PERFEITO
Click AQUI e veja o que disse o excelente jornalista Alexandre Garcia da Rede Globo no Bom dia Brasil, em um lúcido e corajoso comentário a respeito do assunto "Raposa – Serra do Sol".
Contra o falso óbvio 1 - É Raposa/Serra do Sol, mas pode chamar de Anta do Obscurantismo
por Reinaldo Azevedo
Meu primeiro livro, vocês sabem, chama-se Contra O Consenso. Não é gosto por andar na contramão. É necessidade. Mal falo de política lá. O segundo, O País dos Petralhas, será publicado em meados de junho pela Editora Record. Aí, como fica claro já no título, trato das nossas mazelas. E de nossas esperanças. E não sem caminhar, com alguma freqüência, contra alguns absurdos vendidos como coisas óbvias. Querem um exemplo?
A demarcação da chamada reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, data de 1998, por sugestão do então ministro da Justiça, Nelson Jobim. A proposta previa terras descontínuas, que poderiam abrigar as diferentes comunidades índígenas da região sem expulsar os agricultores ali estabelecidos há décadas. Lula transformou a reserva em terras contínuas: 1.678.800 hectares para 15 mil índios. O STF pôs fim a todas as contestações judiciais, e estava formado o imbróglio.
Os produtores de arroz da região, com a ajuda dos índios contrários à expulsão dos não-índios, prometem resistir. Agentes da Polícia Federal que se preparam para fazer a desocupação, falavam ontem até em técnicas de guerrilha. É evidente que não endosso esse tipo de resistência. O estado tem de fazer valer a lei. Mas pergunto: por que só ali? Por que este governo protege tanto a área definida como indígena — afinal, convenham, qual não é? — e dá de ombros, de forma reiterada, às propriedades rurais constantemente ameaçadas pelo MST?
"O que tem uma coisa a ver a com a outra?", perguntar-se-ão alguns. Tudo! Essa dedicação oficial para tirar no braço, com confronto armado, se necessário, os rizicultores da reserva Raposa/Serra do Sol é fruto do militantismo reparador: afinal, é uma das causas dos "oprimidos de manual". Os trabalhadores que ali estão e que perderão seus empregos também não são brasileiros? Data de quando a agricultura na área? É mesmo o conjunto dos índios que quer a saída ou só aqueles já devidamente instruídos por ONGs e outras entidades que sonham com comunidades indígenas vivendo em completo isolamento — o que, ali, de resto, é impossível? Estamos falando de índios já aculturados, que convivem há muito tempo com a nossa, vá lá, civilização.
A desocupação acabará acontecendo. E o jornalismo, que já não se interessava pelo assunto, não voltará lá nunca mais. Os índios já não vivem da caça, da pesca e da agricultura primitiva. Extinga-se a atividade econômica rentável da região, e o que fatalmente acontecerá? Mais pobreza. A agricultura que hoje é legalizada passará a ser ilegal. Os índios darão um jeito de sobreviver, então, com atividades ilegais, como venda de madeira e garimpo.
E o que fará a Polícia Federal, que agora está lá se preparando para o confronto? Ora, o que tem feito em outras áreas indígenas infiltradas pela economia clandestina: nada! Mas estará de bem com as ONGs, que passarão a ter o real domínio da região. Não! Não se trata de nenhuma paranóia ou de alguma exótica tese conspiratória. Elas já estão lá. O Brasil deve ser o único país do mundo que retira na porrada os próprios brasileiros de suas fronteiras. Os outros costumam colonizá-las.
Alguns antropólogos da Funai que justificam até infanticídio em nome da diversidade cultural devem estar contentes.
A demarcação da chamada reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima, data de 1998, por sugestão do então ministro da Justiça, Nelson Jobim. A proposta previa terras descontínuas, que poderiam abrigar as diferentes comunidades índígenas da região sem expulsar os agricultores ali estabelecidos há décadas. Lula transformou a reserva em terras contínuas: 1.678.800 hectares para 15 mil índios. O STF pôs fim a todas as contestações judiciais, e estava formado o imbróglio.
Os produtores de arroz da região, com a ajuda dos índios contrários à expulsão dos não-índios, prometem resistir. Agentes da Polícia Federal que se preparam para fazer a desocupação, falavam ontem até em técnicas de guerrilha. É evidente que não endosso esse tipo de resistência. O estado tem de fazer valer a lei. Mas pergunto: por que só ali? Por que este governo protege tanto a área definida como indígena — afinal, convenham, qual não é? — e dá de ombros, de forma reiterada, às propriedades rurais constantemente ameaçadas pelo MST?
"O que tem uma coisa a ver a com a outra?", perguntar-se-ão alguns. Tudo! Essa dedicação oficial para tirar no braço, com confronto armado, se necessário, os rizicultores da reserva Raposa/Serra do Sol é fruto do militantismo reparador: afinal, é uma das causas dos "oprimidos de manual". Os trabalhadores que ali estão e que perderão seus empregos também não são brasileiros? Data de quando a agricultura na área? É mesmo o conjunto dos índios que quer a saída ou só aqueles já devidamente instruídos por ONGs e outras entidades que sonham com comunidades indígenas vivendo em completo isolamento — o que, ali, de resto, é impossível? Estamos falando de índios já aculturados, que convivem há muito tempo com a nossa, vá lá, civilização.
A desocupação acabará acontecendo. E o jornalismo, que já não se interessava pelo assunto, não voltará lá nunca mais. Os índios já não vivem da caça, da pesca e da agricultura primitiva. Extinga-se a atividade econômica rentável da região, e o que fatalmente acontecerá? Mais pobreza. A agricultura que hoje é legalizada passará a ser ilegal. Os índios darão um jeito de sobreviver, então, com atividades ilegais, como venda de madeira e garimpo.
E o que fará a Polícia Federal, que agora está lá se preparando para o confronto? Ora, o que tem feito em outras áreas indígenas infiltradas pela economia clandestina: nada! Mas estará de bem com as ONGs, que passarão a ter o real domínio da região. Não! Não se trata de nenhuma paranóia ou de alguma exótica tese conspiratória. Elas já estão lá. O Brasil deve ser o único país do mundo que retira na porrada os próprios brasileiros de suas fronteiras. Os outros costumam colonizá-las.
Alguns antropólogos da Funai que justificam até infanticídio em nome da diversidade cultural devem estar contentes.
Reinaldo Azevedo é formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e em Jornalismo pela Universidade Metodista, foi professor de literatura e redação dos colégios Quarup, Singular e do curso Anglo, foi também redator-chefe das revistas República e Bravo!, diretor de redação da revista Primeira Leitura, além de coordenador de política da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo. Escreve freqüentemente sobre política nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo". Reinaldo atualmente é articulista da revista "VEJA" e escreve o blog político mais influente da rede, "Blog Reinaldo Azevedo". Polêmico, irônico, ferino, Reinaldo Azevedo é autor dos livros "Contra o Consenso: Ensaios e Resenhas", pela Editora Barracuda, do best seller "O país dos Petralhas" e por último "Máximas de um País Mínimo", ambos da Editora Record.
Publicado no "Blog Reinaldo Azevedo".
Quarta-feira, 09 de abril de 2008, 06h21.
DEFININDO AS NOVAS DIVISAS TERRITORIAIS DO BRASIL
OU A ROTA DOS SUKHOIS?
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http://bootlead.blogspot.com
RAPOSA - SERRA DO SOL: A PONTA DO ICEBERG – Reinaldo Azevedo
1 comment:
Boot, eu parabenizo você pela bandeira de combate a essa bagunça que o FSP está querendo implantar, iniciando por esses atentados à soberania chamados nações indígenas... Quanto ao iceberg, tem um site muito bom, o http://www.paznocampo.org.br/ que também tem o conceito do iceberg e que nos tem a apresentar muita coisa além das reservas indígenas. Abração
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