FAB mancha a sua história com as cinzas de 360 inocentes
por Reinaldo Azevedo
É de Millôr Fernandes a sacada: quando alguns homens chegam ao limite, dão mais um passo. Acreditem: quatro diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foram condecorados nesta sexta com a Medalha Santo Dumont, de mérito aeronáutico. São eles Milton Zuanazzi, presidente, e três outros diretores: Denise Abreu, Leur Lomanto e Josef Barat. A medalha é entregue a personalidades civis e militares que se destacam por serviços prestados ao setor.
Estão todos de parabéns. Fabricar 360 mortos em 10 meses é realmente uma marca invulgar. Não é qualquer incompetente que consegue. Para matar menos do que isso, a ditadura levou 20 anos. Digo que foi “menos” porque uma parte morreu em combate. O estado assassino — ainda que assassinato culposo (se bem que a corrupção é sempre dolosa) — realmente chega ao estado de arte. Merece medalha.
Que espírito ruim baixou no brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, que não suspendeu a solenidade, em respeito aos mortos, ao decoro? É inescapável dizer: a solenidade mancha a Força Aérea Brasileira com as cinzas de 360 inocentes.
Publicado no "Blog Reinaldo Azevedo".
Sexta-feira, 20 de julho de 2007, 17h53.
Estão todos de parabéns. Fabricar 360 mortos em 10 meses é realmente uma marca invulgar. Não é qualquer incompetente que consegue. Para matar menos do que isso, a ditadura levou 20 anos. Digo que foi “menos” porque uma parte morreu em combate. O estado assassino — ainda que assassinato culposo (se bem que a corrupção é sempre dolosa) — realmente chega ao estado de arte. Merece medalha.
Que espírito ruim baixou no brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, que não suspendeu a solenidade, em respeito aos mortos, ao decoro? É inescapável dizer: a solenidade mancha a Força Aérea Brasileira com as cinzas de 360 inocentes.
Reinaldo Azevedo é jornalista, guia cultural, assessor de imprensa e blogueiro. Foi editor-chefe da revista Primeira Leitura, colunista da revista Bravo! e também editor do jornal Folha de S. Paulo. Escreve freqüentemente sobre política nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, hoje é colunista da revista Veja. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e em Jornalismo pela Universidade Metodista, foi professor de literatura e redação dos colégios Quarup, Singular e do curso Anglo.
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Sexta-feira, 20 de julho de 2007, 17h53.
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Brigadeiro Saito o "bananão" - Reinaldo Azevedo
3 comments:
Bootlead
Tenho duas sugestões ao Juniti Saito
1ª usar o mesmo modelito da festa, e aproveitar prá ir plantar batatas.
2º Cometer harakiri
torço pela 2ª opção.
Quem escolhe os Cmts das 3 Forças? Lula, não? Essas escolhas se dão pelas afinidades, correto? Então não devemos nos surpreender, uma vez que são tudo farinha do mesmo saco, ou seja, simpáticos a mesma ideologia e métodos. Essa estória de que depois que foi criado o MD, os Cmts militares ficaram subjugados e amarrados sem nada poderem fazer, faz parte do Gramscismo em vigor, e os mesmos obedecem porque querem, por livre espontânea vontade, ou pela simpatia a essa ideologia de esquerda. Agora, a classe média, unida pode mudar sim, esse estado de coisas. Basta ousar e querer!
Que vergonha!!!!
Até onde pode chegar a submissão de um ser humano para atender apenas interesses próprios e ideológicos, ainda mais se tratando de descendente de um povo onde a honra e a tradição são exemplarmente trilhadas há milênios. Imagino como deverá se sentir um recém Aspirante da AFA, ao ver seu chefe máximo vestido com trajes, mais apropriados a um agricultor de alfaces da região de Mogi das Cruzes e Suzano, do que um oficial que atingiu o mais alto posto da outrora gloriosa FAB, aquela do valente grito de guerra “Senta a Pua!”. Não adianta esconder-se atrás da fachada de que participar de uma “palhaçada” juntamente com larápios e salafrários “vermelhos”, amplamente conhecidos pelo povo esclarecido do Brasil, faz parte da “obrigação do posto”, mentira, ninguém é obrigado a participar de festins diabólicos vestidos de palhaço. Foi porque gosta, estava entre os seus.
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