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Thursday, January 06, 2011

AVISO AOS "NAVEGANTES": EU NÃO TEMO "MAL" ALGUM !




A QUESTÃO DO MAL
por José Nivaldo Cordeiro

Passei as últimas semanas lendo o livro FAUSTO, de Goethe, e vasta literatura em torno do tema. Essas leituras são destinadas a fundamentar o curso que vou dar sobre o livro neste semestre. Não é uma obra simples, porque está carregada de simbolismos cujo sentido deixou de ser percepção corrente há muito tempo, provavelmente desde que foi escrito. É, por esse aspecto, uma obra muito difícil para os leitores de hoje. No centro do poema está a questão do Mal, da sua personificação. A sociedade laica e atéia que se tornou majoritária em nosso meio sequer dá-se conta da dimensão prática dessa discussão, que só teve algum interesse no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial e, ainda assim, sob a perspectiva atéia. Um exemplo conspícuo é a obra de Hanna Arendt, tentando entender o que se abateu sobre a Europa e, em especial, sobre o povo judeu. Creio que ela fracassou por tentar responder à questão escapando ao desafio teológico colocado pelos eventos.

[Hanna Arendt deu grande impulso à linha teórica que reforça a tese dos direitos humanos como fundamento da filosofia política e jurídica enquanto instrumento para combater o totalitarismo, sem perceber que esta tese já havia sido empolgada pelos cultuadores do mesmo totalitarismo então vencido. Vemos agora no Brasil o exemplo de como essa linha teórica desaguou na justificação da dissolução dos valores ocidentais, fundamentando todas as mazelas que precederam a eclosão do totalitarismo. Como herdeira dos valores iluministas e ateus, Arendt deixou-se cair na armadilha e certamente ficaria espantada sobre o que se fala em seu nome para justificar as novas gerações de "direitos", que na prática levam ao oposto de uma sociedade juridicamente organizada de forma sã, abrindo o flanco para que novos totalitarismos emerjam.]

Definitivamente, o problema do Mal se manifesta sobretudo na dimensão política, por causa da escala cataclísmica. Ele, todavia, é também uma experiência pessoal e ouso meditar que a vida humana, ao fim e ao cabo, é uma coleção de experimentos e confrontos com o Mal, mesmo que a pessoa individualmente não tenha consciência do que se passa consigo mesma. Os filósofos e cientistas políticos que viveram no pós-guerra não esconderam seu pasmo e seu terror diante dos acontecimentos do totalitarismo que se abateu sobre o mundo na primeira metade do século XX. O Estado tornou-se o grande e mais poderoso instrumento pelo qual as personalidades demoníacas puderam praticar as maldades no limite do paroxismo. Creio ser impossível discutir seriamente filosofia política sem enfrentar a questão teórica do Mal. Daí a atualidade perene da obra de Goethe, que colocou o problema de forma integral no seu poema. O objeto deste comentário, todavia, não é o FAUSTO, mas dois textos papais acerca do tema. Dois papas e duas visões do Mal, que, sob uma ótica estrita, são visões opostas, mas que se completam em algum grau.

O primeiro texto é de autoria de João Paulo II (MEMÓRIA E IDENTIDADE, Editora Objetiva, 2005), sendo o que mais nos interessa os seus dez primeiros capítulos. O essencial do livro está no relato da experiência do papa na sua Polônia natal e o confronto que ele pessoalmente fez com as duas formas de totalitarismo mais letais que a Europa viveu: o nazismo e comunismo. João Paulo II adotou a linha de pensamento que, de certa forma, é a oficial e preponderante na Igreja Católica, que vê o Mal como mera privação do Bem, na linha inaugurada por Santo Agostinho. É uma abordagem intelectual do Mal e creio ser ela insuficiente e inadequada para dar conta da sua realidade nefanda.

O segundo texto é um discurso do Papa Paulo VI proferido em 1971 e que pode ser acessado na página do Professor Felipe Aquino. Nesse discurso famoso, o Mal assume a forma personificada que está no poema de Goethe, deixando de ser uma abstração filosófica para ser uma figura atuante. Suas primeiras palavras foram cortantes: "Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja? Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos Demônio". E, mais à frente: "O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor". Creio ser esta a mesma percepção de Goethe e que se encontra amplamente amparada nos textos bíblicos, desde o Gênesis até as Escrituras do Novo Testamento. Basta notar que uma das qualidades de Jesus em suas ações era o poder com que expulsava os demônios, tendo sido ele próprio tentado por Satã.

A visão intelectualista de Santo Agostinho e de João Paulo II deixa escapar o fato essencial de que o Mal é um sujeito que opera, tem vontade própria e capacidade de desencaminhar os homens individualmente, mas ele tem sobretudo a capacidade de influir sobre os homens de poder e de conhecimento. Ele sempre age por meio de homens e mulheres que se dispõem a fazer o pacto mefistofélico, como bem descrito na obra de Goethe. O enorme poder que os Estados atuais são detentores acaba por se tornar armas mortíferas contra a humanidade. Nesse sentido, os perigos dos tempos de hoje são maiores do que aqueles que antecederam as duas grandes guerras. Entender o Mal passou a ser elemento essencial para compreender como o mundo hoje está se movendo.

É no Livro de Jó que Goethe buscará inspiração para seu poema. Jó é um personagem típico do Antigo Testamento, homem temente a Deus e capaz de resistir de forma santificada às investidas do Demônio. Sua vitória sobre o Mal é completa por força dessa santidade. Em Goethe, todavia, vemos um tipo diferente de homem: o moderno intelectual que se cansou da própria ciência e está mergulhado no tédio da razão. É a criatura que desdenha do criador e que busca no trinômio sexo, poder e dinheiro os meios para escapar de sua infelicidade de ser criado. Diferentemente de Jó, Fausto se entrega voluntariamente ao Demônio, pratica toda sorte de maldades e morre para, ao final, ser resgatado, ainda assim, do fogo dos infernos. Um final cristão.

Os preferidos de Deus no Antigo Testamento eram grandes homens santos, capazes de resistir ao Mal, como Jó, José e Daniel. Mas nem sempre. Devemos nos lembrar de Davi, aquele que praticou iniqüidades, mas manteve-se como um preferido de Deus. O mesmo pode ser dito de seu filho Salomão.

João Paulo II lembrou, no seu magnífico texto, que o limite imposto ao Mal é a Redenção, exemplificada na própria encarnação do Deus Vivo. Mas essa é uma conclusão ex post facto e está mais vinculada à trajetória do indivíduo isolado. Sua finalidade é escatológica, não serve para a ação prática cotidiana dos viventes. Outra questão é como o Estado se torna o instrumento para se fazer no flagelo e no verdugo das massas, experiência não conhecida antes do século XX. Voltamos então ao problema da política e do Estado como interfaces e instrumentos da ação do Mal. Se os homens podem fazer alguma coisa para deter a eficácia do Mal em larga escala é por meio da política, agindo organizadamente sobre os centros de poder. Penso ser impossível dissociar a discussão teológica da práxis em sociedade. Mas como discutir o assunto quando ninguém nem mais acredita em Deus? Quem haverá de acreditar na ação do Demônio? Essa será talvez a maior vitória do Negador e o desamparo absoluto das gerações atuais diante do Nefando.


José Nivaldo Cordeiro: "Quem sou eu? Sou cristão, liberal e democrata. Abomino todas as formas de tiranias e de coletivismos. Acredito que a Verdade veio com a Revelação e que a vida é uma totalidade, não podendo ser cindida em departamentos estanques. Abomino qualquer intervenção do Estado na vida das pessoas e na economia, além do imprescindível para manter a ordem pública. Acredito que a liberdade é um bem que se conquista cotidianamente, pelo esforço individual, e que os seus inimigos estão sempre a postos para destruí-la. Preservá-la é manter-se vigilante e sempre disposto a lutar, a combater o bom combate. Acredito que riqueza e prosperidade só podem vir mediante o esforço individual de trabalhar. Fora disso, é sair do bom caminho, é mergulhar na escuridão da mentira e das falsas promessas".



José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP e editor do site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado". E-mail: nivaldocordeiro@yahoo.com.br


Publicado no site "NIVALDO CORDEIRO: um espectador engajado".
Sábado, 01 de janeiro de 2011.





Cueca blindada para quem precisa – Jorge Serrão








Saturday, April 26, 2008

Menina Isabella Nardoni: Nesses casos há sempre uma "terceira pessoa".

Foto: "Gollum", personagem da série "O Senhor dos Anéis", o nome é uma forma flexionada da palavra "gull",
que em norueguês arcaico significa "ouro", ou seja: "ouro, tesouro, algo precioso", em suma dinheiro (pensão).
Eis o principal motivo por trás do monstruoso crime. O resto é pura falácia.











































O direito ao absurdo
por Mauro Chaves

Ainda mais chocante, enojante e revoltante do que o fato de acusados de crime monstruoso alegarem inocência ante as evidências mais acachapantes que os incriminam é o fingimento, o cinismo, a representação (mesmo que de canastrões) em que se mostra o "como se fosse" como o que é. No entanto, na esfera do Direito Penal isso não é novidade alguma. Como os acusados exercem o pleno direito de mentir, para não se incriminarem - e esse é um nó ético que ordenamento jurídico algum já conseguiu desatar -, e como a dúvida sobre a culpa sempre pode favorecer aos mais abjetos facínoras, dentro do princípio in dubio pro reo, a prática advocatícia de defesa não encontra limites na ilogicidade de certas "inocências".

A estratégia preferida da defesa é produzir dúvidas. É negar a autoria sempre, jamais confessar, porque, permanecendo alguma dúvida (por menor que seja) quanto à culpa do réu, ele terá chances melhores de recursos ou de diminuição de penas, mesmo se condenado. E até correrão menos riscos de linchamento - fora ou dentro das prisões - os acusados de crimes horripilantes, como o que vitimou a menina Isabella, se restar alguma dúvida sobre a sua autoria.

Em lugares de penas mais severas, como nos 38 (entre os 50) Estados norte-americanos que adotam a pena capital, muitas vezes a confissão é obtida mediante negociação - em que o criminoso, por exemplo, ao admitir a culpa, troca uma pena de morte por 40 anos de reclusão. Mas num país como o nosso, em que o sujeito condenado a 30 anos (coisa raríssima) é libertado (se primário) depois de cumprir apenas 5, em razão da aberração legal que reduz a um sexto a punição, até das mais terrificantes maldades que pode praticar um ser humano, o que pode ser oferecido, de substancial, em troca da confissão de um réu, para dele se obter a verdade? Quanto vale a redução de uma pena automaticamente redutível?

É claro, então, que, em termos de custo-benefício, mentir deslavadamente, contra todas as evidências de culpa, é sempre o melhor negócio nestes tristes trópicos - pelo menos no âmbito criminal. E nisso muitos advogados criminalistas revelam um talento dramatúrgico extraordinário, ao montarem para seus clientes, com absoluto sucesso absolutório, enredos mirabolantes - como no caso da Rua Cuba e em tantos outros semelhantes.

Há alguns anos, numa mesa de bar, uma advogada criminal me contava, entusiasmada, a absolvição que tinha conseguido para um cidadão que matara a mulher com nove facadas. Essa advogada era filha de quem tinha sido um dos mais brilhantes promotores de Justiça de São Paulo, com atuações memoráveis no Tribunal do Júri. Quando lhe perguntei se seu cliente lhe tinha confessado a autoria, ela respondeu que sim, mas não deu importância alguma a isso. O importante, para a advogada, fora a tremenda historinha que ela inventou e com a qual, contra todas as evidências, "colocou sérias dúvidas no bestunto dos jurados", como me disse. Perguntei-lhe, então, se aquilo não era mais um trabalho de ficcionista, de dramaturga, do que de advogada, ao que ela, num arfar inflado de doutrinas politicamente corretas, pontificou sobre o "sagrado direito de defesa" da pessoa, no que o advogado defensor deveria mergulhar por inteiro, pois não lhe cabia considerar o que era ou o que não era a verdade. Não se tratava, assim, de buscar atenuantes para o criminoso confesso, mas sim de impedir que ele virasse réu confesso - e para isso valia utilizar a estratégia da pura, simples e descarada mentira.

É verdade que, se um certo direito ao fingimento, à mentira, ao absurdo sempre permaneceu como uma inevitável excrescência ética de nossa práxis processual penal, de algum modo isso se continha dentro de certos limites. Acontece que a quebra geral de valores que tem acometido a sociedade brasileira, nos últimos tempos, pela influência exemplar dos que, nas esferas mais altas do poder, mentem descarada e impunemente, inventam eufemismos (do tipo “recursos não-contabilizados”, "erros administrativos", “banco de dados”) para "substituir" crimes, mesmo sabendo que isso não convence ninguém (com o que pouco se estão lixando), tudo isso parece quebrar, no organismo social, a resistência à indecência. A partir daí, todas as explicações inverossímeis, as justificativas absurdas, as defesas sem nexo, as afirmações notoriamente contra os fatos passam a ser usadas sem a menor cerimônia, sem qualquer laivo de vergonha.

É claro que perante as câmeras da televisão, nestes tempos de Big Brother, em que a vida real e a representação se misturam num amálgama de exibicionismo compulsivo, indigência mental e desvalorização absoluta da dignidade humana, o "direito" ao fingimento, à mentira, ao cinismo e ao absurdo apenas se potencializa, dentro do jornalismo-espetáculo. Aliás, aqueles que lançam as maiores diatribes contra o comportamento da mídia, acusando-a (não sem razão) de explorar as emoções resultantes das desgraças humanas, para segurar boa audiência, são os maiores cativos dessa audiência, procurando sempre, no controle remoto, o canal que está conseguindo exibir o que é mais chocante. Mas isso também faz parte do "direito" vigente ao fingimento e à hipocrisia.

Apesar de tudo, sejamos otimistas e consideremos que o fundo do poço é o melhor lugar para se obter impulso para sair dele. O sacrifício de uma linda menina de 5 anos, da maneira mais escabrosa que jamais alguém poderia imaginar, simboliza o fundo do poço moral a que chegou a sociedade brasileira. Então, que a imagem da pequena Isabella, com seu sorriso de doce inocência, seja para nós uma inspiração, na penosa reconstrução de nossos valores.


Mauro Chaves é formado em Direito, Administração de Empresas, Filosofia, Cinema e Línguas, é jornalista, escritor, autor teatral, compositor e artista plástico. Mauro também é Editorialista e articulista do jornal "O Estado de S. Paulo", desde 1981 e comentarista político da Rede Gazeta de Televisão. Entre seus vários livros publicados, destacam-se "Três Contos Artificiais", "O Dólar Azul" e "Eu não disse?".
E-Mail: mauro.chaves@attglobal.net




Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo".
Sábado, 26 de abril de 2008.




Nós, os imperialistas – João Mellão Neto





Tuesday, February 19, 2008

Lula e Edir são "irmãos", filhos sacrílegos de Belial.










































Lula defende ações da Universal contra jornais
por Maiá Menezes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ontem solidariedade à Igreja Universal do Reino de Deus, que ingressou com ações judiciais simultâneas contra o jornal "Folha de S.Paulo", além de ações contra o "Extra" e a Agência A Tarde, da Bahia. Diferentemente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que considerou as medidas uma ameaça à liberdade de expressão, o presidente achou legítima a atitude da Universal. Perguntado se concorda com a posição da ABI, o presidente foi taxativo:

"Não, até porque, se a Igreja Universal utilizou o Poder Judiciário, ela está utilizando um dos pilares da democracia para questionar o jornal."

Diante do argumento de que as ações foram feitas em conjunto, com textos praticamente idênticos, por fiéis da Universal de 20 estados brasileiros, o presidente manteve a posição:

"A liberdade de imprensa pressupõe isso. A liberdade de imprensa pressupõe a imprensa escrever o que quiser, mas pressupõe também que a pessoa se sinta atingida e vá à Justiça para provar a sua inocência. Não pode ter liberdade de imprensa se apenas um lado achar que está certo. Então, liberdade de imprensa pressupõe uma mistura de liberdade e responsabilidade. As pessoas escrevem o que querem, depois ouvem o que não querem. Essa é a liberdade de imprensa que queremos". Disse Lula, em viagem a Vitória.

Publicado no jornal "O Globo".
Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008;



Dessa vez Lula não foi bobo. Foi leviano
por Ricardo Noblat

Há ocasiões em que Lula se limita a dizer bobagens. Do tipo: "Quando minha mãe nasceu era analfabeta". Ou "o sistema de Saúde do Brasil é quase perfeito". Tudo bem. Estamos acostumados.

Mas não foi uma bobagem o que ele disse hoje ao comentar as dezenas de ações impetradas na Justiça por fiéis da Igreja Universal contra o jornal Folha de S. Paulo e a jornalista Elvira Lobato.

Lula disse:

- "A liberdade de imprensa pressupõe isso. Se escreve o que quer e se ouve o que não quer."

Dessa vez Lula não foi bobo. Foi leviano.

A Folha de S. Paulo publicou reportagem de Elvira Lobato sobre o império empresarial construído pelo bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal. Macedo se sentiu ofendido. E o que fez? Acionou seus auxiliares, que por sua vez acionaram fiéis da igreja em duas dezenas de Estados.

De uma ponta à outra do país, valendo-se dos mesmos argumentos e muitas vezes das mesmas expressões, dezenas de fiéis entraram na Justiça contra o jornal e a jornalista se dizendo ofendidos pela reportagem. E pedindo indenizações.

O jornal está empenhado em tentar reunir todas as ações em um único fórum para poder se defender delas. Ainda não conseguiu. Por ora, despacha a repórter e advogados para audiências marcadas do Acre ao Rio Grande do Sul. Se perde uma das audiências, arrisca-se a perder a causa.

No caso, não se trata de uma instituição, pessoa ou grupo de pessoas que processa um jornal e uma jornalista por alguma ofensa de que foi vítima. É clara a tentativa da Igreja Universal de intimidar o jornal, a jornalista e quem mais ouse escrever ou publicar o que possa desagradá-la.

Só não vê isso quem não quer ver.

Lula não quer ver. Por que é cego, desinformado? Não. Por que é bobo? Também não. Porque a liberdade de imprensa é um valor que ele só costuma exaltar da boca para fora, e em discursos e solenidades oficiais. Lula não gosta de notícia, como admitiu certa vez. Gosta de publicidade.


Ricardo Noblat, nasceu em 1949 na cidade de Recife-PE, formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, trabalhou como repórter dos jornais "Diário de Pernambuco" e "Jornal do Commercio", além das sucursais do "Jornal do Brasil" e revista "VEJA", também foi repórter e chefe da extinta revista "Manchete" no Recife. Chefiou a sucursal da revista "VEJA" em Salvador-BA, por dois anos, revista esta, onde depois foi editor-assistente em Sâo Paulo-SP. Trabalhou ainda em Brasília-DF, como editor regional da sucursal do "Jornal do Brasil" e repórter na também sucursal do jornal "O Globo", de onde saiu para chefiar a sucursal da revista "IstoÉ" e posteriormente a direção de redação do jornal "Correio Braziliense". De volta a Salvador-BA, chefiou a redação do jornal "A Tarde" por quase um ano. Ainda teve uma passagem pelo jornal "O Estado de S. Paulo", onde além de uma coluna aos domingos, manteve um blog. Atualmente Ricardo Noblat mantém o "Blog do Noblat" e publica uma coluna às segundas-feiras no jornal "O Globo". Noblat também é autor de vários livros na área de Jornalismo.

N.R. Além de política e atualidades o Blog do Noblat também é ótimo para quem gosta da boa música.


Publicado no Blog do Noblat.
Terça-feira, 19 de fevereiro de 2008, 19h39.



OS ESPECTROS DO MAL
O tempo é chegado,
Pois que Belial é implacável,
Tempo para a consumação dos Tempos,
No caos da luxúria.
O tempo é chegado,
Pois que Belial está no vosso sangue,
Tempo para o nascimento em vós
Dos Outros, dos Estranhos,
Da Sarna, da Impingem
Do túmido Verme.
O tempo é chegado,
Pois que Belial vos odeia
Tempo para a morte da Alma,
Para que o Ser pereça,
Condenado pelo desejo,
E o prazer é o algoz;
Tempo para o triunfo
Total do Inimigo,
Para a dominação do Babuíno,
Para que monstros sejam gerados.
Não a vossa vontade, mas a Sua,
Para que sejais lançados à perdição eterna.






Um Governo Surrealista – Cel Av Luís Mauro

Reflexão II – Cel Aluisio Madruga

Tuesday, May 15, 2007

Lula e seu “pastor”.












































Lula quer agora fundar uma religião
por Reinaldo Azevedo

Eu sempre achei que Lula chegaria lá. Não sabia que seria pra já. Há muito apontei o caráter um tanto místico de sua personalidade — misticismo pobre, desinformado, chegado ao pensamento mágico. Somado à falsa ciência socialista dos gramscianos, é um perigo. Achei que deixaria as bases para a criação de uma religião lulista, o que aconteceria depois de sua morte — quer dizer, morte não, mas ressurreição, já que é visível que o único que parece rivalizar com ele é o próprio Cristo. Eu me enganei. Lula quer fundar a sua religião ainda vivo. Lula quer ser o Pedro de si mesmo!

Vocês se lembram: apontei aqui o seu desconforto diante do papa. Ele não conseguiu ser a estrela da festa. E isso lhe é inaceitável. A sua obsessão em desmerecer FHC é uma evidência desse traço de personalidade. Observem que, quando ele se refere ao antecessor, não se limita a dizer que seu governo é melhor. Ele também costuma atacar as qualidades intelectuais do outro, que seriam insuficientes para responder à realidade. Lula acredita, firmemente, que ele sabe mais porque leu menos. Lula acredita que estudo faz mal à saúde. "Livros: consuma com moderação".

No programa de rádio de hoje, fez a insólita defesa da integração religiosa da América Latina. Uau! O que será isso? Não sei. Mas tem cheiro de enxofre. Se tivesse corpo, teria rabo em forma de flecha e chifres. E falaria com aquela voz do imperador Xerxes no filme Os 300 de Esparta... Vamos às aspas do iluminado em seu programa de rádio: "Conversei com o papa sobre a necessidade da integração religiosa na América Latina, porque a Igreja Católica na América Latina também tem um peso muito importante. Nós estamos, já há algum tempo, falando em integração da América Latina, integração cultural, integração social, integração energética, integração de ferrovia, tudo. É importante que haja uma integração religiosa".

Hein? Parece que Lula quer refundar a Igreja Católica, criando a sua versão subcontinental. Não sei se, com efeito, falou isso ao papa. Caso tenha falado, imagino o que pensou Bento 16... O adjetivo "católica" quer dizer, rigorosamente, "universal". O papa veio ao Brasil, para desespero da mídia anticatólica, justamente para reafirmar a unidade da sua igreja. Ela é Una e Uma onde quer que esteja e aonde quer que chegue. Não existe uma teologia da libertação, uma teologia indígena, uma teologia negra, uma teologia latino-americana. Existe a teologia da religião revelada — ESTA NÃO É UMA OPINIÃO MINHA; ISSO É PARTE DO CREDO CATÓLICO. A Igreja Católica latino-americana não precisa se integrar porque está integrada em Cristo e no corpo místico da própria igreja.

Pode-se perdoar a ignorância de Lula, mas não a sua arrogância de botequim. O que fazem num mesmo parágrafo a Igreja Católica e as ferrovias? Ele não sabe o que diz. Impedido de fazer seu proselitismo enquanto Bento 16 esteve aqui; comandando um governo que emitiu sinais claros de falta de educação diplomática — não se esqueçam de que o ministro Temporão achou que podia dar uma bronca no papa —, Lula tenta agora dar a sua versão dos fatos. Eu sabia. Já não basta ser presidente da República. Ele também quer ser um líder religioso. Não podendo ser o nosso Henrique VIII, pode entrar no ramo do empresário Edir Macedo...

Lula concede amanhã uma entrevista coletiva. Fiquem atentos. Tudo dependerá, claro, das perguntas dos jornalistas. Mas ele vai tentar aproveitar o momento para retomar, digamos assim, a ofensiva, esmaecido que foi por Bento 16. Se não pode ser papa, ele tenta fundar uma religião. Sartre escreveu em As Palavras que não tinha superego porque não conhecera o pai. É a grande besteira de sua autobiografia precoce. Quando li, pensei: "Que bobagem! Inexiste indivíduo sem superego".

Eu estava errado.


Reinaldo Azevedo é jornalista, guia cultural, assessor de imprensa e blogueiro. Foi editor-chefe da revista Primeira Leitura, colunista da revista Bravo! e também editor do jornal Folha de S. Paulo. Escreve freqüentemente sobre política nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, hoje é colunista da revista Veja. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e em Jornalismo pela Universidade Metodista, foi professor de literatura e redação dos colégios Quarup, Singular e do curso Anglo.





Publicado no "Blog Reinaldo Azevedo".

Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 16h07.

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