Saturday, March 14, 2009

"OS VELHOS SOLDADOS SE DESPEDEM, MAS NÃO SE VÃO"
(General Orlando Geisel)

Foto: General-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho.










































Íntegra do discurso proferido pelo General-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, por ocasião da Passagem de Comando do Comando Militar do Leste, realizada no dia 11 de março de 2009 no Salão Nobre do Palácio Duque de Caxias, quando assumiu o cargo de Comandante do CML, o General-de-Exército Rui Alves Catão.




PASSAGEM DE COMANDO


Meus Senhores!

Alcançado por necessário dispositivo da Lei de Promoções de Oficiais, afasto-me, nesta data, do serviço ativo do Exército e, consequentemente, deixo o cargo de Comandante Militar do Leste.

Dentro do espírito de tão importante cerimônia, admite-se, neste momento, que acima dos aspectos formais dos atos de serviço, a nossa condição intrínseca de seres humanos tomados, pela emoção, e, por igual, do sentimento de gratidão, transcenda as formalidades rotineiras da vida profissional e o estilo das cerimônias regulamentares.

As solenidades militares não se esgotam nos seus aspectos visíveis e formais, senão no seu significado profundo de ritual e símbolo, que deve ser interpretado e explicitado, para que se cumpra o seu verdadeiro papel de síntese do que se quer preservar do passado, de testemunho das aspirações do presente e de arauto do que se deseja anunciar do futuro.

Esta é, para mim, uma formatura diferente na essência de outras formaturas que neste histórico Salão de Honra fiz realizar.

Nela posso identificar um fremir de emoção que é bem familiar e penoso aos homens de farda: o sentimento da despedida.

Não quero esconder a emoção nesta hora. Quero, sim, que ela me dê sonoridade à voz e eloquência à palavra e que me ajude a dizer o que vai na mente e no coração deste velho soldado.

Carregada de emotividade, esta é, para mim, uma manhã memorável. Ao olhar para trás no tempo, observo, rapidamente, que já são decorridos 47 anos e 10 dias, quando, em tocante cerimônia, transpus o Portão dos novos Cadetes da nossa querida Academia Militar das Agulhas Negras para realizar o meu sonho profissional de tornar-me um oficial do Exército Brasileiro, carreira que tanto me dignificou. Egresso do Colégio Militar do Rio de Janeiro, sabia que pelo cabedal de ensino que auferira deste modelar estabelecimento de ensino do nosso Exército, estava em condições de abraçar qualquer carreira com sucesso, mas nenhuma me seduzia mais do que a militar.

Confirmava uma previsão que meu pai, também orgulhoso oficial de cavalaria, vaticinara no meu nascimento "se fores militar, sejas oficial do Exército, ele é o cerne da nacionalidade brasileira e dentre as armas escolhe a imortal Cavalaria, ela é a doce heresia dos campos de batalha e sobre ela Deus, Deus somente". Cumpri os seus desígnios.

Ainda na Academia Militar, berço esplêndido de brasilidade e origem de todos nós, aprendi a grandeza e a servidão da vida militar. A par de exaustivos conhecimentos que nos eram transmitidos, absorvi o Espírito Militar que, oxigenado pela camaradagem, é formado por coragem, lealdade, ética, dignidade, espírito público e amor incondicional ao Brasil, virtudes tão escassas nos dias atuais, mas que, naquele templo de amor ao Brasil, jamais deixaremos de ensinar.

Ainda como cadete do último ano, participei ativamente da Revolução Democrática de 31 de março de 1964, ocupando posição de combate no Vale do Paraíba, oportunidade na qual aprendi que, se necessário for, o soldado deve dispor da própria vida para que os interesses maiores da Pátria se sobreponham às ambições pessoais.

Nesse memorável acontecimento, constatei, pela primeira vez, o quanto de coragem, de responsabilidade e de grandeza é exigido do Chefe Militar, quando na solidão do Comando este chefe tem que tomar importantes decisões. Naquela oportunidade, atuamos sob a liderança incontestável do meu Comandante da Academia, o então Gen Bda Emílio Garrastazu Médici, de patriótica atuação posteriormente na Presidência da República, que assim se expressou na Ordem do Dia lida na formatura que nos recepcionou ao retorno daquela histórica operação cívico-militar:

"Cadetes

Ao decidir empregar a Academia e, em especial, o Corpo de Cadetes, eu e meus assessores diretos fomos tomados de viva emoção. Lançávamos, assim, o sangue jovem do Exército na liça e corríamos o perigo de vê-lo umedecer as velhas terras do Vale do Paraíba. Mais forte que ela, porém, foi o sentimento de nossas responsabilidades e o conteúdo energético de nosso ideal .

Após 29 anos de alheamento, a Academia Militar voltou a empenhar-se ostensivamente na luta pelo aprimoramento de nossas instituições e pela tranquilidade de nosso país. Vós o fizestes com pleno sucesso e com admirável galhardia.

Que, por isso, a história pátria lhes reserve uma página consagradora, fazendo-os ingressar no rol daqueles que, despidos de qualquer ambição ou interesse subalterno, um dia se dispuseram a lutar pelo país que nossos descendentes hão de receber engrandecido e respeitado.

Cadetes: pela história, atingis os umbrais da glória"


Por ser o último integrante da Turma de Aspirantes egressos da AMAN em 1964 a deixar o serviço ativo do Exército, rendo a minha homenagem àqueles que junto comigo, magnetizados pela liderança de nosso Comandante e dos nossos Instrutores, não titubearam diante da possibilidade de derramar o seu próprio sangue, se necessário fosse, sem se importar em sacrificar a sua juventude e as suas esperanças em prol do interesse maior da Pátria, mesmo sem ter ainda, naquela ocasião, concretizado os seus sonhos de serem oficiais do Exército. Alguns já não se encontram entre nós, tal como o meu saudoso irmão, mas sei que Deus e a pátria conhecem os seus nomes e que os seus exemplos serão sempre lembrados enquanto no Brasil existirem soldados que entendem que a liberdade da Pátria é o bem maior a ser protegido.

Os postulados que absorvi do movimento de 31 Mar 1964, que hoje denomino "correção democrática de 1964" por ter evitado o golpe preparado pelo governo de então contra as instituições e a liberdade democrática do Brasil, impregnaram a minha alma de soldado. Seus postulados sempre foram o meu rumo ético: moralidade, honradez, dignidade, amor a ordem, amor ao território, manutenção da identidade cultural, culto ao passado histórico e o dever de lutar por essas coisas.

Vivi intensamente todos os postos da carreira.

Nomeado, para a minha última comissão, assumi o cargo de Comandante Militar do Leste, em 20 Dez 2006, coroando a minha carreira na função que hoje deixo e que muito me honrou e dignificou. Foram 2 anos e 2 meses de intenso trabalho. Ao chegar para comandar, acreditava ter incorporado toda a experiência necessária ao seu exercício. Hoje, reconheço que comandá-lo foi um aprendizado contínuo. Muito aprendi nas inúmeras atividades partilhadas com meus comandados, carregadas de momentos de contagiante otimismo e outros, de intensas preocupações.

Bastaria recordar a proposta de uma nova organização para os Comandos subordinados que já vem resultando na criação da Base de Apoio Logístico do Exército, a execução das Operações Mercosul, a realização dos Jogos Pan-americanos em área militar, a Operação Cimento Social, a Operação Atlântico Sul, a Operação Guanabara e a Operação Moscou, dentre as inúmeras realizações que juntos conquistamos, para nos enchermos de orgulho profissional e nos sentirmos amplamente realizados.

A força que permitiu alcançarmos tão satisfatórios padrões de desempenho foi, sem dúvida, o espírito de disciplina, de trabalho e de camaradagem com que vivemos durante o grato período de meu Comando.

Tenho a certeza de que esse espírito persistirá durante a condução experiente do meu sucessor, Gen Catão, oficial de sobejas qualidades e grande brilho profissional, a quem desejo pleno êxito na nobre missão que hoje é investido.

Sei que nesta hora nenhum dever me seria mais imperativo do que expressar os meus agradecimentos:

- a Deus que, em sua infinita bondade, permitiu que eu chegasse a este momento tão significativo da minha vida com a consciência tranquila dos que cumpriram o seu dever.

- Aos meus pais, Coronel de Cavalaria Luiz Cesário da Silveira, já falecido, e minha mãe Nilza Silveira, que em um lar povoado por 7 filhos, me transmitiram o amor e a necessária educação que formaram o meu caráter de cidadão.

- À minha querida esposa Aladir, minha eterna namorada desde que eu cursava o 1º ano científico do Colégio Militar do Rio de Janeiro, pela compreensão e incentivo e por ter me dado duas queridas filhas Daniele e Adriane, que multiplicaram a família cada uma com um casal de lindos netos o que me dá a garantia que, mesmo quando Deus me chamar, neles a minha herança genética será perpetuada.

- Aos chefes de todos os tempos e de todos os lugares, dos quais sempre busquei os exemplos que inspiraram a minha vida.

- Aos amigos, camaradas de armas e da vida civil, que sempre ombrearam comigo e me estimularam com seu carinho e compreensão ao longo da vida.

- Aos meus subordinados que, durante toda a minha carreira, sempre viram em mim não o Chefe exigente e, sim, o amigo orientador, dispensando-me os maiores tributos de confiança e lealdade.

Vivi intensamente e feliz os 47 anos da minha vida militar. Jamais foram obstáculo, para mim, a deficiência material ou a insuficiência de recursos. Jamais me alcançou a descrença, a rotina que conduz ao imobilismo e o desânimo. Procurei sempre resolver todos os desafios com criatividade, espírito profissional e devotamento.

Fui um profissional do meu tempo, sempre em consonância com a realidade nacional. Amadurecido e alçado ao mais alto posto da hierarquia terrestre venho acompanhando, por dever, atentamente a evolução do pensamento político-estratégico brasileiro, reagindo com as perspectivas de futuro para a Instituição. Tenho levado as minhas apreensões ao Alto- Comando do Exército, colegiado que durante 3 anos e 8 meses tive a honra e o privilégio de integrar e que se constitui no mais alto nível do assessoramento para as decisões do Comandante do Exército.

Vivemos, atualmente, dias de inquietudes e incertezas.

Sei que só nós, os militares, por força da continuidade do nosso dever constitucional, temos por obrigação manter a memória viva e a trajetória imutável da liberdade na construção nacional.

Nossa Instituição sempre foi um ator importante na vida brasileira, e, ao longo da história, teve o papel de interlocutor, indutor e protagonista.

A história do Brasil se confunde com a história do Exército. Ele é o "cerne da nacionalidade brasileira." – como escreveu meu saudoso pai.

Tenho a convicção que o nosso Exército saberá, como sempre, contornar tão graves limitações e continuará, a despeito de qualquer restrição que se lhe anteponha, "protegendo a nação do estrangeiro e de si mesma".

Hora da despedida! Conforme escreveu o General Orlando Geisel, "os velhos soldados se despedem, mas não se vão. No Exército permanecem os meus velhos sonhos, a evocação dos meus melhores dias, a mocidade há muito tempo perdida e a confiança nos chefes que virão depois de mim"

Tenham a certeza de que o que vivi nestes mais de 47 anos de minha vida militar, ficará guardado eternamente em meu coração. Tão vivas lembranças tocaram e tocarão, para sempre, a minha alma de soldado. E hão de servir-me como alento no prosseguimento do resto de minha vida que, hoje, se inicia, na certeza que jamais ficará esquecido como coisa do passado.

Não sou eu que pertenço ao passado.
O passado é que me pertence!

Muito obrigado!

Fonte: SEÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO COMANDO MILITAR DO LESTE.














































"ORDEM DO DIA DO GEN CMT DA AMAN"
Em 02 de abril de 1964
Gen Bda EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI – Cmt da AMAN


Como é imperativo nas situações de emergência que, por dever de ofício, vez por outra têm de enfrentar as Forças Armadas, a atitude histórica tomada pela Academia Militar das Agulhas Negras foi fruto de acendrado espírito patriótico, de profunda reflexão e do reconhecimento de suas grande responsabilidades no panorama nacional.

O senso de patriotismo, que temos cultivado diuturnamente, nos vem da apreciação das páginas gloriosas de nossa História e da devoção, sincera e continuada, que nos empenhamos em manter e fortalecer para com os elementos fundamentais da nacionalidade brasileira.

A meditação, dedicada à evolução da situação nacional e, muito particularmente, à sua fase aguda, nos foi propiciada pelo interesse em bem servir às legítimas aspirações de nosso povo, pela formação que nos foi proporcionada no ambiente militar brasileiro e pelo equilíbrio que, de regra, soe advir da convicção nos ideais formulados e perseguidos pelos que amam o seu berço natal, a sua família e a sua Pátria.

As responsabilidades da Academia no panorama nacional sempre se nos afiguraram patentes, em face dos anseios que nos norteiam, do trabalho que habitualmente executamos e do muito que, num Exército eminentemente democráticos, produzimos dia-a-dia em prol da segurança nacional e do progresso geral do país.

Estes três pontos básicos, meus camaradas, materializam a orientação que, conscientemente e inundados de fervor cívico, seguimos nos últimos dias. Tenho a certeza absoluta de que, ao seguí-la, adotei a única direção de atuação que despontava, clara e insofismável, do nosso passado, de nossa presente preocupação com o restabelecimento da Hierarquia e da Disciplina, e de nossos anseios relativos ao futuro. Diante das notícias desencontradas que inundavam o país, na noite de 31 Mar p. passado, constituí um E M operacional. Coloquei em estado de alerta o CC e dei ordem de prontidão ao BCS.

Com o evoluir dos acontecimentos, ligados a fatos concretos ocorridos em vários Estados da Federação, os planos e as medidas de controle foram sendo aprofundadas e, na madrugada de 1° Abril, por seu Cmt, a Academia declarou-se a favor daqueles que pugnavam pelo restabelecimento, no país, do clima coerente com suas tradições cristãs e com os sentimentos patrióticos da maioria esmagadora do povo brasileiro. Quando o panorama pareceu claro, a mim e a meus colaboradores diretos, não hesitei um instante em declarar a grave decisão que tomara, pois a sabia inteiramente legítima, dada a consciência cívica e o fervor patriótico de meus comandados.

Em decorrência da decisão formulada, empregamos a Cia Gda do BCS na vigilância dos pontos críticos em torno de RESENDE, estabelecemos as premissas do controle da localidade e a efetivação das primeiras medidas correlatas, e passamos a planejar o emprego do CC.

Na manhã do dia 1°, foram desencadeadas as operações de controle da cidade e as medidas de segurança convenientes. Enquanto isso ocorria, a situação militar se complicava no Vale do Paraíba e, diante da possibilidade efetivamente existente, de tropas do I Exército virem a dominá-lo em todo o território fluminense, só me restou uma atitude a tomar, dentro do quadro geral já traçado: ordenar o emprego imediato do CC na região a E de Resende, em conexão com o 1° BIB (Barra Mansa) e em ligação com o 5° RI, que avançava de Lorena.

A sorte estava lançada: duas proclamações foram preparadas e divulgadas, ao tempo em que sentia, a cada minuto, crescer o ardor combativo de meus comandados, em todos os postos da hierarquia.

O empenho desassombrado da Academia, na ocupação efetiva do terreno e nos preliminares da luta armada que se desenhava, alcançou repercussão magnífica para a causa que abraçáramos, seja na população civil, seja no seio das próprias tropas com que, provavelmente, nos defrontaríamos. Posso, mesmo, asseverar que nossa atitude se constituiu em fator dos mais decisivos para o rumo que, afinal, vieram a tomar os acontecimentos, no Vale do Paraíba e quiçá no BRASIL, cujo ponto, culminante foi a reunião na Academia, às 1800 horas de ontem, dos dois eminentes chefes militares que detinham os s comandos das forças federais em SÃO PAULO e na GUANABARA.

Oficiais, Cadetes Sargentos, Cabos, Soldados e Funcionários Civis da Academia: nosso dever formal e de consciência foi cumprido com elevação e dignidade. O Exército Brasileiro, democrático e cristão, mais um vez interveio nas lutas nacionais para restabelecer o rumo adequado a nossos sentimentos e dos postulados de nossa crença cívica.

Todos podem estar tranqüilos: o que a Pátria de nós poderia esperar lhe foi dado no momento oportuno e com a abnegação que nos caracteriza, no quadro geral de uma colaboração irrestrita e corajosa, que tocou vivamente minha consciência de homem, de cidadão e do soldado. A todos, pois, o agradecimento enternecido da Pátria Brasileira.

Cadetes!

Ao decidir empregar a Academia e, em especial, o Corpo de Cadetes, eu e meus assessores diretos fomos tomados de viva emoção. Lançávamos, assim, o sangue jovem do Exército na liça e corríamos o perigo de vê-lo umedecer as velhas terras do Vale do Paraíba. Mais forte que ela, porém, foram o sentimento de nossas responsabilidades e o conteúdo energético de nosso ideal de, no mais curto espaço de tempo, restaurar os princípios basilares de nossa instituição. Vosso entusiasmo, vosso idealismo imaculado, vossa fé nos destinos do país e vossa dedicação aos misteres militares foram os elementos fiadores da decisão então tomada, que acabou por contribuir de modo ponderável para a solução da crise, em nossa área de operações.

Após 29 anos de alheamento, a Academia Militar voltou a empenhar-se ostensivamente na luta pelo aprimoramento de nossas instituições e pela tranqüilidade de nosso país. Vós o fizestes, com pleno sucesso e com admirável galhardia. Que, por isso, a História Pátria lhes reserve uma página consagradora, fazendo-os ingressar no rol daqueles que, despidos de qualquer ambição ou interesse subalterno, um dia se dispuseram a lutar pelo país que nossos descendentes hão de receber engrandecido e respeitado.

Cadetes: pela História, atingis os umbrais da glória.



CANÇÃO DA CAVALARIA - Composição (Letra): Teófilo Ottoni da Fonseca.
Fanfarra do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda
(3º RCG – "Regimento Osorio") CMS – EB (Porto Alegre – RS)





Click AQUI para ver a letra da Canção da Cavalaria.







Fora MST! – João Mellão neto






Friday, March 13, 2009

MST = Malta Satânica e Terrorista

Foto: Resultado de uma "ocupação" do MST.

































Fora MST!
por João Mellão Neto

Nos meados da década de 80, quando o MST ainda se esboçava, ocorreu uma invasão. Uma entre centenas, dirão. Pois é, mas essa eu tive a oportunidade de acompanhar. Estava iniciando como jornalista e buscava conhecer em detalhes todos os temas palpitantes da época. Reforma agrária era um deles.

Como se dizia, o esbulho aconteceu. E logo depois a área foi desapropriada. Passaram-se alguns meses e aqueles quase 3 mil hectares foram entregues aos tais trabalhadores sem-terra. Um político de esquerda da região não perdeu a oportunidade. Com um grande alicate, compareceu ao local e, perante uma plateia atenta, solenemente cortou a cerca de arame farpado da fazenda. "Neste momento", declarou, "entrego estas terras ao povo brasileiro".

O "povo brasileiro" não se interessou em tomar posse de imediato. Para tanto era necessário que alguém fosse lá demarcar os lotes e sortear quem seriam os proprietários de cada um. Esse processo demandou uns 20 meses, mas ninguém se esquentou. Sem a menor cerimônia, os briosos manifestantes montaram acampamento à beira da cidadezinha mais próxima e, a partir de então, munidos de cupons para alimentação, fornecidos pelo governo federal, tornaram-se consumidores urbanos.

Quando os lotes ficaram prontos, ocorreu um fato que em nada contribuía para o sucesso da causa agrária. Os felizes contemplados não se mostraram dispostos a trocar a doce vida urbana que tinham pelas agruras da condição de novos proprietários rurais. Pudera, os lotes não tinham água nem luz. Os cupons para alimentação deixariam de ser fornecidos tão logo se configurasse a posse. Ninguém ali estava a fim de se tornar herói.

Com muito custo o assentamento se configurou. Após a posse, voltaram todos para a cidade e passaram a reivindicar, novamente, o fornecimento de água, luz e comida.

Dez anos depois, a situação era a seguinte: quatro ou cinco famílias se aventuraram a mudar para seus lotes e lá viviam em condições precárias. Mais de 20 trataram de vender os seus direitos de posse e seus lotes passaram por inúmeros donos. Especulação imobiliária da pior espécie, algo absolutamente condenável pelos ideólogos esquerdistas que chefiavam o movimento.

A maioria agiu de forma ainda pior. Como havia uma usina de álcool nas redondezas, trataram todos de arrendar seus lotes a ela e continuaram a viver na cidade. Tornaram-se, com isso, burgueses rentistas. E isso era deplorável e intolerável.

No Brasil inteiro situações como essa se repetiram e nada foi mostrado à opinião pública. Os padres e organizadores dos movimentos eram todos socialistas, mas os invasores, curiosamente, não. Entregavam-se a práticas capitalistas as mais comezinhas e mesquinhas tão logo lhes surgisse uma oportunidade.

Paciência. Estava patente, para os ideólogos, que o povo brasileiro, em geral, era tacanho. Não tinha a largueza de visão e o desprendimento necessários para a condução de uma revolução vitoriosa. Essa tarefa, então, como sempre, teria de ficar por conta das vanguardas - as camadas mais instruídas e esclarecidas dos movimentos. E essas, na época, eram compostas pelos padres e intelectuais.

Foi dessa forma, ideologicamente cambaleante, que nasceram os movimentos agrários. Agora eles são muito mais organizados, lograram se estabelecer. E o dinheiro para tanto? Ora, obviamente vem do Estado. E este, assim, segundo as tais vanguardas, cumpre uma de suas funções mais básicas e edificantes: está subsidiando a reforma agrária. E não pode existir uma destinação de verbas mais nobre e meritória.

Os contribuintes não concordam. Foi-se o tempo em que a opinião pública se embevecia com a causa fundiária. Hoje em dia todos acompanham, contrariados, o noticiário que reporta o desperdício de recursos em tudo o que diz respeito ao tema.

Até mesmo a razão de ser dos movimentos sociais do campo deixou de existir. A causa original, todos se recordam, era o combate aos latifúndios improdutivos. Pois bem, esses não existem mais. Quem tinha terra, e não produzia, tratou de vendê-la para quem o fazia.

Adotou-se então a tese de que a função dos movimentos era a de combater as grandes plantações feitas com sementes geneticamente modificadas. Não colou. Ninguém se comoveu com a causa.

O inimigo, agora, é o agronegócio. Havia pudores no passado quanto a se atacar propriedades reconhecidamente produtivas. Agora não há mais. Não se discute mais a questão da produtividade da terra, mas sim a que essa produtividade serve.

Segundo esta ótica obtusa, 100 hectares de terra nas mãos de um microproprietário rural - mesmo que esse alcance patamares medíocres de produção - cumprem melhor a sua função social do que o mesmo quinhão de terra pertencendo a uma grande usina de açúcar ou a uma fábrica de papel e celulose.

Essa nova razão de ser dos movimentos "sem-terra" seria digna de debate não fosse ela a quinta ou a sexta evocada pelos seus líderes para justificarem a sua existência. Eles se dispõem até mesmo a contrariar os mais óbvios interesses nacionais, ajudando o novo governo populista do Paraguai a expulsar os fazendeiros brasileiros de lá.

Os padres e intelectuais socialistas que no passado recente ainda podiam dizer-se idealistas, tornaram-se todos velhacos e parasitas. Apelam, agora, para qualquer nova bandeira que mantenha os movimentos que dirigem existindo. Para, assim, continuar recebendo preciosas verbas do governo.

Moral da história: sem-terra, que nada! Não passam de uns sem-vergonha que vivem à nossa custa e desperdiçam o nosso dinheiro. Não precisamos mais dessa gente. Tchau! Fora! Abaixo o MST!

Que não fiquem por aí por falta de despedida. Adeus!


João Mellão Neto, nasceu na cidade de São Paulo, SP em 06/11/1955, filho de comerciante de café e agro-pecuarista estudou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas e jornalismo na Fundação Cásper Líbero. João Mellão Neto tem seus artigos publicados, todas as sextas-feiras na página 2 do jornal "O Estado de S. Paulo". Como escritor já publicou diversos livros na área do "pensamento político liberal", em vista que João Mellão também teve uma carreira política bastante diversificada para sua idade, sendo quatro vezes secretário municipal, cumpriu dois mandatos de deputado federal e foi Ministro do Trabalho e da Administração, atualmente é deputado estadual em São Paulo (DEM). E-mail: jmellao@al.sp.gov.br



Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" (Editorial Opinião).
Sexta-Feira, 13 de março de 2009.




Antessala do inferno – João Ubaldo Ribeiro






Tuesday, March 10, 2009

A Praça dos Três Poderes: O tricéfalo "Cérbero" * com seu apetite insaciável.

Ilustração: "Cérbero" de Paul Gustave Doré para a Divina Comédia.

































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Antessala do inferno
por João Ubaldo Ribeiro

Não está na moda acreditar no inferno, mas encaro isso com suspeita, pois não dizem que a maior vitória de Satanás é não acreditarem nele? Aliás, atrevendo-me a adivinhar a estratégia do Inimigo, imagino que deve ser assim mesmo, pois ao desdenhar da sua dele existência e das penas avernais, seus prepostos e futuras almas sob seu domínio vão fazendo o trabalho dele sem lhe dar cuidados. A expressão "estar como o Diabo gosta" deixa de ser brincalhona e passa a aplicarse seriamente ao Brasil. Correndo o risco de soar cínico, chego a sugerir que a crença na existência do inferno seja fomentada pelos óbvios descrentes que nos governam. (Ou então creem, mas acham que Deus olha para o outro lado e não os vê nas muitas horas em que estão perpetrando todo tipo de bandidagem; e, claro, confiam em que a misericórdia divina é infinita, esquecendo que é infinita, mas não otária.) Funcionaria, se é que não já funciona, como excelente ópio do povo. Acreditar no inferno pode ser, para muitos brasileiros, a única maneira de manter uma relativa sanidade mental. Já se viu que, neste vale de lágrimas, os salteadores que se instalaram em todos os poderes, em todos os níveis, em todos os graus desta federação de meia-tigela, nunca vão pagar por nada. Por conseguinte, resta ao cidadão ultrajado, roubado, menosprezado e vilipendiado botar fé em que Satanás, mais dia menos dia, cuidará do assunto à sua maneira.

Não foi à toa que, como é mostrado no livro de Jó, Deus criou Satanás e tem uma certa curiosidade paternal sobre ele e suas realizações — vamos dizer que o acha um mal necessário.

Talvez até não seja tão ridículo assim imaginar um inferno como nas ilustrações de Gustave Doré para A Divina Comédia, ou mesmo pior, com lagartões comendo o sujeito vivo, poças de excremento onde se é obrigado a chafurdar ("saíste do metafórico para o literal", poderá brincar um diabão letrado, ao aplicar esse tratamento no próximo senador que for dar com os costados lá), tentar dormir em catres permanentemente úmidos, frios, cheios de pulgas, aranhas, baratas e ratazanas, com o sono frequentado por pesadelos medonhos.

Por que não? Todo homem constrói seu próprio inferno e, se é assim que pensa no inferno um desses meliantes, assim seu inferno será.

Peço desculpas pela teologia de botequim, mas creio estar dando minha contribuição para a estabilidade social do país. Existe inferno, tem que existir.

Inicialmente, pensei em tomar emprestada a expressão aplicada por um senador ao Congresso Nacional (ou somente ao Senado, não tenho certeza, mas me responsabilizo pela extensão): casa de tolerância. Mas depois pensei na grande injustiça contra as prostitutas assim cometida pelo senador e não quis repeti-la aqui. Não estou fazendo graça, não, é uma injustiça mesmo. Quantas prostitutas (só estou tratando das profissionais, as idôneas) se locupletaram do dinheiro público? Quantas prostitutas afanaram verbas destinadas a obras de saneamento, merendas escolares e todo tipo de programa, até mesmo os destinados a matar a fome dos mais miseráveis? Ou seja, quantas prostitutas encheram o pandulho às custas da fome de uma criança? Quantas prostitutas mantêm escravos a seu serviço? Quantas prostitutas mentem como rotina, se valem de truques jurídicos para tirar o toba da seringa e enriquecem por fraude, concussão, advocacia administrativa e todo tipo de tramoia concebível? Quantas prostitutas têm entrada na polícia ou respondem a processos criminais, descontando-se que não têm imunidade nem foro especial e são tratadas com santimonial hipocrisia até pelos fregueses? Quantas prostitutas contribuem todos os dias para a descrença geral, o cinismo, a desmoralização das instituições democráticas, o "cada um cuide de si", "farinha pouca, meu pirão primeiro", "se eu não meter a mão, neguinho vem e mete", "vassífu o avião, que eu não sou piloto" e mais lemas que hoje orientam nosso comportamento? Será exagero aqui do poeta oferecer a hipótese de que o Brasil tem muitíssimo melhor exemplo em suas putas que em seus parlamentares? Os congressistas talvez se enganem um pouco com a imagem do Congresso e de seus membros. Enganamse para melhor, pois pouco falta para, na usança popular, político, deputado, senador, vereador etc. virarem sinônimos perfeitos de ladrão esperto e impune. Pelo interior do Brasil, já há muita gente apelidada pejorativamente de Político ou Deputado e sei de pelo menos um proprietário de jegues, Luíz Olegarino, lá de Itaparica, que se recusa a chamar seus animais de qualquer nome que, mesmo remotamente, lembre políticos.

"O bichinho nasce e eu vou logo difamando?", diz Luís.

Ninguém os respeita. Pela frente, sim, a maior parte com medo de desagradar à autoridade. Fomos, quase todos nós, criados para ter uma postura subserviente diante da autoridade e agir como se o ocupante de cargo público não existisse para servir ao cidadão. Outra parte por puxa-saquismo.

E ainda outra parte por admiração, pois considera a política, conforme o exemplo vindo de cima, o caminho mais seguro para o sujeito "se fazer". Tanto assim que se contam nos dedos os políticos que não encerram a carreira com o patrimônio opulentamente engordado, tudo dentro desta "legalidade" indecente, que não se faz nada para mudar. A coisa pública é conduzida como feudo, aceita-se tudo e não se responde por nada, dentro de um sistema podre, imoral e delinquente, sem valores que não os da pilhagem, sem ética que não a do silêncio conivente, sem ideal que não a prosperidade pessoal.

O país é governado por decretosleis com o nome artístico de medidas provisórias.

O Congresso, para o povo, não é nada, não serve para nada além de roubar e dar despesa. E ainda falam em imagem. Nem se olhem no espelho, que o espelho ou quebra ou cospe em vocês. E, sim, o inferno existe, pensem nisso.

*NR. Na mitologia grega, Cérbero ou Cerberus (em grego, Kerberos = "demônio do poço") era um monstruoso cão de três cabeças e cobras ao redor do pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. Em "A Divina Comédia" de Dante Alighieri, Cérbero aparece no Inferno dos Gulosos.


João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu na Ilha de Itaparica, Bahia, em 23 de janeiro de 1941. Iniciou no jornalismo trabalhando como repórter no Jornal da Bahia e, tempos depois, tornou-se editor-chefe do Jornal A Tribuna da Bahia. Com seu livro, Sargento Getúlio, de 1971, ganhou o Prêmio Jabuti. Morou nos EUA, em Portugal e na Alemanha. Participou de adaptações de textos seus e de terceiros para televisão e cinema e foi premiado e homenageado em várias partes do mundo. Atualmente assina textos semanais nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. É um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, autor de clássicos como Viva o Povo Brasileiro, que já superou a marca dos 120 mil exemplares vendidos e é membro da Academia Brasileira de Letras. Escreveu mais de 15 livros, traduzidos em 16 países.


Publicado no jornal "O Globo".
Domingo, 08 de março de 2009.




NEM TUDO ESTÁ DOMINADO – A DECISÃO DO CONFRONTO NECESSÁRIO I e II – Geraldo Almendra





Sunday, March 08, 2009

EM QUE CONSISTE A PIOR DAS COVARDIAS?

Parecermos covardes perante aos outros e mantermos a paz?
Ou sermos covardes perante nós próprios e provocarmos a guerra?

(Jean Giraudoux)








































Foto: Um dos oitenta mil "kits" de uniformes "Verde Patriota" (Made in China, via Venezuela),
que vêem sendo distribuídos e armazenados nos "paióis secretos" do MST, pelos seus diversos
"acampamentos paramilitares" país afora. Por quê e para quê?



NEM TUDO ESTÁ DOMINADO – A DECISÃO DO CONFRONTO NECESSÁRIO I
por Geraldo Almendra

"O Regime Militar de 64 é a muleta moral dos intelectuais — eles o acusam de todos os crimes para melhor acobertarem os próprios... a esquerda, com o objetivo de demonizar os militares, transformou o falacioso conceito de direitos humanos num dogma divino. Como se vê, a criminalização paranóica dos militares só atende a um objetivo — esconder que os intelectuais de esquerda forjaram um país muito pior que o deles." (Julio Severo)

O controle civil das Forças Armadas é o mais importante passo que o petismo precisa dar para que seu projeto de poder perpétuo tenha sucesso. Em uma sociedade absolutamente dominada pela desagregação moral e ética, e com a corrupção, o corporativismo sórdido, e a prevaricação, dominando o poder público, ficamos em um impasse: ou nos unimos com os militares que não querem o país entregue ao socialismo genocida, ou nos conformamos, para mais tarde enterramos nossos mortos nas valas comuns do genocídio que sempre foi um instrumento de controle das sociedades pelas ditaduras socialistas.

Diante desta realidade, o comentário de Julio Severo é rigorosamente pertinente. O texto de onde foi retirado representa, em minha opinião, uma das mais felizes avaliações de alguns aspectos do regime militar. Naquela época – e ainda atualmente – ênfase deve ser dada à reza de fé, proferida pela maioria dos integrantes da academia sob inspiração de um verme comunista ainda vivo: "Guevara, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo"; com esta prece comunista esses canalhas terroristas iniciam todos os dias suas conspirações contra nossos sonhos de liberdade, dignidade e justiça social. A destruição do Estado de Direito Democrático é o objetivo final do projeto de poder perpétuo do petismo no país.

Antes da explanação do tema título do artigo, me permito explorar algumas outras colocações desse autor, que refletem de forma límpida as canalhices que essa esquerda corrupta, meliante, corporativista e sórdida tem feito contra as Forças Armadas.

Realmente podemos dizer que "As principais mazelas do Brasil são fomentadas artificialmente pela universidade, que, desde a década de 50, na ânsia de criar um novo mundo, especializou- se em destruir o existente. Isso fica muito claro quando se estuda a origem social dos guerrilheiros que pegaram em armas contra o regime militar. Eles vieram, em sua maioria, das universidades. Não tinham o menor apoio popular. Como é que o povo podia apoiar um bando de tresloucados que, de arma em punho, pregavam a derrubada de uma ditadura imaginária? Porque até o final de 1968, com a edição do AI-5, só havia ditadura na imaginação dos universitários."

"Boa parte do chamado movimento social — que hoje alimenta o PT e demais partidos de esquerda — começou a ser construído graças a esse processo de institucionalização do país gestado pelos militares. Começando pelas próprias universidades federais — cobras a quem os militares deram asas. A Reforma Universitária feita pelos militares em 1968 profissionalizou o ensino superior no país, instituindo antigas reivindicações da própria comunidade acadêmica, como dedicação exclusiva de docentes, introdução de vestibular unificado e implantação de mestrados e doutorados. Valendo-se dessa estrutura, os intelectuais de esquerda se infiltraram nas universidades e, a partir delas, forjaram em todo o país um movimento social de proveta, destinado não a resolver problemas, mas a fomentá-los".

Vamos ao tema título do artigo.

As denúncias e os fatos são incontáveis. O MST, um movimento ilegal, já conta com mais de cem mil militantes espalhados pelo país. Já sem tem notícia que em locais "sigilosos", existem armas armazenadas para um eventual confronto em larga escala, além de seletos grupos estarem recebendo treinamento militar por guerrilheiros de forças revolucionárias estrangeiras.

O MST, neste cenário, já é uma força paralela – paramilitar – no país responsável direto por uma guerra fria com os poderes instituídos, observando-se que a necessária e dura retaliação legal, diante das sistemáticas ações do movimento que colocam contra a parede o Estado de Direito – invasão de propriedades, destruição de propriedades, assassinatos – tem se mostrado inexpressiva por medo, covardia ou cumplicidade dos representantes do poder público, subordinados aos ditames proferidos - no submundo da conspiração contra o país - pelo Retirante Pinóquio que, enquanto publicamente se finge de "bom moço", dizendo não concordar com os crimes cometidos pelos quadrilheiros, nos bastidores dá as ordens necessárias para proteger seus militantes do MST.

O MST nunca foi refém do sistema legal institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo, da propriedade privada, até a potência pública. A hierarquia das normas legais é sistematicamente agredida pelo movimento.

Aos guerrilheiros do MST se junta outra tropa de apoio do petismo: mais de dez milhões de cidadãos que recebem as bolsas assistencialistas e que entrarão de cabeça nesse conflito para garantirem o direito de continuar recebendo dinheiro do contribuinte sem a contrapartida do trabalho.

Nas grandes metrópoles temos milhares de encarcerados indo para o asfalto defenderem o "direito" de continuarem agredindo, roubando e assassinando inocentes de todas as idades, graças ao STF, que defende o direito de defesa em liberdade sem restrição, em um processamento jurídico imoral, regido por manipulações desonestas e subterfúgios jurídicos, cujo objetivo maior é manipular de forma sub-reptícia os códigos legais a favor de quem comente toda a sorte de crimes.

O inevitável, então, deve acontecer, se a sociedade não decidir transformar-se em uma Cuba Continental. As Forças Armadas a pedido da sociedade sai dos quartéis e parte para um contingenciamento da ação terrorista ou para um confronto armado com a turma do socialismo petista. Se assim não fizerem, os cidadãos que não quiserem ser perseguidos devem começar a fazer fila para sua filiação ao Grande Partido para não parar diante das valas comuns das vítimas do socialismo genocida.

Na ausência dessa atitude dos nossos militares – a defesa do Estado de Direito – o país vai ser devastado por uma crise social de grandes proporções com nossas fronteiras absolutamente desprotegidas, o que permite a invasão de nosso território por forças revolucionárias amigas do retirante. É bom lembrar que o poderio bélico do ditador Chaves pode se aventurar a subjugar as Forças Armadas do país, especialmente, pelo ar, a um simples pedido do Retirante Pinóquio. Amigos comunistas revolucionários, que comungam do mesmo interesse em transformar a América do Sul em um novo repositória do comunismo assassino, não hesitarão em se unir contra os que lutam pela preservação de sonhos de liberdade e justiça social.

Pela paralisia do poder público em proibir este movimento ilegal – o MST –, que recebe milhões do desgoverno petista por vias indiretas, a obviedade do que pode acontecer é gritante: uma guerra civil entre os sem terra e as forças civis de defesa dos proprietários de fazendas que também tem o direito de defender seu patrimônio na ausência do Estado.

Neste cenário, o PT vive um paradoxo. Ou assume o comando das Forças Armadas para poder controlar as ações criminosas dos sem terra do seu jeito, ou assiste a uma guerra civil que se aproxima em que perderá o controle das ações desse grupo terrorista fantasiado de movimento social, fazendo com que uma intervenção civil-militar em seu próprio desgoverno seja inevitável.

Ao aproximar-se o cenário acima, a ilicitude do desgoverno petista, de continuar financiando um grupo armado, não será mais tolerada durante muito tempo, nem pelas Forças Armadas nem pela sociedade civil não vinculada ao petismo.

O paradoxo está colocado. E não poderia ser diferente conforme os ensinamentos contidos na história dos conflitos armadas a partir de movimentos sociais.

Aproxima-se o risco do projeto de poder perpétuo do petismo ser abortado pelo radicalismo de um movimento em que um dos seus fundadores foi o próprio presidente, que precisará de Forças Armadas sob o comando dos seus generais, para evitar ou combater o radicalismo do movimento dos sem-terra, sem perder o controle da caserna.

Esse cenário pode ser uma lógica explicação para um endurecimento das ações dos difamadores das Forças Armadas que estão agora correndo contra o tempo com o fortalecimento do poder dos sem-terra que já praticam ações de guerrilha cada vez mais violentas controlada pelos seus líderes, podendo se expandir a qualquer momento. A guerra fria e suja contra o Estado de Direito Democrática, promovida pelos sem-terra, já está em andamento.

A estratégia do Retirante Pinóquio em afirmar que a Lei de Anistia deve ser respeitada, deixando para os "togados" a decisão do aprofundamento do processo de perseguição e desmoralização das Forças Armadas, mostra mais uma vez os traços da personalidade doentio-etílica-hipócrita-leviana do maior estelionatário da política que já apareceu no nosso país. De um lado finge querer respeitar as leis, enquanto no submundo do movimento petista aciona todas as baterias para fazer do socialismo genocida uma alternativa para controlar o país, protegendo, pelo tráfico de influencia, pelo incitamento à corrupção, e pelo corporativismo sórdido, os cúmplices do petismo que se comportam, impunemente, no mais absoluto arrepio aos códigos legais do país.

A posição da sociedade em eleger As Forças Armadas como a Instituição mais confiável do país através da FGV (que não tem nada a ver com aquela que promove 84% de aceitação para o retirante Pinóquio) acelera os atos indiretos do desgoverno petista para promover a desmoralização de quem o povo mais confia. O PT precisa ter nas mãos o comando das Forças Armadas humilhadas, para obter seu domínio e contando com suas tropas para manter o MST sob controle, até que sua sucessora Estela assuma o Poder. Aí não tem mais jeito não.

O cenário é propício para a desagregação social: "A situação do País é caótica. Pode-se dizer que ele está na UTI. Os poderes constituídos e as principais Instituições estão desacreditados, por que inoperantes e ineficientes, seus dirigentes sem autoridade, sem moral, sem ética pública no desempenho de suas funções, contaminados com a corrupção desenfreada, com a máquina administrativa falida e a impunidade dos criminosos que gera a banalização dos crimes. Essa situação põe em risco a nossa frágil Democracia que assisti a desmoralização das Instituições, do Parlamento, da Justiça, compromete a interdependência dos Poderes Constituídos, a Soberania e as Integridades Territorial e Nacional." (Gen Torres de Melo – Grupo Guararapes)

A permissão da sociedade em que se eleja, em 2010, o candidato indicado pelo Retirante Pinóquio, será a capitulação da sociedade nos seus sonhos de liberdade e justiça social, passando a imperar o assistencialismo clientelista para a maioria, a riqueza para a burguesia comunista, e a paz e proteção garantida pelo desgoverno petista apenas para o peleguismo sindical – capacho corrupto do petismo –, para a academia comunista, para o jornalismo marrom vendido, para os artistas amantes de uma Cuba Continental, e para os financiadores da traição do país: os banqueiros, as empresas estatais e os grandes empresários. Para o resto, subordinados a uma Justiça relativista e corporativista sórdida, o resto: a prisão, a falência social, a vala comum, a falta de oportunidades de educação, cultura e trabalho, a perseguição, a censura, e a eterna procrastinação da esperança de viver em um país decente, democrático, digno, e com justiça social.



Cegueira ou conivência?






























NEM TUDO ESTÁ DOMINADO – A DECISÃO DO CONFRONTO NECESSÁRIO II
por Geraldo Almendra

"Não importa quem seja o próximo presidente do Brasil, nada vai melhorar porque os problemas do país chegaram a um nível que não tem mais retorno. E você não deve alimentar esperanças nos militares, pois o que está acontecendo hoje é legado dos governos militares. E os atuais chefes militares estão ganhando muito bem para ficarem quietos e calados."

Esta frase, de um amigo, no contexto político-prostituído em que estamos vivendo, traz, na sua essência, a maior razão do alastramento da degradação moral e ética no poder público.

A pergunta que nos incomoda é a seguinte: - será que nossas Forças Armadas, combatentes do comunismo genocida durante o regime militar, sofreriam uma mutação moral tão degradante sob a "inspiração" ou ordens de oficiais subornados pelo petismo?

E se isso fosse verdade, ao que tudo indica, será que as tropas aceitariam a transformação do país em um Cuba Continental?

Apesar de termos tido conhecimento pela mídia de fatos que nos levam a crer que alguns oficiais – junto com centenas de civis – estejam cumprindo um papel de intermediários na transformação das Forças Armadas em subalternos dos canalhas do petismo que estão, descaradamente, cometendo ou sendo cúmplices de inúmeros crimes de lesa pátria, entre muitos outros, e sendo sistematicamente beneficiados por uma absurda impunidade que nos leva a crer na falência da Justiça no contexto da degeneração moral e ética do poder público.

A lógica da colocação está fundamentada em um princípio tido como verdadeiro: as nossas Forças Armadas não são comunistas e, dado o seu poder, mesmo desfigurado pelos desgovernos civis, se o petismo está afundando o país no mar da degradação moral e ética, como determina o método leninista de tomada do poder, é porque nossas Forças Armadas estão permitindo.

Se nossa Constituição não é comunista, mas o país está sendo conduzido para a falência do Estado de Direito Democrático, com inúmeros atos de desrespeito a essa mesma Constituição, especialmente a criminosa revolução promovida pelo MST, estamos testemunhando a consolidação do projeto de poder perpétuo do Retirante Pinóquio sem que a caserna esboce qualquer reação para impedir o pior.

Diante do quadro da falência social do país, contrapondo com o absurdo enriquecimento das elites dirigentes, dos financiadores do desgoverno do PT, e da nova burguesia petista-comunista e seus cúmplices, o silêncio da caserna comprova a essência da frase do meu amigo, que tem conhecimento de causa por ter participado da luta contra os canalhas dos terroristas durante o regime militar.

Então chegamos a um terrível impasse. Ou nos unimos aos militares que não concordam que as Forças Armadas sejam transformadas em um braço armado do comunismo no país, ou temos que, infelizmente, reconhecer que vivemos em uma sociedade absurdamente corrupta, corporativista, desonesta, apátrida e covarde, que precisa ser aniquilada pelo socialismo genocida para acordar da letargia provocada pela falência cultural e educacional promovida pela canalha dos desgovernos civis, que são os grandes responsáveis pela tomada do poder pelo petismo, muito especialmente o desgoverno FHC.

Está na hora do confronto necessário ou, então, a covarde entrega do país, definitivamente, nas mãos dos canalhas do socialismo.

A crise que estamos vivendo é antes de tudo uma crise moral e ética que reflete, de forma transparente, que tipo de sociedade ocupa as terras de uma das mais promissoras potências econômicas do mundo, mas que, no final das contas, está sendo entregue nas mãos de participantes da nata da falta de ética, da imoralidade, da desonestidade, da leviandade, da hipocrisia, da falsidade, da corrupção e do corporativismo mais sórdido.

Toda ditadura precisa de armas. Após promover o desarmamento da sociedade, o petismo tem agora as armas do MST, de forças policiais e militares cúmplices do petismo, das ditaduras vizinhas, e do crime organizado. Será que eles conseguirão ter as armas das Forças Armadas disparando contra a sociedade em defesa do comunismo? Será que homens como o General Heleno permitirão que as Forças Armadas cumpram esse papel?

Se isso vier a acontecer os livros de história não descreverão mais nossa história como de História do Brasil, mas sim como a história de uma das sociedades mais canalhas, sem vergonha e corruptas da civilização ocidental, que vivia em um pedaço de terra chamada de Brasil, colonizado, ocupado e "desenvolvido" pelo que de pior existe em matéria de seres humanos.


Geraldo Almendra é Economista, Consultor e Professor de Matemática.
E-mail: glaf@superig.com.br








Enviado por M., via e-mail.
Domingo, 08 de março de 2009, 12h23.




Você imaginou que viveria o suficiente para ver isto?





























































Foto: Comandante-em-Chefe das FFAA, totalmente encachaçado
e em "ótima" companhia. Como prestar continência a "isto"?




























Sobre a Estratégia Nacional de Defesa (END) – Cel Av Luís Mauro Ferreira Gomes





 
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