Showing posts with label Exército Brasileiro. Show all posts
Showing posts with label Exército Brasileiro. Show all posts

Monday, December 20, 2010

"Militares Brasileiros", mas pode chamar de "bundões".
Dá no mesmo!





Cueca blindada para quem precisa
por Jorge Serrão

O Exército Britânico investirá US$ 9 milhões (cerca de R$ 16 milhões) na compra de 45 mil pares de cuecas blindadas para proteger suas tropas no Afeganistão. Parecidas com shorts de ciclismo e feitas com um material balístico especial produzido a partir de seda e tecidos sintéticos, o cuecão vai proteger os militares de ferimentos na área pélvica, causados pelas bombas do Talibã nas estradas.

Um cuecão assim, com o devido reforço traseiro, cairia bem para as Forças Armadas Brasileiras, na conjuntura atual. Aliás, haja cueca. Nossos militares são constantes vítimas de bombas de efeito ideológico. E devem preparar a blindagem para aquilo que está previsto na END (Estratégia Nacional de Defesa). Explodirá, em breve, a bomba da reengenharia no Exército, Marinha e Aeronáutica. Quem não for compulsoriamente para a reserva, no enxugamento da estrutura burocrática, que se prepare.

Já vazou há muito tempo – a ostensivamente negada – intenção de renovar os quadros das três Forças – principalmente o EB – com "profissionais" menos identificados com aqueles ideais ante e pós-1964. Com apoio descarado dos melancias (verde oliva por fora e vermelhos por dentro) que formam a Tropa de Elite Petralha -, a intenção dos estrategistas da Defesa é promover um grande "caroneamento".

Oficiais das turmas de 1973 a 1980 seriam convidados a "pedir para sair". Seriam "promovidos" indo para a reserva. Subiriam um posto acima no contracheque. Seria uma espécie de cala-bolso. Os novos oficiais – identificados com a Nova Ordem Petralha – ganhariam promoção na ativa. Os que adoram a vida militar ainda teriam uma outra opção. Seriam convidados a aderir à Força Nacional de Segurança. Claro, com vantagens salariais para deixar o EB, a Armada ou a FAB. Assim, as três Forças seriam cuidadosamente enfraquecidas. Sem Defesa. Nem adianta cuecão blindado!

O esquema de reengenharia das FFAA é para anteontem. Por isso, o Genérico Nelson Jobim resolveu pedir à futura chefona-em-comando que deixe nos cargos os atuais chefes militares: Enzo Peri, do Exército; Júlio Soares de Moura Neto, da Marinha; e Juniti Saito, da Aeronáutica. Os três liderarão o enxugamento. Cumprida a missão dolorosa, acabam premiados com algum cargão em empresa estatal de economia mista. E passam a espada para militares ainda mais identificados que eles com o dilmalulopetismo.

Para cuidar dos bilionários negócios de reaparelhamento das três Forças, os milicos não precisam se preocupar. O PMDB já chamou o Moreira – que o velho slogan eleitoral jurava que era "Franco, Seguro e Capaz". Se a marketagem é real, só Deus sabe. Só não restam dúvidas de que o futuro Secretário de Assuntos Estratégicos é o maior aliado das empreiteiras que comandarão o reequipamento das Legiões. Jobim terá de trabalhar com o Moreira. Imposição do Michel Temer. Mesmo contrariando a Dilma.

Enquanto a reengenharia não atinge as Legiões, tudo fica pior que antes nos quartéis do Abrantes. As Forças Armadas tomam cada vez mais pancadas ideológicas. Perdem, de goleada, a guerra assimétrica promovida pelos vencedores do confronto pós-dita-dura. Tornam-se alvos fáceis dos pretensos defensores dos Direitos Humanos. Vide a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos – apoiada pela Comissão de Anistia daqui – que deseja punição para os acusados de tortura durante o governo dos presidentes militares.

Quer mais? Enquanto os quartéis faltam recursos até para comprar comida para a tropa, sobra grana para outras inutilidades. O chefão $talinácio liberou a primeira parcela de R$ 30 milhões de um total de R$ 44,6 milhões de indenização à União Nacional dos Estudantes (UNE) como reparação pelos danos causados à entidade durante a ditadura militar (1964-1985). Os R$ 14,6 milhões restantes entrarão no Orçamento de 2011. Dilma vai mandar pagar.



Sorte da petralhada que os militares de hoje se parecem com aquele gauchão da piadinha homofóbica. O valentão não tolera que passem a mão em seu traseiro. A não ser que a dedada tenha duração mínima de meia hora. Assim, fica tudo como dantes na poupança do Abrantes. Para os covardes que aceitam perder a guerra assimétrica, nem cuecão blindado salva.

Ainda bem que é assim. Custaria mais caro à Nação se Moreira e Jobim precisassem encomendar o protetor milionário para tantos bundões que defecam no sagrado juramento à Bandeira do Brasil.


Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast "Alerta Total". Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.








Publicado no blog "Alerta Total".
Domingo, 19 de dezembro de 2010.






Falta de respeito – Olavo de Carvalho








Wednesday, March 31, 2010

PATRIOTA

Salve 31 de março de 1964.

Uma data que nos enche de orgulho, por representar o poder de vigilância e de ação das nossas gloriosas FFAA, com total responsabilidade cívica e comprometimento pátrio.

Um dia para ser lembrado como a grande Vitória do Bem sobre o mal.

Um dia comemorado por Homens e Mulheres de bem, cidadãos e cidadãs de boa índole, livres brasileiros de todas as etnias, cores, raças, religiões e classes sociais.

Em torno do dia 31 de março, postam-se de mãos dadas, todos os brasileiros de Alma e Fé, que esperam em Deus uma saída digna para o Brasil, não importando a que custo se tenha que lograr a Vitória, mais uma vez a ser travada pelo Bem contra o mal.

O 31 de março é também uma data cruel, que jamais se apagará da mente dos anarquistas subversivos de ontem e de hoje. Uma data que humilha, envergonha e aniquila o moral dos desgraçados vencidos, a quem, pelas FFAA, como única oferta, fora concedido, tão somente, o direito à rendição.

Portanto, rejubilemo-nos no dia de hoje, e olhemos sempre para frente e para o alto, pois a História se nos oferece para ser consultada, e nela, poder-se-á conhecer que as nossas gloriosas FFAA jamais foram vencidas, pois souberam dar por cumpridas todas as missões que lhes foram impostas, em qualquer tempo e lugar, no Brasil e no exterior.

Neste 31 de março, oremos!

Elevemos o nosso pensamento e rendamos nossos sinceros agradecimentos àqueles que no cumprimento do dever, civis e militares, nos deram a liberdade, cedendo suas vidas à causa pátria, a maioria deles morrendo jovem para viver sempre.

Cada brasileiro, reconheça ou não, tem uma eterna dívida de gratidão para com o Exército Brasileiro, pela sua firme e acertada decisão de sair às ruas naquele 31 de março de 1964, e mostrar aos comunas, ao país e ao mundo, o poder de sua estatura moral, deixando-lhes o recado de que o silêncio faz parte da estratégia e que há sempre o momento certo para agir, até mesmo para a tomada das mais complexas decisões.

Neste dia 31 de março, reflitamos!

Mudemos nossa forma de encarar o problema.

Rechacemos todo e qualquer pensamento de dúvida, de descrença e de desesperança.

Policiemos nossas mentes para enxergarmos o Brasil liberto, uno e soberano, definitivamente desinfectado da escória narco-comuna.

Incondicionalmente, confiemos!

Entendamos que nenhum exército do planeta, sai às ruas comunicando o que pensa, muito menos qual a sua intenção e suas ações futuras.

Acreditemos em Deus, acima de tudo!

Acreditemos na Vitória Universal do Bem sobre o mal.

Acreditemos no Exército de Caxias.

Acreditemos que o dia 31 de março de 1964 foi o prenúncio pacífico de uma grandiosa e definitiva ação corretiva, que a passos largos se aproxima do presente, desta vez mais desejada do que nunca pelo povo, manifestada fora das ruas e sem passeatas, sim, mas concentrando-se nos corações e mentes dos Brasileiros e Brasileiras de Boa Vontade, pelo Brasil a fora, que, ansiosos, aguardam por uma convocação, no momento oportuno.

O Exército Brasileiro é o grande líder na paz e na guerra, e tem muito mais seguidores do que se imagina!!!

Assim se verá!

Salve o 31 de março de 1964!

Salve as FFAA do Brasil!

Salve o Povo Brasileiro!






"E LA NAVE VA" – Bootlead






Wednesday, February 17, 2010

"Os homens só se lembram de Deus e dos soldados nos momentos de aflição"

*Atualização deste post em 18/02/2010 (click na data para ver)







































UM MORTAL SILÊNCIO
por Valmir Fonseca Azevedo Pereira

Ao longe um clarim lamentoso.

Do frio metal um som dorido, pungente, magoado e tristonho.

É o toque de silêncio.

Os ouvintes compungidos abaixam a cabeça.

Uma dor amarga a nossa boca.

Esvai-se mais uma esperança.

Os olhos de todos se embaçam pela lágrima que não rolou, mas que foi engolida pela impotência, e desceu pela seca garganta.

Por ora, calou-se a única voz de um militar da ativa capaz de emitir uma opinião sem medo.

De denunciar o vergonhoso "establishment" que sombreia o futuro da Pátria. Calou-se, penalizada pela prepotência, pelo desmando, pela ignomínia, pelo totalitarismo, pois a bem da verdade, aquela voz inspirou medo.

Sufocou-se o alerta desinteressado, uma voz brasileira foi amordaçada, mas não se muda uma vírgula sequer do texto eivado de maléficas intenções e torpes objetivos. Diante da infidelidade no sofá, retira-se o sofá.

Esperamos que a imolação do General no altar da besta sirva de alerta para os incautos, para que dêem tratos à bola, e pensem. "Poxa", se um General de Exercito, de altíssimo conceito foi capaz de expor-se contra alguma "coisa", a "coisa", "boa coisa não é".

Nós militares perdemos e muito. O peso de um General de Exército entre nós é grande.

Sabemos do crivo para chegar a tanto, as qualidades necessárias para atingir o ápice da carreira. O militar precisa ter estofo, caráter, atitude.

O General Santa Rosa as teve e cultivou-as com desvelada atenção ao longo de sua carreira, e as manteve altaneiras, até no seu encerramento.

Porém, se de um lado o corneteiro, com toda a sua sensibilidade solta do fundo do peito acordes que tocam a nossa alma, lamentando o destino da voz amordaçada, por outro, festejemos a coragem e o exemplo do General.

Por isso, Mestre da Banda inicie o dobrado "Fibra de Herói", em regozijo, pois, certamente, outros da mesma estirpe, incentivados pelo exemplo altaneiro do exonerado e intimorato Chefe, terão a hombridade de afrontar com dignidade, com a altivez do soldado a tantos quantos pérfidos e canalhas surgirem, mesmo que acobertados por uma distorcida democracia, construída para atender seus deploráveis desígnios.

Quem viver verá que a fibra do soldado não perece.


Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General-de-Brigada do Exército Brasileiro.









Publicado no blog "AMAN TURMA – 1978".
Terça-feira, 16 de fevereiro de 2010.



Foto: O General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa entregando a
Espada de General ao seu "apadrinhado", um novo General-de-Brigada do EB.
















































CANÇÃO FIBRA DE HERÓI
Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais – Marinha do Brasil
(Companhia de Bandas do Batalhão Naval) Rio de Janeiro – RJ





Click AQUI se quiser conhecer a letra da canção "Fibra de Herói".

Caso queira ouvir a canção acompanhada pelo Coral dos Fuzileiros, então click AQUI.






Eis a verdadeira "face" dos brasileiros: A feia "face" da podridão moral!











































A doença brasileira
por André Frantz*

Os debates públicos no Brasil estão totalmente descolados da solidez inescapável da realidade. No presente momento, praticamente todos os diálogos entre brasileiros podem ser classificados em essência como papo entre cachaceiros bêbados, em maior ou menor grau. Há muito tempo, os discutidores brasileiros já deixaram o terreno do uso dos expedientes da dialética erística da pilantragem consciente, para adentrarem o recinto da patologia clínica da esquizofrenia verborrágica inconsciente. Os discursos não se encontram mais apenas nos patamares da dissimulação mentirosa cara-de-pau, características essenciais do intelecto tupiniquim, mas rebaixaram-se também às esferas da loucura mental pura e simples.

O uso da linguagem brasileira transfigurou-se na glamourização da padronização da macaquice, na insanidade da pretensão do vazio, na idiotice do falar por falar. Hoje, tudo o que é dito e escrito no Brasil não apenas carece da mais mínima lógica lastreada na concretude dos fatos do mundo, mas chega ao ponto das extrapolações e contradições mais absurdamente hiperbólicas, as quais conseguem inverter a compreensão do sentido da totalidade do cosmos. É uma coisa impressionantemente monstruosa! O maldizente vulgar, que é quase tudo o que se tem no Brasil hoje, não percebe que o que ele está dizendo contraria a possibilidade de ele estar dizendo o que está dizendo no mesmo instante em que diz o que está dizendo, and so on. O país não pode estar em outro lugar que não a unidade de tratamento intensivo do hospício mais horripilante. As almas brasileiras só podem estar acorrentadas nos últimos porões do inferno. Um horror!

Eu entendo que essa hiperenfermidade aterrorizante é a representação da essência da maldade geral que impera no Brasil. Vejo nesses abusos atentatórios, um reflexo muito nítido daquilo que fundamenta e sustenta o fracasso nacional em todos os campos da existência humana: a confusão. A confusão é o combustível de máxima octanagem do mal, e o "amor" por aquela é a essência deste. Não há o que seja mais desprezível e repugnante do que o orgulho da insanidade escalar. A maldade de Banânia funciona exatamente assim: ela é indireta, porém, poderosa! É a maldade exercida soberbamente por aquele que tem a absoluta certeza de que está praticando o mais puro bem. É a lógica invertida luiciferiana, que, encontrando terreno fértil nas mentes preguiçosas e confusas daqueles que se acostumaram com o sabor amargo da desgraça perpétua, acaba se transmutando na noção mesma de bem, no axioma estruturante de todas as leis de convívio social.

Longe de atenuar a responsabilidade subjetiva pela perenidade da loucura objetiva nacional, o mal disseminado sem intenção é tão devastador quanto aquele que é feito conscientemente. Pior ainda: a falta de intencionalidade e a incapacidade para identificá-lo podem servir como ingredientes importantes que o tornam ainda mais nocivo. No instante em que a consciência moral atua de forma invertida, com os pólos trocados, o senso da realidade é corrompido e a mente passa a trabalhar e a se movimentar dentro de uma estrutura lógica de um mundo de fantasias. O indivíduo acaba por criar justificativas e mais justificativas interiores para fazer um "bem" criado por ele mesmo, algo que seguidamente espelha nada mais do que os seus próprios interesses e conveniências. Como ele evidentemente acaba não fazendo o bem, começa a ficar culpado e, não compreendendo o que deu errado da primeira vez, tenta corrigir o bem que não conseguiu atingir com mais tentativas de fantasias de bem. Enfim, ele acaba injetando ácido no paciente grave pensando que é antibiótico. Isso é uma espécie de neurose da alma que cria novas noções de bem e mal, de verdadeiro e falso, de certo e errado, fato que, em instância final, alimentará sempre o crescimento do mal.

Não é preciso ser um santo para compreender um pouco sobre as origens dessa desgraça nacional. Um sistema com tamanho estrago generalizado nada mais é do que a resultante de um somatório de unidades problemáticas e relações deficientes. O Brasil é um sistema formado por unidades e partes que não prestam. É um país composto por pessoas profundamente confusas, incapazes de prestar ajuda mínima a elas mesmas. A elite tupiniquim, que é o coração do sistema, em seus mais variados aspectos, representa, ao mesmo tempo, a cristalização e a fonte do intenso e extenso fracasso geral da nação continental sul-americana. Todo o universo da elite contemporânea brasileira, representada por intelectuais, acadêmicos, empresários, políticos, banqueiros, jornalistas, etc. virou a representação máxima do refúgio dos pseudo-homens castrados, os quais, locupletando-se conspirativamente com suas fraquezas de caráter, entraram em consenso para a manutenção ad aeternum da progressividade de sua patologia moral crônica. Se a elite está gravemente doente, a sociedade já está praticamente morta.

A elite intelectual de um país funciona como um capitão de navio. Podemos, da mesma forma, fazer uma analogia com uma locomotiva que puxa um trem muito grande e pesado. Se a elite está doente, temos um capitão incapacitado ou uma locomotiva desgovernada. Exatamente como o barqueiro, a morte, ela conduzirá as almas pelo caminho do sofrimento que leva ao dead end, à morte agonizante da inteligência.

O estado de coisas é por demais sério. Creio não ser possível uma compreensão mínima acerca do tamanho do problema que vivemos no Brasil, abstendo-nos de uma análise lastreada numa observação bem mais profunda da mentalidade tortuosa do brasileiro, ou seja, sem trilhar os caminhos espinhosos da análise dos fundamentos doentios subjetivos que invariavelmente levam à autodestruição das consciências individuais.

Entretanto, isto é um assunto imensamente vasto e de profundas complexidades, que requereria o desenvolvimento de uma obra específica para tentar elucidá-lo, o que não é a minha pretensão no presente momento, por fugir de minhas possibilidades momentâneas. Por hora, limito-me às humildes contribuições através de exposições breves, esporádicas e muito superficiais, para ajudar nas tentativas de compreensão daquilo que vejo como sendo um problema de gravidade e complexidade bárbaras, e que, impressionantemente, não está sendo objeto de atenção mínima.

O que precisamos perceber com a máxima urgência no momento, é que as graves anomalias políticas e sociais vividas no Brasil, representadas pelo totalitarismo revolucionário petista, pelos 50 mil homicídios anuais, etc. etc. são detalhes conseqüentes, embora gravíssimos, de uma anomalia muito complexa que começa e ganha força dentro de cada um de nós. Precisamos mudar o eixo do deslocamento de energia e começar a entender o problema real para saná-lo.

No momento atual, é imperativo elevar o nível das discussões às esferas das responsabilidades superiores do plano moral, caso queiramos, efetivamente, alterar o destino sombrio de nosso trem desgovernado. Para que isto seja possível, a existência da vontade de aprimoramento pessoal deve ser identificada e ouvida antes de tudo. Ninguém ajuda outrem sem antes ter ajudado a si mesmo. O mesmo vale tanto para um capitão de time de futebol, quanto para as lideranças de uma nação continental. A punição da própria carne, o aperfeiçoamento pessoal do intelecto e o hábito permanente da autocorreção são prerrogativas pétreas absolutamente imprescindíveis para a possibilidade de qualquer juízo alheio, ou de qualquer proposição que vise à correção ou ajuste de algum problema real do mundo externo.

O primeiro passo para o enfrentamento do mal é, sabendo que ele existe, a busca pela recuperação individual da própria autoconsciência, do intelecto, da alma. Sem isso, não seremos minimamente capazes de distinguir entre a normalidade e a anormalidade, o que quer dizer que será inteiramente impossível diagnosticar corretamente qualquer problema e prescrever tratamentos eficazes. O ponto zero é uma opção pura e simples, é a escolha, a decisão interna para fazer o que deve ser feito. Só compreende a si mesmo aquele que realmente quer. A vontade para a busca do autoconhecimento deve substituir o desejo infantil de exposições públicas deletérias. A vontade, por sua vez, deve se harmonizar com a sinceridade. E isto só é possível quando optamos pela subordinação à verdade, pela decisão de cessão à realidade e de submissão ao princípio da prova real. A docilidade frente à necessidade verdadeira das coisas advém da inquietação moral que se nutre da sinceridade. E a busca contínua pelo senso da verdade através da sinceridade é o que, em última instância, restaura o intelecto e ilumina a vida. A batalha é esta! O resto vem naturalmente e sem maiores esforços.

Se não optarmos pela luta contra a confusão do mal, de forma muito confusa estaremos nos sentenciando à morte agonizante, resultado de uma briga sangrenta de foices entre cegos confusos que acham que o bem é o mal e vice-versa.


(*) André Frantz é administrador de empresas e aluno do Seminário de Filosofia Online do professor Olavo de Carvalho. André é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Publicado no site "Mídia Sem Máscara" (Cultura).
Quinta-feira,18 de fevereiro 2010.






O General Santa Rosa não ficará só – Cel Av Luís Mauro Ferreira Gomes


Direitos humanos: vamos com calma – Card. Arcebispo Dom Odilo P. Scherer


ESQUERDA SINISTRA – Profª Aileda de Mattos Oliveira





Friday, February 12, 2010

"Os homens de carácter firme são as colunas mestras da sociedade a que pertencem"

*Atualizações deste post em 13/02/2010 e 14/02/2010 (click nas datas para ver)

Foto: General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa – (v. "Curriculum Vitae")













































O General Santa Rosa não ficará só
por Luís Mauro Ferreira Gomes

O general genérico Nelson Jobim pediu a exoneração do General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa, este verdadeiro, e foi noticiado na televisão que o Comandante do Exército concordou com tal pedido. Preferimos nem imaginar que esse apoio pudesse ser possível.

A exoneração, feita por covardes, como sempre, foi divulgada às vésperas de um feriado, desta vez, o carnaval. Com isso, pretendem minimizar a reação que, sem dúvida, virá.

Aliás, esse governo vive em eterno carnaval de indignidades. Essa é, apenas, mais uma: a destituição de um chefe militar por ter dito a verdade, enquanto o seu algoz, fraudador confesso da Constituição, continua impune.

O Gen. Santa Rosa conta com a nossa mais absoluta solidariedade, pois ele simplesmente disse o que todos os militares e civis que têm vergonha pensam.

Da última vez que Jobim foi contestado e pediu a exoneração de membros do Alto-Comando do Exército, foi obrigado a dizer que o assunto estava superado, e tudo ficou como estava.

Se assim não for desta vez, alguma coisa terá mudado para muito pior.

Vamos esperar que a coragem não abandone os nossos colegas da ativa neste momento crítico e que defendam o General com todas as suas forças, até as últimas conseqüências.

Assim, estarão defendendo-se, também. Se todos se unirem, não acontecerá nada a ninguém. Se não o fizerem, estarão cavando a sepultura onde serão enterrados, muito brevemente, um de cada vez.

Os fracos somente conseguem o desprezo de todos. Daqueles a quem bajulam não terão gratidão. Serão descartados sem piedade quando tiverem perdido a utilidade ou se apresentarem outros mais servis para ocupar os seus lugares. Dos seus pares se esconderão, com vergonha de aparecer em público, quando caírem na realidade do ostracismo, depois de perderem a pompa. É muito triste não ter quem lhes trate das feridas depois da derrota.

Esse grupo de terroristas não se manterá no poder por muito tempo. Quando tiverem perdido ou lhes tenham sido tomadas a caneta e a chave do cofre, encontrão o seu lugar na história entre os traidores e os criminosos, e levarão junto aqueles que os tenham ajudado. E isso acontecerá muito mais cedo do que alguns imaginam.

Para quem tem pouca memória, a Redentora Revolução Democrática 31 de Março virou ditadura militar na boca dos aproveitadores de sempre. Quem poderia imaginar, durante o milagre brasileiro, por enquanto esquecido, que assim seria?

O mesmo acontecerá com a ditadura petista, hoje, aparentemente toda poderosa. Os governos de esquerda e seus líderes estão começando a cair na América Latina, como previu Alexandro Peña Esclusa.

Em Honduras e no Chile já se foram. No Uruguai quase perderam. No Paraguai, vão muito mal. Hugo Chávez enfrenta problemas muito sérios e, ou cairá também, ou se transformará em ditador sem disfarce.

Esta é a razão do desespero de setores do governo que querem acelerar o processo de consolidação da ditadura no País, para não correrem o risco de fracassar outra vez, como aconteceu em todas as tentativas anteriores.

Não podemos perder mais esta oportunidade de nos fortalecermos, para abortarmos, depois, o atentado à nossa democracia que está em curso, patrocinado pelo governo federal.

Fraquejar agora seria muito mais do que um erro. Seria um desastre. Não pode ser esse o lugar reservado para os militares brasileiros na nossa história.

Não temos o direito de macular o nome das nossas Forças dessa forma. Como já dissemos anteriormente, deixar para as gerações futuras aquilo que é nosso dever a ser cumprido agora não seria nunca perdoado.

Não nos esqueçamos jamais que, um dia, juramos "dedicar-nos inteiramente ao serviço da Pátria, cuja Honra, Integridade e Instituições, defenderíamos com o sacrifício da própria vida".

Como nunca antes, a Pátria depende de nós.

Deixemos a prudência excessiva e o medo de lado e cumpramos o nosso juramento. É o que o que o Brasil espera de nós.

"COMME IL FAUT!"


Luís Mauro Ferreira Gomes, é Coronel Aviador da Força Aérea Brasileira.









Publicado no site "Brasil acima de tudo" – (BAT).
Terça-feira, 12 de fevereiro de 2010.




"CURRICULUM VITAE" DO GEN SANTA ROSA































































O PNDH-3 E A IGREJA CATÓLICA: SERÁ APENAS UM "GAP" OU,
FINALMENTE A FICHA ESTÁ COMEÇANDO A CAIR?

















































Direitos humanos: vamos com calma
por Dom Odilo P. Scherer*

Os "direitos humanos" estão sendo motivo de controvérsias, ultimamente, e não é sem razão: algumas questões bem controvertidas estão querendo se fazer passar por "direitos humanos". Embora não seja recente, esse conceito emergiu e se afirmou no século 20; a humanidade tomou consciência sempre mais clara sobre a dignidade humana, sobretudo diante das aberrantes atrocidades cometidas contra pessoas e inteiros povos por regimes totalitários. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em dezembro de 1948, representou um marco histórico na civilização. João Paulo II, no seu discurso às Nações Unidas em outubro de 1979, definiu-a como "pedra miliar no caminho do progresso moral da humanidade".

A Igreja Católica reconheceu no movimento que levou a sociedade a identificar e proclamar os direitos humanos um dos esforços mais relevantes da humanidade para responder, de modo eficaz, às exigências decorrentes da dignidade humana (cf. Dignitatis Humanae 1). A Declaração é um instrumento extraordinário para defender e promover universalmente a dignidade da pessoa. De fato, os direitos não são separáveis da dignidade da pessoa.

Infelizmente, porém, o respeito aos direitos humanos ainda não é um fato geral e consumado; sua violação, mesmo grave, continua sendo constatada diariamente; não é unânime a sua interpretação e, com frequência, o teor ideológico de certos discursos leva a olhar com desconfiança a própria questão dos direitos, com o risco de relegá-los ao descrédito. Hoje há também certa pressão de grupos para fazer valer, como direito humano universal, algo que é subjetivo e posição ideológica de parte. Não é aceitável afirmar os próprios interesses, ou supostos direitos, passando por cima da dignidade e dos direitos fundamentais de outros.

Penso que seja necessário retomar uma reflexão serena e bem fundamentada sobre a questão, para que os direitos humanos não sejam desacreditados; isso abriria o caminho para um retrocesso preocupante da civilização humana, com o risco de fazê-la embrenhar-se novamente na barbárie. Alguns sinais já estão por aí, como o aumento da violência e a indiferença diante dela, o exploração da prostituição como mercado rentável, até com a pretensão de fazê-la reconhecer como profissão, uma entre as tantas, enquanto é pura escravidão degradante; ou as propostas de aborto, eutanásia e eugenia, por vezes envoltas em discursos pseudo-humanitários, como fizeram regimes autoritários do passado, hoje claramente identificados como bárbaros. É por aí que queremos enveredar?

Qual é o fundamento dos direitos humanos? O consenso da sociedade? A posse de riquezas ou de poder? O poder do grupo reinante ou o poder conferido pela posse de riquezas não é base segura nem critério aceitável para a definição de direitos humanos fundamentais; o poder, isso sim, deve estar a serviço do respeito aos legítimos direitos. Certamente, o consenso da sociedade é importante, mas, por si só, não é base segura para definir direitos humanos. Estes, mais que concordados mediante um pacto, devem ser constatados e reconhecidos, como tais, pela sã razão e pelo bom senso, mesmo sem receber a aprovação das maiorias. Muito simples de exemplificar: o direito a existir e a viver não depende da aprovação da maioria; ninguém de nós aceitaria que fosse submetido a uma votação o nosso direito a viver... Da mesma forma, o direito a respirar, a se alimentar, de ir e vir, à liberdade de pensamento e de opinião, de aderir ou não a uma religião. Esses direitos são primários, não são outorgados por outrem, nem pelo conjunto da sociedade; pertencem à pessoa, por ser pessoa; são inalienáveis e precisam ser, apenas, reconhecidos. A competência e o dever de fazê-los reconhecer e respeitar é da autoridade constituída, mas também é tarefa de toda a sociedade.

Já ensinava o papa João XXIII, na encíclica Pacem in Terris, que a fonte última dos direitos humanos não é a vontade dos homens, nem o poder do Estado ou dos poderes públicos, mas a natureza do próprio ser humano e, enfim, Deus, seu Criador. Mais recentemente, Bento XVI, na encíclica Caritas in Veritate, lembrou que o fundamento dos direitos humanos não está apenas nas deliberações de uma assembleia de cidadãos; neste caso, poderiam ser alterados a qualquer momento, dependendo das convicções e da ideologia de quem está com a mão no poder; assim, os direitos careceriam de referência objetiva e universal, ficando diluído e sem eficácia na consciência dos cidadãos o dever de os reconhecer e respeitar.

A raiz dos direitos humanos precisa ser buscada na dignidade fundamental e originária de cada ser humano, membro da família humana; tal dignidade, apreendida antes de tudo pela sã razão, é inerente a cada pessoa, igual para todos. No horizonte do cristianismo, esse fundamento natural dos direitos é destacado ainda mais com a afirmação de fé de que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e que o Filho de Deus uniu a si a nossa humanidade mediante seu nascimento entre nós; isso deu ao ser humano uma dignidade incomparável; ele também é chamado a viver como familiar e íntimo de Deus. E isso não vale apenas para alguns, mas para todos, mesmo para aqueles que parecem ter perdido ou desmerecido a sua humana dignidade.

Universalidade e indivisibilidade são dois traços distintivos e inseparáveis dos direitos humanos, que também devem corresponder a uma exigência inalienável da dignidade humana. Portanto, direitos humanos não podem ser assimiláveis a bandeiras de luta ou interesses de grupos particulares.


(*) Dom Odilo Pedro Scherer é Cardeal-Arcebispo metropolitano de São Paulo.


Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo" – (Editorial Opinião).
Sábado, 13 de fefereiro de 2010.










A VERGONHA É NACIONAL, MAS O (UL)TRAJE É BOLIVIANO.

Foto: Escora o "bebaço" Sarkozy, senão ele despenca. Vale tudo para vender uns "Rafales"! É ou não é?











































ESQUERDA SINISTRA
por Aileda de Mattos Oliveira*

Diz a propaganda turística de Garanhuns que "quem bebe a água desta cidade, a ela retorna". A ser verdadeira a legenda publicitária, o berço do nosso estadista não verá de novo o seu dileto filho, e do Brasil, tendo em vista, há muito, preferir as goladas dos alambicados e dos maltados. Integrar-se-á ao exótico acervo político-folclórico das grandes metrópoles, pois o Agreste, provinciano, será pequeno para conter a jactância do "homem que sabia javanês". Lima Barreto, se vivo fosse, teria um mote de porte para a sua caricatura política.

Do macacão ou da calça jeans ao terno bem-talhado, há uma diferença de visual, mas não de mudança intelectual. De sindicalista à Sua Excelência, substituiu-se o tratamento, mas não o comportamento. Qual a razão da palavra "esquerda" designar uma opção de tipos tão estranhos, tão revoltados com a natureza social, que insistem em impor o avesso das coisas, como norma de conduta? É como quererem pôr no pé direito o sapato esquerdo e vice-versa, sem questionarem o incômodo da troca imbecil e considerarem-na como norma natural.

Não é sem razão que "esquerda" é sinônimo de "sinistra" e na Idade Média era relacionada ao Tinhoso. Nada é gratuito na língua e, numa análise político-ideológica da palavra, há que considerar as novas possibilidades semânticas postas em prática pelo falante e que vão, por repetição, enriquecer o vocabulário de toda a sociedade.

A própria bíblia diz que "Jesus assentará à destra do Pai" o Pai é o Criador do Cosmos, palavra que, em grego, significa "ordem". Compreende-se, então, que só os bons, os puros de espírito, os ordeiros, gozarão de tal privilégio. Estar "à direita" torna-se uma expressão bastante significativa e passa a ser, por analogia, o espaço onde estão congregados os que obedecem às normas e às leis, cumprem os seus deveres, respeitam as tradições, honram a família e os símbolos nacionais, e acreditam que os filhos são o seu maior legado e devem ser educados para a vida. No lado oposto, opostas também são as suas convicções.

Surge então uma terrível contradição. Jesus é tido como um "ativista social", por aqueles que estão à esquerda de Deus, o que viria a afetar todo o raciocínio anterior. Porém, não há contradição há uma inversão de ótica, pois a leitura das ações de Cristo é feita através do espelho vermelho, uso habitual da doutrina sinistra.

Se as ações de Jesus fossem qualificadas de "socialistas", no sentido que hoje se dá ao termo, a história de sua prisão seria diversa da que é sobejamente narrada e conhecida por todos. Se Jesus fosse socialista, para não ser preso, teria denunciado Caifás a Pilatos, como um perigoso intrigante contra Roma teria entregado Judas, como beneficiário da transação que resultou na sua (de Jesus) prisão não teria chicoteado os mercadores no pátio do templo, porque estes seriam os discriminados e oprimidos da sociedade da época. Jesus teria denunciado todos, porque é assim que agem os socialistas de hoje. José Genoíno sabe disso. Portanto, não vinga a idéia do socialismo de Cristo, porque se ele é a luz da vida, não pode estar no mesmo espaço dos sinistros, porque lá é o lado das trevas, o lado niilista, o da desordem, o da amoralidade, o da promiscuidade. Jesus não pode ser e não ser, ao mesmo tempo.

Caifás e Judas, estes sim, torna-se impossível negar que sejam de esquerda, pelo procedimento semelhante ao dos políticos sinistros atuais, que confabulam, na surdina, para pôr em prática a ação nefasta da venda do patrimônio nacional.

Os esquerdistas, em geral, confundem humanismo com socialismo. Apropriam-se dos conceitos filosóficos humanistas e transformam-nos em conceitos ideológicos, fazendo da prestidigitação de idéias a cultura inútil que alimenta a vaidade dos intelectualoides do partido e de seus simpatizantes.

Há pouco tempo, Sua Excelência foi buscar Jesus e Judas e os pôs como exemplos, inconscientemente, de representantes, respectivamente, da direita e da esquerda que seriam levados à coalizão política, naturalmente convencidos por ele, o deus brega do Olimpo, o Baco de Garanhuns, o apedeuta verborrágico, tal é a vaidade que lhe é estimulada pelos gozadores presidentes estrangeiros, que lhe aplicaram o apelido de "estadista", sendo ele homem de baixo partidarismo político e não de Estado.

Assim, o esquerdista sinistro, tinhoso e cínico, na sua asa voadora, vai destroçando com a sua ignorância, com as suas gafes, por onde pousa, todo o trabalho diplomático que os verdadeiros estadistas construíram em favor do Brasil, ao longo de sua história.

Ele não está só, mas auxiliado pela incompetência e má fé dos que tomaram posse do Itamaraty, com projetos de ampliar a influência do PT na política externa brasileira, criando um conselho formado por ONGs, centrais sindicais e movimentos sociais, de caráter oficial e que funciona paralelamente ao Ministério das Relações Exteriores, pois este grupelho de ativistas já está em plena atividade. É esta gente que vai decidir o destino da Amazônia, do Pantanal e de outras regiões que deveriam ser intocadas pelos estrangeiros.

Um partido sinistro governa o Brasil e um rude e tinhoso escoteiro do mal é quem decide a sua sorte.

Nefasta e sinistra doutrina, abominável e sinistro presidente, inúteis e sinistros "cumpaêro", mas todos sôfregos do dinheiro fácil, retirado dos bolsos dos contribuintes altamente lesados.

Depois de usufruir gostosamente do erário público, não será a Garanhuns que o desprezível presidente escolherá para viver considerar-se-á, um homem internacional de múltiplos conhecimentos políticos e, como imitação de FHC, fará "palestras", se exibirá às plateias europeias, que morrerão de rir, com as suas tiradas de improviso, na sua linguagem dialetal, regada à melhor cachacinha da temporada. Sem o poder nas mãos, sem a caneta nervosa que assina de motu proprio, não haverá esquadrilha que faça Sarkozy segurar-lhe o braço, na bajulação nojenta, para que não desabe da tribuna, o desbocado, o etílico, a Vergonha Nacional.


(*) Aileda de Mattos Oliveira é Professora Titular de Língua Portuguesa na Faculdade Gama e Souza - RJ.


Publicado no site "TERNUMA – Grupo Terrorismo Nunca Mais".
Domingo, 14 de fefereiro de 2010.











VALORES INVERTIDOS – José Nivaldo Cordeiro


Vender a alma – João Pereira Coutinho





Tuesday, February 02, 2010

O TEMPORA! O MORES!

Foto: © by Tiago Rodarte Ricciardi

































Click AQUI se desejar ver a imagem no tamanho original (1280 x 1029)

Os militares e a memória nacional
por Olavo de Carvalho

Como todos os meninos de escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas. Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.

Crescí, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de intelectuais. Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro. Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?

Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a sério. Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento. E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traíam os ideais americanos.

Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo? Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria. A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar me matava de vergonha. Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário, um integralista, um fascista.

Só dois grupos humanos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.

O primeiro eram os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das duas grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos. Não sabem o que têm nas mãos." Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível.

Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é miséria." Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura." No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinham razão, mais razão do que então eu poderia imaginar. A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim. Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um frango assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me bater. Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos. Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.

O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhecê-lo, sem saber nada sobre ele exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.

Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht e que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado O Exército na História do Brasil.

A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil. Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teria a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas. Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio, percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.

Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações. Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais – o hino, a bandeira, as armas da República – como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem inibições.

Procurando me explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista. O Brasil nascera como entidade histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.

Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopéia vivida em comum? Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.

Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional. O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas. O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro. Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história pátria como sua história pessoal.

Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que, induzidas do Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas, apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado. De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança impostos pela repetição de slogans e frases-feitas.

Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site do TERNUMA vem disso.






















Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ela havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada. Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.

Passada uma geração, tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.

No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservam a identidade histórica do meio militar. Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino. Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício.

Por isto o site do TERNUMA é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia. É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.

Se essa contribuição vem dos militares, bem, de quem mais poderia vir?


Olavo Luís Pimentel de Carvalho nasceu em Campinas, SP em 29/04/1947 é escritor, jornalista, palestrante, filósofo, livre pensador e intelectual, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros, publica regularmente seus artigos nos jornais "Diário do Comércio", "Jornal do Brasil" e no site "Mídia Sem Máscara", além de inúmeros outros veículos do Brasil e do exterior. Já escreveu vários livros e ensaios, sendo que o mais discutido é "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras" de 1996, que granjeou para o autor um bom número de desafetos nos meios intelectuais brasileiro, mas também uma multidão de leitores devotos, que esgotaram em três semanas a primeira edição da obra, e em quatro dias a segunda. Atualmente reside em Richmond-Virginia, EUA onde mantém o site "Olavo de Carvalho" em português e inglês, sobre sua vida, obras e idéias. E-mail: olavo@olavodecarvalho.org



Publicado na Revista do Exército Brasileiro – Vol.144 – 3º Quadrimestre – Ano: 2005.








Republicado no site "TERNUMA – Terrorismo Nunca Mais".
Terça-feira, 02 de fevereiro de 2010.





Governo Lula ameaça vítimas do terremoto com um PAC do Haiti – Augusto Nunes





Wednesday, January 27, 2010

Um general falastrão ou apenas mais um acólito do "lulo-petismo"?

Foto: Gen Bda Floriano Peixoto, comandante militar da Missão de Estabilização da ONU para o Haiti (Minustah).






























Governo Lula ameaça vítimas do terremoto com um PAC do Haiti
por Augusto Nunes

As cenas de ciumeira explícita protagonizadas pelo governo brasileiro depois do desembarque dos americanos no Haiti foram sobretudo mesquinhas. Enquanto uma nação ferida de morte implorava por alimentos e socorros que tardavam a chegar, o Itamaraty implorava pelo comando de um sistema de distribuição inexistente.

As cenas de exibicionismo explícito protagonizadas pelo general Floriano Peixoto diante do palácio presidencial em Porto Príncipe foram especialmente constrangedoras. “É uma forma de marcar posição, é muito importante que haja a percepção do trabalho do Brasil”, discursou o comandante-geral da Minustah no Haiti, suando a farda na operação de entrega de cestas básicas a flagelados já atendidos pelos ianques do outro lado do muro.

“Lamentavelmente, a imprensa tem dado pouco importância à participação brasileira na ajuda humanitária”, queixou-se o general. Queixou-se do general a canadense Kim Bolduc, coordenadora de assistência humanitária da Minustah: “Tem muita duplicação. Não sabemos a ração que estão entregando é suficiente, nem em quanto tempo será consumida”. Até a ofensiva de Floriano Peixoto, os oficiais em missão no Haiti mantiveram-se fora do assédio ao Conselho de Segurança da ONU. Palanque não é coisa para militares da ativa.

Nesta quinta-feira, o ministro Celso Amorim reincidiu na fantasia: o Haiti deve ser reconstruído por um Plano Lula, semelhante ao Plano Marshall do pós-guerra, executado sob a liderança do Brasil. Somadas às geradas pela competição impossível com os americanos, as cenas de sabujice explícita estreladas pelo chanceler ultrapassaram todos os limites do ridículo ─ e reduziram o Brasil a protagonista de um espetáculo indecoroso.

A alma subalterna de Amorim, que se refere ao chefe como “Nosso Guia”, revogou há muito tempo o sentimento da vergonha. Pior para ele. O país não merece virar motivo de chacota em todos os idiomas. É o que ocorrerá se prosseguir a chanchada concebida para equiparar o Brasil aos Estados Unidos e infiltrar um governante desoladoramente jeca na galeria dos estadistas que reconstruíram o mundo em escombros do pós-guerra.

Promover a potência emergente um país ainda afundado no atraso é uma esperteza eleitoreira quase inofensiva se confinada em comícios. Acreditar na fantasia e tentar vendê-la ao mundo é coisa de napoleão de hospício. Se o governo acha que falta serviço, que cuide das secas, das enchentes ou dos morros conflagrados que sobram por aqui.

Se for pouco, pode tratar de outros ítems da pauta gigantesca ─ os 12 milhões de analfabetos, o sistema de saúde falimentar, a malha rodoviária em decomposição ou a multidão de excluídos da rede de saneamento básico. Se ainda assim sobrar tempo, que trate de construir efetivamente o país fictício que estaciona nas inaugurações de araque programadas para fazer de conta que o PAC existe.

Em homenagem a Zilda Arns, que doou discretamente a própria vida, é preciso acabar com a quermesse armada pelos gigolôs da tragédia. Em respeito à imensidão de mortos, entre os quais 21 bravos brasileiros, convém enterrar sem demora nem honras o Plano Lula. Um PAC do Haiti seria pior que terremoto.


Augusto Nunes da Silva é jornalista, nascido em Taquaritinga, interior de S. Paulo, foi redator-chefe da revista Veja, diretor de redação das revistas Época e Forbes, dos jornais O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Zero Hora, além de diretor-executivo do Jornal do Brasil. Foi também apresentador do programa Roda Vida da TV Cultura e do programa "Verso & Reverso" da TVJB. Augusto Nunes escreveu diversos livros, entre os quais: "Minha Razão de Viver - Memórias de um Repórter" (livro de memórias de Samuel Wainer), "Tancredo" (biografia de Tancredo Neves), "O Reformador: um Perfil do Deputado Luís Eduardo Magalhães" e "A Esperança Estilhaçada", sobre a atual crise política, entre outros. É um dos personagens do livro "Eles Mudaram a Imprensa", da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que selecionou os seis jornalistas mais inovadores dos últimos 30 anos, além de ter ganho por quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Atualmente, Nunes escreve uma coluna na edição eletrônica da Revista "VEJA".




Publicado na seção Direto ao Ponto da "Coluna do Augusto Nunes".
Terça-feira, 26 de janeiro de 2010.





A Crise – Cel Av Luís Mauro Ferreira Gomes





Friday, October 30, 2009

Lealdade dos Militares: Juramento à Bandeira Nacional!
Lealdade de trânsfugas fardados: Subserviência e colaboracionismo!


































Lealdade e disciplina
por Marcelo Oliveira Lopes Serrano

Em 16 de junho de 1940, em meio à crise político-militar provocada pela avassaladora ofensiva nazista, o Marechal Philippe Petain, um dos grandes heróis franceses da I Guerra Mundial, assumiu o cargo de Primeiro-Ministro da França. No dia seguinte, sabedor de antemão da intenção do Marechal de render-se à Alemanha, o que efetivamente ocorreu em 22 de junho, Charles De Gaulle, recentemente promovido ao posto de general de brigada no campo de batalha, rebelou-se contra o novo governo e evadiu-se para a Inglaterra, de onde passou a conclamar o povo francês à resistência e a organizar as Forças Francesas Livres. Em agosto do mesmo ano, em tribunal militar instaurado pelo Governo de Petain, De Gaulle foi, à revelia, condenado à morte por traição.

Estes fatos históricos, sinteticamente narrados, servem perfeitamente como pano de fundo para o objetivo deste artigo de argumentar sobre o adequado relacionamento funcional entre lealdade e disciplina.

Lealdade e disciplina são valores caros a todos os soldados. Como conceitos, assemelham-se por tratarem ambos de aspectos fundamentais do relacionamento dos militares com a Instituição, mas distinguem-se tanto em escopo como em importância. Caso sejam interpretados de modo a representarem na prática o mesmo valor, um dos dois estará sendo distorcido ou aviltado.

A disciplina é constitucionalmente caracterizada como base das Forças Armadas e está bem especificada no Estatuto dos Militares, lei onde estão estabelecidos os princípios basilares, os valores éticos e os deveres militares de todos os integrantes daquelas Forças. Está também caracterizada em normas regulamentares infra legais, particularmente no Regulamento Disciplinar do Exército (RDE), e é definida como: "a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo".

Vê-se que a disciplina tem uma conotação ampla, que abrange o acatamento aos próprios princípios e valores imateriais estabelecidos pelo Estatuto dos Militares. Entretanto, há uma conotação mais estreita da disciplina e corriqueiramente mais difundida na mente dos militares. Essa conotação é favorecida pelo que está disposto no RDE, que reproduz a definição do Estatuto, mas complementa- a estabelecendo suas quatro manifestações essenciais, que são: obediência pronta às ordens, correção de atitudes, dedicação integral ao serviço e colaboração espontânea para a disciplina coletiva e eficiência das Forças Armadas.

Essa visão mais estreita e funcional da disciplina, expressa por suas manifestações, é corroborada pela relação das transgressões disciplinares. Neste anexo do RDE, as manifestações essenciais da disciplina, por intermédio do viés negativo, estão ampla e detalhadamente caracterizadas em cento e doze itens, ao passo que apenas um deles[1] se refere ao aspecto mais amplo dela e mesmo assim com elevado grau de subjetividade. Percebe-se então que o acatamento dos valores imateriais expressos nas "leis [...] que fundamentam o organismo militar [...} traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever" extrapola as simples manifestações da disciplina, estando vinculado ao exercício amplo e subjetivo dela.

Essa subjetividade não é de se estranhar. Ao contrário da disciplina, não há definição de lealdade tanto no nível legal como no regulamentar. No Estatuto dos Militares, ela é citada apenas uma vez, na forma do dever militar de demonstrar "lealdade em todas as circunstâncias", sem no entanto evidenciar a quê se deve ser leal. No RDE, por sua vez, não há menção a lealdade. Resta-nos a definição sumária do dicionário [2], segundo a qual lealdade significa sinceridade, franqueza, honestidade e fidelidade a compromissos assumidos.

Se não houver claro entendimento do objeto ao qual os militares devem ser leais em todas as circunstâncias, a lealdade tende a tornar-se um conceito vazio ou então a confundir-se com as manifestações essenciais da disciplina, sendo inócua em ambos os casos.

Na falta de parâmetros nítidos para o exercício da lealdade, continua ainda a vigorar preponderantemente na mente dos militares a ideia de lealdade orientada a pessoas – resquício de circunstâncias passadas. No passado, até meados do século XX, por falta de normas bem estabelecidas, a avaliação do mérito e a promoção dos militares estavam sujeitas, em grande parte, a critérios pessoais dos chefes de então. Nesse ambiente, era natural que os oficiais buscassem, desde cedo na carreira, vincular-se a seus chefes por laços de lealdade, o que também interessava àqueles chefes, em função dos interesses políticos que na época se imiscuíam no seio da Força. Esses relacionamentos de apadrinhamento e lealdade, semelhantes aos que vigoram plenamente no meio da política partidária, estão praticamente superados no Exército em função de sua despolitização e dos critérios profissionais e impessoais que foram implantados, principalmente a partir dos anos sessenta do século passado, para regular a avaliação do mérito e as promoções. A persistência da idéia de lealdade orientada a pessoas, além de ser um anacronismo, é desnecessária e inconveniente para os interesses maiores do Exército.

A lealdade a pessoas, ao chefe em particular, para continuar relevante nos dias de hoje, teria necessariamente de representar um valor diferente, ou suplementar, às manifestações essenciais da disciplina, o que não acontece. O que mais deve um subordinado ao seu chefe além de obediência às ordens, correção de atitudes e dedicação integral ao serviço? Nada, por certo. A sinceridade, franqueza e honestidade podem ser interpretadas como expressão da lealdade a pessoas. São atributos individuais importantes para o relacionamento funcional entre militares, mas, sem dúvida, estão circunscritos no âmbito da correção de atitudes e da dedicação integral ao serviço. Afirmar que o subordinado deve ser leal ao seu chefe nada acrescenta à obrigação dele de manifestar disciplina, considerando- se evidentemente que essa lealdade só seja devida na medida em que o chefe agir segundo os ditames da lei e dos valores fundamentais da Força. A idéia de lealdade orientada a pessoas é portanto desnecessária.

A quê então temos o dever de ser leais em todas as circunstâncias? Sem dúvida, aos princípios basilares do Exército, aos valores imateriais que garantem a pureza de seus propósitos, que alimentam o espírito militar e que asseguram que a Força permaneça sempre à altura de sua elevada missão perante a Pátria. A lealdade deve ser a expressão da disciplina em seu nível mais amplo e subjetivo, acima de suas simples manifestações. Essa conotação de lealdade é a mais digna, por vincular-se a princípios imutáveis e não a pessoas, passíveis que são a erros de julgamento e a flutuações de estado de espírito e opiniões. A não manifestação dessa lealdade certamente enfraquecerá o Exército em seus valores anímicos, por consequência, esvaziá-la, por intermédio da continuada prevalência da idéia de lealdade a pessoas, é inconveniente.

Aceitas estas argumentações, é forçoso admitir que lealdade sobrepõe-se à disciplina [3], na medida em que esta deve exercer-se em ambiente de pleno acatamento aos princípios e valores que norteiam, no mais alto grau, o relacionamento dos militares com a Força e com a Pátria. A lealdade a esses princípios e valores, estabelecidos na lei e aceitos por todos os que voluntariamente incorporam-se ao Exército, é sempre pura e moralmente irreprochável. A disciplina ao contrário, se dissociada deles, ainda que inconscientemente, corre o risco de desvirtuar-se, afastando-se de seus nobres objetivos e mantendo-se indiferente ao desencaminhamento que essa dissociação forçosamente acarreta ao Exército como Força Armada, mesmo que continue legitimamente sendo capaz de preservar o ordenamento interno da Força e seu funcionamento rotineiro.

Há peculiaridades no exercício da lealdade que o distinguem fortemente do exercício da disciplina. A disciplina é objetiva. Os padrões de comportamento necessários ao acatamento dela são claros e bem definidos, como já citado anteriormente. Consequentemente, é possível haver, como realmente há, meios de coerção efetivos que são ativados sempre que houver falha disciplinar. A lealdade é subjetiva. Não há definição a respeito dos padrões de atitude que seriam necessários para o acatamento aos princípios e valores fundamentais do Exército. Não há, por exemplo, como definir precisamente e indiscutivelmente o que é ter patriotismo, salvo as exceções evidentes. O próprio conceito é subjetivo. Dois posicionamentos podem ser contrários e, apesar disso, as pessoas que os adotam sentirem-se ambas motivadas por patriotismo. Será que Chamberlain, o Primeiro-Ministro inglês que tentou uma acomodação com Hitler, era menos patriota do que Churchill, partidário da inevitabilidade do confronto? A única afirmação segura que se pode fazer é que a posição de Churchill revelou-se a mais correta.

A lealdade é o compromisso inarredável com os princípios e valores tão recorrentemente citados neste artigo, mas o sentimento do que é ser leal é uma questão de foro íntimo. A necessidade de exercer a lealdade por meio de atitudes efetivas será sempre função da inconformidade entre a situação vigente e a convicção íntima daqueles princípios e valores basilares. O exercício efetivo da lealdade será portanto sempre uma forma de luta, em seus variáveis graus de intensidade. Como toda luta, envolve riscos, pois pode vir a chocar-se com o poder coercitivo do status quo, e não tem o resultado garantido. Apesar disso, é um dever – um dever legal e, acima de tudo, um dever moral. Cumpri-lo, parafraseando São Paulo, é combater o bom combate.

Ser leal nesses termos não é fácil nem indolor, ao contrário, é uma dura obrigação que requer convicções firmes, devotamento e coragem. Almas tímidas, interesseiras ou vazias de conteúdo podem ser leais a seus chefes, visto ser este tipo de lealdade atualmente um exercício inofensivo, mas são incapazes de cumprirem o dever militar de lealdade nos termos aqui expostos.

A lealdade é um aguilhão que não nos deixa esquecer que existimos para servir ao Exército e à Pátria, sem jamais nos deixarmos seduzir pela tentação de deles servir-se, ao que estaremos fatalmente sujeitos se, em qualquer nível, cedermos a interesses menores, sejam corporativos ou individuais. Servir significa zelar pelo futuro do Exército como Força Terrestre, pois só assim estaremos demonstrando "vontade inabalável de cumprir o dever militar" [4] e manifestando "fé na missão elevada das Forças Armadas" [5], e não apenas administrar a rotina do presente e cultuar os êxitos do passado.

A essa altura da argumentação, pode-se questionar: por que não ser leal a valores e também a pessoas? A pergunta é lícita e a reposta é fácil. Porque não se pode servir a dois senhores. Se a lealdade, como sentimento de compromisso, for dirigida a objetos diferentes, quando houver inconformidade entre estes, ter-se-á de optar fatalmente pela lealdade a um deles, resultando em deslealdade para com o outro. Castello Branco não poderia ter sido leal simultaneamente aos princípios democráticos da sociedade brasileira e à defesa da disciplina nas Forças Armadas, que o levaram a decidir-se pelo desencadeamento da Revolução de 1964, mantendo ao mesmo tempo seus compromissos com o Ministro da Guerra, seu chefe imediato, e com o Presidente da República, seu comandante supremo e agente capital do atentado àqueles valores.

Para finalizar, voltando-se ao exemplo histórico que abriu este artigo, é indiscutível a admissão de que a atitude de De Gaulle foi indisciplinada, já que ele não obedeceu às ordens de seus chefes, e, do ponto de vista do governo legitimamente instalado, criminosa. No entanto, foi o seu sentimento de lealdade e sua coragem que possibilitaram à França preservar sua dignidade nacional e emergir do conflito entre os vencedores. Quanto ao velho Marechal, herói do passado, restou uma indelével mancha em sua biografia.

[ * ]

[1] – Item 9 do anexo I do RDE:

Deixar de cumprir prescrições expressamente estabelecidas no Estatuto dos Militares ou em outras leis e regulamentos, desde que não haja tipificação como crime ou contravenção penal, cuja violação afete os preceitos da hierarquia e disciplina, a ética militar, a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe;

[2] – Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:
     – Lealdade - Qualidade, ação ou procedimento de quem é leal.
     – Leal - do latin legale, cuja raiz é lex, ou seja, lei. Sincero, franco e honesto. Fiel aos seus compromissos.

[3] – Entendida como sua conotação mais estreita, vinculada às suas manifestações, nas quais está inserida a ideia de
       lealdade a pessoas.

[4] – Art 27 do Estatuto dos Militares:

São manifestações essenciais do valor militar:
I    – o patriotismo, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever militar e pelo solene juramento de fidelidade
        à Pátria até com o sacrifício da própria vida;
II   – o civismo e o culto das tradições históricas;
III  – a fé na missão elevada das Forças Armadas;
IV  – o espírito de corpo, orgulho do militar pela organização onde serve;
V   – o amor à profissão das armas e o entusiasmo com que é exercida; e
VI  – o aprimoramento técnico-profissional.

[5] – Idem


Marcelo Oliveira Lopes Serrano é Coronel do Exército Brasileiro.








Publicado no site "Brasil acima de tudo" (BAT).
Quarta-feira, 28 de Outubro de 2009.




COMPROMETIMENTO



Obs: Caso o download esteja lento ou intermitente, click no botão PAUSE    aguarde completar o carregamento e então pulse PLAY   



CaLUguLA*: O tiranete demente.





 
Copyright © 2004-2019 Bootlead