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Tuesday, March 15, 2011

"SIGAM-ME OS QUE FOREM BRASILEIROS!" *
Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

Foto: "Batalha do Avaí" – Museu Nacional de Belas Artes-RJ – Óleo sobre tela de Pedro Américo.


Click AQUI se desejar ver a imagem no tamanho original (1280 x 680 pixels)

A DOR DE UM SOLDADO
por Paulo Chagas

Caros amigos

Tenho muito orgulho do que sou e se me fosse possível nascer de novo e controlar meu destino, não hesitaria um instante sequer para optar, outra vez, por dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria, cuja honra, integridade e instituições juraria defender, até com sacrifício da própria vida.

Não me arrependo das decisões que tomei como soldado. Não me arrependo das atitudes que tomei, nem lamento as conseqüências dos meus atos, porque sou soldado por vocação, por amor ao meu País. Envaidece-me saber que mesmo morto nunca deixarei de ser um Soldado do Exército de Caxias!

Por outro lado, este mesmo orgulho, que me obriga a controlar a soberba e a presunção, angustia meu coração, meu instinto, minha disciplina e meu preparo para aceitar as coisas que, estando fora do meu alcance e da minha responsabilidade, eu não posso mudar.

Angustia-me a certeza de saber que os meus sentimentos são os mesmos de todos, que, como eu, são soldados por amor ao Brasil e ao Exército. Angustia-me a certeza de que todos, de alguma forma, sabem que estamos sendo engambelados pela falácia de que o passado pertence aos que passaram e que a história é responsabilidade de quem a viveu.

Angustia-me constatar que a cada dia que passa mais frágil fica a nossa resistência à contaminação ideológica de que “os soldados de hoje” são diferentes dos “soldados de ontem” e que as conseqüências dos “males que causaram” somente a eles cabe responder, lavamos, assim, as mãos entre os inocentes com a mesma hipocrisia com que Pilatos o fez diante da infame condenação do Cristo Jesus.

Angustia-me assistir a ameaça de quebra da unidade do Exército que, empenhado institucionalmente em uma guerra suja, não se manifesta de forma ostensiva, pública, altiva e vociferante em defesa de si mesmo e daqueles que, no cumprimento do dever e de ordens de operações, fizeram o que, na circunstância, todos achavam que era o que tinha que ser feito!

Angustia-me supor que, como Instituição de Estado, nos falte coragem e argumentação para enfrentar de peito aberto e coração exposto a crítica e a condenação de excessos e enganos que, pela vontade de vencer e neutralizar, o quanto antes, as ameaças à liberdade democrática, tenham sido eventualmente cometidos pelas forças ou agentes escalados para contrapor-se ao ataque armado da esquerda terrorista, assassina e revolucionária.

Angustia-me tomar conhecimento de inteligente e consistente argumentação, contrária à forma como o governo dos derrotados pretende “revelar a verdade” e deturpar a imagem das instituições militares perante a Nação, pela ação obscura e pela visão distorcida e intriguista da imprensa, em documento que, desta forma, se “supõe”, retrata o pensamento e a posição que, moralmente, todos devemos adotar.

Angustia-me constatar que passados dez anos da criação do Ministério da Defesa, com o que pessoalmente concordo, ainda não tenhamos aprendido a utilizar o espaço que nos proporciona o afastamento do poder político para manobrar ostensiva e dissuasivamente em defesa da nossa missão e da nossa importância como instituição nacional e como segmento da sociedade comprometidos, exclusivamente, com os interesses da Nação que, não necessariamente, devem coincidir com os das facções políticas no poder.

Finalizo, amigos, assegurando-lhes que, em meio a tantas angústias, nada se compara à dor de ferir a própria carne, quando o desabafo se transforma em crítica, pois, mesmo que construtiva, a crítica fere a sensibilidade e ferir o Exército Brasileiro é o mesmo que ferir a mim mesmo, pois não me permito ser menos que um Soldado de Caxias!


Paulo Chagas é General-de-Brigada do "Exército de Caxias".









Publicado no site "TERNUMA – Grupo Terrorismo Nunca Mais" – (Artigos).
Domingo, 13 de março de 2011.



(*) N da R. – Frase proferida por Caxias no dia 6 de dezembro de 1868, quando o Exército Brasileiro, em solo paraguaio desde 1866, defrontava-se com a "passagem de Itororó", sendo a "passagem" uma ponte sobre o arroio de Itororó. O combate começou pela manhã às 8 horas e terminou às 13 horas. Foi um dos mais cruentos da guerra do Paraguai. Três vezes o Exército Brasileiro fora repelido pelas tropas dos generais paraguaios Caballero e Moreno. Quando os brasileiros estavam sendo repelidos pela quarta vez, Caxias "desceu a colina de onde comandava a luta, desembainhou a espada e 'gritando vivas ao Imperador e ao Brasil', lançou-se sobre a ponte, e nesse ato seu cavalo foi morto pelas balas, assim como vários homens que o acompanhavam". A pé, ele continuou. Várias testemunhas relatam que, ao passar pela tropa, Caxias "deu voz de 'firme' e se arrojou sobre aquela posição, exclamando de espada desembainhada, 'sigam-me os que forem brasileiros!' ".


HINO A CAXIAS
Letra: D Aquino Correia.
Música: Francisco de Paula Gomes.


Click AQUI para ver a letra do hino.








A NOSSA FANTASIA – Gen Valmir Fonseca Azevedo Pereira



Mentiras carnavalescas – Leonardo Bruno







Friday, December 10, 2010

Mui respeitosamente...





"Beijódromo" é um estímulo à transformação da universidade em espaço lúdico-erótico onde um governo de vigaristas possa obter ganhos publicitários junto à população estudantil.

Falta de respeito
por Olavo de Carvalho

Por que devemos consentir em continuar chamando de "Sua Excelência, o Senhor Ministro da Educação" um semianalfabeto que não sabe sequer soletrar a palavra "cabeçalho"? Por que devemos continuar adornando com o título de "Sua Excelência, o Senhor Ministro da Defesa" um civil bocó que se fantasia de general sem nem saber que com isso comete ilegalidade? Por que devemos honrar sob a denominação de "Sua Excelência, o Senhor Ministro da Cultura" um pateta sem cultura nenhuma? Por que devemos curvar-nos ante a magnificência presidencial de um pervertido que se gaba de ter tentado estuprar um companheiro de cela e diz sentir nostalgia do tempo em que os meninos do Nordeste tinham – se é que tinham – relações sexuais com cabritas e jumentas?

Essas criaturas, é certo, têm o direito legal a formas de tratamento que as elevam acima do comum dos mortais, mas até quando nossos nervos suportarão o exercício supremamente antinatural e doentio de fingir respeito a pessoas que não merecem respeito nenhum, que só emporcalham com suas presenças grotescas os cargos que ocupam? Respeito, afinal de contas, é noção hierárquica: sem o senso da distinção entre o melhor e o pior, o alto e o baixo, o excelso e o vulgar, não há respeito possível.

Nietzsche já observava: Quem não sabe desprezar não sabe respeitar. Se um sujeito que só merece desprezo aparece envergando um uniforme, ostentando um título, exibindo um crachá que o diz merecedor de respeito, estamos obviamente sofrendo uma agressão psicológica, um ataque de estimulação contraditória, ou dissonância cognitiva, que esfrangalha o cérebro mais vigoroso e reduz ao estado de cãezinhos de Pavlov as mentes mais lúcidas e equilibradas.

Um povo submetido a esse regime perde todo senso de gradação valorativa, todo discernimento moral. Prolongado o tratamento para além de um certo ponto, a sociedade entra num estado de desmoralização completa, de apatia, de indiferentismo, onde só os mais cínicos e desavergonhados podem sobreviver e prosperar.

Mas não é só nas pessoas que o encarnam que o presente governo é uma usina de estimulações desmoralizantes. Impondo a sodomia como o mais sacrossanto e incriticável dos atos, as invasões de terras como modalidade superior de justiça fundiária, o abortismo como dever de caridade cristã, a distribuição de pornografia às crianças como alta obrigação pedagógica, Suas Excrescências estão fazendo o que podem para sufocar, na alma do povo brasileiro, toda capacidade de distinguir entre o bem e o mal e até a vontade de perceber essa distinção.

Nunca, na história de país nenhum, se viu uma degradação moral tão rápida, tão geral e avassaladora. Os crimes mais hediondos, as traições mais flagrantes, os escândalos mais intoleráveis são aceitos por toda parte não só com indiferença, mas com um risinho de cumplicidade cínica que, nesse ambiente, vale como prova de realismo e maturidade.

Em cima de tudo, posam as personalidades mais feias e disformes, ante as quais mesmo homens sem interesses obscuros em jogo se sentem obrigados a debulhar-se em louvores e rapapés.

Num panorama tão abjeto, destacam-se quase como um ato de heroísmo as manifestações de desrespeito ostensivo com que os estudantes da Universidade de Brasília saudaram, na inauguração do "beijódromo", o presidente da República, seu ministro da Incultura e o reitor José Geraldo Souza Júnior.

Que é um "beijódromo", afinal? Idéia suína concebida na década de 60 por Darci Ribeiro, um dos intelectuais mais festeiros e irresponsáveis que já nasceram neste País, então deslumbrado com a doutrina marcusiana da gandaia geral como arma da revolução comunista, o "beijódromo" é um estímulo à transformação da universidade em espaço lúdico-erótico onde um governo de vigaristas possa obter ganhos publicitários explorando calhordamente os instintos lúbricos da população estudantil, assim desviada dos deveres mais óbvios que tem para consigo mesma e para com o País.

Meu caro amigo Reinaldo Azevedo assim resumiu o caso: "Um estado totalitário reprime o tesão. Um estado demagogo o estatiza." Peço vênia para discordar. Excetuados os países islâmicos, só alguns regimes autoritários, de natureza transitória, ousaram impor a repressão sexual.

A exploração estatal do erotismo é característica inconfundível dos regimes totalitários e revolucionários. Quem tenha dúvida fará bem em percorrer as 650 páginas do estudo magistral de E. Michael Jones, Libido Dominandi: Sexual Liberation and Political Control (St. Augustine’s Press, 2000). O "beijódromo" é a cristalização mais patente de um totalitarismo em gestação.

Os gritos e insultos com que Lula foi recebido por estudantes que querem algo mais que pão, circo e orgasmo refletem um fundo de sanidade que ainda resta na alma popular: nem todos os cérebros, neste País, estão perfeitamente adestrados na arte de bajular o que não presta.

Esse protesto impremeditado, espontâneo, sem cor ideológica definida, traz a todos os brasileiros a mais urgente das mensagens: no estado de degradação pomposa a que chegamos, só uma vigorosa falta de respeito pode nos salvar.


Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA onde mantém o site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org


Publicado no jornal "Diário do Comércio" – Opinião.
Quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, 19h53.




SE VOCÊ TEM PRESSA, AUMENTA O VOLUME E "BON VOYAGE"






O exército, o político, o morro e a morte. – Revista Piauí








Sunday, November 14, 2010

MORRENDO  POLITICAMENTE  CORRETO !












































A naturalidade com que petistas e similares falam entre si de "luta armada" basta para provar que só são contra o homicídio quando não lhes é politicamente lucrativo.

"Par délicatesse j’ai perdu ma vie." (Arthur Rimbaud)

O dever de insultar
por Olavo de Carvalho

Um amigo que nem sempre concorda comigo, mas já deu mil provas de seus propósitos elevados, apontou duas objeções ao meu artigo "Maquiadores do crime".

1. Se formos mal educados com os nossos inimigos, estaremos nos rebaixando ao nível deles.

2. Mais importante que derrubar os adversários é lutar positivamente pelas idéias em que acreditamos.

Tenho a certeza de que objeções similares ocorreram a muitos leitores. Deixando a segunda para um artigo vindouro, respondo aqui à primeira delas.

Desde logo, digo que ela vale como regra geral, mas não como resposta ao meu artigo. O que ali afirmei não foi que devemos faltar ao respeito para com os meramente mal educados, mas para com os criminosos e trapaceiros. Para nivelar-nos a eles não bastaria dizer-lhes umas grosserias: seria preciso cometermos pelo menos um crime ou trapaça, coisa que jamais esteve nos meus planos. O merceeiro ou vendedor ambulante que, roubado, desfere meia dúzia de palavrões cabeludos contra o ladrão em fuga, torna-se por isso um ladrão?

Também não sugeri que infringíssemos todas as regras de polidez, apenas aquelas que nos são impostas artificialmente, maliciosamente pelos vigaristas, com o preciso objetivo de inibir a denúncia da sua vigarice, obrigando-nos a tratar delitos e crueldades (mentais inclusive) como se fossem elegantes divergências acadêmicas. Quando um sujeito insinua que vai me matar, ou me mandar para o Gulag, responder polidamente que não concordo muito com a sua proposta é dar-lhe ares de mera e inofensiva hipótese, quando na verdade se trata de um plano muito prático, muito material. Pode ser um plano de longo prazo, mas garanto que ser assassinado ou preso aos oitenta anos não me consolará nem um pouco de não havê-lo sido aos cinquenta, sessenta ou setenta.

A naturalidade bisonha com que petistas e similares falam entre si de "luta armada", uns enaltecendo-a abertamente, outros chegando a condená-la, mas só desde o ponto de vista da conveniência e oportunidade, jamais da imoralidade intrínseca, basta para provar que só são contra o homicídio quando não lhes é politicamente lucrativo (tal é a única objeção do sr. Presidente às Farc). Luta armada, caramba, não é idéia, não é doutrina, não é teoria filosófica: é matar pessoas.

Sempre que discuto com esquerdistas, sei que estou discutindo com assassinos. Muitas vezes, assassinos adiados, mas, no fim das contas, sempre assassinos. Assassinos que, quando impedidos de realizar seus planos macabros, saem choramingando e se fazendo de vítimas com cinismo abjeto. Que é essa canalhice das "indenizações" senão uma lucrativa encenação de autopiedade da parte de indivíduos que se consideram lesados injustamente porque o malvado governo militar os impediu, pela força, de matar todos os que queriam matar?

Que respeito merecem essas pessoas? Que sentido tem conceder-lhes o direito de debater planos para o nosso assassinato, sabendo que a única divergência que pode surgir entre elas é quanto ao prazo de execução?

Imaginem o escândalo, a revolta da mídia chique se nos puséssemos a planejar "ações armadas" contra os comunistas! No entanto, ela acha muito natural e nada escandaloso que partidos legais se associem com quadrilhas de narcotraficantes e assassinos para a defesa mútua de seus interesses – interesses que, por isso mesmo, se destinam a sair igualmente beneficiados pela violência ou pela simultânea conversa mole de paz e democracia.

Haverá nisso somente uma "divergência de idéias" ou uma desigual distribuição dos meios de ação permitidos aos dois lados da disputa, um deles investido do direito de matar, roubar, sequestrar e trapacear à vontade, o outro abstendo-se servilmente até de falar duro contra quem faz isso? Aceitar esse jogo é mais que covardia, é trair a própria causa, é prostituir a própria consciência.

Não, meu caro amigo, tratar esses indivíduos com a rispidez que merecem não é jamais rebaixar-nos ao seu nível. Nem mesmo se os xingássemos dos piores nomes e o fizéssemos o dia inteiro, sem parar, com a mesma obsessividade persistente e psicótica com que eles sonham com a nossa morte, estaríamos nos igualando aos bandidos das Farc e aos seus parceiros no governo federal. Nenhum de nós é traficante, sequestrador, assassino, nem parceiro político e bajulador de quem o seja. Muito menos somos consciências morais deformadas como o sr. Presidente da República, para quem a prática desses crimes hediondos não desqualifica ninguém para o exercício dos mais altos cargos numa democracia.

Endereçado a quem de direito, nada que saia da nossa boca, por mais ofensivo e brutal que soe, pode jamais nos tornar tão sujos e desprezíveis quanto eles.


Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA onde mantém o site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org


Publicado no jornal "Diário do Comércio" – Opinião.
Quinta-feira, 11 de novembro de 2010, 20h33.





Polícia de São Paulo encontra lança-míssil no meio da rua – Telejornal "Bom Dia Brasil" (Rede Globo)







Thursday, September 09, 2010

"Um povo que valoriza os seus privilégios acima dos seus princípios,
cedo perde os dois"
– Dwight Eisenhower







































Calou-se, na alma de cada cidadão, a voz da consciência que, na escura solidão da sua alma, lhe trazia a lembrança amarga de seus delitos e de seus vícios.

O inferno brasileiro
por Olavo de Carvalho

A toda hora aparecem pastores, padres e, sobretudo, jornalistas e políticos – sim, jornalistas e políticos, essas personificações supremas da moralidade – clamando contra "a degradação dos costumes". O próprio termo, completamente deslocado, que empregam para nomear o mal, prova que são parte dele. "Degradação dos costumes" é uma expressão quantitativa, escalar: supõe a vigência permanente de uma escala contra a qual se mede o decréscimo da obediência rotineira aos valores que ela quantifica.

O que se passa no Brasil não é uma "degradação dos costumes": é, sim, a destruição premeditada de todas as escalas, a inversão sistemática de todos os valores.

Os costumes degradam-se quando a população já não consegue imitar, nem de longe, os modelos melhores de conduta que a História consagrou e que, ante o olhar de cada geração, se reencarnam de novo e de novo nas figuras das personalidades admiráveis, dos sábios, dos heróis e dos santos.

Quando, ao contrário, todas as personalidades admiráveis desapareceram ou foram postas para escanteio, e em seu lugar se colocam simulacros grotescos ou inversões caricaturais, o problema já não é a desobediência, mesmo generalizada, a valores que todos continuam reconhecendo da boca para fora; é, ao contrário, a obediência a modelos de malícia, perversidade e covardia que se impuseram, pela força da propaganda e da mentira, como as únicas encarnações possíveis do meritório e do admirável.

Quanto mais alto esses personagens sobem na hierarquia social, mais esfumada e distante vai ficando, até desaparecer por completo, a escala de valores que permitiria julgá-los e condená-los; e mais e mais eles próprios se consagram como unidades de medida de uma nova escala, monstruosamente invertida, que em breve passa a ser a única. Daí por diante, quem quer que não a siga e cultue dificilmente poderá evitar a sensação de marginalidade e isolamento que é, nesse quadro, o sucedâneo perfeito do sentimento de culpa.

Calou-se, na alma de cada cidadão, a voz da consciência que, na escura solidão da sua alma, lhe trazia a lembrança amarga de seus delitos e de seus vícios. Em lugar dela, desenvolve-se uma hipersensibilidade epidérmica à opinião dos outros, ao julgamento do grupo, ao senso das conveniências aparentes.

Preso na trama virtual dos olhares de suspeita, cada um vive agora em estado de sobressalto permanente, obsediado, ao mesmo tempo, pela compulsão de exibir equilíbrio, tranqüilidade e polidez para não se tornar o próximo alvo de desprezo. A essa altura, cada um se dispõe a renegar ideais, amizades, lealdades, admirações, promessas, ao primeiro sinal de que podem condená-lo a um ostracismo psíquico – que se anuncia tanto mais insuportável quanto mais tácito, implícito e não reconhecido como tal.

Há uma diferença enorme entre um "estado de medo" e uma "atmosfera de medo". O primeiro é patente, é público, todos falam dele e, não raro, encontram um meio de enfrentá-lo. A segunda é difusa, nebulosa, esquiva, e alimenta-se da sua própria negação, na medida em que acusar sua presença é, já, candidatar-se à rejeição, à perda dos laços sociais, ao isolamento enlouquecedor.

Nessa atmosfera, a única maneira de evitar o castigo ante cuja iminência se treme de pavor é negar que ele exista, e, com um sorriso postiço de serenidade olímpica, ajudar a comunidade a aplicá-lo a imprudentes terceiros que tenham ousado notar, em voz alta, a presença do mal.

Não digo que todos os brasileiros tenham se deixado submergir nessa atmosfera. Mas pelo menos as "classes falantes", se é possível diagnosticá-las pelo que publicam na mídia, já têm sua consciência moral tão deformada que até mesmo suas ocasionais e debilíssimas efusões de revolta contra o mal vêm contaminadas do mesmo mal.

Por exemplo, o fato de que clamem contra desvios de dinheiro público com muito mais veemência do que contra o massacre anual de 50 mil brasileiros (quando chegam a dar-lhe alguma atenção) prova, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que por trás do seu ódio a políticos corruptos não há uma só gota de sentimento moral genuíno, apenas a macaqueação de estereótipos moralistas que ficam bem na fita. E que ainda continuem discutindo "se" o partido governante tem parceria com as Farc, depois de tantas provas documentais jamais contestadas, mostra que estão infinitamente menos interessadas em averiguar os fatos do que em apagar as pistas da sua longa e obstinada recusa de averiguá-los. Recusa que as tornou tão culpadas quanto aqueles a quem, agora, relutam em acusar, porque sentem que acusá-los seria acusar-se a si próprias.

Quando, por indolência seguida de covardia, os inocentes se tornam cúmplices ex post facto, já não sobra ninguém para julgar o crime: todos, agora, estão unidos na busca comum de um subterfúgio anestésico que o suprima da memória geral.

Não, não se trata de "degradação dos costumes", como nos Estados Unidos, na França, na Espanha ou em tantos outros países: trata-se, isto sim, da perda completa do senso moral, o que faz deste País uma bela imagem do inferno. No inferno não existe degradação, porque não há a presença do bem para graduá-la.


Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA. O. de Carvalho é também o editor do seu próprio site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org


Publicado no jornal "Diário do Comércio" – Opinião.
Quarta-feira, 08 de setembro de 2010, 20h23.





O crime continuado do PT – Editorial do "Estadão"






Friday, August 14, 2009

ELITE BRASILEIRA. E, ISSO AINDA EXISTE?



































As elites somos nós
por João Mellão Neto

Se você tem um bom automóvel, uma casa confortável e uma renda folgada, parabéns! Mesmo sem saber, você faz parte "da zelite".

Você argumentará que seu carro é financiado, sua casa está hipotecada e sua renda provém de salário. Ou poderá dizer que é um profissional liberal que sua a camisa por cada centavo que amealha. Tanto faz. Em qualquer das condições acima, você, inapelavelmente, é "da zelite".

No caso de você possuir um negócio próspero e empregar alguns funcionários, aí, então, a coisa piora. De nada adianta você evocar a sua origem humilde e afirmar que tudo o que possui provém de seu próprio esforço. Em qualquer circunstância você faz parte "da zelite" mesmo.

E o que é, afinal, "a zelite"?

Segundo o discurso oficial, trata-se de uma gente míope, egoísta e inconsequente que - a partir de uma visão muito particular da História - esteve no poder nos últimos cinco séculos e é, portanto, responsável por todas as mazelas nacionais.

No caso de você ser branco e ter olhos azuis, a coisa piora. Segundo o líder maior, você é um sujeito irresponsável e ganancioso, que, - fazendo parte de uma congregação maior - por sua cupidez e volúpia, acabou criando um clima propício para que se instalasse a atual crise mundial. Afinal, onde já se viu banco quebrar? Só pode ser porque era dirigido por gente cega como você.

Pelo sim, pelo não, vá a uma ótica e trate de comprar e colocar, ao menos, umas lentes de contato que mudem a cor de seus olhos.

"A zelite" é egoísta e voluptuosa. Dispõe-se a "explorar" todos, desde a coitadinha da doméstica até profissionais de nível superior.

Não tem como escapar disso. Quanto mais pessoas você emprega, mais explorador você é.

Qual é a lógica que preside e dá sentido a tudo isso?

Simples. Trata-se de uma espécie de marxismo cuidadosamente apurado e adequado às circunstâncias próprias a um clima tropical.

O raciocínio, devidamente resumido, é o seguinte: um trabalhador que labore 40 horas semanais acaba não recebendo do patrão um salário equivalente ao seu esforço. Recebe menos. A diferença fica com o patrão. É o lucro dele. E é por isso que ele é rico.

E o mérito?

Não há lugar para mérito nesse processo. O patrão é sempre um explorador.

O que fazer para identificar um membro "da zelite"?

Fácil. Basta reparar no relógio ou nas roupas com que costuma se apresentar. É tudo coisa "de grife", como se diz. Coisa que os pobres não podem usar. É muito cara e, portanto, supérflua.

Gente "da zelite" frequenta lugares da moda e costuma esbanjar dinheiro. O preço, por exemplo, de uma única refeição num restaurante chique daria para alimentar pelo menos uns dez meninos de rua. E "a zelite" ainda tem o desplante de reclamar quando esses desvalidos, num momento de desespero, tomam uma arma e a assalta nos semáforos. Exige punição. Acontece que a polícia não está aí para acudi-la. Ela deve, isso sim, é trabalhar nos bairros periféricos para garantir a segurança dos pobres.

Aliás, é justamente na área pública que se identificam os marxistas tropicais.

Ninguém propõe, pura e simplesmente, o massacre, a extinção "da zelite". Isso é coisa do marxismo antigo e não existe mais em lugar nenhum. Ela deve continuar existindo, ao menos para pagar impostos e, assim, garantir a arrecadação. Cabe ao Estado apossar-se desses recursos e redistribuí-los a quem deles precisa.

Agora, beneficiar "a zelite" com políticas públicas, jamais.

O preço a pagar pelo status de pertencer a ela é bastante elevado. Paga-se, no mínimo, um terço do que se ganha em tributos. A carga tributária nacional é de 38%.

Se for considerado que os membros "da zelite" pagam tudo em dobro, o peso do Estado em sua vida é muito maior. Paga-se pelo ensino gratuito e pela escola particular. Custeia-se a saúde pública e paga-se convênio pela assistência médica privada. Sustenta-se a segurança pública e mantém-se também um serviço de segurança das nossas ruas ou dos nossos condomínios.

Ninguém se recusa a pagar impostos, mas se entende que seria de bom alvitre se se visse o retorno disso em obras e serviços para os menos favorecidos. Qual o quê! Afora o Bolsa-Família, tudo o que mais existe não passa de discurso. Esse programa mesmo - menina dos olhos do atual governo - é puro assistencialismo, pois de nada serve para que os pobres possam deixar de sê-lo.

O discurso que se pratica é de ressentimento contra "a zelite". Seu surgimento é de longa data. Mas foi inaugurado publicamente em 1989, quando o atual presidente - então candidato ao cargo pela primeira vez - logrou passar para o segundo turno. Mesmo que os comunistas, no mundo, estrebuchassem em seus derradeiros estertores, aqui, no Brasil, suas palavras de ordem haviam obtido alento. Foi com esse discurso que elas deixaram os bancos das universidades para ganhar as ruas.

Esse tipo de discurso tem servido apenas para disfarçar e justificar a inatividade e a incompetência de quem o faz.

"A zelite", ou as elites, somos eu, você, todos nós que, pelo estudo ou pelo trabalho, logramos nos destacar dos demais. Todo povo tem elites. E nós, agora, além das elites tradicionais temos uma nova. Que se moldou nos sindicatos e nas universidades e pretende se firmar justamente por meio de um discurso antielites.

Nós nunca cobiçamos as casas dos nossos vizinhos. Trabalhamos e lutamos para construir as nossas. E esperamos dos nossos vizinhos que não as cobicem, também.


João Mellão Neto, nasceu na cidade de São Paulo, SP em 06/11/1955, filho de comerciante de café e agro-pecuarista estudou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas e jornalismo na Fundação Cásper Líbero. João Mellão Neto tem seus artigos publicados, todas as sextas-feiras na página 2 do jornal "O Estado de S. Paulo". Como escritor já publicou diversos livros na área do "pensamento político liberal", em vista que João Mellão também teve uma carreira política bastante diversificada para sua idade, sendo quatro vezes secretário municipal, cumpriu dois mandatos de deputado federal e foi Ministro do Trabalho e da Administração, atualmente é deputado estadual em São Paulo (DEM). E-mail: jmellao@al.sp.gov.br



Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" (Editorial Opinião).
Sexta-Feira, 14 de agosto de 2009.




Brasil: Jamais verás nenhum país como este. Não verás mesmo!




Friday, July 17, 2009

PORQUÊ TANTA INDIGNAÇÃO? NÓS SOMOS ISSO MESMO:
UM DEPÓSITO DE LIXO A CÉU ABERTO. E, VIVA O "POVO BRASILEIRO"!



Para assistir o vídeo em click no botão PLAY  


Receita Federal descobre mais 25 contêneires com lixo no Porto de Santos
Do G1 - São Paulo, com informações da TV Tribuna de Santos

Carga chegou em novembro e estava abandonada em terminal. Ao todo, já são 680 toneladas de lixo vindas da Inglaterra.

Agentes da Receita Federal do Porto de Santos descobriram nesta quinta-feira (16) mais 25 contêneires procedentes da Inglaterra repletos de lixo. Ao todo, já são 41 contêineres com lixos, que somam 680 toneladas, segundo a Receita Federal.

A carga chegou ao porto em novembro e estava abandonada no terminal. No início do mês, uma empresa inglesa já havia despachado 16 contêneires para outro terminal do porto. Desta vez, no entanto, mudou a operadora que transportou a carga.

Os técnicos do Ibama foram avisados em seguida e constataram que houve contaminação do meio ambiente, pois óleo queimado vazou de alguma embalagem. Cada um dos 25 contêneires foi vistoriado e, em cada um deles, os agentes encontraram uma surpresa diferente.

Foram encontrados embalagens de alimentos e de produtos químicos, brinquedos velhos e muito lixo eletrônico. Havia até produtos com mensagens que alertam para os cuidados com o meio ambiente, como milhares de DVDs e sacolas reutilizáveis. E também encontraram, em um deles, galões de produtos químicos com rótulos indicando que o material é perigoso. A área onde estão os contêneires foi isolada.

Tanto a empresa quanto a operadora serão multadas em mais de R$ 200 mil. Assim que foi notificado pela Receita Federal o responsável pelo Ibama foi até o local e constatou a irregularidade. Nesta sexta-feira (17), além de técnicos do Ibama, agentes da Polícia Federal e da prefeitura de Santos participaram da vistoria. Uma equipe de uma emissora de TV de Londres também acompanhou os trabalhos.



E CONTINUAM OS DESDOBRAMENTOS

Empresa britânica acusada pelo Ibama de exportar lixo é de brasileiro
Do mesmo G1

Em entrevista à BBC Brasil, Julio Cesar Rando da Costa defendeu-se das acusações.

Duas empresas britânicas citadas pelo Ibama como exportadoras dos contêineres de lixo que foram encontrados em portos do Brasil pertencem a um cidadão brasileiro.

A Worldwide Biorecyclables Ltda. e a UK Multiplas Recycling Ltda. pertencem a Julio Cesar Rando da Costa, que mora em Swindon, na Grã-Bretanha.

Em entrevista à BBC Brasil, Costa defendeu-se das acusações, dizendo que a responsabilidade pelo lixo enviado ao Brasil é de fornecedores britânicos com os quais as suas empresas trabalham.

A Polícia Federal está investigando a origem de 89 contêineres que foram encontrados nos portos de Santos (SP), Rio Grande (RS) e na alfândega de Caxias do Sul (RS) com centenas de toneladas de lixo.

Entre o material encontrado, estariam pilhas, seringas, camisinhas e fraldas usadas.

RESPONSABILIDADE

Julio Cesar Rando da Costa - paranaense que possui passaporte português e fundou a Worldwide Biorecyclables, que entrou em falência neste ano. Em seguida, ele criou a UK Multiplas Recycling, que opera no mesmo local, em Swindon.

Ele alega que sua empresa faz apenas a prensagem de plástico recolhido por empresas britânicas e exporta a sucata para o Brasil. Ele diz que a responsabilidade por qualquer outro material que tenha chegado ao Brasil seria das fornecedoras britânicas.

Costa ainda afirmou não ter sido procurado pelo Ibama ou pelo governo brasileiro.

"Se tem qualquer coisa lá dentro que não é plástico, eu tenho contrato com a fornecedora britânica de lixo no qual está escrito que é só plástico que eles têm que passar para a gente", disse Costa à BBC Brasil, nesta sexta-feira, por telefone.

"É o pessoal das casas que joga (o lixo) das suas casas na caçamba aqui na Inglaterra. Alguém pode ter jogado alguma coisa lá no meio que o funcionário deles não viu."

"Já teve vez que encontramos galão de tinta cheio, galão de veneno para passar na grama (pesticidas), então eles (os funcionários de Costa) tiravam fora e reclamavam à empresa (fornecedora) para que eles não deixassem acontecer isso."

Costa afirma que os clientes brasileiros nunca reclamaram da sucata de plástico exportada para o país.

"Lá no Brasil as empresas que importavam diziam: 'Júlio, não tem problema', porque nós não fabricamos nada para (embalagem de produto) comestível.' O que é reciclado lá é usado para outras coisas, como caixaria, mangueira, outras coisas - então não tem problema. Lá eles tinham um pessoal que fazia rastreamento, separava tudo na mão."

BRINQUEDOS

A polícia afirmou que um dos contêineres de lixo que chegou da Inglaterra ao Brasil continha brinquedos sujos com um recado em português "Lave antes de dar às crianças pobres brasileiras."

Costa confirma a informação e diz que foram os funcionários brasileiros da sua empresa que escreveram o bilhete.

"Não eram brinquedos sujos. Como aqui o povo da Inglaterra joga muita coisa boa fora, eles (os funcionários de Costa) pegaram um monte de bolas novas e boas que vinham, pegaram brinquedos e esses carrinhos de controle remoto bons e colocaram separados em um buraco que veio em um contêiner. Mas é plástico limpo. E eles colocaram separado no contêiner. Eles mandaram para ser consertado e dado para crianças lá no Brasil."

PUNIÇÕES

O Ibama informou, por meio de uma nota oficial, que está estudando a possibilidade jurídica de aplicar sanções às empresas britânicas responsáveis pela exportação dos resíduos.

As empresas brasileiras responsáveis pela importação do lixo ao Brasil já foram autuadas e receberam multas que chegam a R$ 408 mil.

O Ibama agora prepara um laudo que será enviado ao Ministério das Relações Exteriores e, em seguida, ao Secretariado da Convenção de Basileia, que decidirá sobre as eventuais punições.

Tanto o Brasil como a Grã-Bretanha são signatários da Convenção de Basileia, que regulamenta o transporte internacional de resíduos tóxicos.



HISTÓRIAS DESENCONTRADAS (Receita Federal, IBAMA, PF, quem?)
Ainda no mesmo G1

Os contêineres com 290 toneladas de lixo que foram encontrados no Porto de Santos, a 72 km de São Paulo, estavam, no final da manhã desta terça-feira (7), isolados num terminal de cargas no Guarujá, a 86 km da capital paulista. A carga deve embarcar de volta para Inglaterra no mesmo navio em que foi trazida para o Brasil

A carga de 16 contêineres foi descoberta no Porto de Santos, vinda da Europa. Ela teria saído de um porto na Inglaterra em fevereiro. O material chegou registrado como produto para reciclagem, mas se tratava de lixo comum.

O Ibama soube da carga por meio de uma denúncia do Porto do Rio Grande (RS) porque foi descoberta um material semelhante lá. O Ibama foi verificar outra carga da mesma empresa que foi enviada para o Porto de Santos. Nos contêineres os fiscais do Ibama encontraram restos de alimento, peças de computador, travesseiros velhos, embalagens vazias de produtos de limpeza.


Publicado no portal "G1".
Sexta-feira, 17 de julho de 2009.






A PERGUNTAÇÃO QUE NINGUÉM FAZ: Há quanto tempo isso vem ocorrendo? (Com certeza há anos). Porquê só agora os órgãos responsáveis tomaram ciência? (Esse "lixo", talvez até radioativo, está no porto desde NOVEMBRO/2008). Como? A "carga" irá voltar no mesmo navio... O navio está esperando no porto, ainda? Que culpa tem a empresa de navegação? Tem "truta" aí, maracutaia das grossas, alguém não pagou o devido "pedágio"? Guerra de "máfias": RF, PF, IBAMA, PT, PMDB e outros menos cotados? (Lembrem-se quem manda nos portos do Brasil é o vampiro-brasileiro, cujo nome verdadeiro é MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA, perceberam o último sobrenome, é destino).


CONCLUSÃO: O BRASIL É O "LIXÃO" DO MUNDO E OS BRASILEIROS OS "URUBUS".
É ISSO AÍ "ALULADOS" – MERECEMOS MUITO MAIS!



UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA!





PORQUÊ TANTA INDIGNAÇÃO? NÓS SOMOS ISSO MESMO, UM DEPÓSITO DE LIXO A CÉU ABERTO. E VIVA O "POVO BRASILEIRO"!

Thursday, June 18, 2009

16%: ESTE É O PERCENTUAL DE BRASILEIROS QUE CARREGAM O PAÍS NAS "COSTAS". OS 84% "RESTANTES", SÃO MEROS PARASITAS!










































O "ALTER EGO" DO POVO BRASILEIRO
por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Segundo conhecidas, embora questionáveis fontes de pesquisa, o "nosso guia" atingiu a estupenda marca de 84% da preferência nacional.

Se o "nosso guia" não representa o povo, pelo menos o traçado de sua personalidade se encaixa, perfeitamente, sem grandes esforços, no protótipo no qual maciça parte da "galera" se identifica.

A imagem é verdadeira, na medida em que o universo daqueles, que de certa forma desfrutam das distorções emanadas de semelhante identificação, cresce, assustadoramente (84%?), num virtuoso círculo vicioso de usufruírem, sem fazer força, graças à falta de qualquer prurido moral, de pequenas esmolas até as polpudas vantagens que propagam-se no caos de imoralidade que se implantou.

Para os 16% que restam, só podemos lamentar que ainda persistam em sua cruzada em prol de um Brasil grandioso e altaneiro. A reviravolta, somente ocorrerá, através de uma educação responsável, de uma conscientização, da criação de uma mentalidade cívica, na moldagem de uma cidadania decorrente de algumas décadas de forjamento. É um trabalho de Hércules, sem as glórias do herói.

Não vislumbramos nada semelhante, no curto e médio horizonte. Muito pelo contrário.

Como não admirar um indivíduo que não tenha freios, nem compromissos, que não trabalhe, que diga e se desdiga ao sabor das conveniências, que utilize um cartão sem limites, que viaje à beça, que se hospede nos hotéis mais afamados, que pose para fotos ao lado dos mais proeminentes homens públicos do cenário internacional, que não tenha freios na língua, que vocifere as maiores barbaridades, sem que lhe faltem os calorosos aplausos. É o sonho de 84% dos nacionais. É o reinado sem coroa, mas com todas as vantagens da irresponsabilidade irrestrita.

Mas, como repreender ou ruborizar-se diante da conduta irreverente e inconseqüente do "paspalho", quando nós, é que realmente somos as suas marionetes?

Como reprimir desmandos e descasos, quando soterrados sob um "tsunami" de corrupções explícitas e implícitas do Congresso, nenhuma enclítica e respeitada voz se atreva a apontar acusadoramente para os culpados? Como atirar a primeira pedra, se a cada tampa de panela levantada, aspiramos a fétida podridão da desonestidade, da má fé, da malversação e da propina?

Como bradar por medidas e providências, quando em todos os níveis de governo e disseminados em todos os estados da Federação exista uma camada de lama capaz de cobrir qualquer indignação, quanto mais um arremedo de reação?

Como exigir justiça, probidade e grandeza de vis Poderes que foram aquinhoados em poucos anos com percentuais monstruosos de aumento salarial? Entre janeiro de 1995 e dezembro de 2008, a folha do Judiciário foi tonificada em 295%, a do Executivo em 72% e a do Legislativo em 187%.

Ah! Como custa barato comprar consciências, não importando a sua coloração política, ideológica ou da farda. Nada que um cargo de Conselheiro de alguma Estatal, com algumas benesses remuneratórias, e algumas mordomias, não possam aquietar.

Nenhuma voz por rouca que seja, dentre os Poderes da República é capaz de esboçar a mais canhestra reação. Onde estão os legisladores? Os juristas? As leis? A justiça?

Bom, a Justiça e a Lei, de mãos dadas, acabam de condenar a socialite Daslu a 94 anos de prisão. Enquanto isto, no passado Pan Americano no Rio, o TCU acusa que o superfaturamento do evento atingiu a astronômica cifra de 50 vezes o orçamento inicial. Sim, e daí?

E os Legisladores? Ao que parece estão prestes a decretar, oficialmente, a Discriminação Racial no Brasil. E haja cota. E haja minoria sexual.

Assim, como derrubar o bobalhão que se encontra refestelado no poder, lambuzado nas arbitrariedades e nas iniqüidades que o poder corrompido, uma claque complacente e cúmplice, e uma mídia amestrada sem o menor compromisso lhe concedem?

Não com surpresa, porém pesarosos, admitimos que nada, a não ser um milagre, poderá reverter o caos que se aproxima.

Realmente, impressiona-nos que ainda existam 16% de insatisfeitos. Talvez seja um modesto sinal de que nem tudo está perdido.

Avante 16%. No mínimo, lutaremos um bom combate.


Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General-de-Brigada do Exército Brasileiro.








Publicado no site "TERNUMA – Terrorismo Nunca Mais" – (Regional Brasília).
Segunda-feira, 15 de junho de 2009.



JUNTE-SE AOS BONS!












UM PINGUÇO SEM NENHUM CARÁTER, NADA MAIS DO QUE ISSO!





O "ALTER EGO" DO POVO BRASILEIRO – Gen Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Friday, March 13, 2009

MST = Malta Satânica e Terrorista

Foto: Resultado de uma "ocupação" do MST.

































Fora MST!
por João Mellão Neto

Nos meados da década de 80, quando o MST ainda se esboçava, ocorreu uma invasão. Uma entre centenas, dirão. Pois é, mas essa eu tive a oportunidade de acompanhar. Estava iniciando como jornalista e buscava conhecer em detalhes todos os temas palpitantes da época. Reforma agrária era um deles.

Como se dizia, o esbulho aconteceu. E logo depois a área foi desapropriada. Passaram-se alguns meses e aqueles quase 3 mil hectares foram entregues aos tais trabalhadores sem-terra. Um político de esquerda da região não perdeu a oportunidade. Com um grande alicate, compareceu ao local e, perante uma plateia atenta, solenemente cortou a cerca de arame farpado da fazenda. "Neste momento", declarou, "entrego estas terras ao povo brasileiro".

O "povo brasileiro" não se interessou em tomar posse de imediato. Para tanto era necessário que alguém fosse lá demarcar os lotes e sortear quem seriam os proprietários de cada um. Esse processo demandou uns 20 meses, mas ninguém se esquentou. Sem a menor cerimônia, os briosos manifestantes montaram acampamento à beira da cidadezinha mais próxima e, a partir de então, munidos de cupons para alimentação, fornecidos pelo governo federal, tornaram-se consumidores urbanos.

Quando os lotes ficaram prontos, ocorreu um fato que em nada contribuía para o sucesso da causa agrária. Os felizes contemplados não se mostraram dispostos a trocar a doce vida urbana que tinham pelas agruras da condição de novos proprietários rurais. Pudera, os lotes não tinham água nem luz. Os cupons para alimentação deixariam de ser fornecidos tão logo se configurasse a posse. Ninguém ali estava a fim de se tornar herói.

Com muito custo o assentamento se configurou. Após a posse, voltaram todos para a cidade e passaram a reivindicar, novamente, o fornecimento de água, luz e comida.

Dez anos depois, a situação era a seguinte: quatro ou cinco famílias se aventuraram a mudar para seus lotes e lá viviam em condições precárias. Mais de 20 trataram de vender os seus direitos de posse e seus lotes passaram por inúmeros donos. Especulação imobiliária da pior espécie, algo absolutamente condenável pelos ideólogos esquerdistas que chefiavam o movimento.

A maioria agiu de forma ainda pior. Como havia uma usina de álcool nas redondezas, trataram todos de arrendar seus lotes a ela e continuaram a viver na cidade. Tornaram-se, com isso, burgueses rentistas. E isso era deplorável e intolerável.

No Brasil inteiro situações como essa se repetiram e nada foi mostrado à opinião pública. Os padres e organizadores dos movimentos eram todos socialistas, mas os invasores, curiosamente, não. Entregavam-se a práticas capitalistas as mais comezinhas e mesquinhas tão logo lhes surgisse uma oportunidade.

Paciência. Estava patente, para os ideólogos, que o povo brasileiro, em geral, era tacanho. Não tinha a largueza de visão e o desprendimento necessários para a condução de uma revolução vitoriosa. Essa tarefa, então, como sempre, teria de ficar por conta das vanguardas - as camadas mais instruídas e esclarecidas dos movimentos. E essas, na época, eram compostas pelos padres e intelectuais.

Foi dessa forma, ideologicamente cambaleante, que nasceram os movimentos agrários. Agora eles são muito mais organizados, lograram se estabelecer. E o dinheiro para tanto? Ora, obviamente vem do Estado. E este, assim, segundo as tais vanguardas, cumpre uma de suas funções mais básicas e edificantes: está subsidiando a reforma agrária. E não pode existir uma destinação de verbas mais nobre e meritória.

Os contribuintes não concordam. Foi-se o tempo em que a opinião pública se embevecia com a causa fundiária. Hoje em dia todos acompanham, contrariados, o noticiário que reporta o desperdício de recursos em tudo o que diz respeito ao tema.

Até mesmo a razão de ser dos movimentos sociais do campo deixou de existir. A causa original, todos se recordam, era o combate aos latifúndios improdutivos. Pois bem, esses não existem mais. Quem tinha terra, e não produzia, tratou de vendê-la para quem o fazia.

Adotou-se então a tese de que a função dos movimentos era a de combater as grandes plantações feitas com sementes geneticamente modificadas. Não colou. Ninguém se comoveu com a causa.

O inimigo, agora, é o agronegócio. Havia pudores no passado quanto a se atacar propriedades reconhecidamente produtivas. Agora não há mais. Não se discute mais a questão da produtividade da terra, mas sim a que essa produtividade serve.

Segundo esta ótica obtusa, 100 hectares de terra nas mãos de um microproprietário rural - mesmo que esse alcance patamares medíocres de produção - cumprem melhor a sua função social do que o mesmo quinhão de terra pertencendo a uma grande usina de açúcar ou a uma fábrica de papel e celulose.

Essa nova razão de ser dos movimentos "sem-terra" seria digna de debate não fosse ela a quinta ou a sexta evocada pelos seus líderes para justificarem a sua existência. Eles se dispõem até mesmo a contrariar os mais óbvios interesses nacionais, ajudando o novo governo populista do Paraguai a expulsar os fazendeiros brasileiros de lá.

Os padres e intelectuais socialistas que no passado recente ainda podiam dizer-se idealistas, tornaram-se todos velhacos e parasitas. Apelam, agora, para qualquer nova bandeira que mantenha os movimentos que dirigem existindo. Para, assim, continuar recebendo preciosas verbas do governo.

Moral da história: sem-terra, que nada! Não passam de uns sem-vergonha que vivem à nossa custa e desperdiçam o nosso dinheiro. Não precisamos mais dessa gente. Tchau! Fora! Abaixo o MST!

Que não fiquem por aí por falta de despedida. Adeus!


João Mellão Neto, nasceu na cidade de São Paulo, SP em 06/11/1955, filho de comerciante de café e agro-pecuarista estudou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas e jornalismo na Fundação Cásper Líbero. João Mellão Neto tem seus artigos publicados, todas as sextas-feiras na página 2 do jornal "O Estado de S. Paulo". Como escritor já publicou diversos livros na área do "pensamento político liberal", em vista que João Mellão também teve uma carreira política bastante diversificada para sua idade, sendo quatro vezes secretário municipal, cumpriu dois mandatos de deputado federal e foi Ministro do Trabalho e da Administração, atualmente é deputado estadual em São Paulo (DEM). E-mail: jmellao@al.sp.gov.br



Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" (Editorial Opinião).
Sexta-Feira, 13 de março de 2009.




Antessala do inferno – João Ubaldo Ribeiro






Monday, February 09, 2009

Solução: Vestibulandos preparados para o sistema de cotas raciais.










































Estatuto racista
por Carlos Alberto Di Franco

Em recente entrevista à revista Época, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) teve a coragem de romper o monólogo politicamente correto que tem dominado a tramitação do projeto de lei que cria cotas para negros e índios nas universidades federais.

Segundo o senador goiano, "esse é um projeto com grande potencial de dividir a sociedade brasileira. A partir do momento em que nós jogarmos uns contra os outros e passarmos a rotular aqueles que terão mais direito a frequentar uma universidade pública por causa de raça, nós vamos deixar de ser brasileiros. Seremos negros, pardos, brancos, mamelucos, bugres, mas não seremos mais brasileiros".

O tema é polêmico. Deve, portanto, ser discutido com profundidade e respeito à diversidade de opinião. Não é o que tem acontecido. "O patrulhamento é tanto que muito parlamentar tem medo de arranhar a própria imagem", sublinha Torres. "Muitos têm medo de aparecer em público contra o movimento negro e ser tachados de racistas, embora não sejam."

Está surgindo, de forma acelerada, uma nova "democracia" totalitária e ditatorial, que pretende espoliar milhões de cidadãos do direito fundamental de opinar, elemento essencial da democracia. Se a ditadura politicamente correta constrange senadores da República, não pode, por óbvio, acuar jornalistas e redações. O primeiro mandamento do jornalismo de qualidade é a independência. Não podemos sucumbir às pressões dos lobbies direitistas, esquerdistas, homossexuais ou raciais. O Brasil eliminou a censura. E só há um desvio pior que o controle governamental da informação: a autocensura. Para o jornalismo não há vetos, tabus e proibições. Informar é um dever ético.

Não Somos Racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2006) é o título de um livro do jornalista Ali Kamel. A obra, séria e bem documentada, ilumina o debate. Mostra o outro lado da discussão sobre as políticas compensatórias ou "ações afirmativas" para remir a pobreza que, supostamente, castiga a população negra.

Kamel, diretor-executivo de Jornalismo da Rede Globo de Televisão e ex-aluno do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma alma de repórter. Por isso, questiona pretensas unanimidades. Fustigado pela sua intuição jornalística, flagrou um denominador comum nos diversos projetos instituindo cotas raciais: a divisão do Brasil em duas cores, os brancos e os não-brancos, com os não-brancos sendo considerados todos negros. A miscigenação, riqueza maior da nossa cultura, evaporou nos rarefeitos laboratórios dos legisladores.

"Certo dia", comenta Kamel, "caiu a ficha: para as estatísticas, negros eram todos aqueles que não eram brancos. (...) Pior: uma nação de brancos e negros onde os brancos oprimem os negros. Outro susto: aquele país não era o meu."

Do espanto nasceu a reflexão. O desvio começa na década de 1950, pela ação da escola de Florestan Fernandes, da qual participava Fernando Henrique Cardoso. Para o autor, FHC presidente foi sempre seguidor do jovem sociólogo Fernando Henrique. Convencido de que a razão da desigualdade é o racismo dos brancos, FHC foi, de fato, o grande mentor das políticas de preferência racial. Lula, com sua obsessão populista, embarcou com tudo na canoa das cotas raciais. O Brasil, como todos vivenciamos, nunca foi um país racista. Tem, infelizmente, pessoas racistas. A cultura nacional, no entanto, sempre foi uma ode à miscigenação. As políticas compensatórias, certamente movidas pela melhor das intenções, produzirão um efeito perverso: despertarão o ódio racial e não conseguirão cauterizar a ferida da desigualdade.

Esgrimindo argumentos convincentes, o jornalista mostra que os desníveis salariais entre brancos e negros não têm fundamento racista: ganham menos sempre os que têm menos escolaridade. "Os mecanismos sociais de exclusão têm como vítimas os pobres, sejam brancos, negros, pardos, amarelos ou índios. E o principal mecanismo de reprodução da pobreza é a educação pública de baixa qualidade." Só investimentos maciços em educação podem erradicar a pobreza. É preciso fugir da miragem do assistencialismo. "Tire o dinheiro do programa social e o pobre voltará a ser pobre, caso tenha saído da pobreza graças ao assistencialismo. E o pior: num país pobre como o nosso, cada centavo que deixa de ir para a educação contribui para a manutenção dos pobres na vida trágica que levam", adverte o autor.

Numa primeira reflexão, nada mais justo do que dar aos negros a oportunidade de ingressar num curso superior. Mas, quando examinamos o tema com profundidade, vemos que não se trata de uma providência tão justa quanto parece. Ao tentar corrigir a injustiça que, historicamente, marcou milhões de brasileiros, cria-se um universitário de segunda classe, que não terá chegado à universidade por seus méritos. Ademais, ao privilegiar etnias, a lei discrimina outros jovens brasileiros pobres que não se enquadram no perfil racial artificialmente desenhado pelo legislador. Oculta-se a verdadeira raiz da injustiça: a baixíssima qualidade do ensino.

Os negros brasileiros não precisam de favor. "Precisam apenas de ter acesso a um ensino básico de qualidade, que lhes permita disputar de igual para igual com gente de toda cor." Impõe-se um debate mais sério. Uma discussão livre das ataduras do patrulhamento ideológico. Afinal, caro leitor, o que está em jogo é a própria identidade cultural do nosso país.


Carlos Alberto Di Franco, é diretor do "Master em Jornalismo", professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, articulista dos jornais "O Estado de S. Paulo", "O Globo", "Gazeta do Povo", entre outros. Autor do livro "Jornalismo, Ética e Qualidade" e co-autor de "O Papel da Polícia na Sociedade Democrática". Di Franco também têm publicados diversos ensaios sobre o tema "o jornalismo e a sociedade".
E-mail: difranco@iics.org.br





Publicado no jornal "O Estado de S.Paulo" – (Editorial Opinião).
Segunda-Feira, 09 de fevereiro de 2009.




Leia também: O banquete de migalhas de Sarney e Temer – José Nêumanne



Wednesday, January 28, 2009

BRASILEIROS: ESCÓRIAS HUMANAS!































Nota: Eu também sou brasileiro, portanto ...


VERDADE, HONRA, VERGONHA
por Maria Lucia Victor Barbosa

Nosso relativismo moral vem de longe. É obra cumulativa de séculos. A acachapante aprovação nacional de Lula da Silva, sem contar com sua eleição e reeleição, demonstra que já chegamos aos píncaros das conseqüências históricas com requintes de caos. E diante do que se passa na atualidade, lembremos de Gregório de Matos e Guerra (1636-1696) advogado e poeta, alcunhado Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Em Epílogos, ele retrata a paisagem moral de Salvador, Bahia, nossa capital na época colonial. Mudando a palavra cidade para país, teremos a paisagem moral atual em alguns dos versos do poeta:

"Que falta neste pais? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha".

"O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama o exalte,
Num país onde falta
Verdade, honra, vergonha"
.

Nunca nos faltou tanto verdade, honra, vergonha. Convivemos alegremente com "mensaleiros", sanguessugas, transportadores de dólares em cuecas e até os reelegemos. Somos antiamericanistas doentes, mas volta e meia vamos aos Estados Unidos para fazer turismo, comprar, estudar, trabalhar, cuidar da saúde, além dos milhões de brasileiros que partem em busca da América, e lá permanecem clandestinos, mas ganhando o que jamais ganhariam aqui. Odiamos os judeus porque preferimos o Hamas dos Palestinos. Como bons latino-americanos somos de esquerda e por isso idolatramos Fidel Castro, não importando ser ele um ditador implacável que nunca respeitou os direitos humanos. Se Lula da Silva, o grande pai de seu povo, põe o Brasil de joelhos diante de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Fernando Lugo, Cristina Kirchner, nos inclinamos também perante as lideranças populistas que infestam a América Latina sempre imersa em sua mentalidade do atraso, em suas mazelas, em seus fracassos. A corrupção faz parte de nossa história e aprovamos governos corruptos ao dizer que se estivéssemos lá faríamos as mesmas coisas. Afinal, somos espertos, malandros e nossa satisfação em passar os outros para trás não tem limites. Indiferentes ou ignorando o que ocorre no Congresso Nacional ou no âmbito da Justiça seguimos cantando o samba de Zeca Pagodinho que nosso presidente da República tanto aprecia: "Deixa a vida me levar". Futebol, carnaval e Big Brother são nosso alimento espiritual. Acreditamos que o MST é um movimento social pacífico que não esbulha proprietários rurais destruindo maquinário, roubando gado, pilhando, queimando sedes de fazendas. Do mesmo modo admiramos as sanguinárias Farcs, idealizadas como heróicas e defensoras do povo colombiano.

No momento dois fatos empolgam os noticiários. O primeiro diz respeito ao caso do terrorista Cesare Battisti, que a Itália quer de volta, mas que já foi perdoado por nosso ministro da Justiça com o acordo de Lula da Silva. Não devolveremos Battisti de jeito nenhum, o criminoso é nosso. Também estamos de braços abertos para receber os terroristas de Guantánamo. Aplausos para a Justiça brasileira, pois aqui o crime compensa. Do jeito que a coisa vai, pode ser que Lula da Silva crie o Ministério do Terrorismo e convide Osama Bin Laden para ministro. Seria mais uma vez delirantemente aplaudido pelo povo e seu prestígio subiria como atestado em pesquisa.

O segundo fato é relativo ao Fórum Social Mundial, que ocorre em Belém do Pará. O governo investiu milhões na festividade, inclusive, em camisinhas. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte, ou seja, estamos financiando a esbórnia que atrai pessoas de todo o Brasil e do exterior. Presentes ao festival estarão Lula da Silva, ministros, assessores, figuras como João Pedro Stédile, além dos caudilhos Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa. Fernando Lugo, que fazem Lula sonhar com outro mandato possível. Lula não irá ao Fórum Econômico Mundial em Davos. Ficará em Belém dançando o Carimbó.

Aliás, não faltarão ao carnavalesco evento, além das camisinhas, muita cachaça e folia. Naturalmente, os participantes se posicionarão contra o capitalismo que os sustenta, contra a liberdade que permite a festividade, contra a riqueza que almejam para si. Dizem que no globalizado Fórum será dada oportunidade aos participantes, se os eflúvios etílicos permitirem, de perceberem que os problemas que assolam o mundo derivam da competição pelo poder e do acúmulo de bens materiais. Ou seja, tudo que eles mesmos fazem ou almejam. Em suas utopias delirantes as esquerdas clamarão pela volta do socialismo, nem que seja o do século XXI. E enquanto a crise avança sobre o planeta, em Belém do Pará se dançará o Carimbó, pois o tal outro mundo possível nunca foi definido nesses fóruns onde acontece de tudo, menos idéias.

Sem dúvida, esse "Fórum Socialista" faz recordar as proféticas palavras de Ortega y Gasset em A Rebelião das Massas: "A vida toda se contrairá. A atual abundância de possibilidades se converterá em efetiva míngua, escassez, em impotência angustiante, em verdadeira decadência. Porque a rebelião das massas é a mesma coisa que Rathenau chamava de ‘a invasão vertical dos bárbaros".

No Brasil essa invasão começou faz tempo, mas diante dela nos quedamos indiferentes porque nos falta verdade, honra e vergonha ou, talvez, porque sejamos nós os bárbaros.


Maria Lucia Victor Barbosa é formada em sociologia e administração pública e tem especialização em ciência política pela Universidade de Brasília. Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Começou a escrever em jornais aos 18 anos. Tem artigos publicados no Jornal da Tarde, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Gazeta do Povo, O Estado do Paraná e Valor Econômico, entre outros. É autora de cinco livros, incluindo "O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – A Ética da Malandragem" e "América Latina – Em busca do Paraíso Perdido". Maria Lucia, também é editora do blog "Maria Lucia Victor Barbosa Seleção de Artigos Publicados". E-mail: mlucia@sercomtel.com.br




Enviado por Maria Lucia Victor Barbosa.
Quarta-feira, 28 de janeiro de 2009, 11h47.




Leia também: O Último Charuto de Fidel: Um Obituário – Mario Guerreiro





Sunday, August 17, 2008

Brasileiros: Um "povo" desconfiado de si mesmo.










































Como confiar?
por Mauro Chaves

Segundo pesquisa do Instituto Vox Populi, apenas 3% dos brasileiros acham que é possível confiar nos outros. A muitos isso parece estarrecedor, porque nas democracias civilizadas esse porcentual de confiança chega a 65%. Mas encontrar no Brasil três pessoas (em cem) que confiem em algo já seria um portento, dado o volume descomunal de desconfiança que inspiram instituições, Poderes, governos, leis, pessoas públicas, entidades de classe, organizações não-governamentais, veículos de comunicação, campanhas de publicidade, gestões de universidades e tantas coisas mais.

O brasileiro é profundamente desconfiado porque sabe o que lhe acontece quando confia. Como confiar nas leis que permitem a um assassino condenado ser libertado depois de cumprir apenas 1/6 de sua pena - punição que reduz a vida humana a menos de 17% de seu valor? Aliás, por que 1/6 - e não um 1/5, um 1/7 ou 1/10? Será uma homenagem ao número da Besta, já que dividindo 100 por 6 dá 16,666...?

Como confiar no poder público, se altos funcionários, mesmo flagrados, filmados - e exibidos na televisão - no momento em que estão recebendo propinas ou roubando dinheiro público, impetram habeas-corpus e se livram da cadeia, a ela jamais retornando, por "falta de provas"? Como confiar na Justiça, se um sujeito mata premeditada e covardemente a colega ex-namorada pelas costas, dando-lhe outro tiro quando ela já está no chão, confessa o crime, é condenado e fica mais de oito anos livre leve e solto - como está Pimenta Neves?

Como confiar em "medidas socioeducativas" em benefício de facínoras - do tipo Champinha - só "recuperáveis" pela hipocrisia legal que, ao contrário das leis de todos os países do mundo (menos Guiné, Venezuela e Colômbia), estabelece maioridade penal apenas aos 18 anos, como se a capacidade de recebimento de informações e de desenvolvimento de consciência nos jovens de hoje fosse igual à de 70 anos atrás?

Como confiar nas mensagens publicitárias que afirmam que as pessoas podem ser persistentes, batalhadoras, guerreiras, capazes de vencer os obstáculos da vida e permanecer fiéis às suas origens só porque tomam cerveja Brahma - como os "brameiros" Zeca Pagodinho e Carlinhos Brown?

Como confiar nas religiões, se tantas e tantas delas se tornaram gigantescas caixas registradoras de "dízimos", vendendo escandalosamente indulgências pelo rádio e pela televisão, explorando com a máxima falta de escrúpulos a credulidade e a ignorância do povo?

Como confiar na Segurança Pública, se há polícias que matam (até crianças) antes de pedir documentos, enquanto outras fazem vista grossa aos que praticam todo tipo de violência, nas invasões, nos esbulhos, depredações, cárceres privados, saques de pedágios e de caminhões, matança de animais, vandalismos contra sedes de propriedades rurais e laboratórios de experimentação agrícola, como fazem os ditos "movimentos sociais", do tipo MST e assemelhados?

Como confiar numa medicina que chegou ao cúmulo da venalidade, a ponto de médicos falsificarem exames, venderem lugares na fila de transplantes de órgãos, condenando à morte os que não têm condições de satisfazer sua abjeta ganância financeira - como acontece com a fila de transplantes de fígado do Rio de Janeiro?

Como confiar em produtores de alimentos, cujo falta absoluta de escrúpulos os fez adulterar o alimento básico das crianças - o leite -, pondo em risco a saúde dos próprios filhos e netos, misturando ao leite substâncias nocivas ou capazes de reduzir o seu valor nutricional (do tipo soda cáustica, ácido cítrico, citrato de sódio, água, sal, etc.), para aumentar seu volume e o prazo de validade, como é o caso das cooperativas de produtores de leite denunciadas pelo Ministério Público de Uberaba, em Minas Gerais?

Como confiar em intelectuais "idealistas", que lutaram contra a ditadura militar, mas se locupletaram com indenizações inacreditavelmente milionárias, como jamais se viu em país redemocratizado algum do mundo, nem em benefício de vítimas de genocídio?

Como confiar em valores da família, se as famílias são sempre apresentadas, nas "melhores" novelas de televisão, como verdadeiras aberrações antropológicas, sem traços de conexão afetiva, mas apenas como amontoados grupais de golpistas e portadores de ambições criminosas?

Como confiar em relações amorosas consistentes, se a comunicação eletrônica de massas massifica ao máximo o sexo barato, sem qualquer dignidade, banalizando ao extremo as ligações pessoais, a ponto de a sociedade poder ver-se pelo cretino buraco de fechadura dos BBBs da vida?

Como confiar numa internet infestada de grandes falsários, que adulteram textos alheios, violentam conceitos, opiniões e pesquisas, sob a camuflagem covarde do anonimato?

Como confiar na universidade, se importantes docentes permitem - e defendem até quanto podem - um reitor que desviou verbas destinadas à pesquisa científica para um esbanjamento decorativo doméstico, bem sintetizado na compra, com dinheiro público, de latas de lixo de quase R$ 1 mil e saca-rolhas de R$ 849?

Como confiar em organizações não-governamentais, com tanta pilantropia à solta e abnegados de causas "sociais" com bolsos cada vez mais cheios de subsídios governamentais?

Como confiar numa classe política que produz, impunemente, mensaleiros, sanguessugas, vampiros, aloprados, portadores de dólares na cueca e pornográficos cartões corporativos?

Quem souber como confiar em tudo isso é favor melhorar nossas estatísticas - e retirar-se do grupo dos gatos escaldados, formado por 97% da população brasileira.


Mauro Chaves é formado em Direito, Administração de Empresas, Filosofia, Cinema e Línguas, é jornalista, escritor, autor teatral, compositor e artista plástico. Mauro também é Editorialista e articulista do jornal "O Estado de S. Paulo", desde 1981 e comentarista político da Rede Gazeta de Televisão. Entre seus vários livros publicados, destacam-se "Três Contos Artificiais", "O Dólar Azul" e "Eu não disse?".
E-Mail: mauro.chaves@attglobal.net




Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo".
Sábado, 16 de Agosto de 2008.




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