estadual já é lamentável. Mais grave se tiver uma ponta de verdade.
Mas parece que a polícia de São Paulo insiste em esquecer que zelar pela segurança de vítimas inocentes é, segundo informa a Constituição, obrigação do Estado, por meio de suas corporações. Neste caso, as duas meninas, após tantas horas de desespero, tensão e dúvidas sobre o futuro, acabaram premiadas com graves ferimentos à bala.
O primeiro sinal de que as negociações policiais estavam fragilizadas veio com o retorno ao cativeiro da amiga da adolescente, que já havia sido libertada pelo seqüestrador. É fato comprovado por especialistas que, em casos como este, quando o criminoso demonstra ser uma pessoa perturbada, é vetado o uso de um interlocutor que não seja especialmente capacitado para uma ação com tamanha periculosidade e cercada de incertezas.
A amiga da seqüestrada – outra adolescente – jamais poderia retornar ao cativeiro, quer fosse para ajudar a negociar ou mesmo para cumprir exigência do criminoso. É sabido que, neste caso, havia um alto risco de falência em todas as promessas chanceladas pelo retorno da menina ao cárcere, e o seqüestrador, ao contrário do esperado, radicalizar a negociação. A atitude, além de colocar mais uma pessoa em risco, não constituía nenhuma garantia de sucesso e de fim do tormento, como de fato aconteceu, o que a tornou inócua.
Trapalhadas, aliás, nos últimos dias, acabaram se tornando uma prática rotineira da Polícia Militar de São Paulo. O recente confronto entre a Polícia Civil, em greve há 30 dias, e a Militar nas ruas paulistanas, mediante a ameaça de invasão dos grevistas ao Palácio Bandeirantes, onde estava o governador José Serra (PSDB), gerou inconcebíveis cenas em um espetáculo de mau gosto que, infelizmente, reavivou na memória de muitos as violentas ações de repressão aos que se manifestavam contra as ordens dos governos militares.
O bizarro episódio abre espaço para uma dúvida: como estabelecer uma relação de confiança com as autoridades de segurança quando as duas corporações responsáveis por manter a ordem se digladiam em praça pública, quiçá sob a batuta de uma turva disputa política?
É estranho – para dizer o mínimo – que, diante de tal barbaridade em território paulista, que resultou em 30 feridos, o ministro da Justiça, Tarso Genro, tenha se preocupado exclusivamente com a elucidação do assassinato de José Roberto do Amaral Lourenço, diretor de Bangu 3, presídio localizado na Zona Oeste do Rio. Genro sugeriu a atuação da Polícia Federal no caso carioca, quando mais interessante seria reverter os esforços da instituição na investigação sobre a veracidade das denúncias do governador José Serra de que o movimento da corporação paulista foi articulado por segmentos sindicais ligados ao Partido dos Trabalhadores. A simples desconfiança de que o mesmo partido que ocupa o poder federal também organiza manifestações contra o governo estadual já é lamentável. Mais grave se tiver uma ponta de verdade.
Publicado no "Jornal do Brasil" (Editorial).
Domingo, 19 de outubro de 2008.
UMA INJUSTIÇA PLANEJADA E CONSENTIDA – Gen Valmir Fonseca Azevedo Pereira
http://bootlead.blogspot.com
É ASSIM QUE FUNCIONA!
6 comments:
Isso ficou evidente no lamentável caso de sequestro em Santo André.
A polícia parecia temer o que a imprensa "iria achar"....
Também não jogo a culpa totalmente nos militares da PM, afinal vivemos em uma sociedade cujas leis são feitas para proteger bandido, criar insegurança jurídica e transformar as pessoas em zumbis do "todo poderoso estado".
Onde os juizes "compreensivos" e tolerantes soltam nas ruas indivíduos totalmente animalizados, muitos deles com múltiplas condenações graves!
Onde as Forças Armadas vem sendo infiltradas, enfraquecidas e desagregadas desde o governo Geisel, que defenestrou Silvio Frota, por ter corretamente detectado essa intenção.
(Só para refrescar a memória, segundo o livro "Ideais Traídos", do referido General Silvio Frota, Lula foi criado e protegido por Geisel e Golbery.)
Desde então as Forças Armadas - e as polícias - vêm sendo solapadas de forma material humana e jurídica.
Para que prender se aparece um juiz "bonzinho" e usa a lei "tolerante" para liberar??
Simplesmente estão quebrando nossa vontade de lutar e reagir!
É preciso repensar seriamente se é esta a nação que queremos - de homens livres e dignos ou de zumbis envergonhados e acovardados!
Policiais despreparados, cuidaram da situacao tratando o bandido como vitima e as refens como cobaias. Triste, tragico.
É o que acontece quando uma instituição criada para manter a lei e a ordem não toma uma atitude mais drástica e condizente com a situação, por MEDO de críticas e acusações de certas ONG's, criadas para garantir a "integridade física" e o "direito" dos meliantes.
Mundo da vaidade. !
“Vaidade, vaidade tudo é vaidade que evade a alma humana em todos os sentidos da vida esquecendo que ELE é uma parte deste cosmo sendo representado por um simples grão de areia numa simples molécula da galáctica em expansão da matéria do espírito de DEUS pai.
“ O homem pode tudo ate que ele seja parado pela força do cosmo onde abita e assim deixara de ser o que ele pensava ser realmente (um simples mortal) não carregando nada a não ser o seu CAR MA que construiu no decorrer do seu tempo em que passou pela terra.
“A vaidade não esta no homem cheio ela não é representada pelo que você possui e sim no vazio da simplicidade de DEUS."
(Ricardo ª Filgueiras)
http://ricardoricofil.blogspot.com/
Bootlead, a coisa está a cada dia pior!
Veja esta notícia:
Ordem dos Advogados do Brasil questiona RDD no Supremo
Para OAB, lei que instituiu regime diferenciado sujeita o preso a um tratamento desumano e degradante
Mariângela Gallucci - O Estado de S. Paulo
O link é: http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid263834,0.htm
Qual é a da OAB?
Arrumar trabalho para advogado enquanto a sociedade vai sendo acuada, controlada e dizimada pelas drogas e pelos bandidos cada vez se sentindo mais impunes e "protegidos pelo Estado"?
Estão jogando gasolina nessa fogueira que já arde forte!
Meus Deus, não bastasse um Legislativo que só promulga leis pró-bandido, polícias mal equipadas, mal treinadas e temerosas dessas leis e da imprensa e juízes "bonzinhos e compreensivos", vem agora a OAB com um absurdo desses?
Senhores "luminares" da OAB, abram os olhos, pois estão indo na contramão...em direção a um trem!
Bootlead, veja estas fotos:
http://bobagento.com:80/como-se-resolve-um-sequestro-na-china/
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